sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2011: Ano Digital Fraquinho...

Fazendo um resumo de 2011, sob a ótica de produtos e serviços digitais, o resultado não é muito inspirador.

Consolidaram-se os smartphones, que venderam aos borbotões e prometem mais em 2012; o mercado de tablets, inexistente estatisticamente em 2009 e que apresentou as grandes novidades em 2010, registrou em 2011 marca superior a 50 milhões de unidades vendidas, descontados os genéricos ching-ling, e promete superar os notebooks em unidades vendidas lá por 2013, 2014.

A notícia ruim de 2011 foi a morte de Steve Jobs. Parece que todo o mercado, não apenas a Apple, contentaram-se em produzir mais do mesmo do que praticamente inovar.

Será?

Se formos mais um pouquinho detalhistas, podemos garimpar avanços que, se não refletiram muito em nossa realidade de cidadãos digitais, vão causar novos tsunamis em cima dos conceitos de modernidade, versão 2011.

Na avaliação deste veterano blogueiro, a nova Constituição Digital será  consolidada em cima de três vetores:

A internet de banda larga cada vez mais larga e a custo cada vez menor, que possibilitará a maturidade das ofertas de cloud computing.
A tela sensível ao toque, que torna intuitiva a interção das pessoas com os dispositivos, e absolutamente natural aos pequeninos nascidos neste milênio, que precisarão cada vez menos de manuais de instrução e de explicações dos mais velhos;
As ferramentas de reconhecimento de voz chegando ao mainstream do uso, com a chegada do Siri, da Apple e de vários wannabes já surgindo, que tornam nossa comunicação com os dispositivos e, através deles, com outras pessoas cada vez mais simples e precisa.

Assim, 2011 se vai sem trazer novas excitações que vinham ocorrendo anualmente, pelo menos desde 2007, e que mudaram radicalmente a configuração do mundo digital e, porque não, do mundo como o conhecíamos. Mas, ao menos, aponta para as novas mudanças e para a consolidação do que já existe.

Do ponto de vista dos futuros historiadores, 2011 poderá ser encarado como o marco de uma nova era, mas, do ponto de vista de registros "arqueológicos", pouco terá a mostrar.

Então, Feliz 2012!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Redes Sociais são Manipuladoras?

Existem muitas teorias de conspirações, algumas pertinentes, outras nem tanto, sem conexão com a realidade.


O fenômeno recente das redes sociais trouxe à tona teses de manipulação de opinião, principalmente de jovens, que são os mais conectados, que serviriam de massa de manobra para interesses escusos, notadamente os de cunho político.

Matérias atribuidas ao patriarca da Igreja Ortodoxa Russa, onde ele pega pesado nessa linha, e combate as redes sociais.

“A ingênua confiança de uma pessoa moderna na informação disponível em redes sociais, acompanhada pela desorientação moral e pelas perda de valores (morais) básicos tornam nossos jovens vulneráveis à manipulação”, teria dito o patriarca Kirill, segundo nota da Agência Estado.

Vamos por partes, como diria Jack, o Estripador



1- Manipulação: O Facebook, com cerca de 800 milhões de membros (mais de 10% da população do planeta ou cerca de 35% de todos os internautas conectados) ou mesmo o Twitter, que tem algo como um quarto desses totais, com certeza permitem a manipulação de mais gente, pelo simples fato que mais gente participa dessas redes do que de canais tradicionais, como jornais, rádios, TV aberta ou paga e mesmo as tradicionais correntes eletrônicas de e-mails ou de pps.

Pela mesma ótica dos números, a diversidade de opções existente na internet e nas redes sociais fazem com que o principal ingrediente de manipulação seja simplesmente a vontade de ser manipulado, de ser "Maria vai com as outras", ou, no gênero masculino, "Mário vai com os outros".

Ou seja, você só será manipulado pelas redes sociais se quiser ou se for muito desatento e preguiçoso. O mesmo não se aplica a outros canais de comunicação. É só ver, por exemplo, o conteúdo controlado que passou da Coréia do Norte durante as cerimônias de exéquias do líder (ditador? rei? dono?) Kim Jong-Il, com aquela multidão em pranto sincronizado.

No caso das recentes rebeliões populares na Tunísia, no Egito, no Iêmen, na Líbia, na Síria, as redes sociais foram usadas para manipular as massas ou as massas as usaram para comunicação entre si e dali para o mundo para manifestar sua insatisfação, por falta de opções de diálogo com os respectivos regimes?

E o Occupy Wall Street e o mais recente Occupy Facebook, são fenômenos de manipulação de gênios do mal contra o mercado financeiro e Mark Zuckerberg, respectivamente, ou expressam outras faces das moedas?

2- Jovens: Usa-se muito o argumento de que os jovens de hoje são alienados. Nada muito diferente do que se falava há 30, 40 ou 50 anos atrás. A diferença é que os jovens de hoje têm ao toque de um ou dois dedos toda a informação que precisam, e aprendem também a ver o outro lado de cada história. E os jovens das próximas décadas ainda mais informados e conectados, logo, em tese, menos influenciáveis por teses e doutrinas fabricadas em laboratório.

Eu acho que os velhos são muito mais alienados que os jovens. A conferir...

