quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Aprendendo Informática

No debate da CBN de 14/12/2007, um ouvinte perguntou sobre cursos de informática disponíveis no mercado, e de qualidade, mas não os basicões. A lista é enorme, e resolvi recomendar os do SENAI, e fiquei de comentar aqui no blog sobre as alternativas de qualidade do mercado. Pois é... as alternativas são tantas que resolvi ampliar o leque ainda mais.

Para começar, não existe uma receita mágica, aplicável à maioria de nossos ouvintes. Cada um tem uma necessidade particular, e, de início, ousaria dizer que um pouco de investigação individual e auto-estudo devem resolver boa parte das carências que alguém possa ter nesse final de 2007. Tente, experimente, erre, tente de novo, descubra... é a curva de aprendizado funcionando como deve ser.

Outra alternativa interessante é contratar um personal coach, ou instrutor individual, desde que você saiba em que áreas você quer apreder. Tem um monte de gente no mercado querendo aumentar sua renda, e que pode disponibilizar umas horasa extras para ajudá-lo nas suas dificuldades ou expectativas tecnológicas. A partir de R$ 30 por hora.

As comunidades de relacionamento, orkut à frente, unem grupos de pessoas com interesses comuns. Existem comunidades para todos os gostos e expectativas. Procure as que se encaixam no seu perfil e você pode encontrar soluções interessantes.

Aprender tecnologia usando tecnologia pode ser a maneira mais inteligente de ir ao fundo do problema que o aflige. Educação à distância está madura hoje em dia, e se você tem um computador com acesso à internet por banda larga, você pode fazer quase que qualquer tipo de curso, no Brasil ou no exterior, sem sair de casa!

Apenas para referência, uma busca pelo argumento "ensino a distância" no Google retornou 1.480.000 páginas em português, na data e hora que escrevo esta postagem. A maioria das melhores universidades do mundo oferecem cursos completos à distância, sejam eles de curta, média ou longa duração.

A título de exemplos, o Portal da Educação oferece um leque interessante de cursos das mais diversas modalidades; A pouco conhecida mas avançada Universidade Federal de Lavras oferece cursos de pós-graduação lato-sensu à distância; o portal Webaula oferece um leque enorme de cursos de curta duração em tecnologia. Mas esses são 3 exemplos em milhares que estão por aí. E isso mostra a potencialidade da forma de ensino que mais cresce na atualidade e que já engaja, no Brasil, milhões de alunos.

Será que esclareci ou confundi ainda mais? Sei lá... Mas ao menos o debate está iniciado a partir da provocação do nosso ouvinte.

Compras de Última Hora para o Natal

O Natal de 2007 promete ser bem gordo para quem vende produtos de tecnologia digital. Só não será melhor porque alguns ítens estarão em falta, especialmente modelos intermediários de computadores, games e alguns modelos de televisores LCD. Mas ainda dá tempo de fazer boas compras. Isto é... se você quiser encarar o bolo de gente nos shoppings ou ousar arriscar a entrega de um produto comprado pela internet antes que o trenó de Papai Noel esteja sobrevoando sua casa...

Mas, se sua lista não está completa, e se o tempo for curto, e a grana idem, você pode ter pechinchas extraordinárias logo após o Natal. Espere liqüidações interessantes de produtos eletrônicos.

Se sua pedida passa por computadores, e se a demanda é por mobilidade, então os notebooks finalmente cairam bastante de preço para justificar o prêmio pago em relação a um desktop de configuração equivalente. Na faixa de R$ 2.000 a R$ 3.000 você vai encontrar máquinas bastante bem configuradas, com acesso wireless embutido, um HD maior que 80Gb e 1 Gb de memória. Mas atenção: evite comprar micros com o Windows Vista Starter Edition ou o Vista Home Basic. São verdadeiros engodos, não entregam nem as novas funcionalidades do Vista nem a estabilidade do bom e velho Xp. Aliás, existem notebooks ainda com o Windows Xp, que pode ser uma excelente opção para quem quer robustez do software e um leque amplo de aplicativos. Ele vai bem por pelo menos mais 3 anos, sem sustos...

Mas se você pode se dar ao luxo de desembolsar mais dinheiro, a partir de R$ 5.000 você pode comprar notebooks com 2Gb de memória, um Windows Vista Home Premium ou Business, um HD bem parrudo, acima de 100Gb, gravador de DVD, webcam embutida e outros quetais. No topo da cadeia alimentar -e de preços- você encontra os lindões Sony Vaio, com um design de estúdio italiano, processador Intel Core2 Duo, e, à medida em que o peso cai, o preço vai às alturas. Mas o pequenino Vaio de 1,1kg e tela de 11" pod chegar a custar R$ 11 mil. Tem gente que paga!

Nessa mesma faixa, os Powerbooks da Apple dominam a faixa dos usuários mais exigentes. Com a vantagem de poderem rodar o estável OSX, bem à frente do Windows Vista, além do próprio Vista, ele tem uma confraria de 'connoisseurs' que dele não abrem mão. No Natal -e nos dias que se seguem- podemos esperar que os preços dos Macintoshes portáteis finalmente sejam comparáveis com máquinas equivalentes com Windows.

Uma boa opção de compra, a partir de R$ 500, são os HDs externos de 150Gb até 300Gb, que servem para fazer backup de seus dados mais preciosos, ainda mais se você tem mais de um computador e intercambia dados através de uma rede em sua casa, por exemplo. Eles são extremamente confiáveis, e seus preços estão num ponto ótimo.

Monitores LCD estão com bons preços, e não dá para pensar em nada menor do que 17". Os que estão com melhores preços são os de 19" widescreen, já no formato 16x9, da TV Digital. Prefira os modelos com contraste acima de 5.000:1 e tempo de resposta menor que 5 ms. A diferença de conforto de um monitor grande para os pequenos, de 15" é enorme, e você ganha na qualidade da imagem, no espaço ocupado e na conta de energia, bem menor do que a dos monitores de tubo. Os monitores de 21" e acima já encostam no patamar de R$ 1.000, e vão continuar caindo.

