sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2011: Ano Digital Fraquinho...

Fazendo um resumo de 2011, sob a ótica de produtos e serviços digitais, o resultado não é muito inspirador.

Consolidaram-se os smartphones, que venderam aos borbotões e prometem mais em 2012; o mercado de tablets, inexistente estatisticamente em 2009 e que apresentou as grandes novidades em 2010, registrou em 2011 marca superior a 50 milhões de unidades vendidas, descontados os genéricos ching-ling, e promete superar os notebooks em unidades vendidas lá por 2013, 2014.

A notícia ruim de 2011 foi a morte de Steve Jobs. Parece que todo o mercado, não apenas a Apple, contentaram-se em produzir mais do mesmo do que praticamente inovar.

Será?

Se formos mais um pouquinho detalhistas, podemos garimpar avanços que, se não refletiram muito em nossa realidade de cidadãos digitais, vão causar novos tsunamis em cima dos conceitos de modernidade, versão 2011.

Na avaliação deste veterano blogueiro, a nova Constituição Digital será  consolidada em cima de três vetores:

A internet de banda larga cada vez mais larga e a custo cada vez menor, que possibilitará a maturidade das ofertas de cloud computing.
A tela sensível ao toque, que torna intuitiva a interção das pessoas com os dispositivos, e absolutamente natural aos pequeninos nascidos neste milênio, que precisarão cada vez menos de manuais de instrução e de explicações dos mais velhos;
As ferramentas de reconhecimento de voz chegando ao mainstream do uso, com a chegada do Siri, da Apple e de vários wannabes já surgindo, que tornam nossa comunicação com os dispositivos e, através deles, com outras pessoas cada vez mais simples e precisa.

Assim, 2011 se vai sem trazer novas excitações que vinham ocorrendo anualmente, pelo menos desde 2007, e que mudaram radicalmente a configuração do mundo digital e, porque não, do mundo como o conhecíamos. Mas, ao menos, aponta para as novas mudanças e para a consolidação do que já existe.

Do ponto de vista dos futuros historiadores, 2011 poderá ser encarado como o marco de uma nova era, mas, do ponto de vista de registros "arqueológicos", pouco terá a mostrar.

Então, Feliz 2012!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Redes Sociais são Manipuladoras?

Existem muitas teorias de conspirações, algumas pertinentes, outras nem tanto, sem conexão com a realidade.


O fenômeno recente das redes sociais trouxe à tona teses de manipulação de opinião, principalmente de jovens, que são os mais conectados, que serviriam de massa de manobra para interesses escusos, notadamente os de cunho político.

Matérias atribuidas ao patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, onde ele pega pesado nessa linha, e combate as redes sociais.

“A ingênua confiança de uma pessoa moderna na informação disponível em redes sociais, acompanhada pela desorientação moral e pelas perda de valores (morais) básicos tornam nossos jovens vulneráveis à manipulação”, teria dito o patriarca Kirill, segundo nota da Agência Estado.

Vamos por partes, como diria Jack, o Estripador



1- Manipulação: O Facebook, com cerca de 800 milhões de membros (mais de 10% da população do planeta ou cerca de 35% de todos os internautas conectados) ou mesmo o Twitter, que tem algo como um quarto desses totais, com certeza permitem a manipulação de mais gente, pelo simples fato que mais gente participa dessas redes do que de canais tradicionais, como jornais, rádios, TV aberta ou paga e mesmo as tradicionais correntes eletrônicas de e-mails ou de pps.

Pela mesma ótica dos números, a diversidade de opções existente na internet e nas redes sociais fazem com que o principal ingrediente de manipulação seja simplesmente a vontade de ser manipulado, de ser "Maria vai com as outras", ou, no gênero masculino, "Mário vai com os outros".

Ou seja, você só será manipulado pelas redes sociais se quiser ou se for muito desatento e preguiçoso. O mesmo não se aplica a outros canais de comunicação. É só ver, por exemplo, o conteúdo controlado que passou da Coréia do Norte durante as cerimônias de exéquias do líder (ditador? rei? dono?) Kim Jong-Il, com aquela multidão em pranto sincronizado.

No caso das recentes rebeliões populares na Tunísia, no Egito, no Iêmen, na Líbia, na Síria, as redes sociais foram usadas para manipular as massas ou as massas as usaram para comunicação entre si e dali para o mundo para manifestar sua insatisfação, por falta de opções de diálogo com os respectivos regimes?

E o Occupy Wall Street e o mais recente Occupy Facebook, são fenômenos de manipulação de gênios do mal contra o mercado financeiro e Mark Zuckerberg, respectivamente, ou expressam outras faces das moedas?

2- Jovens: Usa-se muito o argumento de que os jovens de hoje são alienados. Nada muito diferente do que se falava há 30, 40 ou 50 anos atrás. A diferença é que os jovens de hoje têm ao toque de um ou dois dedos toda a informação que precisam, e aprendem também a ver o outro lado de cada história. E os jovens das próximas décadas ainda mais informados e conectados, logo, em tese, menos influenciáveis por teses e doutrinas fabricadas em laboratório.

Eu acho que os velhos são muito mais alienados que os jovens. A conferir...

3- Controle das redes sociais: Quem propõe isso? Vamos desfilar aqui alguns nomes, que me passam pela cabeça, sem ordem de importância ou prioridade, e as figuras que chegam são essas, mesmo correndo o risco de alguma injustiça por inclusão ou por omissão:

Kim Jong-Il (OK, esse já foi), Fidel Castro (não é mais ele, mas seu irmão Raul), Hugo Chávez (e sua teoria segundo a qual os americanos estão gerando cancer em lideranças da América Latina); os déspotas depostos (ou a serem varridos) do Norte da África e do Oriente Médio, o bunga-bunga Berlusconi e até mesmo o marido da bela Carla Bruni, o Sarkozi que, incomodado com as pressões das ruas, teria proposto um maior controle da internet.

4- Os manipuladores: Quem são, na verdade, os manipuladores? Os que trafegam anarquicamente pelas redes sociais ou os que possuem as chaves de controle daquilo que pode ser divulgado? Os que criam códigos de verdade absoluta ou os que buscam aperfeiçoar o conhecimento?

Enfim, para refletir nessa virada de ano: Quem manipula mais, o Patriarca Kirill ou o jovem Mark Zuckerberg, que, por sinal, tirou uns dias de férias bem agora para "sumir" do Facebook e se isolar no interior do Vietnã, onde nem internet existe?

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Compras deste Natal serão diferentes do ano passado




Olhando pela perspectiva das compras, o Natal 2011 será bem diferente do de 2010. Dólar oscilando, ausência de grandes novidades de hardware e, de outro lado, um grande aumento de ofertas de conteúdo fazem com que seja possível, dessa vez, pensar no todo, na integração, no bom uso daquilo que você já tem, com pequenos ajustes.

Ano passado o frisson estava nos tablets, em especial o iPad da Apple, que, quase do nada, criou um vasto mercado novo. Junto com acessíveis tocadores BluRay e televisores de alta definição, foram as estrelas de então. Agora em 2011, a oportunidade vai estar na integração de dispositivos.

Não basta um novíssimo e enorme TV 3D, mesmo junto com um belo home-theater para que o som faça jus à imagem. Alguns televisores e players BluRay até dispõem de acesso a internet, mas a maioria deles implica em usar o incômodo controle remoto para digitar compridos endereços, ou então o acesso é limitado a alguns pouco portais.

De outro lado, começam a surgir ofertas via internet de vídeos com filmes, shows, documentários grátis ou pagos, muitos deles em alta definição. Mas para baixá-los ou fazer streaming, não basta uma conexão rápida e contas criadas com os fornecedores. É preciso um computador ou um tablet para que a coisa seja prática. Aí é a telinha que não resolve. Então, é preciso que esses dispositivos possam ser facilmente ligados à telona, de preferência via entrada HDMI, para desfrutar plenamente da qualidade de áudio e vídeo. Um presente original pode ser uma assinatura de um desses serviços.

Podemos pensar em melhorar o armazenamento de arquivos de áudio e vídeo que geramos em nossas câmeras e filmadoras digitais (que já estão com 3D em alguns modelos), sem falar naquelas dos celulares e tablets. Não se esqueça do que chega por e-mail e aqueles que você entende que devam ser armazenados perto de você, venham eles de redes sociais, de portais de imagens como Flickr ou Picasa, só para ficar entre os mais populares.

