domingo, 15 de fevereiro de 2009

Vídeo conferência sobre IP: Maduro e muito barato.

Já comentamos aqui sobre as vantagens de usarmos telefonia e vídeo pela internet, usando programas gratuitos como o Skype. Pois bem, se você ainda não usa, deveria estar usando.

Eu ia só contar que na Sigma Dataserv Informática, empresa que trabalho, já usamos rotineiramente o Skype para mensagens de texto e de voz entre nossos colaboradores em nossas bases operacionais de Curitiba, Ourinhos e Brasília, assim como também com clientes e parceiros.

Agora também implantamos facilidades de vídeo conferência nos três escritórios, usando o Skype, e, em cada base, uma TV de 42”, uma webcam e um microfone. Custo de instalação, por base: menos de R$ 2.500,00. Retorno sobre o investimento: menos de 2 meses, só com economia de custos de viagens e estadias.

Pois bem, eu estava, neste final de semana, zapeando a TV quando vi um programa da Oprah Winfrey, entrevistando a Kate Blanchett e o Brad Pitt, e as perguntas dos telespectadores eram feitas por vídeo, usando o Skype, e em alta definição. Resultado espetacular! Detalhe: a Oprah já usa esse recurso em seu programa e em seu webcast há quase um ano, só que eu não sou espectador assíduo de seu programa, confesso. Ela já até deu aulas sobre como usar o Skype, e, se você domina razoavelmente o inglês, pode acessar www.oprah.com e dar uma busca pela palavra Skype.

Nossa ouvinte e leitora do blog Allexandra, do Batel, manda mensagem sobre esse mesmo programa e pergunta se a qualidade da imagem não é por causa do patrocínio do Skype no programa da Oprah. Não, Allexandra, ali é merchandising, que, embora não deixe de pingar uma graninha na conta da emissora e na da apresentadora, testa o serviço em tempo real. É claro que a banda da internet é larga, mas nada diferente daquela que já dispomos aqui no Brasil, talvez acima de 2Mb, para ter aquela qualidade.

Mas o impressionante é a qualidade de áudio e vídeo. Minha pergunta feita da outra vez continua de pé: porque no Brasil ainda se usa timidamente um recurso tão poderoso quanto esse do Skype vídeo, que, além de tudo, é grátis? E outra, derivada da observação minha e da Allexandra:

Por quê as emissoras de TV não usam essa ferramenta nos programas que envolvem telespectadores, em vez daquelas cavernosas vozes de telefone comum?

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Informe Publicitário para ser lido

Enfim, um aviso padrão Big Brother, o do George Orwell: As principais revistas e jornais do mundo publicam um Informe Publicitário (daqueles mal diagramados, que ninguém lê) alertando aos cidadãos do mundo que tenham publicado um livro, um encarte e outros assemelhados, até 5 de janeiro de 2009, ou mesmo depois, que o Google -esse mesmo- se reserva o direito de digitalizar tudo que foi escrito no mundo. Se esse é seu caso, como autor ou como editor, eis aqui suas opções:

1- Você adere pela internet a um documento global, chamado Acordo de direitos autorais da Pesquisa de Livros do Google, renunciando a qualquer litígio com o Google. Em contrapartida, ele paga a você 63% das rendas advindas da cobrança através do Google, de direitos autorais;
2- Você pode contestar ou comentar o acordo até 5 de maio próximo;
3- Você pode não assinar o acordo e reservar-se o direito de processar o Google individualmente;
4- Você pode apresentar uma ação judicial individual para indenização em dinheiro, se achar que tem esse direito.

Não, caro leitor do blog, você não está lendo uma peça de ficção. Esse é um quadro real! O Google definiu a estratégia de colocar na internet praticamente todo o conteúdo escrito pelo homem, naturalmente aquele que seu time selecionar. Uma parte considerável desse acervo já está disponível ou será disponibilizado em breve.

Das múltiplas brigas judiciais nos Estados Unidos e em outros países resultou um acordo guarda-chuva (esse do ítem 1), para o qual o Google destinou módicos US$ 34,5 milhões para pagar demandantes que já aderiram ao acordo e mais pelo menos US$ 45 milhões para futuras demandas até o final do prazo de subscrição do acordo, 5 de maio de 2009.