Televisores LCD estão com perços próximos aos de plasma, e são sempre melhor compra. Mas os que oferecem compatibilidade plena com a TV de alta definição (1.080p) estão cerca de R$ 1.000 mais caros que os que oferecem apenas 780p, uma nitidez um pouco menor. Mas a TV de alta definição vai demorar para chegar a Curitiba, ao menos com intensidade e qualidade de conteúdo. Embora anunciada para o segundo semestre de 2008, não esperem nada substancial antes do final de 2009. E os preços devem cair muito, inclusive dos conversores para a TV digital, sejam eles externos ou embutidos nos teevisores. É uma compra que só deve ser feita se a substituição de seu modelo atual for imprescindível.

Uma compra interessante são os gravadores de DVD, que já baixaram do patamar de R$ 400, sem HD interno, e os com HD já estão na faixa de R$ 1.000. Uma boa pedida para quem quer migrar suas imagens de vídeo VHS para DVD, ou mesmo gravar seus programas favoritos da TV.

Câmeras fotográficas estão bem mais em conta que no ano passado, e hoje o patamar mínimo de resolução é de 8 megapixels. Mas prefira câmeras que tenham lente de qualidade, como Nikor, Zeiss , Pentax ou Leica. Se você optar por uma superzoom, que tem zoom óptico maior que 8x, exija que ela venha com dispositivo de estabilização de imagem, para quando você estiver usando a lente como teleobjetiva. A partir de R$ 500, já existem boas opções. Mas aqui vão duas dicas: é bom ter bateria e cartão de memória de reserva, pois essas máquinas consomem energia e memória, ainda mais no modo de alta resolução.

E, no pós-Natal, espere por preços convidativos para Home-Theaters, desktops e filmadoras, além de telefones celulares. Que, aliás, já fazem de tudo, inclusive são bons tocadores de mp3 e alguns modelos têm câmeras digitais com resolução até de 5Mp e zoom óptico, o que pode ser uma boa aternativa às cãmeras digitais e aos players de música, até porque são subsidiados pelas operadoras de telefonia. Mas aí aparecem os celulares 3G, com acesso à internet de banda larga e aí... bem, aí já é outra história, boa para 2008.

quarta-feira, 31 de outubro de 2007

O dolar barato e as compras tecnológicas do Natal

Em abril deste ano, publiquei no meu antigo blog uma nota que comemorava a possibilidade de o dólar poder ser comprado -simbolicamente- em uma loja de R$ 1,99. Àquela época, o mercado testava o patamar de R$ 2,00 (que foi rompido logo depois), dando boas oportunidades de compras de produtos de tecnologia. Estávamos próximos do Dia das Mães, e ali eu mostrava as pechinchas que viriam.

Pois é, ao chegarmos ao mês de novembro, com coceira nos bolsos e testando a velocidade do gatilho de nossos cartões de crédito, e o dólar chega a R$ 1,75, com tendência a queda.

Claro está que teremos algumas boas oportunidades de fazer uma listinha caprichada para Papai Noel, e engenhos tecnológicos para todos os gostos e orçamentos estarão nas prateleiras. E isso vai ser comentado em sucessivas postagens, à medida em que o Natal se aproxima, com grupos de sugestões agregadas por faixa de valor e utilidade, os mais caros vindo primeiro, por requererem um planejamento orçamentário mais cuidadoso.

Mas, como reflexão do dólar a R$ 1,75, quero enfatizar dois pontos importantes:

  1. Passada a barreira psicológica de R$ 2,00, e depois as de R$ 1,90 e R$ 1,80, a previsão é que a moeda americana possa chegar a R$ 1,70 no final do ano. Mas os preços relativos não estão acompanhando a queda relativa da outrora famosa moeda de referência mundial. E por dois motivos: existe uma parte dos custos que não desvaloriza, por serem marcados em real, e porque a demanda está forte, provocada por uma série de fatores conjunturais e estruturais, que os economistas já analisaram à exaustão.
  2. A meu ver, a cotação do dólar não é tanto pelo real forte e sim pela fraqueza da moeda do Tio Sam. A revista Business Week com capa de 15/10/2007 publica uma comparação interessante entre moedas "emergentes" e outras nem tanto em relação ao dólar. Vamos lá à tabelinha:

Moeda

País

Variação %

Franco

Guiné

33,79

Dalasi

Gâmbia

29,00

Nova lira

Turquia

24,34

Koruna

Eslováquia

22,08

Forint

Hungria

21,70

Real

Brasil

19,64

Dinar

Iraque

19,60

Peso

Colômbia

19,13

Krone

Noruega

18,48

Baht

Tailândia

17,31


*em relação ao dólar americano. Base setembro 2007/setembro 2006

Notem que, desse rol de países, apenas a Noruega apresenta as condições daquilo que chamamos de "primeiro mundo". Nossa moeda valorizou-se em taxas bem parecidas com as do Iraque e da Colômbia, dois países que, num primeiro momento, são associados a guerra e violência.

Minha preocupação é que, enquanto as moedas acima relacionadas têm câmbio flutuante, a China mantém o seu yuan amarrado por volta de 8:1 em relação ao dólar. Não por acaso, a China chegou ao topo do ranking de países exportadores, suplantando em poucos meses os Estados Unidos e a Alemanha, com estonteantes US$ 111 bilhões de exportações no mês de agosto. É isso mesmo! A China exporta em um mês o que nós exportamos em um ano...

Mas o que isso tudo tem a ver com as compras tecnológicas do Natal? Em tese, nada, pois Papai Noel já mandou revisar seu trenó para a grande viagem e as renas estão em processo acelerado de condicionamento físico, lá no spa da Lapônia.

Na prática, no entanto, esse quadro pode explicar alguns dos motivos pelos quais os preços não estão como gostaríamos -embora bem melhores do que em 2006- e também indicar que poderemos ter aumentos de preços em Real, em 2008, mesmo com o dólar no patamar de R$ 1,75.

Isso pode dar bons motivos -ou boas desculpas- para que a lista de Papai Noel este ano seja feita com bastante carinho e entusiasmo!

Aguardem as listas.

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

As TVs Abertas Norte-Americanas Abrem Conteúdo para Download na Internet

Finalmente as empresas americanas de TV aberta concluiram que não adianta, em tempos de internet e YouTube, querer manter o conteúdo ptotegido por leis de direito autoral que não têm aplicabilidade prática.