É muita coisa? Os HDs de alta capacidade despencaram de preço, então é só comprar mais um ou dois terabytes de disco, correto? Não necessariamente, o mais importante é ter tudo isso bem organizado e disponível para quando precisar. A saída é investir em bons programas de organização de imagens, sejam elas locais ou remotos na nuvem. Aqui a palavra “investir” não necessariamente implica em desembolso de grana, mas com certeza demanda cada vez mais disciplina para que essa diversidade de conteúdo não se perca em múltiplas pastas digitais que você acaba esquecendo por aí.

Enfim, faça de seu televisor principal uma central de entretenimento, conectada em uma rede local com seu desktops, laptops, tablets, filmadoras, câmeras e smartphones, mantendo os arquivos bem organizados.

Sob outro enfoque, existem os produtos que cada vez mais cabem no seu bolso e trazem mais conveniência e conforto, como os aparelhos GPS para carro ou mesmo para maratonistas e adeptos de trilhas e esportes radicais.

Aqui também a tentação do preço não deve prevalecer sobre a cuidadosa avaliação da qualidade e da regular atualização de conteúdo. A opção de aplicativos GPS para seu smartphone ou tablet até que pode se revelar mais barata e tão eficaz quanto a de um dispositivo dedicado, mas se você é um heavy user, as baterias vão abrir o bico rapidamente.

No campo de smartphones, as opções com Android estão cada vez melhores e mais diversificadas; se você está com a Apple e não muda, o iPhone 4 continua sendo a opção ao menos até o Natal de 2012.

Nos tablets, o iPad 2 ainda está bem à frente dos concorrentes. Notebooks estão também com muito boas ofertas, mas os pequenos netbooks perderam rapidamente sua razão de ser, sanduichados entre preços e funcionalidades de notebooks e tablets.

Resumindo, no Natal 2011 você pode melhorar o desfrute dos brinquedinhos que você comprou ao longo dos últimos 12 meses, para que, ao final, seu investimento valha ainda mais.

Artigo publicado na coluna Vida Online do número 2 da Revista Batel Lifestyle

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Linha do Tempo de 1 Bilhão de Dólares em Software

Quando o mundo era mais simples, o número de computadores instalados era pequeno, muito pequeno. Os clientes eram poucos, e com muita grana. O caro era o hardware, que custava milhões de dólares de então e o software era coisa simples, por conta de um hardware limitado.


Mesmo assim, já era possível torrar dinheiro com software.


Agora, convivemos com os softwares gratuitos ou muito baratos (US$ 0,99 é um preço típico das Apps nas lojas da Apple e do Google). Será que...?

Vamos fazer um exercício matemático simples, com um número mágico: 1 Bilhão de dólares. Dos dólares bons, não esses fajutos que perdem valor a qualquer espécie de especulação ou de perdularismo na gestão de contas públicas. Vamos supor 1 Bilhão de dólares Constantes, representado assim:
US$C 1.000.000.000 ou abreviadamente US$C 1B, sem centavos, e com lastro.

Nesse mundo hipotético, lá atrás, na década de 60 existia um só cliente que precisava se diferenciar dos outros. Uma megamultinacional, um governo querendo ganhar a guerra fria, um projeto para levar o homem à lua, pouco importa. Para atingir esse objetivo, esse ente tinha o único computador do planeta, mas precisava desse US$C 1B para fazer o software. Ele pagou e atingiu seu objetivo!

Passados uns anos, eis que existem agora 10 clientes, cada um com um orçamento de US$C 100M (cem milhões). De novo, os clientes pagam essa grana toda e conseguem atingir seus objetivos, com projetos melhores e mais sofisticados.

De tempos em tempos, nesse cenário lúdico o mercado se multiplica por 10 em número de clientes, mas cada um só paga um décimo do que custou a última fornada de soluções.

Então teríamos a seguinte evolução:
CLIENTES         VALOR POR CLIENTE (US$C)       RECEITA TOTAL (US$C)
1                              1.000.000.000                                     1B
10                               100.000.000                                     1B
100                               10.000.000                                     1B
1.000                              1.000.000                                     1B
10.000                               100.000                                     1B
100.000                               10.000                                     1B
1.000.000                              1.000                                     1B
10.000.000                               100                                     1B
100.000.000                               10                                     1B
1.000.000.000                              1                                     1B

Claro que esse é um sofisma, um exagero de simplificação. Mas explica a lógica dos produtos licenciados a menos de um dólar, desses que conhecemos e gastamos em Miami.

O fato é que a grande sacada que a Apple deu nesse mercado cada vez maior e mais conectado foi oferecer aplicativos tão bonitos e sofisticados a preços "simbólicos". E, antes deles vieram as músicas e os vídeos baratinhos. Os livros digitais também fazem bonito, mais baratos que os de livrarias.

Ocorre que mais pessoas estão gastando cada vez mais para comprar aplicativos e conteúdo. Tem o lance também de aplicativos gratuitos, cujo formato mais bem sucedido é o do Google com seu arsenal que nada custa (mas os anunciantes adoram pagar), salvo se você quiser mais funcionalidades. Aí, babáu! Você está mais dependente desse modelo do que se usasse alguma droga pesada, não tem jeito!

No mundo real, o número de internautas já é maior que 2 Bilhões, os que usam celular 5 Bilhões... E a lógica do aplicativo ou do conteúdo raro e caro caiu por terra. Agora você compra mais, por ser barato, mesmo que não use.

Isso vale para aplicativos mas também para conteúdo. Nesses últimos, não existem mais livros esgotados, concertos de rock raros ou músicas de compositores e intérpretes pouco escutados. Esse mundaréu de gente é que escolhe.

Só que aí aparecem os"novos", com "mais funcionalidades", os "premium". Você é bombardeado com pacotes de anunciantes ou provedores que oferecem um monte de coisas a preços incríveis, mas que vão saber quem você é, aonde você está e do quê você gosta.

Os custos de distribuição e de intermediação desses produtos foram vaporizados, fazendo com que indústrias inteiras tenham tido que se reinventar, que o digam as editoras de livros, as distribuidoras de música e os estúdios de cinema.

Então, a progressão hipotética que mostrei no começo é muito mais forte, daí a indústria de software e conteúdo ter ultrapassado a casa do trilhão de dólares.

É só pensar no que gastávamos antes com conta de telefone, compras de música, de vídeos, de livros, de aplicativos e do uso de novas funcionalidades e serviços que nem sonhávamos existir algum dia. É uma grana preta, muitos US$C equivalentes em reais.

Já pensaram se o mundo fosse mais simples para fazer correlações lineares como a da tabela acima, que nem precisa de Excel, dá para fazer na unha? Não, ele seria chato e sem cor. O novo é sobretudo a opção individual de montar seu pacote digital e perceber como ele pode evoluir e com isso, melhorar sua qualidade de vida.

O modelo é bem mais complexo. No caso do software e do conteúdo, a Apple percebeu a mudança. A Adobe, não, como você pode ler na postagem anterior.

Adobe X Apple e a caçapa cantada

Era uma questão de tempo: Nesta terça, 8/11, a Adobe anunciou uma reestruturação da companhia para focar-se em duas áreas de crescimento explosivo, mídias digitais e marketing digital. O que não fica muito claro na nota é a razão da demissão de 750 colaboradores de uma pancada só. Mas o motivo é um só: O Adobe Flash, ainda hoje dominante nas exibições de imagens e vídeos na internet, prepara seu passaporte para o museu.

Na versão para a imprensa, a Adobe diz que não fará mais evoluções do Flash para browsers de smartphones e tablets, justamente os segmentos de mercado que mais crescem, ao contrário dos desktops (queda acentuada), notebooks (em desaceleração) e netbooks (alguém viu algum novo modelo por aí?)

Quando o iPhone foi lançado em 2007, uma das principais críticas era exatamente essa, que o Safari não conseguia exibir videos criados em Flash. A Adobe e muitos rivais da Apple diziam ser essa uma estratégia suicida da turma da maçã; Steve Jobs batia firme dizendo que o Flash era proprietário e, ainda mais, suscetível a hackers e crackers, portanto não seguro. Para arrematar, o Flash seria um ogre no consumo de bateria, coisa ruim em dispositivos que se propõem a ser móveis e necessitarem um mínimo de conexão com a tomada de energia.

Mas eu via evidências de que a estratégia da Apple estava correta. O sucesso de seus produtos fez com que os portais e sites corporativos migrassem seus videos usando o HTML5, definitivamente o novo padrão.

Mas havia uma barreira: a Microsoft e sua dominância tanto em sistemas operacionais (Windows) e browsers (Internet Explorer) ainda aceitavam o Flash. Não mais: o IE 10 vem sem suporte para Flash, o que fará que, com o tempo, haja uma migração ainda mais forte para longe da ferramenta da Adobe.

