terça-feira, 4 de março de 2008

A Internet Elétrica: Chocante!

De novo uma notícia no blog do José Wille: Internet via rede elétrica pode dobrar número de usuários no Brasil.

É interessante a perspectiva de ter internet de banda larga disponibilizada pelos fios da rede elétrica, através de uma tecnologia denominada
Power Line Communications (PLC). Você pode comunicar-se pela internet simplesmente conectando um modem eespecial, que separa a corrente elétrica do sinal da internet. Como principal vantagem, a eletricidade está presente na grande maioria dos lares brasileiros.

Se a tecnologia é boa, está disponível, porque ainda usamos acesso via telefone (ADSL ou discado), via cabo de operadoras de TV, ou ainda via rário e, eventualmente, satélite?

O número de usuários apontados na nota é de meros 3.000, no Brasil todo. Aqui no Paraná, a nossa COPEL fez uma experiência há cerca de 10 anos, mas não havia viabilidade comercial.

O futuro da tenologia PLC vai depender, antes deetudo, dos entes reguladores de nosso país; depois, da vontade das empresas de transmissão e distribuição de energia de embarcar nesse negócio; finalmente, da capacidade de pagamento dos usuários, em larga escala.

Não se trata simplesmente de ligar o modem na tomada. As elétricas terão de fazer um bom investimento na rede, para que o sinal da internet possa trafegar por ela com qualidade e confiabilidade. Essa é uma tarefa difícil, e, por enquanto, os fornecedores estabelecidos estão bem à frente no mercado.

Vontade política resolve? Provavelmente não. É um negócio que tem como objetivo dar resultados às operadoras do sistema elétrico. Não há limitação tecnológica. Pode ser que o PLC, em seu nível atual de tecnologia, seja competitivo em preço. Resta saber se as empresas de energia terão a agilidade e o faro necessários para coompetir com as gigantes que já estão no mercado, com investimentos amortizados, e buscar batê-las naquilo que efetivamente elas oferecem como diferencial: a cobertura universal do mercado.

TV ao Vivo pela Internet

O site/blog do José Wille, nosso âncora aqui na CBN, aponta para uma notícia sobre a iniciativa do YouTube de passar a disponibilizar vídeos ao vivo pela internet, algo que ainda não é ofereido por esse campeão de audiência na internet.

Se o YouTube não é o site mais acessado, é, seguramente, o que mais consome banda na internet, dada a quantidade de vídeos visualizados e baixados diariamente, sempre na casa dos milhões.

A iniciativa deve frutificar, mas não é pioneira, como aponta a nota do Portal Imprensa. Já existem, inclusive, outras iniciativas importantes, como o Joost, que fornece centenas de canais gratúitos de vídeo pela internet, a maioria uma droga, mas alguns bem bons, como um de músicas brasileiras.

Uma pergunta que fica no ar é: porque isso ainda não aconteceu antes? Afinal, nós já podemos usar webcams para fazer videoconferências entre computadores há anos, os celulares tambéem disponibilizam comunicação de vídeo em tempo real, ao menos para quem tem rede 3G.

A resposta é: ainda não existe banda larga em quantidade e qualidade suficientes para tornar essa aplicação como algo de interesse comercial de larga escala. Mas essa disponibilidade está chegando, e, num futuro bem próximo, talvez ainda eem 2008, ou no começo de 2009, com certeza, vamos ter a possibilidade de testar a real demanda para esse tipo de comunicação "ao vivo".

Num futuro mais remoto, entre 5 e 10 anos, a TV pela internet poderá, enfim, ser uma realidade, em alta definição e tudo. Aí os programas ao vivo pela internet serão possíveis. Limitação de banda, de novo? Não, agora os problemas são regulatórios, pois envolvem dois grupos de titãs, cada um detentor hoje de uma fatia das contas de nossos bolsos: as grandes redes de TV e operadoras de TV por assinatura, de um lado, e as operadoras de telefonia fixa e celular, de outro. Cada grupo olha o galinheiro do outro e acha que as do lado de lá são mais gordas...

DVD de ALta Definição: E o Vencedor é... BluRay!

Há pouco mais de um ano, eu arriscava a previsão de que o formato BluRay, capitaneado pela Sony, prevaleceria sobre o rival HD-DVD, desenvolvido pela também japonesa Toshiba.

Era a revanche dos formatos de fita de vídeo, quando o formato Betamax, da Sony, embora melhor, perdeu para o VHS, que tinha à frente a JVC e a maioria dos concorrentes.

Desta vez, além de um padrão técnico superior, a Sony procurou arregimentar a maior quantidade de estúdios de cinema para o seu formato. Claro que ela saiu com uma vantagem enorme, por ter em seu rol de empresas a Sony Pictures, ex Columbia. O jogo estava meio que empatado, quando há uns 15 dias atrás a Warner anunciou que estaria deixando o padrão HD-DVD em favor do BluRay. Poucos dias se passaram para que a Toshiba emitisse um comunicado ao mercado anunciando o fim do desenvolvimento do HD-DVD, a garantia de manutenção dos equipamentos vendidos e a reafirmação de que seu formato era, de todos, o melhor.

Essa dúvida sobre qual o melhor formato está sepultada com a saída de um dos atores. Um verdadeiro nocaute técnico, que a Toshiba resolveu não pagar para ver seu lutador com os dois olhos fechados de tanta pancada.

Resta saber como os compradores do formato HD-DVD irão reagiar, pois a maioria deles pagou muita grana para seus players de alta definição. Dentre os que subscreveram o padrão, destaca-se, na área de TI, a Microsoft, que inclusive adota o HD-DVD no seu popular videogame XBox.