Já há alguna anos, o TiVo e similares -os chamados Personal Video Recorders- já gravam o conteúdo selecionado, com a função específica de pular comerciais, para desespero dos anunciantes, que buscam entender o fenômeno e adotar um posicionamento diferente de marketing.

Agora, elas colocam em seus sites o conteúdo para download. Sábia mas tardia decisão. Agora é corre atrás do prejuizo.

Com a grande maioria das conexões em banda larga -superior a 1Mb/s-o tráfego de vídeo explodiu e hoje já representa a maioria do tráfego da internet naquele país. Aliás, os 6 maiores sites de vídeo nos Estados Unidos, capitaneados pelo onipresente YouTube, já geraram, em 2006, um tráfego 40% maior do que a totalidade dos bits que passaram pela internet no ano 2000. Esse ano a coisa aumenta bastante!

Parece que disponibilizar conteúdo na internet gera mais valor do que a tentativa de tapar o sol com peneira.

Mas e no Brasil? Aqui, além de haver pouco conteúdo local disponível, a capacidade das conexões de internet, na média, ainda é insuficiente para que o tráfego de vídeo seja majoritário. Um dia chegamos lá...

E o vídeo de alta definição? Esse ainda é bem limitado, tanto pela disponibilidade quanto pela velocidade dos links. A coisa vai se popularizar quando chegarmos à velocidades acima de 50Mb/s a preços populares, aqui a uns bons 4 anos dedistância, e, se tudo correr bem, com a ajuda das operadoras de celular e da Anatel, aprovando logo as redes 3G, que podem permitir altas taxas de velocidade e compressão.

Aliás, compressão é uma das palavras-chave que mudam referências. Os modernos algoritmos e padrões de compressão vão permitir um aumento significativo do tráfego de vídeo pela internet e pelas redes de celular. Em países como Coréia e Japão, as redes de celular já são majoritariamente ocupadas por vídeos e por games. Ou seja, lá, os celulares até servem ocasionalmente para falar...


Voltando às vetustas redes de TV abertas americanas, resta saber se a decisão foi sábia, ou se elas ficaram zen e seguiram, à sua moda, ao famoso conselho de nossa ministra Marta Suplicy.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Os blogs e a campanha eleitoral

A CBN Curitiba faz reportagem sobre o possível impacto dos blogs na campanha eleitoral de 2008 e as infrações que podem ser cometidas por candidatos, na visão do TRE (leia a íntegra aqui).


De fato, a proliferação de blogs, de comunidades de relacionamento e a própria arquitetura da internet, como uma rede aberta, poderiam, em tese, favorecer a prática de ilicitudes, difíceis de controlar.


Mas não é tão simples assim... É importante enfatizar que hoje em dia, ninguém mais é anônimo na internet. É possível rastrear o site que está hospedando o blog, ou qual computador postou um comentário nesse mesmo blog, na comunidade virtual, ou mesmo em um site específico. Identificar o autor é coisa relativamente trivial. Já sua punição, se estiver fora da lei, é outro departamento.


Na hipótese de tanto o autor da matéria irregular quando seu hospedeiro estarem no Brasil ou em país com quem o Brasil tem algum tratado de reciprocidade, é possível, sim, rastreá-los e, se for o caso, puni-los. É possível, também, mesmo que o conteúdo esteja em local "inóspito", mas o autor estiver por aqui, usar as técnicas de rastreamento para fazer valer a lei. É bom lembrar que, em qualquer caso, uma propaganda mal feita, seja contra ou a favor, pode fazer o feitiço virar contra o feiticeiro, em termos de marketing eleitoral


Nem mesmo a principal dificuldade de fiscalização, a característica passageira dos conteúdos de internet é mais fator de inibição do rastreamento. Ferramentas como o Google registram em seus computadores (memória cache) quase todo o conteúdo da internet. Assim, mesmo que a matéria seja veiculada por pouco tempo, as chances de que ela seja capturada pelos vários mecanismos de busca é enorme, embora haja dúvidas se uma evidência dessa natureza tenha validade legal.

Dada a baixa credibilidade dos políticos em geral, é importante avaliar se uma propaganda veiculada na internet e fora dos parâmetros legais ajuda ou atrapalha... Eu acho que mais atrapalha do que ajuda, mas sempre vão existir os fanáticos por uma luz ao sol ou os desesperados que vão para o "tudo ou nada" que estão dispostos a correr riscos. Eu não recomendaria, mas, como conselho se valesse alguma coisa seria cobrado, e não dado, fica apenas o registro.

Na prática, o que provavelmente veremos -até bem antes do período permitido, 6 de julho de 2008- será uma enxurrada de blogs, comunidades e sites falando bem e mal de muitos candidatos, especialmente os mais cotados para a vitória. As denúncias, de fato, já começaram, e tanto o Ministério Público como a Justiça Eleitoral podem ter muito trabalho.

São as dores da democracia, agora com o fator tecnologia fazendo parte indissociável do processo. Como tudo que é novo, precisaremos aprender a conviver, aproveitar as vantagens e eliminar as desvantagens.

Na minha opinião, a incorporação definitiva da internet no processo da discussão de propostas leva ao aprimoramento da verdadeira e talvez não tão utópica democracia. A conferir...


quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Windows Vista: Chegou a hora de ter um?

Se você é um usuário pessoa física, e está em dúvidas sobre o momento correto de trocar seu computador de mesa ou portátil, que vem sendo tentado por ofertas irresistíveis de máquinas novas, mais poderosas, com novas funcionalidades, é para você que vai essa postagem.


Depois de uma razoável experiência pessoal com o Windows Vista, dá para afirmar que o dito ainda não está totalmente pronto para o usuário doméstico comum. Ele é surpreendentemente instável, muitos programas e acessórios de hardware não funcionam, e requer uma configuração parruda para funcionar.

As versões de entrada Home Basic e Stater Edition são limitadas e não trazem as principais funcionalidades que o Vista se espera de um sistema operacional que pretende atender a um mercado cada vez mais exigente e sofisticado. O Home Basic é um Xp Home Edition com roupa nova, pouco mais do que isso. E o Vista Starter Edition tem limitações sérias de número de sessões que podem ser abertas simultaneamente, é como se você comprasse o ingresso para ver umfilme e só te passassem o trailer.