Para o usuário comum, como a imensa maioria de nós, pouco mudará: continuaremos a acessar vídeos pela internet, e a vida segue normal.

Para os desenvolvedores que ganhavam seu dinheirinho usando soluções com a plataforma -paga- da Adobe, um mico que será resolvido reciclando suas estratégias de negócios, coisa que já vem ocorrendo de modo bem perceptível.

A Adobe deve seguir com seus planos anunciados dia 8, e ainda vai ter um carro chefe que lhe dá muita receita e muita margem: O Photoshop, aquele software de edição de imagens que tira defeitos de captura ou de origem das imagens e que 11 em cada 10 capas da Playboy são tratadas pelo programa.

Mas a forma de cobrança para o uso de licenças, tanto do Photoshop quanto de qualquer outro programa, está também se transformando, e para valer.

A falta de percepção da Adobe desse novo mundo da segunda década deste milênio pode explicar a queda do Flash. Mas isso é tema de uma próxima postagem...

terça-feira, 25 de outubro de 2011

O Siri Deles É Mais Temperado Que o Nosso

O grande impacto causado pelo lançamento do iPhone 4GS foi o tal do Siri, a interface de reconhecimento de voz que vem recebendo as melhores críticas, tem adoção em massa dos milhões de clientes do novo smartphone da Apple e, inclusive, já provoca hilárias piadas que só quem tem sucesso pode se permitir.

O Siri, por enquanto, só está bom no inglês, e, assim mesmo, o falado por norteamericanos e com algumas restrições a sotaques. Enquanto isso, ingleses, irlandeses, escoceses, australianos, neozelandeses e outros quetais parlantes da lingua de Shakespeare ainda experimentam algumas dificuldades.


Mas o Siri é excelente, e a ampliação para outros sotaques e mesmo para outras linguas é questão de tempo. Numa dessas, lá pelo segundo semestre de 2012, teremos o nosso sirizinho aqui também, falando e entendendo português.


O reconhecimento de voz pela máquina, de forma ampla e fácil, junto com as hoje disseminadas tela sensível ao toque e a internet de banda larga formarão o tripé de grande transformação na forma de interção digital entre humanos, fazendo com que as maravilhas do século XX pareçam pré-história. Podem anotar!

A Apple entendeu isso e, de certo modo, puxou a fila da inovação com seus smartphones, tablets e serviços de música, vídeo, livros e aplicativos, e agora sai de novo à frente com o Siri (lá, pronuciam síri, palavra paroxítona).


Mas, e aí, o título dessa postagem não tem nada a ver? Calma, estamos chegando lá...


Ocorre que o Siri não é um produto de criação autóctone da empresa da maçã. Ele veio junto com a compra, pela Apple em 2010, da empresa SRI (daí o nome Siri) junto com sua turma de brilhantes profissionais. E o negócio deles era um software de reconhecimento de voz.

Hoje leio a noticia que o co-fundador e CEO  da SRI, o norueguês Dag Kittlaus saiu da Apple - apenas 12 dias depois do lançamento do já badalado assistente virtual lançado como a cereja do bolo do iPhone 4S.

O blog
All Things D diz que Kittlaus estava há tempos planejando sua saída da Apple devido a um desejo de ter tempo livre, estar mais perto da família e debater novas idéias.

A SRI foi criada originalmente como um Instituto de Pesquisa sem fins lucrativos que, em 2008 foi contratado pelo Departamento de Defesa americano, através de seu braço de inovação, o DARPA, para criar um CALO
(Cognitive Agent that Learns and Organizes), ou um agente cognitivo que aprende e organiza. Em outras palavras, uma interface amigável de reconhecimento de voz para interagir com humanos e os aplicativos em dispositivos digitais.

Bingo! Ali estava a grana, bem aplicada em jovens talentosos, mas que tirou o conceito de reconhecimento de voz do exotismo de aplicativos bonitinhos mas limitados e colocou-o de vez no uso prático, primeiro para os militares, agora para o grande público.

Assim também nasceu a internet, de um projeto puxado pelo avô do DARPA, o ARPA. Idem para a tecnologia capacitiva de telas sensíveis ao toque, que não requerem aquelas incômodas canetinhas.


Ou seja, a iniciativa de desenvolver a tecnologia veio de um projeto de governo, no caso, o Departamento de Defesa americano.


Agora chego à minha reflexão sobre o Síri deles e o nosso Sirí...


Aqui no Brasil, temos pelo menos dois excelentes exemplos de políticas de Estado que deram certo: na década de 40, visionários oficiais da recém criada Força Aérea Brasileira botaram na cabeça que o Brasil deveria fabricar aviões. Daí surgiram o ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) e a Embraer.

No campo da agricultura, céticos foram derrotados, décadas mais tarde, pelo pioneirismo e inovação da Embrapa, que hoje dá banho quando o tema é relacionado com a melhor e mais barata produção de comida. Sem muito alarde, o Brasil triplicou sua produção de grãos com um modesto aumento de área plantada; a produção de carnes virou um baita negócio para o país, dentre outros marcos.

Ou seja, há a possibilidade de sucesso em múltiplas áreas.
Eu vi algumas apresentações do Siri americano e achei fantástico! Agora precisamos ir atrás. O Brasil tem gente competente para inovar no mundo digital, e não só de forma periférica. 


É hora de desenvolver bons projetos, unido o que de melhor há na academia, no governo e nas empresas brasileiras, com muita determinação e, especialmente, com muita colaboração.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Esse é "O Cara"






This is not about technology, not about user experience, not about new markets, new and better products.

This is about a fantastic human being, whose legacy is simply a better world.

Thank you, Steve

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Quem Quer Um Milhão de Dólares?

Jean Paulo Jacob é uma referência para muitos engenheiros formados pelo ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), especialmente aqueles que são do ramo de TI. Jean Paul é também referência global na área, e hoje é um dos poucos pesquisadores eméritos da IBM.

Jean Paul é iteano, e um iteano agradecido. Longe do Brasil na maior parte de sua vida profissional, ele acha que tem uma dívida de gratidão com o ITA e com a sociedade brasileira que permitiu que ele passasse por essa magnífica escola de engenharia e de vida.

Pois bem, o Jean Paul quer manifestar essa gratidão de forma concreta, e, para isso, destacou parte de seu patrimônio pessoal para fazer uma doação em vida para o ITA. Falam em US$ 1 milhão, mas o valor é o que menos importa, valem mais a atitude e o exemplo.

Na prática, essa doação acaba se revelando impossível, dadas as barreiras burocráticas e legais. "Dinheiro vindo do exterior não pode", diz a lei ou a interpretação dela. Ah! esqueci de dizer antes que o Jean Paul mora nos Estados Unidos.

Dinheiro de fora não pode! Será que podemos abrir mão desse dinheiro e da atitude do Jean Paul em nosso mundinho onde a educação ainda é um problema?

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Steve Jobs sai de cena... E daí?

A noticia da saída definitiva de Steve Jobs causou grande impacto no mundo da tecnologia digital. Afinal, goste-se dele ou não, seja você um Applemaniac ou um Appleskeptic, não dava para ficar indiferente.

Seu substituto, Tim Cook, um competente executivo vindo de empresas tradicionais de TI tem carisma zero, e, sob qualquer angulo, não tem nada a ver com Steve Jobs.

A bolsa derruba as ações da Apple, enquanto escrevo, mas os analistas as classificam como strong buy, ou seja, hora de comprar.

Claro que o previsível ocaso de Jobs nos futuros anúncios da Apple farão falta aos fãs de marketing e comunicação. Mas as chances de que os próximos lançamentos da empresa da maçã sejam pasteurizados por ausência de charme são nulas. O pipeline secreto de novos lançamentos vai até, pelo menos, 2016.

Mas não é isso o que mais importa, em um mundo cada vez mais digital e conectado. O ponto central dessa era pós-Jobs sinaliza para uma transformação profunda no mundo de produtos e serviços digitais. Afinal, já faz algum tempo que a Apple vem sendo referencia de inovação, qualidade e usabilidade. É, definitivamente, a empresa a bater.

Assim, antevejo um futuro menos centrado na busca do entendimento de como a Apple fica sem Steve Jobs, ou com seu papel minimiazdo, e mais no esforço brutal da concorrência para cativar consumidores com novidades que lhes rendam boas margens.

Mas que marca esse cara criou para nós, hein?




terça-feira, 23 de agosto de 2011

Concentrando os atores

Duas notícias no mesmo dia sacodem o mercado: A HP desiste do mercado de desktops, notebooks, netbooks, tablets e smartphones; a Nokia anuncia o abandono de seu sistema operacional campeão de vendas, o Symbian.

