sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Twitter e as Eleições: Regras para não cair no vazio

Em postagem anterior, coloquei minhas dúvidas sobre se e como o Twitter seria eficaz na campanha de 2010, visto que, por enquanto, os potenciais candidatos apenas estão em fase de aquecimento.  Então, vamos lá!

Se você é candidato, ou pretende ajudar algum candidato ou algum partido, dá para seguir os dez conselhos abaixo. Mas, sobretudo, nunca improvise.

  1. Coloque o Currículo do candidato em 140 caracteres, descontados os do link para o site onde estará mais detalhado. Mas essas cento e pouca letras precisam ser boladas com maestria, para não cair no lugar comum.  Essa tuitada deve ser repetida até pegar, mas cuidado para não ser chato e cansativo
  2. Coloque um link especial para as realizações, especialmente se o candidato já ocupou cargo similar.  Aqui a chamada também é importante
  3. Justifique suas alianças em tuitadas regulares, esperando receber apoios e críticas. Entenda que, se nada ocorrer, sua mensagem está vazia, mesmo com milhares de seguidores
  4. Coloque os tópicos de seus compromissos de campanha. Registre-os, se você acha relevante, mas o que for postado na internet fica registrado pelo Google, no mínimo, de forma precisa. Verifique a coerIencia com o que está no programa de seu partido ou coalizão
  5. Busque seguidores específicos que possam propagar cada tópico relevante de sua campanha e também gerar novos seguidores
  6. Crie perfís em redes sociais como Orkut e Facebook, ligados a seu perfil do Twitter para amplificar debate e colaborações.  Mantenha-os sempre vivos e atualizados
  7. Procure achar uma forma de catalizar doações de campanha pela internet, dentro da lei.  Mesmo que elas não sejam expressivas, isso ajuda a ter mais transparência e estimula a criação de uma cultura sadia de participação do eleitor nas doações de campanha
  8. O portal de sua campanha deve ser o repositório de todas as informações necessárias, e deve estar muito bem conectado com o Twitter. As tuitadas podem e devem ser, na maioria, geradas automaticamente pela atualização de conteúdo do portal.
  9. Não deixe de usar o Twitter, mas, mesmo que seja muito bem usado, não espere que ele seja a tábua de salvação.  Provavelmente quem não usar estará no prejuizo, ou seja, usar é quase que uma obrigação.  Assim, use-o bem, com apoio profissional
  10. Comece a trabalhar em sua estratégia do Twitter desde já, mesmo antes das convenções. Tem muito espaço para fazer coisas boas. O que está por aí é fraco...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Twitter: Fatos, Mitos e Comentários

Com cerca de 70 milhões de usuários, o microblog Twitter virou a mais recente febre entre os internautas. Os brasileiros, tradicionais marcadores de território na internet e nas redes sociais, respondem por quase 20% desse total, enquanto representam menos de 2% de todos os usuários globais da rede.


Então, o Twitter chegou para acabar com os blogs, os portais, as ferramentas de mensagens instantâneas e com os veículos tradicionais de comunicação? E como estamos usando o Twitter aqui em nossas plagas? O Twitter fará a diferença como ferramenta de comunicação nas eleições de outubro no Brasil?

Fatos:
  • O brasileiro fica mais tempo na internet, e adora as redes sociais.  Empresas, organizações sociais e indivíduos que descobriram isso estão se dando bem;
  • O Twitter é apenas mais uma ferramenta de comunicação on-line, não o aplicativo matador que alguns imaginam um dia venha a existir para substituir todos os demais;
  • O Twitter é pouco entendido pelos políticos locais, que acham que com modos convencionais (ao menos os das convenções da terrinha) podem replicar o fenômeno de comunicação e de campanha de Barack Obama em 2008;
  • O Twitter mostra ser poderoso se usado com foco e parcimônia, para atingir objetivos eficazes;
  • O Twitter sozinho, assim como a andorinha, não faz verão. Nem qualquer outra estação do ano
  • Eis os números comparativos de seguidores (followers) de Obama e dos principais postulantes ao governo do Paraná mais o atual governador, provável candidato ao Senado (na hora da presente postagem):
Mitos:
  • Quanto maior a quantidade de postagens no Twitter, maior a chance de sucesso
  • Quanto maior o número de seguidores, mais popular é o perfil
  • Obama é Obama, aqui a realidade é outra
Comentários:

Nos dias de hoje, é praticamente impossível imaginar uma estratégia bem sucedida de uma campanha, seja ela corporativa, institucional, política, eleitoral ou mesmo individual que não tenha o Twitter como uma variável ao menos considerada

Também fica óbvio que micro mensagens repetitivas, do tipo dizendo que vai formir ou almoçar, e as de agressão ou auto elogio tendem a restringir os seguidores aos que já percebem algum valor na figura do tuiteiro.

A grande vantagem do Twitter parece ser a capacidade de chegar, de forma direta e rápida, a uma audiência que vai receber as mensagens em tempo real, inclusive em seus celulares.

A mesma fecilidade de fazer chegar uma mensagem a milhares (ou milhões...) de seguidores faz com que o receptor, ao perceber conteúdo repetitivo, inverídico ou raivoso se afaste, bloqueando ou eliminando o tuiteiro inconveniente

O Twitter é uma ferramenta extremamente poderosa se usada em conjunto com as demais disponíveis, inclusive as tradicionais.

Por enquanto, estou muito cético com relação ao que verifico no perfil dos nossos políticos que vão correr o trecho em outubro, a cata de um cargo eletivo majoritário.  Nada que não possa mudar, seja o que os ditos estejam propondo ou demonstrando em suas mensagens, seja minha opinião.