A Microsoft recém lançou uma atualização de porte para o Xp, o Service Pack 3 (SP-3) que corrige uma série de vulnerabilidades antigas e dá mais robustez e estabilidade a um produto já consagrado. E tudo que você tem instalado em sua máquina vai continuar funcionando.

O estranho é que muitos periféricos de lançamento recente, inclusive webcams, não funcionam com o Windows Vista, seja porque os fabricantes ainda não atualizaram os 'drivers', aqueles programinhas necessários para que o equipamento funcione. Pode até ser que esses 'drivers' nem venham a ser atualizados e aí sua impressora, seu scanner, sua webcam vão ficar mudos para sempre.

De outro lado, veremos cada vez mais fabricantes de computador forçados ou motivados a oferecer o Vista, pois o Xp estará em fase de congelamento de novas versões.

O quê fazer, se o leitor e ouvinte é um usuário sem grandes conhecimentos técnicos - especialmente de 'macetes' do Windows - ou não tem tempo para perder?

Algumas dicas:

- Se puder adiar sua compra, faça-o. Dentro de 3 a 6 meses, esses problemas deverão estar na maioria solucionados, embora novos devam aparecer
- Dependendo de seu uso, considere um computador com Linux, mais leve e mais barato
- Evite a compra de máquinas com Vista Home Basic e Starter Edition
- Informe-se se seus programas de uso cotidiano, que são importantes para você, vão funcionar no novo sistema operacional
- Verifique se hardwares que você pretende preservar, como impressoras, webcams, câmeras digitais, scanners e outros têm suporte para sua nova máquina, e vão funcionar adequadamente.
- Jamais faça o 'upgrade' do Xp para o Vista em seu computador atual, qualquer que seja a marca, modelo e configuração
- Considere no seu plano de investimento no novo computador o custo total, que pode implicar na troca de uma boa parte dos programas e periféricos de hardware, além de um eventual treinamento em sala de aula ou por um "personal computer trainer"

Mas, se você precisa trocar, ou comprar mais um computador, e o Windows é sua decisão, então vá de Vista, mas nas versões mais avançadas, o Home Premium, o Professional ou o Ultimate. E ponha um bom processador, um mínimo de 2Gb de memória, bastante capacidade de disco e aproveite a nova interface da Microsoft, que é realmente muito interessante.

O Vista, como qualquer outro sistema operacional, nasce com muitos bugs e muitas incompatibilidades. Mas, dado o porte da Microsoft, a rápida adoção do Vista, e a própria dinâmica de mercado, que faz com que a maioria das máquinas com plataforma Microsoft já rodem Vista, provavelmente em 2008, é uma aposta segura que ele estará tão ou mais estável do que o Xp é hoje.

Mas, já que é para mudar, porque não considerar também um Mac? Pode ser que seja a hora de uma mudança radical... As máquinas da Apple continuam caras, mas a diferença já é bem menor em relação às máquinas com Windows, o sistema operacional OSX é muito bom, o processador agora é Intel, e, em muitos modelos, você pode também ter o Vista instalado, e rodar em dois ambientes distintos. E tem aquele design imbatível, cada um mais lindo do que o outro.

Eu não mudei, quando da minha recente aquisição de um desktop. Mas confesso que essa minha decisão não me deixou totalmente realizado... O lado bom é que estamos em uma era onde as opções são muitas.

Finalmente, mais um ingrediente para aumentar a confusão: salvo algum cataclisma na economia, os preços de computadores devem cair ainda mais, e não só por causa do dolar razoavelmente sob controle. É que os preços de monitores de cristal líquido (LCD) e memórias flash deram mais uma despencada no exterior, e os efeitos logo serão sentidos por aqui.

Boa escolha!

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Transparência Tecnológica

No dia 12 de setembro de 2007, o Senado Federal, com 100% de presença -e em seção secreta- resolveu absolver o presidente da casa, Renan Calheiros, das acusações do primeiro processo em que o Conselho de Ética, por ampla maioria (11x4) havia recomendado sua cassação. As visões políticas, estratégicas, morais e éticas são muitas. Aqui vou falar da tecnologia, e como as coisas podem - e devem- melhorar.

A sessão do Senado foi fechada, secreta, sem som, sem gravadores, sem laptops e durou 5 horas e pico. Era para só saber quantos votaram a favor, quantos contra e quantos se abstiveram. Só.

Mas, graças à telefonia digital, a mídia e muita gente mais acompanhou a sessão, os discursos e até atitudes de alguns parlamentares. Não foram poucos os celulares de senadores e deputados -esses meros espectadores- que ficaram abertos para que o mundo exterior pudesse sentir o que ocorria naquela sessão.

O fato é que -por mais que se queira- não é possível mais ter sigilo total. Os celulares, as minicâmeras, as ligações wi-fi, tudo isso permite que o mais comum dos cidadãos possa romper barreiras impostas por regras que só valem no papel.

Ou seja, sessões secretas no Congresso já eram, de fato. Porque os senadores não admitem isso e limpam essa regra ultrapassada e inaplicável?

No outro lado do espectro -mas igualmente aterrorizante- vemos os chefes do crime organizado e do tráfico de drogas comandando impunemente suas atividades de dentro de presídios, que teoricamente deveriam ser blindados ao uso de celulares.

Como nunca é tarde para reforçar um argumento básico, lá vai de novo: a tecnologia é neutra, seu uso é que determina se ela é bem ou mal usada.

No caso dos presídios, o uso é condenável, a proibição deveria ser para valer, mas...

No caso do Senado e sua sessão secreta, quem abriu seu celular para vazar informações estava protegido pela imunidade parlamentar, e, de outro lado, a imprensa munida de seu dever de informar. Mas o regimento do Senado determina que as sessões que votam cassações de mandato sejam secretas.

A pergunta que fica: adianta ser secreta?

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Bloqueio de Gravação na TV Digital: Esqueceram de Combinar com o Adversário...

No último dia 27, a FolhaOnline publica matéria da jornalista Lorenna Rodrigues, que mostra a polêmica aberta no Comitê de Desenvolvimento da TV Digital, sobre um potencial bloqueio a gravações de conteúdo de programas veiculados no novo formato.