A surpresa vinda da HP é pelo timing. No que toca aos computadores, o avanço dos asiáticos de baixo preço, especialmente no mercado da pessoa física espremeram demais as margens. Lembrando da IBM anos atrás quando passou o boné para a chinesa Lenovo, mas embolsando uma graninha. Agora, nem isso.

Nos tablets e smartphones a HP nem chegou a decolar. Meses depois de fazer uma nova aposta no renomeado WebOS, sistema operacional herdado da adquirida e pioneira Palm, era estratégia ousada da companhia ser uma alternativa viável aos competidores iOS, Android e Windows Phone.  O recuo soou como algo mal planejado. O mercado bateu pesado no valor das ações, na sexta, e, já na segunda, sinalizava com uma recuperação parcial. Algo como que susto! ao saber das novas seguido de um talvez não tenha sido tão mal assim.

Os chamados consumíveis, um eufemismo para cartuchos de tinta e toner para impressoras seguem gerando caixa para a HP, mesmo com a concorrência acirrada. E a área de serviços segue embalada. Aqui, de novo, parecido com o que vem fazendo a também gigante IBM.

Já a Nokia, ao dizer que acaba a produção de celulares com Symbian para o mercado da América do Norte assume que a evolução desse sistema operacional está congelada e dá ao mesmo tempo um poderoso aval e incentivo aos concorrentes e deixa evidente que aposta todas suas fichas na plataforma Windows Phone, da sua parceira Microsoft.

Então dá para assumir que os smartphones vão acelerar suas taxas de crescimento e que as vendas de tablets -mercado inexistente até o primeiro trimestre de 2010- também disparam.

E a definição da próxima bola da vez, para mim, está definida: a RIM, fabricante do Blackberry, hoje sucesso de público no mercado corporativo, vai ser fortemente pressionada pelos atores gigantes. Não será novidade se ela for, finalmente, adquirida por algum desses mencionado aí no início do post.


Ah! Não podemos esquecer o também recente anúncio da compra da Motorola Mobile pelo Google. movimento no mínimo estranho para um gigante que produz o Android como plataforma aberta e agora sinaliza que pode turbinar as vendas de smartphones fabricados em casa, em detrimento de seus muitos parceiros globais,


A concentração dos fornecedores deve se acentuar. Quem ganha? Quem perde? Façam suas apostas!

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Cúmulo da Ironia: Entidade de Defesa do Consumidor "Ataca" o Consumidor

Recebi uma chamada do call center da Proteste, que se diz entidade de defesa do consumidor. Eles usaram meus dados obtidos em algum lugar para tentar me vender seu peixe. Como uma entidade que prega a defesa do consumidor pode comprar listas de nomes para vender seu peixe?

Já não bastasse a quantidade de chamadas que recebemos a partir de scripts que surgem nas telas dos(as) sofridos profissionais, que trabalham muito e ganham miséria, agora essa entidade de defesa resolve jogar no ataque.

Esses aspectos de proteção dos dados pessoais sempre estão no topo das prioridades quando se discutem, por exemplo, os Termos de Uso e Políticas de Privacidade de redes sociais ou portais de compras. Normalmente aceitamos esses termos sem lê-los, e é possível que essa entidade tenha agido dentro da lei, por ter obtido meus dados em um cadastro de alguma empresa onde eu "concordei", sem ler, com a cessão dos mesmos a terceiros.


Como fazer para evitar aborrecimentos como esse, não só da Proteste e não só para mim?

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Meu primeiro Microcomputador

Todo mundo tem suas historinhas para contar relativas a suas primeiras experiências. Algumas servem 
para ilustrar revistas de leitura geral, outras até para comercial de TV. Como estamos em um blog de 
tecnologia, vou procurar seguir a linha ... , ora, da tecnologia.


Corria o ano de 1983, no auge da reserva de mercado, eu já tinha 20 anos de convivência com computadores, quando apareceu a 
oportunidade de comprar um micro, usado, padrão APPLE II  fabricado no Brasil e "totalmente compatível", com 
seus 2 drives para disquetes flexíveis, 64 kb de memória, placas CPM, gráfica e outras mais. E os sistemas operacionais para Apple e 
CPM mais um interpretador BASIC.E ainda podia ler e gravar dados e programas em fita cassete!

Era uma época em que a chave de ignição do micro passava por conhecer BASIC e tentar cópias piratas 
de Visicalc ou Wordstar, que não eram vendidas no Brasil. Ou então usar os limitados programas equivalentes que 
vinham junto com o equipamento. Aquele micro não serviu para quase nada, pois não tinha software, era pouco 
confiável e de manuseio complicado. E custou um monte de dinheiro ..

Resumindo: se fosse para continuar, baseado na experiência de meu primeiro micro, teria desistido. Mas, ou por ser teimoso ou por acreditar em um futuro digital melhor, persisti, até porque meu ganha-pão profissional derivava de serviços usando computadores. E até chegar no notebook, no tablet e no smartphone, muitas mudanças, muita evolução.

Um pouco dessa linha do tempo vou comentar nas próximas postagens.

Será que alguém ainda lembra desses micros de 8 bits, que davam mais dor de cabeça do que uísque importado?

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Batel Lifestyle chega em setembro

Setembro vai começar com uma novidade para o bairro do Batel, em Curitiba. A revista Batel Lifestyle surge como a nova referência da vida do Batel e região. Lá estarei com a coluna Vida Online. Confira o release de lançamento:

Batel Lifestyle: a primeira revista de bairro de Curitiba.
A Gabel Comunicações, renomada empresa paulista da área de publicações, lança neste mês de agosto a primeira revista de bairro de Curitiba. O empresário Alberto Rejtman recebe convidados especiais para o lançamento da revista Batel Lifestyle no próximo dia 29 de agosto, no Castelo do Batel. No dia 01 de setembro, a revista será lançada para o público na livraria Fnac do Shopping Barigui, às 19 horas.
Com uma tiragem inicial de 20 mil exemplares, a publicação seguirá os moldes das revistas de bairro de São Paulo, como a Revista de Higienópolis e a Jardins Lifestyle. A Batel Lifestyle será publicada bimestralmente e entregue gratuitamente nos endereços dos moradores e comerciantes dos bairros do Batel, Bigorrilho, Mercês e Ecoville.
Segundo Rejtman, a ideia é trazer para Curitiba esse conceito que já faz sucesso em São Paulo, nos bairros Bom Retiro, Brás, Higienópolis, Perdizes, Jardins, Moema e Vila Nova Conceição. “Os moradores aguardam ansiosos a entrega das revistas. Se elas não chegam no dia previsto, logo pela manhã, os leitores ligam, mandam mensagens, cobram. Tenho convicção de que em Curitiba será a mesma coisa. O curitibano é muito atento no que acontece na cidade, gosta de conhecer cada vez mais o seu bairro”, disse.
O empresário destaca ainda que a revista não terá o perfil dos jornais de bairro já presentes na cidade. “Queremos tratar de temas como qualidade de vida, comportamento, diversão, cultura e conhecimento sobre a região. E, apesar de dar destaque aos anúncios, a revista não é um catálogo comercial. A qualidade dos textos, credibilidade e utilidade do que é publicado são prioridades. O conteúdo é pautado por critérios jornalísticos e as reportagens e colunas são feitas para informar e entreter o leitor” explica Rejtman.

Equipe renomada
Um dos destaques da publicação é a qualidade dos profissionais envolvidos no projeto. A equipe, coordenada pela jornalista Roberta Canetti e o relações públicas Gabriel Mazza, contará ainda com nomes como Carolina Gomes, Leonardo Bessa, Kátia Michelle e Eduardo Correa. Entre os colunistas da revista, destaque para a psicóloga Lígia Guerra (Blog Mulheres às Avessas), o consultor em tecnologia Eduardo Guy de Manuel, o publicitário e consultor em Comunicação Elói Zanetti, os jornalistas Marden Machado, Álvaro Borba e Pierpaolo Nota e a fotógrafa Lis Catenaci.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Video On Demand: Finalmente Aqui

A Net vem experimentando há algumas semanas o seu serviço Now, com bastante conteúdo grátis e outros tantos pagos. Deve pegar, mas não acredito que seja um sucesso de público, ao menos por enquanto.

O conceito de Video-On-Demand já existe lá fora há tempos, e aqui ele existia em pálidas caricaturas, como nos canais de pay-per-view que, por definição, estabeleciam o horário para você assistir, não o contrário, salvo se você dispusesse de dispositivos de gravação.