À época, alguns ouvintes me questionaram sobre minha suposta 'predileção' pelo padrão da Sony. Hoje, seria mais fácil dizer que eu estava certo, ou que minha bola de cristal era melhor do que a dos que nos ouviam. Mas a verdade é que esse desfecho estava cantado pela maioria dos analistas. Alguns até achavam que haveria convivência do BluRay com o HD-DVD e, até mesmo alguns fabricantes lançaram players híbridos, que liam os dois formatos de DVD de alta definição, além dos tradicionais DVDs e CDs que tão bem conhecemos.

Aí eu resgatei mais alguns comentários que fiz, não sobre esses formatos, mas sobre os cuidados que devemos ter ao sermos 'early adopters' de novas tecnologias. Além de pagarmos mais caro, corremos o risco de ficar com o mico na mão.

Ainda mais no Brasil, onde a TV de alta definição está engatinhando em 2 ou 3 capitais, e os títulos em vídeo com imagem 1080pcomeçam a aparecer timidamente em locadoras e lojas especilizadas, fica a mensagem: quem tem pressa...

Ao menos temos um padrão para armazenagem em discos de 12cm. O BluRay veio ara ficar e reinar. Mas... será? Com a internet de banda larguíssima que vem aí, quem vai precisa armazenar ou comprar vídeos armazenados em meio físico?

A Ausência de um Formato Padrão para Música Digital

Quero comentar sobre os padrões de gravação de música digital, pelos ouvidos e bolsos dos usuários. Embora haja um acordo sobre o padrão mp3 de compressão e registro, a verdade é que o "padrão" de fato varia entre os 3 principais atores do ramo -nenhuma gravadora ou empresa do mundo antigo da música!

Hoje quem domina a maior parte do mundo dos downloads legais e pagos da música pela internet, um negócio de dezenas de bilhões de dólares ao ano, são 3 conhecidas do mundo digital: Apple, Nokia e Microsoft, nessa ordem. E, embora os programinha de tocar música ou de sincronização com dispositivos portáteis reconheçam o padrão mp3, cada uma dessas empresas tem seu padrão próprio, alegando melhoria de performance e de qualidade.

O fato é que as três competem entre si para dominarem esse mercado. Nos Estados Unidos, parte da Europa e alguns países da Ásia, a Apple é campeã disparada, e mesmo onde ela não vende através da Apple Store e do iTunes, quem tem o iPod acaba usando o padrão da Apple; já quem ouve música pelo celular, tem chances de ter um Nokia, e de usar seu padrão; e, no caso da Microsoft, bem é a Microsoft com seu Windows Media Player presente na maioria absoluta dos computadores e numa fatia interessante de telefones celulares, e seu padrão acaba sendo o escolhido por inércia ou até por desconhecimento dos usuários.

Na minha opinião, esse é um erro estratégico dessas grandes empresas, pois no mundo de hoje não há espaço mais para padrões proprietários. Existem programas de conversão de um padrão para outro (os CODECs), mas sempre há perda de qualidade. O mercado é grande, já, mas poderia ser imenso se houvesse um padrão global aceito por todas as empresas, como é a porta USB como conectividade de aparelhos digitais.

Enquanto persistirem padrões concorrentes, uma ou outra empresa podem se beneficiar. No caso atual, parece até que há uma divisão de mercado, à las gangues mafiosas, com a Microsoft ficando com os computadores, a Apple com os players de música e a Nokia com os celulares. Mas, como elas competem entre si nesses 3 ramos, esperamos ver uma sangrenta batalha, onde o vencedor, certamante, não será o público consumidor.

Memórias Flash: Chegando para ficar!

O tema vem do ouvinte Luciano, que pergunta sobre memórias flash, uma tendência que parece inevitável e pode substituir os HD nos computadores. Poder, pode, mas vai levar tempo, por causa do custo.

Aliás, hoje já usamos memórias flash em nossas câmeras digitais, players de música e vídeo, telefones celulares e tudo aquilo que 'guarda' informações digitais. O seu estado mais puro é um pen-drive, que nada mais faz do que armazenar dados. Ou quase isso... Hoje você pode carregar um pen-drive de vários Gb e pouquíssimos gramas com seus arquivos de computador, mais um pedaço do sistema operacional de modo que, pedindo licença, você pode ter o 'seu' computador em qualquer máquina, sem que as informações sensíveis sejam partilhadas.

É uma alternativa viável, mas... cuidado! Ao contrário dos disco s magnéticos, as memórias flash dificultam a ação de recuperação de dados, em caso de apagamento acidental ou não. Sem contar que, por serem pequenos e fáceis de perder, são alvos fáceis para serem garfados.

Os computadores portáteis já oferecem a opção de memória auxiliar usando a tecnologia flash, seja para complementar o disco magnético, seja para substituí-lo totalmente. As vantagens maiores são a rapidez do acesso, o peso menor e o consumo de energia quase desprezível. Mas o bom e velho HD está quase de graça, logo, ainda vai ter vida longa.

Por uma centena de reais, já se pode ter um pen-drive bem parrudinho, mas é preciso, no mínimo, ter um back-up sempre dos dados, se possível tê-los armazenados com criptografia e, de prefeência, pendurado ao pescoço como se fosse um crachá.

Nos demais dispositivos, então, as memórias flash chegaram e dominaram. A maioria dos telefones celulares usam esse tipo de memória para armazenamento em massa, e, com um tamanho menor do que uma unha da mão, é possível guardar mais de 1Gb!