segunda-feira, 26 de abril de 2010

iPad WiFi: "Test-Drive" em Miami

Neste sábado, 24, tive a oportunidade de fazer um test-drive em um iPad Wifi de 32Gb e... tive sensações mistas, que gostaria de compartilhar com meus amigos e amigas.

 Antes de mais nada, confesso meu viés de preferência por produtos da Apple.  E ao ver a Apple Store em Aventura, vi que a turma de Cupertino sabe o que faz, e com um movimento incrível de gente testando e comprando de tudo.

Mas o iPad, então, que eu previra antes que seria um sucesso total, e até ataquei os céticos, me deixou pensativo... Não quanto ao eventual fracasso do produto, mas vendo e testando ao vivo, que milagres ainda não estão na lista de produções de Steve Jobs.

O iPad é um pouco mais pesado do que eu imaginava, e com seu peso mais para o de um netbook do que para um Kindle ou um Nook, sua função para livros eletrônicos sobressai apenas pela função de cores, que os concorrentes não têm.  A tela com iluminação traseira por LEDs é muito boa, mas sua superfície de vidro pode trazer reflexos indesejados para leitura, por exemplo, na luz do sol, e cansaço visual para leitura com pouca luz.  Pena também que hajam ainda poucos títulos disponíveis, algo como 10% do que tem a Amazon.

Mas, para vídeos ele é extremamente competente e deve agradar os jovens. Também a exibicão de albuns de fotos é das melhores da indústria, contando com bons aplicativos de edição básica.

Os aplicativos do iPhone funcionam quase todos muito bem, ao menos os mais populares e óbvios. só que muitos deles sõ projetados para o telefone, e o iPad Wifi não tem capacidade de comunicação por voz.

Muitos criticam a falta da câmera, para fotos e video-conferência.  Eu compro a segunda parte da crítica, pois seria bom fazer video conferências com o Skype como se faz em um bom laptop. Mas sair andando com um iPad para tirar fotos, só para lambe-lambes nostálgicos, se é que alguém que for ler essa postagem jamais vu algum.

O principal ponto fraco do iPad WiFi, no entanto, é que ele só funciona sob os cones de sinal de hotspots com acesso à internet.  Isso é bom se você vai andar pouco com o iPad. O modelo 3G supera essa deficiência, e sua disponibilidade já a partir de sexta, 30/4 (com longas filas, por suposto), deve colocar o modelo WiFi num plano inferior.  Imagino que a Apple deva mesmo promover algum desconto para esses modelos, e devolução da diferença paga pelos quase 1.000.000 de "early adopters" que já deixaram sua graninha nas lojas e na internet.

O preço de $499, $599 e $699 dos modelos WiFi parece não haver assustado os compradores.  Isso valeu já mais de $500 milhões de receita em poucas semanas, o que não é desprezível.

Eu pensava em comprar um iPad Wifi. Mas como o 3G vai chegar sem necessidade de vínculo com a operadora, ou seja, seu preço não inclui atrelamento com planos subsidiados, acho que ele vai pegar mais do que o seu irmão pioneiro.

Arrisco dizer, sem ter visto, que o iPad 3G vai ser comprado pela maioria dos que se interessarem por essa proposta de um tablet. É esperar para ver.

Falando em esperar, faltou também ao iPad o sistema operacional 4G, já disponível para o iPhone, que, dentre outras vantagens, permite a abertura de mais de uma tarefa simultânea. Ficou para mais tarde, e será necessária uma atualização, que deve ocorrer sem traumas.

Ainda volto a falar do iPad daqui dos Estados Unidos, talvez na virada de abril para maio, com as notícias quentes do lançamento do iPad3G.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Usando Tecnologia Para Apagar Lampiões

Na virada do século 19 para o século 20, as cidades brasileiras começavam a ganhar iluminação elétrica nas ruas, substituindo os poéticos mas malcheirosos lampiões a gás ou querosene. Acabavam também os empregos dos acendedores desses lampiões, sem contar as românticas paqueras que faziam às domésticas.

Como o movimento sindical começava a engatinhar, houve pressão junto ao governo e às empresas para suspender a iluminação elétrica, por conta da legião de acendedores que seriam desempregados, deixando milhares de famílias sem pão.

