sábado, 29 de agosto de 2009

O Cérebro de um Jazzista, avaliado digitalmente

O debate da CBN Curitiba deste sábado, 29/08. foi sobre "como usar bem seu cérebro", que você pode ouvir clicando aqui. Estava ladeado por duas feras em cérebro, o neurocirurgião Luiz Ernani Madalozzo, e o neuropediatra Nelson Guerchon, com a provocante moderação do Álvaro Borba. Aprendi muito!

O debate foi tão envolvente e com tamanha participação de ouvintes que acabei não podendo falar do tópico que agora posto aqui no blog, o estudo feito na escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, sobre o cérbro de um músico de jazz quando está tocando e, especialmente, quando improvisa.

Esse tema cabe no blog por dois motivos: (a) ele foi baseado em dados de um aparelho de resonância magnética funcional, um computador extremamente sofisticado (a sigla é fMRI) que (b) estava grudado nas cabeças de músicos fazendo improvisações jazzísticas (é que eu gosto muito de jazz...).. Se você clicou no link do estudo, você acessou o artigo original. Mas aqui eu vou resumi-lo e elaborar um pouco sobre o mesmo. As conclusões em itálico são minhas, como especialista em tecnologia digital e fã de jazz.

Uma dupla de pesquisadores americanos, um da Universidade Johns Hopkins (este também um jazzista) e outro do governo, descobriram que quando os músicos improvisam, seus cérebros "desligam áreas ligadas à autocensura e à inibição e liberam o fluxo de auto-expressão".

O interessante do estudo são as conclusões sobre as possíveis alterações durante o estado de quase transe que os músicos entram na fase do improviso espontâneo. Seis diferentes pianistas de jazz fizeram suas artes em um teclado especialmente projetado para evitar interferências do fMRI, todos dentro de um mesmo roteiro, gerando uma boa amostra para a pesquisa. É, os temas e a sequência de quatro exercícios foram iguais para os seis músicos, mas os improvisos diferentes, claro!

O pesquisador/músico Dr. Charles J. Limb faz um comentário interessante, ao dizer que
"... de repente, o músico está gerando música que nunca antes foi ouvida, pensada, praticada ou tocada..."

Eu não entendo muito de anatomia cerebral, mas a parte frontal do cérebro desses músicos - o cortex pré-frontal dorsolateral, no jargão médico- teve sua atividade reduzida durante os improvisos. É essa a área ligada à auto-censura, como quando você vai medir cuidadosamente as palavras durante uma entrevista para avaliação de desempenho no seu emprego, por exemplo. Se essa área está inibida, seus atos nem tanto.

De outro lado, o cortex medial prefrontal cortex teve sua atividade aumentada. É essa parte do cérebro que tem a ver com a individualidade.

Como o perfil de atividade cerebral dos músicos foi semelhante, um melhor entendimento dos comandos do cérebro foi possível, usando uma gostosa experiência uunindo tecnologia digital, medicina e música.


Os detalhes desse estudo podem ser conferidos no artigo original, e mais nos links abaixo:

http://hopkinsmedicine.org/otolaryngology/limb.html
http://www.hopkinsmedicine.org/otolaryngology/
http://www.peabody.jhu.edu/
http://www.peabody.jhu.edu/jazz

Mas, aqui o blog é de tecnologia, então eu faço a reflexão sobre os avanços da tecnologia digital, todas concebidas com o engenho decorrente dessa maravilha que é o cérebro humano, que nos permitem conhecer melhor o cérebro e todo o resto do corpo humano. Com aparelhos cada vez mais sofisticados, entenderemos cada vez melhor o cérebro, e isso pode resultar em melhores diagnósticos e melhores e mais precisos procedimentos médicos.

Mas parece óbvio que jamais chegaremos a entender tudo. E a máquina, por mais poderosa que seja, jamais chegará à perfeição do cérebro humano. Sem mais elaborações filosóficas...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Banda Larga: essa velocidade contratada é real?

Você já percebeu como a internet anda lenta, mesmo com a super banda larga que você contratou? E que ela se parece com o trânsito da cidade às 6 da tarde de um dia de chuva? Já ouvi até comentários do tipo "ai que saudades da internet discada!". E aí, que fazer?

Na verdade, a maioria dos serviços de internet banda larga oferecem uma velocidade nominal, com a capacidade da conexão e do modem de chegar, no mínimo, à velocidade de referência. Mas, na prática, o que acontece é que você terá uma velocidade de download máxima por volta de 70% da velocidade nominal e a de upload metade disso. Traduzindo: Se você contratou um serviço de 3Mb, por exemplo, deve se contentar em ter uma velocidade de download perto de 2Mb e de upload de 1Mb, quando as condições de tráfego dos pacotinhos estiver boa.

Picaretagem? Não... você não deve ter lido -como a imensa maioria dos internautas- o contrato de adesão. A velocidade da banda não é garantida para a maioria dos acessos contratados. Aliás, se você quer banda com velocidade e disponibilidade garantidas, você vai pagar um preço bem maior. Os provedores que trabalham com esse conceito oferecem um contrato de SLA (Service Level Agreement, ou Acordo de Nível de Serviço), onde esses parâmetros têm garantia assegurada dentro do que você estabelece com o fornecedor.