De um lado, a ABERT - Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, aliás brilhantemente presidida pelo jovem empresário paranaense Daniel Slaviero, argumenta que se não houver restrição a gravações, eventos mundiais, como a Copa do Mundo e Olimpíadas, e os filmes de grandes estúdios não seriam comercializados no Brasil.

De outro lado, entidades como o IDEC - Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor alegam que a lei permite a gravação para uso privado.

O Comitê governamental que decide os rumos da TV Digital tem carater deliberativo e é formado por 11 ministros do governo Lula, nem todos especialistas no assunto, por qualquer ângulo que se avalie o tema, mas, de qualquer modo, é de lá que as regras serão definidas. Assim, é natural que haja um jogo forte de pressões entre todos os interessados.

Avaliando o que existe em outros países, onde a TV Digital já é uma realidade, notamos que um componente muito popular é exatamente o gravador digital de conteúdo, muitas vezes parte até do decodificador de TV por assinatura, ou então uma caixinha separada, como o badalado TiVo, que não só grava o que interessa ao usuário, como também pula automaticamente os comerciais.

Em alguns países mais dirigistas, onde o governo tem poderes de ditar quase todas as normas de conduta ao cidadão, agumas restrições efetivamente existem, só para popularizar ainda mais serviços alternativos na internet, como o YouTube e o Joost.

É claro que não estou advogando a perda de renda dos autores, produtores e geradores de conteúdo, que, em essência, é o centro da grande polêmica. Não podemos desestimular a disseminação de arte, cultura e ciência pelo simples fato de que a tecnologia digital e a internet abrem novas e imensas possibilidades de acesso a esse mesmo conteúdo, por parte de consumidores. Os consumidores, claro, preferem nada pagar, se isso for possível.

A história recente da tecnologia dos bits mostra que a lei sempre está atrasada em relação à tecnologia. Nem mesmo o badalado iPhone, da Apple, saudado como a nova revolução na comunicação pessoal e louvado por Steve Jobs como protegido por mais de 200 patentes, escapou de hackers, crackers e afins. Hoje, programas que desbloqueiam o iPhone já estão disponíveis para download na internet, para qualquer mortal minimamente acostumado com a internet, poder liberar o iPhone das amarras contartuais.

Se voltarmos a um passado mais remoto, mas ainda recente, lembramos que o Brasil tentou proteger sua indústria de televisores criando um padrão único de emissão de sinais em cores, com o -ainda vigente- PAL-M, que para efeitos práticos, de nada serve, pois todos os DVDs vendidos ou pirateados no país usam o padrão NTSC americano, e os televisores já são multi-formato.

Igualmente no caso dos DVDs, a indústria de filmes, puxada por Hollywood, resolveu dividir o planeta em 4 setores, e os produtores de aparelhos de DVD só deveriam produzir e vender equipamentos aptos a tocar apenas DVDs específicos para os países de sua região (o Brasil ainda está na Região 4). Não demorou muito que os DVD players vendidos nas lojas brasileiras saiam já com uma gambiarra que permitia aceitar no mínimo a Região 4 e a Região 1 (Estads Unidos), e, logo em seguida, muitos estúdios "criaram" a "Região 0", que estava fora do tratado original e simplesmente era composta de todos os países do planeta, ou uma soma das regiões 1, 2, 3 e 4.

No caso da TV Digital brasileira, qualquer decisão tomada vai provocar polêmicas. Conhecida a nossa tradição dirigista, é razoável supor que algum tipo de restrição a gravações vá ser criada. Uma boa diversão seria criar um "bolão" -que poderia até mesmo ser uma loteria oficial- que daria o prêmio principal a quem acertasse o prazo em que esses limites seriam válidos, pois alguém vai quebrá-los, num primeiro momento vão acontecer prisões ou multas, mas, no final das contas, todos vão ter que se adaptar ao Admirável Novo Mundo Digital, onde quem manda são os consumidores.

E aí, como quem cria, produz e distribui conteúdo vai ganhar dinheiro? A resposta está aparecendo nas novas formas de comercialização de conteúdo. Perguntem, por exemplo, à Sony, que decidiu abandonar sua marca tradicional de gravadora para embarcar num novo modelo já com cara de internet.

Reza a história que Mané Garrincha, sábio das chuteiras, mas pouco letrado, ouvia a preleção do gordo Vicente Feola, técnico da seleção campeã do mundo em 1958, sobre a tática do time brasileiro em uma importante partida, onde os papéis de cada jogador eram definidos. Um dado momento, ele levantou o dedo e perguntou: "Mas isso já foi combinado com o adversário?"

Talvez o que falte, nesse encaminhamento da discussão ao Comitê de Desenvolvimento da TV Digital seja praticar a linha de raciocínio do Mané Garrincha: sentar todos os envolvidos e combinar o resultado. Sabendo, de antemão, que nessa guerra, a vitória já é dos consumidores.

sábado, 18 de agosto de 2007

Microsoft Surface: Afinal, acabou a era do Teclado e do Mouse?

Há alguns meses a Microsoft vem anunciando o lançamento da plataforma Microsoft Surface, que é uma mesa onde você interage com ela com seus dedos, com pincéis de verdade, com cartões de crédito, enfim, com dispositivos do mundo real que estamos acostumados. Uma tecnologia disruptiva, como pretende ser a do iPhone, da Apple. Em comum, ambos têm telas sensíveis ao toque e que são muito fáceis de operar.

Meu amigo e colega de ITA, Valéro Weber, me mandou um e-mail hoje sobre o tema. Eu já estava com ele engatilhado (o tema, não o Valério...), porque a maioria das matérias disponíveis (vídeos inclusive) estão em inglês. Mas mesmo quem não é fluente vai entender a idéia e vai achar muito boa.