Mais tarde, nos meados do século, apareceu o telefone com disco, que dispensava as telefonistas nas ligações locais. Nos anos 70, com a disseminação do DDD e do DDI, nem mesmo ligações interurbanas e internacionais precisavam de intermediárias humanas para completá-las.

Quando chegaram os computadores, a idéia era que, como “tudo que puder ser automatizado, será”, então milhões de empregos evaporariam.

Chegando a 2010, vemos que esses postos de trabalho deixaram –felizmente- de existir, ou migraram para outras formas, como, por exemplo, os milhões de operadores de call-centers que nos atormentam a vida e que não existiriam se não fossem os computadores e as comunicações automatizadas.

O número de empregos cresceu sempre com o avanço da tecnologia. Os reacionários contestadores da Revolução Industrial na Inglaterra do século 18 ficariam pasmos se pudessem antever o que ocorre nos dias de hoje.

Assim, falham redondamente desde sempre os analistas-profetas que baseiam suas predições na linearização do futuro em cima das condições do passado e do presente. Nada a ver...

Toda essa longa introdução é para mostrar que, via de regra, erramos ao projetar o futuro e traçar estratégias pessoais, profissionais e empresariais baseadas naquilo que já conhecemos ou no que o concorrente vem fazendo.

As grandes mudanças que transformaram o mundo não foram projetadas para tal. Um exemplo disso é a internet, que foi concebida como uma rede alternativa para o sistema de defesa norte-americano nos anos 60, dado o receio dos chefes militares de uma sabotagem dos inimigos soviéticos no sistema comercial de telecomunicações. Quando ela se espalhou e ficou muito cara e ociosa, houve a decisão de abri-la ao mercado.   O resto é história que pode ser checada na Wikipedia ou buscando as palavras-chave no Google.

Dois exemplos tecnológicos que valem a pena comentar para melhor ilustrar o ponto: Na década de 40, o presidente da IBM, Thomas Watson dizia que haveria um mercado global para, talvez, cinco computadores; nos anos 90, quando projetada a rede celular do Paraná, a estimativa dos técnicos era que mercado não comportaria mais que 5.000 aparelhos habilitados. Sem comentários.

Eu vejo, no mundo corporativo, um excesso de preocupação com a modernização de processos e projetos baseados na realidade pré-TI.  Não que usar computadores e internet seja uma furada, na maioria dos casos, mas o retorno sobre o investimento demora muito mais do que se imagina, muitas vezes criando não mais que uma camada adicional de burocracia com mais custos.

Poucos são os que pensam em inovar seus negócios com os recursos existentes da tecnologia da informação. Inovar de forma transformadora. Para provar esse ponto, basta pegar o ranking das maiores empresas globais ou brasileiras de 2009 e compará-las com as de 1999 e 1989, só para ficar nas duas últimas décadas. A brutal modificação dos nomes, dos ramos de atividade e da sede das empresas dá o que pensar.

Sem querer sugerir que caminhos tomar, pois se eu os conhecesse já os teria trilhado, mas será que não há uma atitude dos empresários de 2010 muito semelhante à dos acendedores dos lampiões de rua de um século atrás, enxergando só o retrovisor e não o que está à frente?

Pense nisso, ao planejar seus investimentos em tecnologia. Olhe o ranking das empresas como sugeri acima e pense de novo.

Acender e apagar lampiões empresariais em pleno século 21 é atraso de vida...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Televisores para a Copa, boa pedida, bons preços

Quem está "de olho" (literalmente) em um televisor de LCD, Plasma ou LED para assistir a Copa em alta definição, ou para dar de presente no Dia das Mães, acredite:  a hora é agora.

Os preços estão convidativos, e, numa faixa preoxima dos R$ 2.000 (para mais ou para menos), você pode ter um bom produto em casa.  Ouça a entrevista que dei ao Marcos Tosi, da CBN, sobre o tema.