Gostei do conteúdo grátis e do pago. Bons shows, bons filmes, bons documentários, coisa boa também para a criançada. O preço maior de aluguel de um filme de alta definição, em lançamento, é de R$ 9,90, competitivo com a locadora.

Mas o preço total da assinatura ainda é alto, limitando o público alvo.

A esperança está na chegada ao Brasil do Netflix, o gigante mundial dos videos, e da propalada abertura do iTunes Store para músicas, videos e livros, ambos previstos ainda para este ano.

Aí sim teremos uma boa concorrência, tanto de conteudo como de preços.

Por enquanto, vamos na opção disponível, pagando mais, commme d'habitude aqui no Brasil.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Apple: Charme Eterno?

Será que a Apple descobriu o mapa da mina inesgotável? Será que o charme de seus produtos não encontra concorrentes?

Direto aos pontos: Não, o sucesso não é eterno nem garantido e a concorrência está atenta e viva.

Independente disso, alguns fatores não foram bem abordados pela concorrência. A eles:

1- Tudo que a Apple desenvolve e produz deve responder a uma pergunta fundamental: Isso aí vai melhorar a experiência do usário? Se a resposta é não, deleta-se o projeto e começa-se tudo de novo.
2- A apresentação de cada produto ou serviço é sempre um show de marketing, eventos com luz própria, nunca em feiras gigantes. Isso garante exclusividade na atenção ao que está sendo anunciado
3- A mídia espontânea -mas nem tanto- gerada por formadores de opinião que recebem dicas antecipadas mas parciais porém relevantes do que se passa nos laboratórios da Apple. No caso do iPad, isso foi avaliado em mais de US$ 700 milhões, verba de marketing que nenhuma empresa no mundo dispõe para lançar um produto.
4- A ênfase nos detalhes de cada produto são cuidadosamente estudados para agradar compradores compulsivos, fashionistas, engenheiros, tecnófobos e outras tribos com igual atenção.
5- A expectativa dos próximos lançamentos gera animação constante e vendas adicionais dos produtos já existentes.
6- A Apple, por vocação ou junção dos fatores acima, sempre teve o foco na pessoa física, com raras incursões na pessoa jurídica. Assim, não precisou fazer compromissos com grandes contas nem com grandes e sofisticados aplicativos das corporações.

A Apple também se posiciona com muita competência com suas arquiteturas proprietárias, e aparentemente seus clientes não se importam muito com isso. Lá pela década de 1990 a companhia da maçã, patinando por sua sobrevivência, tentou licenciar a plataforma Macintosh para terceiros, visando aumentar sua base instalada. Foi um fracasso total, obrigando-a a uma retirada nada estratégica de volta ao velho caminho do exclusivo.

Esse posicionamento histórico tem seus riscos, mas eles são menores do que desejaria a concorrência.

Por exemplo, analistas são unânimes em apontar que nos próximos anos (3 a 5, dependendo da análise), a plataforma iOS será apenas a terceira mais usada em smartphones e tablets, atrás do Android, do Google e do Windows Phone, da Microsoft.

É provável que isso aconteça, mas é bom lembrar que o Android tem e terá centenas de versões e de fabricantes nas mais variadas partes do mundo. O Windows Phone será um pouco mais controlado, mas assim mesmo distribuido por múltiplos fabricantes globais.

Já a Apple seguirá sendo única. Em qualquer caso, seus smartphones e tablets tenderão a permanecer no topo da lista dos mais vendidos, contra todos os outros, isoladamente.

Parece claro ainda que na área de música e vídeo, a liderança fica com a Apple por um bom tempo. Nos notebooks, esse não é o caso, mas o topo do mercado, exatamente o mais lucrativo, percebe cada vez mais a atratividade dos Mac. Basta ver sua crescente popularidade em aeroportos, cafés e restaurantes.

Do setor de serviços, agora com o iCloud, vem mais uma tentativa de ser dominante. Sucesso que precisa de uma reinvenção, pois o MobileMe, sua base de lançamento, foi um fracasso total.

Talvez a maior ameaça para a Apple está exatamente no seu imenso sucesso, na medida em que tem mais e diversificados produtos e se propõe a ganhar mais e diversificados mercados.

Crescer e manter qualidade, segurança e especialmente controle desses mercados não são tarefas fáceis.

No conjunto da obra, é mais provável que os grandes adversários da Apple estejam mais para uma Amazon do que para uma HP, mais para um Facebook do que para uma Microsoft.

Isso sem falar na NBT, ou Next Big Thing, acrônimo que acabo de inventar para fins de argumentação. A cada década, o mundo da tecnologia nos brinda com uma nova onda. Nos anos 90, o Google, nos 00 o Facebook, agora, nos 10, ainda não tivemos algo que chacoalhasse o mercado.


Não tivemos? E essa onda da mobilidade, puxada pelo iPhone e pelo iPad? Quem inovará para valer?

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Será que Thomas Watson tinha a bola de cristal?

A IBM é, indiscutivelmente, a empresa que, embora não tenha inventado o computador, efetivamente deu a eles uso prático em pelo menos duas eras distintas: a dos mainframes e a dos PCs. Disso ninguém duvida.


"E se eu tiver razão?"
O que é ainda hoje motivo de controvérsia é uma frase atribuida ao mais longevo de seus CEOs, Thomas Watson, Sr. que, em 1943 teria dito algo como "I think there is a world market for maybe five computers", que os escribas oficiais da Big Blue ainda correm a desmentir, em um mundo de bilhões de computadores, outros tantos celulares e smartphones.


Dizem os italianos que si non e vero, e benne trovatto, mas, numa dessas, e se o velho Watson tivesse razão?

Claro que, à leitura de números de vendas de dispositivos digitais os mais diversos em forma, funcionalidade, capacidade de processamento e preços, isso não faz o menor sentido.

Mas aí entra a tal da nuvem, que vem mudando a forma como pensamos o mundo digital. As tais fazendas de servidores, onde residem milhares de computadores que atendem aos Googles, aos Facebooks e mesmo às IBM, Apple e Microsoft da vida cada vez mais oferecem alternativas de produtos e serviços que tornam dispensáveis, ou menos importantes, as tarefas locais de processamento e armazenamento de dados, sons, imagens, o que quer que seja digitalmente tratado.

Com os dutos de alta velocidade e capacidade da moderna internet, ter um arquivo em casa, no trabalho, no carro, faz cada vez menos sentido. Esse arquivo precisa estar essencialmente disponível, para qualquer dispositivo que eu queira e use, com segurança, claro.

Essa premissa leva ao fortalecimento do modelo de nuvem, onde teremos cada vez maiores fazendas de computadores, exigindo cada vez maiores investimentos, cuidados ambientais, garantia de uptime com redundância, e por aí iremos.

Se hoje tivéssemos internet 100 vezes mais rápida e capaz de engolir 1000 vezes mais dados (algo que deve ocorrer em 5, 10 anos no máximo), abre-se o caminho para termos algo como cinco computadores, no futuro. Eles até poderiam ser assim chamados:

  • Google
  • Facebook
  • iCloud
  • Live
  • ATR (All The Rest)
Será que Tom Watson, Sr. tinha razão?
Será que isso será bom?

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Redes Sociais e o Indivíduo: A Grande Mudança

O blog TNW Social Media apresenta uma interessante perspectiva do futuro das mídias sociais. Das dez listadas, comento a de número 7, que diz:

We will no longer be passive media consumers. Media will interact with us in dynamic ways on all platforms. Just like gamers playing WOW today, we will all become a part of a virtual world unknown to us yet where we will all be avatars in the game of life.

Ou seja, consumir mídia passiva e bovinamente pode estar com os dias contados. A participação dos internautas nas redes sociais faz com que não haja mais os detentores da verdade e do poder absolutos.

Afinal, os mais de 2 bilhões de humanos conectados na grande rede ganham novos e ávidos companheiros, a maioria interessados também em influir, formar opinião, debater, trocar informações, enfim, cosntruir uma nova sociedade digital sem fronteiras de geografia, de classe social, de etnia e de qualquer outra barreira até então existente.


Esses novos cidadãos digitais descobrem-se com um poder nas mãos nunca dantes imaginado. Mais do que isso, uma nova geração inteira que nasceu neste século sequer conheceu o mundo analógico que terminou no século XX.


Para esses jovens, tudo isso que nos surpreende e muda nosso comportamento é simplesmente algo natural e corriqueiro, como andar, comer, respirar. Como eles não possuem referências nem vínculos com o passado, atrevo-me a dizer que as transformações sociais que essa geração conectada imporá ao mundo, talvez já no final dessa década -se não for antes- deixará pálidas as enormes transformações que vivemos nos últimos cinquenta anos.