É um dispositivo de mesa, com uma tela grande, sensível ao toque do de do e de outros dispositivos comuns, como um pincel ou outro que não seja de ponta aguda. Lá, além de edsenhar, escrever, você pode transferir arquivos de música da internet para seu iPod, por exemplo, simplesmente colocando o aparelho em cima da mesa e arrastando as músicas, com os dedos, de uma pasta local ou remota para o player. Você pode jogar xadrez em tabuleiros reais, com um jogador do outro lado do planeta, desde que el etenha o Microsoft Surface. Você pode pagar contas com cartões de crédito simplesmente colocando o cartão em cima da mesa e da conta eletrõnica, o valor vai debitado, com gorjeta e tudo. Claro que, antes disso, você terá feito o pedido de seus pratos, dos vinhos e dos acompanhamentos, tudo no cardápio que está sob a película transparente da mesa. Enfim, o leque de aplicativos é enorme, e vale a pena dar uma olhadinha, para quem ainda não conhece.

Isso aí é algo realmente muito novo e promissor, especialmente considerando que a Microsoft não fazia nada de substancialmente revolucionário desde o lançamento do Windows...

Se você for ao onipresente YouTube ou clicar direto aqui Tabletop Microsoft vão aparecer um monte de vídeos sobre essa tecnologia, batizada de Microsoft Surface. É realmente algo promissor, e algo parecido com certeza vai pegar. De um lado, maior poder de processamento, maior banda, a tecnologia touchscreen (que está popularizada no iPhone); de outro, a mesma resistência que há com os produtos da Apple: tecnologias fechadas, proprietárias.

Mas o caminho é esse, eliminar o mouse, o teclado e outras interfaces não naturais. Como disse o Steve Jobs no keynote de lançamento do iPhone que "let's use the best pointing device ever... the human finger", e, enquanto ele passeava na tela do iPhone, aparecia no telão aquela famosa imagem de Michelangelo de Deus e o homem... de arrepiar, e, para mim, o melhor show de marketing que jamais vi. Se você não viu, clique aí e veja...

Se tivermos sorte, vamos ter essas coisas por aqui em 2 ou 3 anos, seja como produtos Apple, Microsoft ou de tereceiros... Esse século 21 está prometendo! Ao mesmo tempo em que o Steve Jobs garante a maravilha do iPhone (que já tem bugs e furos para hackers, mas é um fenômeno), e que está totalmente protegido por 200 patentes, alguém já lançou essa funcionalidade, conforme reporta o Tom Keating. Ou seja, já é possível usar o iPhone para fazer chamadas no Skype, sem pagar nada ou pagando tarifas camaradas, e nem a Apple nem a AT&T podem fazer nada.

Voltando ao Microsoft Surface: é a ficção científica invadindo a realidade ou vice-versa? Eu não tenho a resposta...

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Mais um acidente Aéreo... Acidente?

Terça-Feira, 17 de julho de 2007. Um avião da TAM sai da pista de Congonhas e se espatifa contra um prédio da própria TAM e um posto de gasolina, do outro lado da Avenida Washington Luiz. Total de mortos próximo de 200.

Mais uma tragédia, mais um acidente? Tragédia, sim, acidente, pouco provável. A omissão dos teoricamente responsáveis -empresas aéreas, controladores de vôo, Infraero, Anac, Comando da Aeronáutica, Ministério da Defesa- já mostra que, no Brasil, é melhor varrer detritos para baixo do tapete, como aconteceu com a colisão de um novíssimo Boeing da Gol com um Legacy recém comprado por uma empresa americana, em outubro passado.

Duas tragédias, quase 400 vidas ceifadas.

Nesse meio de tempo, queda de braço entre os vários atores, cada um jogando a culpa nos outros, e os passageiros, desorientados, desesparados, começam a achar normal um vôo que atrasa "só" uma hora e, após esse da TAM, vão achar bom simplesmente poder chegar com vida.

A Wikipedia, poderosa enciclopédia virtual e comunitária da internet assim define, nesta data, a palavra "acidente":

Acidente

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.

Um acidente é um evento indesejável e inesperado que causa danos pessoais, materias (danos ao patrimônio), danos financeiros e que ocorre de modo não intencional. Exemplos físicos incluem colisões e quedas indesejadas, lesões por tocar em algo afiado, quente, elétrico ou ingerir veneno. Exemplos não-físicos são revelar um segredo não intencionalmente, esquecer um compromisso, etc.

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Por óbvio, o ocorrido com o vôo da TAM (e o da Gol) não foi "inesperado"... Talvez não tenha sido nem "não intencional".

Dado o desconto que controladores, autoridades, pilotos, diretores de empresas aéreas não têm a intenção de matar ninguém, fica no ar essa interminável discussão sobre de quem é a culpa, e os culpados não aparecem. Mas que o pior poderia ter acontecido -e aconteceu- isso já era sabido.

Pior: Não se tomam providências para termos a quantidade de controladores adequada, os equipamentos que não falhem, os aeroportos devidamente estruturados e com pistas decentes e as aeronaves com manutenção em dia e programadas para poderem voar com tripulações descansadas, que não sejam submetidas a situações permanentes de stress.

Se atualizarmos as estatísticas, o Brasil deve estar lá no "topo inferior" da segurança de vôo, parafaseando o inesquecível Bussunda.

Agora, dentro da linha do nosso blog, de "Pensar Estratégico": com as ações e inações atuais, o que acontecerá se o tráfego aéreo continuar a crescer às taxas atuais? E se o governo criar um bem-sucedido PAC Aéreo, um plano que acelere ainda mais o crescimento do tráfego de aviões no Brasil? Mais tragédias, mais problemas em aeroportos, mais desculpas.

Quando ouço que o que acontece é por causa de nosso crescimento, e que nossas aerovias estão congestionadas, fico pensando: será que as pessoas responsáveis pela aviação civil no Brasil sabem realmente o que se passa? Ou o tráfego aéreo na Amazônia, onde houve a colisão do Boeing da Gol com o Legacy é mais denso do que os corredores Londres-Paris ou Nova Iporque-Chicago? Ou que a quantidade de passageiros no Brasil já teria superado o da franja asiática ou da Comunidade Europeía?

Mais do que tudo, me preocupa, ao ouvir as pessoas que deveriam zelar pela segurança e qualidade do tráfego aéreo, é a sensação que tenho de que as coisas só tendem a piorar.

O tiroteio já começou, cada qual tentando se eximir de responsabilidades, e vôos são transferidos para aeroportos já cpngestionados ou com pistas com limite de vida útil ultrapassado. Ganha dimensão o "pitch", ou espaço entre assentos, se devem acomodar com conforto Nelson Jobim ou Nelson Ned.