Como as opções são muitas, vou tentar resumir como proceder para ter algo de valor em casa:

  1. A opção Full HD, que assegura a recepção de sinais em 1080p, o padrão máximo da TV digital brasileira assegura a imagem com a melhor definição possível
  2. Um aparelho com o conversor digital embutido evita uma caixinha adicional que custa uns R$ 250 em média, sem contar a fiozarada que precisa para conectá-lo.  O conversor de sinal digital assegura a recepcão das emissoras de TV aberta em alta definição, desde que com a antena adequada.
  3. O aparelho deve ter no mínimo duas entradas HDMI, uma para um disc-player BluRay, outra para um set-top de uma operadora de TV por assinatura. 
  4. Como esses televisores são fininhos e vão bem em uma parede, é bom que tenha conectores laterais para uso eventual, como mais uma porta HDMI, uma USB, uma video-composto e uma video-componente. Assim você poderá conectar a câmera fotográfica, a filmadora, o laptop ou praticamente qualquer dispositivo digital
  5. Veja se você consegue no pacote o suporte de parede para seu televisor. Isso economiza uns R$ 200
  6. A instalação deve ser feita por uma assistência técnica autorizada pelo fabricante
  7. Pense na opção de uma garantia estendida, normalmente oferecida pela loja. Pode valer a pena para um produto com uma expectativa de bom uso por mais de uma década
  8. E não se esqueça de ver se o que está dentro de suas expectativas é coerente com seu bolso. Não é um inestimento tão pequeno e, às vezes, uns extras como acesso a internet para ver videos do YouTube podem jogar o preço para cima e não valem o que você vai usar
  9. E, antes de fechar negócio, veja como anda o preço em outras lojas físicas ou virtuais.  A melhor época do mês para comprar é no final do mês, quando os lojstas já cumpriram suas metas de margem de lucro e precisam fechar os volumes de venda.  Também existem alguns produtos bem em conta nos finais de semana, especialmente para compras pela internet.

Boas compras!

sábado, 3 de abril de 2010

Chegou o iPad

O iPad, o slate computer da Apple, finalmente está nas lojas nos Estados Unidos a partir de hoje, em sua versão WiFi.  A versão WiFi + 3G chega no final do mês. No Brasil, a expectativa de disponibilidade é lá para o final de maio. Mas, afinal, vale a pena?



John Sutter, blogueiro da CNN que teve acesso ao iPad antes do lançamento, escreve um interessante tutorial sobre as 12 coisas que você deve saber antes de comprar um iPad (em inglês).

Como eu esperava, o produto vai ter sua prova de fogo no segmento dos livros digitais, onde concorre com o Kindle, da Amazon, e o Nook, da Barnes&Noble, ambos mais baratos. Já está lançada a briga dos prós (tela colorida, acelerômetro, 140.000 aplicativos do iPhone) e contras (a tecnologia eInk é superior à do iPad, a bateria não pode ser trocada), só para começar...

Mas inegavelmente o iPad chega com forte apelo aos estudantes, pois o mercado de livros digitais está em alta e os aplicativos do iPhone/iPod vão funcionar direto no iPad, além de exibir fotos e vídeos e tocar músicas com a qualidade que a Apple criou para liderar o mercado.

Um ponto que continua a dar razão aos críticos ferozes e sustos aos desavisados usuários é que o iPad também não vai rodar o Flash, da Adobe, disparado o mais popular e melhor exibidor de vídeos na internet.  Os otimistas acreditam que o mercado vai rapidamente migrar para o padrão HTML5, que dispensa um player proprietário, com o Flash, mas eu vejo que esse dia ainda vai demorar um bom par de anos, embora seja inevitável.

Enquanto isso, o jeito é conviver com essa limitação, razoável para quem acessa a internet.

Aqui no Brasil, alguns sites de comércio eletrônico já reservam o iPad básico por R$ 1.800, ou um pouco mais de US$ 1.000, mais do dobro do preço americano.  Aos afobados, um alerta: essas ofertas são de importadores independentes, e pode ser que não haja garantia e manutenção aqui. Para sair na frente economizando uns trocados, melhor trazer quando for aos Estados Unidos (cabe no limite de isenção de taxas alfandegárias).  Para estar seguro, o jeito é aguardar o lançamento entre nós.

Vamos acompanhar de perto como se sai o iPad.  Controverso por essas e outras razões, ele tanto pode ser mais um sucesso ou um novo fracasso da Apple. Com certeza ele não fica no meio termo.

Eu sigo apostando que o iPad vai ser um sucesso.  A conferir...