Mas e aí, não posso contratar uma banda "mais larga" sem garantia e ter a velocidade que quero? Em tese, sim, mas na prática, bem na hora que você quer baixar aquele vídeo ele vai engasgar, pois o tráfego está pesado e você não tem aquela via exclusiva de quem tem a banda garantida. Exatamente como no trânsito urbano...

Existe um programa para Windows que é o DU Meter, que serve exatamente para o internauta gerenciar a conexão de internet.

Sua tela apresenta relginhos que mostram a velocidade da conexão de downloads e de uploads, como no painel de um carro. E como opera em tempo real, você terá sempre uma idéia de como vai seu tráfego na internet.

Como ele é um programa shareware, você tem um período de avaliação gratuito, mas o suficiente para avaliar sua conexão e rever seu contrato com o provedor, eventualmente. Se quiser mantê-lo permanentemente, deve pagar uma taxa de aproximadamente US$ 25,00, que pode ser debitada em seu cartão de crédito.

É interessante a funcionalidade que mede o consumo da banda de internet. Outro recurso é o da análise do perfil de sua navegação na internet e fornece uma previsão do consumo de megabytes baixados durante cada dia da semana. Isso é útil se você tem um contrato que dá um limite de consumo em um dado período.

Se quiser avaliar/comprar o DU Meter, clique aqui.

Mas você pode também otimizar seus downloads da internet, coisa que consome muito de sua banda. O Orbit Downloader é um programinha gratuito que otimiza e divide o arquivo a ser baixado em pedaços menores faz com que a velocidade aumente de 40% ou mais, especialmente em downloads maiores.

Ele tem uma funcionalidade interessante que é o agendamento de downloads, que podem ser feitos fora do horário de sua navegação, ganhando tempo para seu sono, por exemplo. E ele tem a funcionalidade de baixar vídeos do YouTube e do Google Videos, de você pretende armazená-los em casa.

Então, resumindo:

1- Leia seu contrato de adesão ao provedor de serviço de acesso antes de reclamar;
2- Monitore a velocidade de seu acesso
3- Otimize seu tempo de uso da internet e de espera por downloads/uploads

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Bateria do iPhone: Meia Boca

Antes de mais nada, declaro ser um fã de carteirinha da Apple e do Steve Jobs. Já fui até rotulado de "Comentarista Sectário", por só falar bem dos produtos e da tecnologia da Apple.

Pode ser, mas é fato que a Apple torna seus produtos e serviços únicos no mundo, por ter um apelo de beleza, praticidade, funcionalidade e, sobretudo, charme, muito charme.

Na safra recente dos Mac, iPod e iPhones, é uma boa surpresa atrás da outra - ou quase - mas o iPhone 3G, o mais vendido de todos os smartphones nos ultimos 12 meses, tem um ponto fraco: a duração da bateria.

Em uso normal, ela precisa ser recarregada diariamente, lembrando os nada saudosos tempos do celular analógico. Não por acaso, os acessórios que mais fazem sucesso, depois das capas de silicone são os carregadores de bateria para carro e as "piggyback batteries" uma delas no formato de uma capa, um pouco mais grossa e pesada, mas que dá mais algumas dezenas de minutos de autonomia.

Já ouvi o argumento que, afinal, o iPhone não é apenas um celular ou mesmo um smartphone. Na verdade, é uma nova e completa plataforma digital, um verdadeiro canivete suiço da era da internet. Tudo isso é verdade, mas nos concorrentes que emulam o iPhone, a bateria é mais durável.

Já li que o sistema operacional 3.0 do iPhone deveria ser mais econômico no consumo de energia (versão da Apple), mas os usuários, de modo geral, seguem se queixando, do mesmo jeito.

No meu caso, vou trocar a bateria do meu antes mesmo de um ano de uso. E o "saco" é ter de levar na autorizada para fazer essa operação simples em qualquer outro aparelho, pois, no caso do iPhone, leigos não podem abrí-lo nem mesmo para instalar uma simples bateria.

Provavelmente terei uma surpresa quanto ao preço... Mas será menos ruim do que a que ouvi de um vendedor em uma loja da Apple, que me recomendou usar o iPhone mais como telefone e a desabilitar as funções 3G e WiFi, que a bateria duraria mais.

Pode ser, mas assim eu não preciso do iPhone. E a Apple não pode se dar ao luxo de ter vendedores que pedem para você não usar o aparelho para aquelas funções que fazem do iPhone um produto diferenciado nesse tão competitivo mercado.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Reinventando Profissões na era da Gripe A

Leio que o consumo de combustível caiu 30% em relação a iguais períodos anteriores, por conta da Gripe A. Ou seja, o ar que respiramos, o (des)aquecimento global e até o tempo que não desperdiçamos agradecem.


Não seria o caso de tentarmos reinventar algumas profissões que podem dispensar deslocamentos, ou, em outras palavras, aproveitar a deixa da gripe A e dar uma de buscar benefícios?