É preciso não esquecer que os modernos aviões são máquinas altamente sofisticadas e com níveis de segurança elevadíssimos; o sistema de controle de tráfego aéreo era, até outubro, considerado de primeira linha; os aeroportos, razoavelmente eficientes, embora desconfortáveis e pouco funcionais. O que está errado?

Tomara que seja eu quem esteja errado. Ou que eles acordem de seu berço esplêndido.

O Skype Evolui... e Mostra o DNA do eBay

Desde que seus antigos donos Niklas Zennstrom e Janus Friis venderam o Skype por vários bilhões de dólares ao portal de leilões eBay, muita gente apostava que logo, logo, ele estaria totalmente modificado e perderia o encanto e a vantagem competitiva de um grande e inovador portal de telefonia IP. Pois bem, o Skype não foi totalmente pasteurizado pelo eBay, e manteve as características iniciais que encantaram milhões de usuários. O que esperar?

De início, dá para dizer que, como ferramenta de telefonia IP, o Skype continua sendo o mais fácil de usar, o mais abrangente e o que tem maior número de usuários. As novidades ficam por conta de suas novas funcionalidades, algumas desenvolvidas pela equipe do Skype, outras por terceiros. O simples fato de aparecerem aplicativos para o Skype feito por terceiros -que ganham visibilidade e até algum dinheiro com isso- mostra que a plataforma veio para ficar. Mas tem alguns pontos que podem gerar confusão.

Para quem ainda não tem o Skype, mas tem acesso por banda larga, ainda é negócio ir ao site do Skype e baixar o aplicativo. ele está em português também, e muito bem traduzido. Se você tiver um microfone e umas caixas de som, ou simplesmente um headset, você continua podendo falar de graça com qualquer usuário Skype no mundo.

O SkypeOut é o modo pré-pago de uso do Skype para você poder fazer chamadas locais, interurbanas e internacionais para praticamente qualquer telefone fixo ou móvel no mundo. As tarifas podem ser interessantes, especialmente para ligações ao exterior, cujos preços começam em 0,004 euros (um pouco mais de 1 centavo de real o minuto) para telefones fixos na América do Norte e em alguns outros países da Europa. Na outra ponta, o Skype perde para ligações locais para telefones fixos, assim como para celulares, dependendo do plano que você tenha contratado com sua operadora. Nas ligações interurbanas, a briga é boa com as principais operadoras VoIP nacionais, e isso sempre muda, é bom conferir.

O SkypeIn é o serviço receptivo de telefonia IP do Skype. Você assina quantos números quiser, em mais de uma centena de países, e facilita que outras pessoas lhe chamem pagando ligação local, ou no máximo DDD. Aqui também o terreno está competitivo, vale a pena comparar tarifas. O SkypeIn vem junto com um útil serviço de secretária eletrônica, que serve tanto para que seus contatos deixem seus recados de voz, como também para você mandar mensagens de voz a quem seja usuário Skype.

O chat do Skype continua muito bom, com maior segurança do que o MSN, por exemplo, e pode, perfeitamente, ser usado até no mundo corporativo. Particularmente, gosto mais do chat do GoogleTalk, que exibe um nível de segurança superior, mas não é um serviço tão difundido.

Mas agora quero comentar algumas funcionalidades recentes do Skype, que pouca gente conhece, mas vale a pena investigar. Falamos da versão 3.2.0.175, a mais recente disponibilizada pelo Skype.

Vá a Ferramentas>Faça Mais>Adquirir Extras e lá você verá uma infinidade de "add-ons" ao Skype, alguns totalmente grátis, outros pagos. Os que estiverem como "Grátis" é ver se serve e sair usando, embora muitos deles requeiram mais de um usuário para poder ser útil. Prefira os que tiverem o selo "Skype Certified", que quer dizer que o Skype testou suas funcionalidades e garante que elas estão aderentes à sua plataforma. Os que têm um link "Experimentar" oferecem um período de teste grátis e depois, se você quiser continuar usando, tem que pagar uma licença de uso ou uma assinatura.

Eu, particularmente gostei do WhiteBoard Meeting, que é um quadro branco onde pessoas à distância podem rabiscar de forma cooperativa em cima de um quadro eletrônico. Muito bom e simples de usar em reuniões virtuais para discutir idéias que requeiram rabiscos ou desenhos de várias pessoas.

O High Speed Conferencing é interessante para vídeo-conferências pela internet e trabalho colaborativo em cima de documentos dos mais variados tipos. Aí, se você necessitar de imagens de vídeo em tempo real, vai ser necessário o uso de webcams nos pontos de captura de imagem e uma boa banda na internet para que a imagem não seja interrompida por "soluços" ou interrupções.

Na fase da brincadeira, o RingJacker é divertido, pois ele "sequestra" o ringtone de seu amigo com quem você está conectado. É seguro para ambos, não tem perigo... Se você tem boa memória musical, pode também tentar o Audio Whizztoness que, segundo os autores, permite que você tenha um ringtone exclusivo para cada contato, ou grupo de contatos.

Na parte de utilitários, para quem está na estrada e precisa de conexões sem fio, seja para seu laptop ou para seu telefone com WiFi, o JiWire Hotspot Finder for Skype promete ajudar você a encontrar pontos de conexão para o Skype em 134 países! Se você precisa escapar daquelas tarifas medonhas em aeroportos ou hotéis, pode ser a saída, especialmente se seu laptop tem acesso sem fio ou, melhor ainda, se você acaba de comprar um desses smartphones novinhos, que têm acesso WiFi e você definitivamente não gosta das tarifas cobradas por sua operadora de celular. Tente também o Speak and Translate Chats, que faz a tradução em tempo real de conversas de texto por chat no Skype. Embora a coisa fique no padrão desses tradutores simultâneos da internet, que de vez em quando dão umas bolas fora, ou quase sempre fazem uma tradução capenga, pode ser ótimo se você precisa da interlocução. A empresa Tumara oferece três programinhas que podem ter sua utilidade, o XS for Skype, que permite acesso remoto ao Skype e o XF for Skype que faz a transferência de chamadas recebidas. O PBX for Skype é um PABX virtual para sua casa ou sua empresa.