Eu não me lembro de ter visto um Informe Publictário de uma empresa destinado a todos os habitantes da Terra, mas sempre há a primeira vez...

Se você duvida, acesse http://www.googlebooksettlement.com/ ou ligue grátis para 0800-891-7626.

Mas o resumo da ópera é que o jogo aparentmente mudou, com esse anúncio do Google. Depois de algumas brigas, ele passou à ofensiva, embora reconhecendo que deve pagar alguma coisa.

É impossível, na presente data, prever o que pode acontecer, até porque esse acordo ainda está pendente de aprovação nas cortes americanas.

Para mim, fica um recado muito claro: de um jeito ou de outro, uma parte mais do que majoritária do conhecimento humano já publicado será disponibilizado pela internet, quase sempre pago pelos links patrocinados do Google, e em alguns casos por assinaturas bancadas por leitores interessados, através de assinaturas.

Alguém disposto a encarar?

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Afinal, a Internet Ajuda ou Atrapalha a Aquisição de Conhecimento?

A facilidade com que podemos acessar o Google ou a Wikipedia nos dias de hoje, com banda larga e 3G levanta ardorosos debates sobre as vantagens e as desvantagens de termos tanta facilidade de acesso à informação e se isso é bom ou ruim.

Eu comprei, no início de minha vida adulta a Enciclopaedia Britannica, à época a grande fonte de conhecimento condensado, genérico. Eram 25 volumes ricamente encadernados e que consumiram parte não desprezível de meu orçamento de recém casado. Era quase o preço de um fusca... Junto com ela, veio uma réplica da 1ª edição da Britannica, de 200 anos antes, com 3 volumes.

Uma conta feita em guardanapo de boteco mostra que a principal enciclopédia mundial cresceu 8 vezes em 200 anos. De 1968 para cá, com a internet, a Wikipedia tomou o lugar da veneranda enciclopédia, esta aliás produzida em Chicago, e conta, na data em que faço o comentário, com mais de 2.722.000 artigos escritos sobre os mais variados temas, com os verbetes comentados e muita coisa em áudio e vídeo. E tudo isso a um clique do mouse e, mais do que tudo, grátis. E com muitas outras opções de consultas a outras fontes.

Muitos estudiosos, os acadêmicos em especial criticam –com razão- a qualidade média das informações assim obtidas pela internet.

Na internet, porém, também temos acesso a informações e acervos das principais bibliotecas e dos mais importantes museus do mundo; podemos conversar e consultar especialistas de todas as disciplinas de conhecimento humano, às vezes pagando, é certo, mas com um grau de universalização nunca visto, e crescendo de forma exponencial.

Os jovens, especialmente os nascidos neste milênio serão, por definição, 100% digitais. Mostrar a eles uma Britannica de 1980 é o mesmo que mostrar a Pedra de Roseta a um estudante de 30 anos atrás. Fascinante, mas pouco para os dias de hoje.

Creio que o eixo da discussão fica torto quando tenta definir se a facilidade de acesso e a abundância de informações na internet é algo bom ou ruim, certo ou errado, se deve ou não ser filtrado.

Não há como coibir o acesso à informação pela internet. Transformá-la em conhecimento útil é outro departamento, mas o acesso veio para ficar e cada vez mais será universal.

O que vemos é uma competição cada vez maior pela oferta de bons conteúdos, mas também uma enorme disponibilização de lixo e conteúdo malicioso. Ajudar aos internautas na tarefa de filtrar o que serve e o que é ruim é algo ainda pouco trabalhado, e aqui fica o desafio aos estudiosos do ramo.

E os mestres, e o conhecimento estruturado que as universidades e centros de pesquisa disponibilizam? E os livros de papel? Ora, todos eles cada vez mais serão procurados, por serem mais acessíveis. Nunca tantos estudaram em cursos formais nem leram tantos livros como na era da internet...

Vamos abandonar o falso dilema?