Eu achei apenas que a afirmação de que seremos todos avatares no jogo da vida é incorreto, pois dá a sensação de que seremos transformados em bits e viveremos definitivamente do lado de lá da tela, num eterno game de última geração.


Ao contrário, se conseguirmos medir os benefícios econômicos e sociais que podem advir da maturidade do uso das redes sociais, acredito que possamos estar realmente no limiar de uma nova era, esta sim, a do conhecimento e da justiça social.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Symbian: Condenado ao Ocaso?

Recebo e-mail de uma leitora fã de carteirinha da Nokia -que pede para não ser identificada- mas que segue esperando uma solução decente da empresa finlandesa para smartphone que esteja em linha com os avanços do iOS da Apple e do Android, do Google, enquanto mantém a robustez e a confiabilidade do Symbian.

Lamento informar, cara leitora, que o Symbian vai ser, num futuro próximo, tão relevante quanto uma nota de 500 cruzados, ao menos no universo de smartphones.

Com a recente parceria feita entre a Nokia e a Microsoft, é claro que os filhotes decorrentes dessa união serão smartphones e tablets baseados no Windows Phone 7, que vem se provando um potencial player da primeira divisão.

Lembro que a Microsoft não inventou praticamente nenhum mercado novo, apenas soube tirar proveito de mercados emergentes. Do DOS ao Windows, do Internet Explorer ao Office, do Outlook ao MSN, a Microsoft aprimorou a lei de Lavoisier que diz que na natureza nada se cria, tudo se transforma.

A Nokia, de outro lado, também aprendeu rápido sobre o mercado de celulares e, ainda neste ano de 2011 e pelos próximos dois ou três deve premanecer lider no segmento popular. Lembrando que nos países mais pobres a infraestrutura de telecomunicações e a renda da população raramente combinam para promover um mercado razoável para smartphones e tablets, essa base de alguns bilhões de usuários atuais e em potencial deve seguir robusta por um bom tempo, gerando margens unitárias menores mas, na escala, representando um resultado muito interessante.

Assim, cara leitora, se sua fidelidade à Nokia é canina, fique de olho nos lançamentos futuros dessa parceria com a Microsoft, mas isso implica em sair do Symbian.

Se seu juramento de amor eterno é com o Symbian, esqueça o smartphone.

Existem, claro as opções excelentes no mercado atual, mas isso passa pelo iPhone, Blackberry ou as muitas variedades do Android, da versão 2.2 em diante. Os demais, salvo imprevistos, vão permanecer como atores coadjuvantes.





Ser ou não ser fiel, eis a questão. Mas aí, o parodiado é o imortal bardo de Stratford-on-Avon...

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Sobre a garrafa meio cheia ou meio vazia

Anos atrás, um comercial genial do Chivas Regal de duas páginas apresentava duas fotos iguais de uma garrafa com o scotch pela metade e uma delas dizia "O convidado vê a garrafa de Chivas meio cheia" enquanto que a outra tascava "O dono vê a garrafa de Chivas meio vazia".

Pegando o gancho dessa sacada genial, volto a 06 de junho de 2011, mais precisamente para comentar o lado vazio da garrafa da Apple, que lançou, com estardalhaço e competência de sempre, o novo sistema operacional do Mac (OSX Lion), o novo sistema operacional dos dispositivos móveis (iOS5) e o novo serviço na nuvem para todos, o iCloud.

Sem entrar no mérito da qualidade da apresentação e dos lançamentos, eu fiquei meio desconfiado com o iCloud, pois eu sou assinante do MobileMe que, em tese, podia fazer quase tudo que o novo lançamento se propõe.

Aí eu recebo um aviso da Apple, por e-mail, anunciando a descontinuação do MobileMe em junho de 2012, enquanto que o iCloud chega lá por setembro próximo.

Já comentei aqui no blog sobre minha irritação com o MobileMe, que, na minha avaliação, a única coisa que faz com competência é arrancar nosso suado dinheirinho a cada renovação de assinatura, cheguei à conclusão que a Apple avaliou bem os estragos que esse serviço de longe superavam os benefícios e embutiu o lançamento do iCloud agora com disponibilidade para o futuro como forma de aplacar os descontentes, dentre os quais me incluo.

Espero, de coração, que o iCloud não seja um MobileMe com nova roupagem e algumas funcionalidades à mais. Tomara que ele seja tão bom quanto a maioria dos produtos e serviços da Apple que tantos cultuam e propagam suas virtudes.

Volto ao anúncio do Chivas: eu sou o cara que percebi o MobileMe como uma garrafa quase vazia e aí vem a Apple me oferecer uma futura nova garrafa quase cheia, o iCloud.

Achei o anúncio do iCloud muito bem feito, mas confesso que, quando tiver a possibilidade de assinar o novo serviço, vou pensar muitas vezes antes de sacar meu cartão de crédito, e antes disso ver alternativas no mercado.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Somos todos Afonsos! Pena...

Hoje no programa 91 Minutos, da Rádio Rock, falávamos sobre uso corporativo de redes sociais, limites aos colaboradores, e tal, quando o Alvaro Borba deu a notícia que o Afonso Pena estava fechado para pousos e decolagens e que um número consideráve de voos estava cancelado. E chamou o intervalo.


Aí me veio à cabeça um trocadilho infame, mas aplicável à realidade de quem viaja de avião nessa época do ano e precisa chegar ou sair através de nosso aeroporto dito internacional: 


Um aviso da Infraero diria assim: "Afonso? Pena! Seu voo foi cancelado..." 

E isso explicaria a realidade sobre o batismo do aeroporto, que nada teria com uma homenagem a um ilustre ex-presidente.

Pensando que a Copa de 2014 acontecerá também aqui em Curitiba e que a possibilidade do cancelamento de voos pode prejudicar, digamos, um excitante e emocionante jogo entre Nigéria e Dinamarca, por exemplo, leva à conclusão de que aqui, em nossa região, com a infra aeroportuária que dispomos, cada um de nós é um Afonso. Pena!

Desculpas antecipadas aos Afonsos de batismo, alguns deles meus amigos, mas, ao meu ver, o caos aéreo ainda está na sua infância. Se hoje está ruim, ainda vai piorar muito.

domingo, 15 de maio de 2011

Pensando em um Tablet novo? Espere um pouco e ganhe muito!

OK, a coceira é grande para comprar um primeiro tablet ou então trocar aquele "velho" que você adquiriu ano passado e tanto sucesso fez. É que os novos lançamentos oferecem muito mais funcionalidades e a variedade de opções certamente vai cair como uma luva em cima de suas expectativas.


Mas, se der, e se o impuso comprador não for maior do que a rcionalidade, vale a pena esperar um par de meses.


A razão não é tecnológica, mas puramente econômica.

Os preços devem despencar nos próximos dois meses por dois motivos simultâneos:

1- Os tablets foram incluidos na Lei do Bem, aquela que desonera a carga tributária de computadores. Isso representa algo como 10 a 15% no valor final do produto, que, se repassados ao consumidor, já vale a espera.
2- Em função dessa desoneração e da maturidade da tecnologia dos tablets, o mercado ganha corpo e todos os fabricantes vão querer estar presentes, forçando uma queda ainda maior.

Assim, sejam os tablets fabricados aqui ou não, os preços vão cair, talvez para uma relação mais próxima entre um laptop vendido aqui e nos Estados Unidos.

Comparando um laptop Sony Vaio da mesma família, e com pequenas diferenças de configuração, vendido aqui no Brasil na Fnac e nos Estados Unidos pela Amazon, 

Aqui no Brasil: VPC-CW13FB custa R$ 2.229,00 na loja, já com impostos.

Nos Estados Unidos (com taxas locais): VPC-CW14FB custa US$ 1049,60, e, com taxas, cerca de US$ 1.160,00, ou, usando uma taxa de R$ 1.62/ US$ 1 chegamos a um valor de R$ 1.879,00, ou aqui pagamos um sobrepreço de 18,6%.

Esses valores de lá são aproximados, até porque a configuração não é exatamente igual, apenas parecida. Mas dá para dizer que fica entre 15% e 20% a mais se estamos considerando coisas absolutamente iguais.

Vamos ao tablet e nossa comparação é sobre um Motorola Xoom, com tela de 10,1", Wifi e 32Gb de memória. Aqui ele custa R$ 1.899,00, lá US$ 598,00 sem taxas e US$ 660,00 com taxas, ou cerca de R$ 1.056. A relação do cá dividido pelo lá é quase 79% mais cara.