Dois motivos impedem que avancemos nesse tópico, nenhum deles imexível, como diria o Magri. O primeiro tem a ver com a própria acomodação do ser humano a situações de conforto. "Sempre foi assim" e pronto! O outro é nossa arrastada e tabugenta* CLT, que dificulta o trabalho em casa.


Há pouco, postei no meu Twitter a seguinte reflexão: Cúmulo do desperdício: sair de casa aqui, outro sai de casa em SP, cada um vai ao escritório para conversar pelo Skype: Aquecimento global

Quantos de nós fazemos tarefas que implicam em deslocamentos desnecessários, que consomem boa parte de nosso tempo, de nossa paciência e, por que não, de nosso suado dinheirinho?

Vou chutar, sem medo de estar errando por muito, que 80% ou mais de todas as tarefas internas de um escritório não precisam de presença fisica, em tempo de internet, de "cloud computing"... Hein? Hein? Basta usar com intensidade e sem preconceitos essas tecnologias digitais que tanto aplaudimos, mas no formato e com as premissas do século atual.

Acho que vou mandar esse link para os congressitas do Paraná. Numa dessas, algum deles propõe a boa discussão, e, de for viável, emplacamos um bom benefício da tal da Gripe A. Antes que venha a Gripe B, a Gripe C... (ou as eleições de 2010)

======
*tabugenta: neologismo criado aqui de meu home-office. Fusão de tabu com rabugenta. Para mim, dois atributos de nossa CLT. Talvez a Gripe A nos dê o impulso necessário a modificá-la nesse tópico. Alguém no Congresso de habilita?

Gripe A: Fique em casa, e... curta as crianças

Em tempos de gripe A, aulas suspensas, a criançada em casa, fora de período de ferias... Isso pode ter dado um nó em sua organização diária, especialmente se mãe e pai trabalham o dia inteiro.

O que fazer com a turminha, em especial aquelas até 5, 6 anos? Pois bem, em vez de deixá-los passivamente vendo TV, que tal fazê-los aprender coisas úteis e, ao mesmo tempo, ter um pouco de boa diversão interativa?

Um jeito fácil é usar sua conexão à internet para acessar os principais canais infantis, alguns com conteúdo interativo muito interessante. E, mais do que tudo, a meninada vai se identificar com seus personagens favoritos, enquanto aprende, usando a internet e o computador, ferramentas naturais para essa geração.

Dentre os de melhor conteúdo, destaco os seguintes:

Discovery Kids
Cartoon Network
Boomerang
Disney
Disney XD
TV Cultura

Alguns deles têm conteúdos que pecam pela tradução, ou até mesmo são um pouco alienígenas para nossa cultura, mas é inegável que podem entreter e ensinar.

Particularmente eu gosto muito da Discovery Kids, ou melhor, minha neta gosta muito, e eu fico positivamente surpreso pelo conteúdo bem produzido, de bom apelo, com um excelente didática, que deixa a criançada plugada em coisa produtiva, no modo interativo.

domingo, 2 de agosto de 2009

Microsoft + Yahoo! = Consolidação King Size

O anúncio de cooperação entre Microsoft e Yahoo! marca a capitulação de dois gigantes do mundo digital ante o novo rei, o Google. Embora nenhuma das duas empresas tenham inventado nada de novo, foi a Microsoft que liderou o boom da computação pessoal e o Yahoo! que popularizou a busca de informações na internet.

Cada uma a seu tempo e a seu jeito, Microsoft permitiu a massificação do computador pessoal primeiro com o MS-DOS e depois com o Windows; o Yahoo! transformou a busca na internet de uma tarefa de apoio em big business.

O que ocorreu em 29 de julho passado foi o anúncio de que a Microsoft passa a administrar os serviços de busca do Yahoo!, muito embora aquela tenha lançado há poucas semanas o Bing, como "novo" e "revolucionário" mecanismo de busca.

O fato é que os anúncios feitos pelas empresas causaram pouca surpresa, e pareceram algo até envergonhado, conforme podemos ver nos links acima.

Bem contado, não devemos esperar grandes novidades. As ações do Google na bolsa pouco se mexeram, e o mundo digital segue seu curso normal, buscando no Google e usando os sistemas operacionais e aplicativos da Microsoft, ao menos por enquanto.

É duvidosa a estratégia dessa união de interesses, pois é pouco provável que a Microsoft consiga injetar adrenalina nas buscas do Yahoo!, visto que está às voltas com a sucessão de seu pesado e mal sucedido Vista para o Windows 7, e defender sua fonte primária de lucros parece ser sua prioridade número 1.

Do lado do Yahoo!, focar na ampliação de renda e rentabilidade com anúncios online não parece tampouco algo viável, pois a empresa vai carecer de uma base de receita para alavancar novas formas de negócios.

O mais provável é que, num futuro não distante, haja uma efetiva fusão das empresas, ou uma aquisição pura e simples do Yahoo! pela Microsoft, mas sem gerar muita sinergia.

Vamos esperar para ver, mas esse negócio parece que gerou mais espuma do que onda.