3- Controle das redes sociais: Quem propõe isso? Vamos desfilar aqui alguns nomes, que me passam pela cabeça, sem ordem de importância ou prioridade, e as figuras que chegam são essas, mesmo correndo o risco de alguma injustiça por inclusão ou por omissão:

Kim Jong-Il (OK, esse já foi), Fidel Castro (não é mais ele, mas seu irmão Raul), Hugo Chávez (e sua teoria segundo a qual os americanos estão gerando cancer em lideranças da América Latina); os déspotas depostos (ou a serem varridos) do Norte da África e do Oriente Médio, o bunga-bunga Berlusconi e até mesmo o marido da bela Carla Bruni, o Sarkozi que, incomodado com as pressões das ruas, teria proposto um maior controle da internet.

4- Os manipuladores: Quem são, na verdade, os manipuladores? Os que trafegam anarquicamente pelas redes sociais ou os que possuem as chaves de controle daquilo que pode ser divulgado? Os que criam códigos de verdade absoluta ou os que buscam aperfeiçoar o conhecimento?

Enfim, para refletir nessa virada de ano: Quem manipula mais, o Patriarca Kirill ou o jovem Mark Zuckerberg, que, por sinal, tirou uns dias de férias bem agora para "sumir" do Facebook e se isolar no interior do Vietnã, onde nem internet existe?

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Compras deste Natal serão diferentes do ano passado




Olhando pela perspectiva das compras, o Natal 2011 será bem diferente do de 2010. Dólar oscilando, ausência de grandes novidades de hardware e, de outro lado, um grande aumento de ofertas de conteúdo fazem com que seja possível, dessa vez, pensar no todo, na integração, no bom uso daquilo que você já tem, com pequenos ajustes.

Ano passado o frisson estava nos tablets, em especial o iPad da Apple, que, quase do nada, criou um vasto mercado novo. Junto com acessíveis tocadores BluRay e televisores de alta definição, foram as estrelas de então. Agora em 2011, a oportunidade vai estar na integração de dispositivos.

Não basta um novíssimo e enorme TV 3D, mesmo junto com um belo home-theater para que o som faça jus à imagem. Alguns televisores e players BluRay até dispõem de acesso a internet, mas a maioria deles implica em usar o incômodo controle remoto para digitar compridos endereços, ou então o acesso é limitado a alguns pouco portais.

De outro lado, começam a surgir ofertas via internet de vídeos com filmes, shows, documentários grátis ou pagos, muitos deles em alta definição. Mas para baixá-los ou fazer streaming, não basta uma conexão rápida e contas criadas com os fornecedores. É preciso um computador ou um tablet para que a coisa seja prática. Aí é a telinha que não resolve. Então, é preciso que esses dispositivos possam ser facilmente ligados à telona, de preferência via entrada HDMI, para desfrutar plenamente da qualidade de áudio e vídeo. Um presente original pode ser uma assinatura de um desses serviços.

Podemos pensar em melhorar o armazenamento de arquivos de áudio e vídeo que geramos em nossas câmeras e filmadoras digitais (que já estão com 3D em alguns modelos), sem falar naquelas dos celulares e tablets. Não se esqueça do que chega por e-mail e aqueles que você entende que devam ser armazenados perto de você, venham eles de redes sociais, de portais de imagens como Flickr ou Picasa, só para ficar entre os mais populares.

É muita coisa? Os HDs de alta capacidade despencaram de preço, então é só comprar mais um ou dois terabytes de disco, correto? Não necessariamente, o mais importante é ter tudo isso bem organizado e disponível para quando precisar. A saída é investir em bons programas de organização de imagens, sejam elas locais ou remotos na nuvem. Aqui a palavra “investir” não necessariamente implica em desembolso de grana, mas com certeza demanda cada vez mais disciplina para que essa diversidade de conteúdo não se perca em múltiplas pastas digitais que você acaba esquecendo por aí.

Enfim, faça de seu televisor principal uma central de entretenimento, conectada em uma rede local com seu desktops, laptops, tablets, filmadoras, câmeras e smartphones, mantendo os arquivos bem organizados.

Sob outro enfoque, existem os produtos que cada vez mais cabem no seu bolso e trazem mais conveniência e conforto, como os aparelhos GPS para carro ou mesmo para maratonistas e adeptos de trilhas e esportes radicais.

Aqui também a tentação do preço não deve prevalecer sobre a cuidadosa avaliação da qualidade e da regular atualização de conteúdo. A opção de aplicativos GPS para seu smartphone ou tablet até que pode se revelar mais barata e tão eficaz quanto a de um dispositivo dedicado, mas se você é um heavy user, as baterias vão abrir o bico rapidamente.

No campo de smartphones, as opções com Android estão cada vez melhores e mais diversificadas; se você está com a Apple e não muda, o iPhone 4 continua sendo a opção ao menos até o Natal de 2012.

Nos tablets, o iPad 2 ainda está bem à frente dos concorrentes. Notebooks estão também com muito boas ofertas, mas os pequenos netbooks perderam rapidamente sua razão de ser, sanduichados entre preços e funcionalidades de notebooks e tablets.

Resumindo, no Natal 2011 você pode melhorar o desfrute dos brinquedinhos que você comprou ao longo dos últimos 12 meses, para que, ao final, seu investimento valha ainda mais.

Artigo publicado na coluna Vida Online do número 2 da Revista Batel Lifestyle