Deduzindo só o efeito Lei do Bem, esse valor poderia cair, sem esforço, para R$ 1.582 (menos 20%), ainda acima do piso da relação do Sony Vaio, que seria de R$ 1.252,00 (preço externo mais 18,6%).

O potencial de redução causado pela desoneração tributária mais a aumento da concorrência seria, pois, de R$ 637,00 (R$ 1899, preço atual, menos R$ 1.252, preço possível).

Resumidamente, eliminando diferenças pontuais de premissas de cálculo, daqui a pouco com a grana para comprar dois tablets hoje você comprará três.

Assim sendo, salvo você esteja indo ao exterior ou tenha alguém que possa trazer um tablet estalando de novo, vale a pena esperar um pouco.

Afinal, os principais fabricantes de tablets no mundo estarão mudando seus planos para o Brasil, agora que os tributos para fabricação local são menores.

Assim como hoje já se vendem mais computadores do que televisores, mais laptops do que computadores, aqui na nossa Pindorama, prevejo que entre a Copa e a Olimpíada, o mercado de tablets será maior do que o de computadores com teclado e mouse!

Para fechar a reflexão dominical: se essa esperada queda se dará pelo gatilho da Lei do Bem, então dá para inferir que hoje os tablets são ainda regidos pela Lei do Mal, que tanto pode ser o conjunto de leis que favorecem a produção local quanto a interpretação mais simples de que pagamos imposto demais aqui por nossas bandas.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Fusões & Confusões

Sátira de sarcasticgamer.com
O Skype foi comprado pela Microsoft por US$8,4 bilhões neste 10 de maio. Bom para seus investidores, que planejavam talvez metade disso em um futuro IPO.

Um Steve Ballmer eufórico com as 170 milhões de contas ativas do Skype no dia do anúncio mostrava que a empresa de Redmond enxergou um poderoso atalho para o mundo da mobilidade e da comunicação.


A Microsoft vem sendo uma ávida compradora de empresas de sucesso com tecnologias, produtos e serviços que possam ampliar seu leque de atuação para além do Windows, do Office e do Windows Live.

A recente compra da TellMe pode significar a maturidade de uma tecnologia que há tempos anda por aí sem escala: a do reconhecimento de voz. De outro lado, a aliança com a Nokia parece indicar fichas caídas para ambas as empresas de que algo precisa ser feito para alcançar os lideres do mercado de smartphones e tablets. Correr atrás dos líderes para quem modelou para as massas a computação pessoal e a telefonia celular, respectivamente.


É possível argumentar que tanto a Microsoft como a Nokia são especialistas em ocupar mercados criados por terceiros, lembrando que computador pessoal, interface gráfica, planilha eletrônica, processador de textos, celular digital, smartphone, nada disso a dupla Microsoft-Nokia saiu na frente. Mas cada uma soube ocupar e liderar com maestria esses enormes mercados.


Talvez agora as coisas sejam diferentes. Ou não.  Afinal, os mercados que esses movimentos tectônicos de Microsoft+Nokia+Skype estão visando já possuem atores entrincheirados e com parcelas significativas de mercado. Aqui falamos do Google, da Apple e do Facebook, para ficar nos mais evidentes. Bater essa turma é tarefa de fôlego, embora não impossível.

E os resultados podem não estar a altura das expectativas da Microsoft. As grandes fusões e aquisições da ultima década no mundo da tecnologia evocam, para mim, um único e solitário sucesso: a compra do YouTube pelo Google.

As demais, em maior ou menor grau, podem ate ter adicionado valor à empresa compradora e muito dinheiro aos bolsos dos vendedores, mas, para nós, meros compradores, significou quase sempre menos evolução, mais custos ou ambos.

Não que esteja cético, mas, por cautela, vou deixar por uns tempos de fazer minha barba para poder deixa-la de molho.

Tomara que essa compra do Skype seja boa para nós, usuários. Pode até ser que a Microsoft saiba transformá-lo em uma útil plataforma corporativa, sem esquecer as pessoas físicas. Mas eu temo por possíveis restrições do serviço, pela inclusão de um excesso de propagandas chatas ou mesmo pelo direcionamento do uso da evolução do Skype para plataformas  Microsoft.

O bom seria replicar o sucesso da parceria Google-YouTube, com a Microsoft encarando de frente a concorrência e trabalhando com todas as principais plataformas de mobilidade.

Aí sim, ganharíamos todos e minha barba poderia sair do molho.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Casamento Real: Como uma instituição milenar planeja usar os meios digitais para criar o maior evento da internet na década

Sexta feira 29 de abril não será um dia como qualquer outro. Na Abadia de Westminster, em Londres, casam-se Kate e William, este provável herdeiro do trono inglês, ela uma bela jovem candidata a princesa e a encher o imaginário de milhões.


Mas, em pleno século 21, com a monarquia relegada a um papel quase que simbólico, como poderia um evento como esses mobilizar tanta gente e chamar tanta atenção?

Saindo momentaneamente do mundo digital, parece claro que o encantamento dos contos de fadas não foi embora, mesmo com os usos e costumes deste ano de 2011. De jovens a idosos, homens ou mulheres, indivíduos ou empresas, parece que o mundo estará conectado à cerimônia do casamento real, que promete mobilizar todas as mídias a seu favor.

Parece que será como que uma releitura do casamento de Charles e Diana, sem a falta de sal de um e sem o deslumbramento da outra, ou uma mistura disso, pouco importa. O que vale mesmo é que seus organizadores estão priorizando o foco em cima das redes sociais e da internet, como forma de obter a máxima repercussão -positiva, esperam eles- mundial.

Já é possível imaginar a quantidade de fotos e vídeos que serão postados nas principais redes sociais -Facebook, Twitter, YouTube-,  nos portais dos principais meios de comunicação tradicinais, BBC à frente, e também em milhares ou milhões de blogs por todo o planeta.

Aposta-se em imagens inusitadas captadas por amadores para uma eventual falha no rigorosíssimo protocolo britânico, ou mesmo em versões de fatos, muitos dos quais falsos, criados para gerar alarido.

Prevê-se que, na sexta-feira, alguns dos TTs globais do Twitter farão referência ao casamento.

Mas e daí, o que tem isso a ver com o nosso blog? Afinal, hoje em dia, qualquer casamento por aí tem, no mínimo, um perfil no Facebook ou no Orkut. Fofocar através to Twitter, idem, e cenas inusitadas quase sempre param no YouTube. Porquê o casamento real seria diferente?

Na minha expectativa, eu vejo um evento que atrai a atenção do mundo pelo lado conto de fadas, do imaginário das multidões sendo montado com um foco principal nas mídias sociais. São elas que vão criar a interatividade necessária a potencializar a audiência qualificada e, idealmente, obter um endosso a essa instituição chamada monarquia, por muitos considerada desnecessária, quando não um deboche aos bilhões de desvalidos.

Embora com um Reino Unido onde a maioria esmagadora da população endossa sua Família Real, na maioria do resto do mundo não é bem assim. Intrigante é o fato que a audiência da cerimônia será igualmente representativa em quase todos os países que democratizam a informação.

Vale a pena acompanhar ao menos parte da cerimônia, e, quem sabe, palpitar. Nesta segunda, 25, ao procurar imagens no Google com o argumento Kate and William, achei mais ou menos 32.700.000 respostas...

Isso aí será um marco no mundo das comunicações digitais e interativas. Vai dar pano para manga não só para comentários sobre os noivos como, especialmente, para a discussão de novos formatos de nosso dia-a-dia digital.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ainda sobre a História...

Da postagem anterior, sobre as armadilhas do sucesso da tecnologia, recebi alguns comentários no Twitter e no Facebook que me fizeram refletir um pouco mais e... voltar ainda mais ao passado, aquele que nem eu conheci, mas aprendi nos livros. Com um pouquinho de licença poética para interpretar sagas milenares a favor de minhas teses.

Na primeira iniciativa da humanidade para fazer face à então nascente globalização, o problema residia na dificuldade de comunicação entre os povos, dada a existência de milhares de linguas e dialetos, muitas das quais tinham alcance limitado a aldeias remotas.

Mas avançar era preciso! Então o caminho escolhido foi a construção de uma gigantesca torre lá pela Mesopotâmia, mesmo lugar dos conflitos de hoje onde é o Iraque. Seria uma espécie de Torres Gêmeas que vieram abaixo com os atentados de 11 de setembro.

Não deu certo e a Torre de Babel ficou no limbo da história. A se basear no Genesis, a coisa é um pouco diferente, em um tempo onde todos já falariam uma só lingua e resolveram fazer a torre mais alta do mundo para chegar perto de Deus, que, irado, condenou a humanidade a falar uma infinidade de linguas e, como consequência, nunca mais se entender.