O case eleitoral de Barack Obama e o uso das redes sociais, especialmente o Twitter e o Facebook já virou até livro e teses acadêmicas importantes.  Embora a nossa realidade seja diferente, assim como a legislação eleitoral, vale refletir. Para que os candidatos não se frustrem e não afastem os eleitores.

O que vai funcionar são as tuitadas com links para propostas de campanha, endereços de comitês, acesso a agendas de eventos e contatos de responsáveis por campanha. Vai funcionar também quem tiver coragem de abrir as contas à população, chamando pelo Twitter para o acesso aos números.

OK, mas a campanha não está nas ruas, ao menos oficialmente... Então talvez a melhor estratégia inicial fosse o silêncio, ao menos para poupar o tempo de quem tuita e de quem recebe.  Mas nada impede que hajam propostas, conceitos lançados para discussão, independente de candidaturas.

Que tal começar?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Descompasso Mental

Estranho o mundo da tecnologia digital... Os avanços ocorridos crescem exponencialmente, ao passo que os preços –quase sempre- despencam, fazendo com que cada vez mais pessoas tenham acesso às maravilhas do progresso tecnológico.

No Brasil, já existem mais celulares do que habitantes, conexões à internet por banda larga já superam os 40 milhões, sem contar a turma que usa a rede 3G, o iPod e concorrentes redefiniram a forma como ouvimos música e o YouTube exibe 1 bilhão de vídeos ao dia.

Para as casas, a venda de televisores LCD, LED ou plasma já domina o mercado, e há dificuldades em explicar às novas gerações o que é um rolo de filme de uma câmera fotográfica analógica.

Provavelmente, uma criança média com 10 anos de idade nos dias de hoje (nascida no novo milênio) já tirou mais fotos do que seus pais até o final do século XX, e com certeza mais do que a soma de todas as fotos tiradas pela turma de faculdade dos avós até o nascimento de seus filhos.

SMS, MMS, Google, Orkut, Twitter, Gigabyte, Wikipedia, Smartphone e tantas outras palavras e siglas que não existiam há poucos anos agora são comuns.

Eu costumo dizer que é difícil explicar aos mais jovens que antigamente, o telefone era caro, raro,  tinha disco, raramente falava e ficava pendurado na parede, que já houve um tempo sem internet e que o grande bolachão de vinil não é um "DVDzão”. Mais fácil contar que não existe Papai Noel.

Até aqui, nada de muito novo, em termos de constatações. Mas o que vejo é que os cidadãos digitais desse século XXI aderem muito rapidamente a essas novidades enquanto pessoas físicas. Já no mundo corporativo a coisa é muito mais lenta.

Como a velocidade dessas mudanças cresce cada vez mais, o descompasso entre o mundo pessoal e corporativo, como regra, segue aumentando.

Claro está que existem excessões e muitas empresas buscam atualizações de seus produtos e processos usando intensivamente a tecnologia digital. Mas elas são minoria.

Provocação feita, como está você nesse cenário? Tome como referência você apenas como indivíduo e se atribua um 10, no quesito de uso de tecnologias digitais. Exclua a atividade profissional.

Agora dê uma nota para sua atividade digital no trabalho. E outra para a média de sua empresa.

Surpreso? Pois é, se você é como a maioria dos mortais, você é mais digital em casa do que no trabalho. Por óbvio, você poderia ser muito mais produtivo...


Como consequência, podemos dizer que aqui existem muitas oportunidades a explorar!

Pense nisso!

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Internet 2009: Imagem é o nome do jogo

A postagem de 25 de janeiro abordou os números impressionantes de internautas, e-mails e coisas que atormentam o cidadão digital, como spam, virus e afins.


Na esteira do lançamento -muito criticado pela maioria dos analistas- do iPad da Apple, cabe colocar o tema das imagens na internet, seus volumes e tendências, e mostrar que o iPad talvez acabe fazendo sucesso.

Vamos aos números de 2009:

Imagens

  • 4 bilhões – Fotos no Flickr (Outubro)
  • 2.5 bilhões – Fotos novas carregadas por mês no Facebook, ou 30 bilhões/ano

Vídeos

  • 1 bilhão – Média diária de vídeos exibidos por dia no YouTube
  • 182 – Número de videos online que o internauta americano acessa por mês
  • 82% – Percentagem de internautas americanos que assistem a videos online na Internet
Livros
  • 52% -  Percentagem de eBooks vendidos pela Amazon em dezembro (48% de papel)
Esses números ilustram a importância predominantes das imagens na internet. Qualquer evento local ou global de alguma repercussão aparecem antes no YouTube e depois nos telejornais. Na melhor das hipóteses, ao mesmo tempo.

Só o YouTube consome algo como 20% da banda total da internet.

Assim, dispositivos orientados à manipulação de imagens, que sejam de fácil manuseio e custo razoável, podem cair no gosto do cidadão digital. Ainda mais com o apelo da Apple.  E com a sua estratégia de marketing, por suposto.

Não por acaso, o iPad foi lançado em evento especial, e o "falando nisso" que fica para o final das apresentações do Steve Jobs ficou por conta da funcionalidade de leitor de eBooks, com a facilidade de ser a cores.

No final da semana passada, algumas editoras cancelaram seus contratos com a Amazon e assinaram com a Apple, até por conta de uma política de preços na nova iBookstore e margens mais interessantes.

Assim, enquanto os analistas reclamam do "iPhonão" que não tem isso, não faz aquilo, a Apple aproveita o sucesso das imagens na internet e apresenta o tablet mais completo do mercado, pronto para fotos, vídeos e livros, como nenhum outro.  E a preços extremamente competitivos.

Eu acho que o iPad vai emplacar e criar uma forte tendência para produtos semelhantes.  Vamos ver se a concorrência acorda.