Eu acho que não. Para mim, Babel significa, antes de tudo, a tentativa de integração que não deu certo. A compatibilidade do projeto teria ficado prejudicada por conta da chegada de novas tribos, novas linguas, novas escritas. Então, circular uma simples oferta de preços de tâmaras ficou prejudicada e as práticas mercantís voltaram ao modo primitivo.

Nós, no século 21, não retornamos à era das cavernas com os problemas de compatibilidade entre os diversos dispositivos digitais e seus monitores de regras, esses sistemas operacionais cada vez mais sofisticados, cheios de versões em diferentes linguas e linguagens de programação. Mas, cada vez que algum deles atinge o Nirvana da dominação do mercado, lá vem a praga dos céus que os condena à eternidade (enquanto dura, segundo Vinicius de Morais) das desculpas aos bilhões de usuários insatisfeitos.


A outra tentativa global de criação de um novo mercado foi feita -e bem- por Noé, com a primeira agência de turismo global que, por determinação divina, atingiu em cheio um tema que hoje é tanto decantado quanto descascado, dependendo da posição de cada um: a Diversidade. Noé efetivamente contemplou 100% das espécies e dos gêneros então conhecidos ao embarcar um casal de cada em sua arca para sobreviver ao dilúvio.

Projeto bem sucedido, sob o ponto de vista da preservação das espécies, mas o tema diversidade perdeu-se no tempo.

E as agências de turismo verdadeiramente globais ainda hoje são um problema: cada vez que uma delas atinge um ponto de aceitação global, ou mesmo nacional, como sabemos bem aqui no nosso Brasil, elas quebram, lesando milhares ou milhões de consumidores.

Quando o ser humano tenta fazer algo global demais, parece que as coisas desandam.


Mas, hoje em dia, não conseguimos viver sem essas marcas globais, suas vantagens e seus problemas. E no futuro?

terça-feira, 12 de abril de 2011

A História se repete. Repete?

Estou no ramo de TI há bastante tempo. Por vezes, acho que estou há mais tempo que o juizo recomenda. Mas insisto. Sou persistente. Sou entusiasta, como diz meu perfil @guymanuel no Twitter.


Também já vi muita coisa nessas 5 décadas que mexo com computadores. Algumas que mostam o que pode acontecer e muitas vezes seria bom que não acontecesse.

Já vivi as eras do virtuais monopólios da IBM e da Microsoft, só para ficar em dois. Esse último derivado do primeiro, pelo imenso sucesso do MS-DOS e depois do Windows, plataformas não criadas pela Microsoft, que soube torná-las usáveis em bilhões de dispositivos.

Quando chegou a tal do Vista, eu quase desisti, não só porque era um saco, mas pelo surgimento dos Mac com processadores Intel e sistemas operacionais com nomes de felinos, que tornou indesculpável não usar esses ícones de design e usabilidade, ainda mais que eles passaram a "falar" com todo mundo e ainda vieram quase juntos com os fenômenos iPod, iPhone e iPad. Imbatíveis, pensava eu, esquecendo ou querendo esquecer o passado.

Que passado?

Ah! Quando a IBM dominou os mainframes e buscou manter compatibilidade com as diversas gerações de hardware e as diversos sabores de sistemas operacionais, a vida dos profissionais que faziam as coisas funcionar virou um inferno.

Sem contar que havia -e há- a necessidade de fazê-los falar com os mais diversos tipos de periféricos e intergá-los aos mais inusitados dispositivos na rede. Quem trabalha com o SPB - Sistema de Pagamentos Brasileiro - sabe o que estou falando.

E a Microsoft? Antes do Vista e do Xp, que remediou os anteriores Windows 2000 e Windows Me, as coisas eram mais simples, embora o ecossistema ficasse cada vez mais complicado. Mas a decisão -inevitável- da Microsoft de se livrar da antiga arquitetura de 8 bits do MS/DOS, até um certo tempo a base do Windows, criou o primeiro cisma da microinformática: de repente, os dispositivos conectados não mais funcionavam, a compatibilidade de arquivos em versões diferentes do Word, por exemplo, ficaram prejudicadas. Muita chiadeira, muitas críticas, mas... faltava alternativa.

Aí veio a Apple com o ressurgimento do Steve Jobs e eu, maravilhado com esse mundo novo, achei que meus problemas tinham se acabado. Tudo fácil, bonito, seguro, charmoso... até que cheguei aos dias de hoje, com o OSX 10.6.7 no Mac, o iOS 4.2 no iPhone e o iOS 4.3.1 no iPad. Aí eu pude sentir o peso do sucesso da Apple, que em nada difere do que aconteceu antes com a IBM e a Microsoft.

De vez em quando o Mac fica lento, o iPhone trava e o iPad cancela programas que saem do ar como se fossem bolhas de sabão estourando...

Aí eu fui fuçar um pouco as especificações dos sistemas operacionais e dos hardwares associados e vi o tamanho da encrenca da compatibilidade reversa e com o resto do mundo, ou seja, com versões anteriores e com outros dispositivos do mundo conectado. E caí na real: a Apple, como a IBM e a Microsoft, passa a pagar a conta de seu sucesso, transferindo, claro, a fatura para nosostros usuários.

Nada que seja fatal, apenas a triste constatação que o encantamento com a marca e seus belos produtos pode estar chegando ao limite.

Ainda bem que eu não descartei um PC que veio com Windows Vista e que eu decidi fazer um upgrade para o Windows 7...

Numa dessas...

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Redes Sociais e as Empresas: Sem importância?

A baixa adoção de uma política corporativa das empresas para redes sociais parece dar sinais de reversão. Hoje, mais de 40% das empresas que precisam de alguma imagem por atingir o consumidor final já buscam conexões no Twitter, no Facebook e em outras redes de massa. Poucas, porém, já as utilizam de modo a alavancar suas operações usando o potencial que elas podem oferecer.


Vamos a alguns exemplos:

Toy Story 3 (em inglês), da Pixar/Disney, alcança 17.567.444 curtidores;
Walt Disney World tinha 5.927.883
Nike, 4.091.119
Mc Donald's348.425 
Starbucks  20.466.910
A revista brasileira Veja, 104.810
A rede americana de notícias CNN, 1.912.659
Sua concorrente árabe, Al Jazeera (em inglês), 498.814, em árabe, 940.053.

Tudo isso na hora desta postagem, e referente apenas à página com maior número de seguidores. Para dar uma idéia do tamanho do potencial, a marca Walt Disney, que combina um grande número de produtos e serviços muito conhecidos (Toy Story inclusive), yem mais de 145 mihões de curtidores. Quase um Brasil.


Nessas páginas pesquisadas, vemos que os tópicos postados recentemente quase sempre possuem centenas, se não milhares de comentários. Isso aí, em termos de pesquisa de opinião, possui um valor inestimável.


É razoável supor que Toy Story 4, ou um novo tenis da Nike, só para ficar com dois exemplos, estejam sendo gestados a partir das opiniões desses seguidores voluntários, que tanto podem contribuir para o sucesso de futuros lançamentos como seu fracasso, se essa demanda for mal interpretada.


Creio que não por acaso, a marca Mc Donald's, que é global por excelência, mas associada ao junk food e tão criticada, aparece com seis vezes menos seguidores que um Starbucks, com mais de 20 milhões.


Pode ser por conta da percepção que o café faz menos mal do que um sandubão cheio de calorias, gorduras e carboidratos, ou, quem sabe, por conta de um melhor entendimento da Starbucks em realação ao fenômeno das redes sociais. Eu acho que é uma combinação de ambos, mas a segunda opção é seguramente a predominante.

Finalmente, o Facebook arrebenta com 37.223.918 curtidores em sua página mais visitada. Algo como 6% das contas ativas, o que não é pouco.

Marqueteiros profissionais dariam um par de anos de suas vidas se pudessem entender as expectativas dos consumidores e prever tendências. Antigamente, isso acontecia por conta de caríssimas e incomodativas pesquisas de mercado, com perguntas formuladas pelas próprias agências, depois de aprovadas pelo cliente.

Hoje, com as redes sociais, é possível que a interação surja exatamente dos consumidores que dizem, com prazer ou com contundência, o que gostariam de ter ou o que abominam naquele produto ou naquela marca.

A propagação viral dessas informações torna o processo irreversível.

Não por acaso, as marcas que estão no topo do ranking do Facebook estão nadando de braçada no mercado, e as que resistem, estão ficando para trás.