Se você quer criar um Call Center para sua empresa usando o Skype e acesso à internet, existem duas opções, o OnState ACD for Skype e o Sky-Click to Call Center.

Nos utilitários, você encontra vários que vão te dar acesso a rádios pela internet, ou então sincronizar seu Skype com seus sites de músicas preferidos, com o iTunes. Tem um a verificar que é o KishKish Lie Detector que se propõe a analisar o stress da voz de seu interlocutor e sugerir se ele/ela está mentindo. Se funcionar direito...

Ainda tem os programas de jogos e de comunidades, enfim, dá para explorar uma enorme variedade de facetas do Skype, que podem transformá-lo numa verdadeira plataforma multi-uso de comunicação pessoal ou corporativa.

Mas atenção: esses programas estão quase todos em inglês, e, salvo se você dominar bem o idioma de Shakespeare e tiver pouco stress com computador, é bom buscar a ajuda de um especialista para personalizar o Skype com todas essas novas funcionalidades.

Para não ficar só no software, se você tem uma conexão de bnada larga mas continua adepto do telefone, existem centenas de modelos de telefones IP na praça que é só plugar na rede e sair falando. Alguns têm até as teclas de navegação do Skype, o que facilita bastante. E se você tem aparelhos telefônicos sobrando, pode ser uma boa comprar uma caixinha ATA (Analog Telephone Adapter) que serve para ligar seus aparelhos na numa conexão de rede local. É coisa de 30 reais.

Enfim, existem muitas novidades no 'velho' Skype. Com elas, a cara do eBay aparece forte, transformando-o em um enorme bazar de múltiplas utilidades. É uma mudança bem grande de rumos em cima da proposta original dos escandinavos que o criaram e agora vão de Joost, para mais uma vez tentar revolucionar a internet, Mas esse é outro tópico, para outro dia.

E, antes de você pensar em eliminar de vez seus telefones fixos e celulares, de casa ou da empresa, lembre-se: ainda não chegou a hora. Mas, com certeza, é um bom momento para você melhorar a qualidade de sua comunicação e, de quebra, economizar uns bons trocados. Boa sorte!

terça-feira, 14 de agosto de 2007

SmartPhones: Chegou a Hora?

O mercado dos sofisticados Smartphones parece que começa a esquentar. A venda para o Dia dos Pais de 2007 superou todas as expectativas e muitos novos usuários exibem, com orgulho, seu novo brinquedo, uma combinação de telefone celular e computador de mão e, dependendo do modelo, com muitos acessórios como mp3 player, câmera digital e acesso à internet direto, em conexão WiFi. Chegou o momento?

Sem querer escrever tudo sem dizer nada, a resposta é um claro depende! Não se aventure antes de saber o que você precisa, se o preço é correto (do aparelho e do plano que você contrata com a operadora), da ergonomia de uso e da facilidade de levá-lo, enfim, teste muito bem e, se possível, pergunte a quem tem um da mesma marca, modelo e operadora.

Em tese, você precisa ver quais são as funcionalidades essenciais para você.

Muita gente não dispensa a facilidade de um bom programa de e-mail e, nesse caso, o Blackberry, da canadense Research In Motion (RIM), parece ser o campeão aqui nas nossas praias também, em seus vários modelos. A veneranda PALM, criadora do PalmTop, tem a sua linha Treo, com vários modelos igualmente robustos e confiáveis.

Se você vai mais para o lado das funcionalidades de entretenimento, como câmera digital e mp3 player, aí existem uma série de modelos da Nokia, Motorola, HTC, e Samsung, dentre outros. Só lembrando que, nessa área, a Nokia tem mais de 50% do mercado.

Quando falamos em acesso à internet, temos duas considerações a fazer:

A primeira é sobre o acesso via rede das operadoras de celular. Todas elas que oferecem a tecnologia GSM, estão com o acesso em cima da plataforma EDGE, que é a dominante na chamada geração 2.5 de celulares. Elas vão oferecer velocidades compatíveis com um bom acesso discado, em torno de 40kbps. Para a maioria das aplicações de internet de hoje, uma lesmeira. E como a tarifação é algo entre R$ 20 e R$ 140 para pacotes de 10Mb a 2Gb por mês, e a Vivo tem um plano de R$ 69,90/mês com acesso ilimitado. Mas com essa velocidade, acesso ilimitado não é exatamente uma vantagem. A Vivo oferece ainda um acesso um pouco mais rápido (média de 60kbps) para smartphones com tecnologia CDMA em redes 3G EVDO, mas essa plataforma , embora mais moderna, está sendo progressivamente substituida pela GSM, por aspectos de compatibilidade e roaming . Pode não ser a melhor opção.

A segunda é sobre os aparelhos com a opção de acesso à internet por WiFi sem fio mas direto na internet, em milhares de locais como aeroportos (eca!), hotéis, cafés, livrarias e muitos prédios públicos também. Aí o acesso é acintosamente mais rápido, e o custo é praticamente zero, dependendo do tipo de contrato que você tenha para acessar a internet via hotspots. Mas as operadoras relutam em oferecer esses aparelhos destravados para o WiFi pelo simples motivo que eles podem deixar de usar suas caríssimas redes e, como normalmente seu custo vem com algum subsídio, elas não querem perder renda. Você pode, de posse de um smartphone com WiFi, falar com qualquer lugar do mundo via Skype, por exemplo, pagando zero ou, no máximo, tarifas de ligação local para fixo ou celular.

Aí as operadoras reagem com golpes baixos... A Transit Telecom, poor exemplo, que é quem carrega o tráfego local do Skype no Brasil, já estava com cartão amarelo da Brasil Telecom, que ameaçava suspender seu tráfego pela rede comutada e agora oficializa a suspensão definitiva das chamadas que não sejam destinadas a telefones da própria Brasil Telecom, aparentemente com o beneplácito da Anatel, a agência reguladora.

Enquanto isso, lá fora os smartphones acessam a internet em velocidades superiores a 10Mbps (isso mesmo, 10 MEGA!), com previsão de chegar a 100 Mbps até 2009, ou 2.000 vezes mais rápida que a média da conexão à internet através da rede celular.

Perdem todos aqui no Brasil com essa visão míope das operadoras, que têm uma rede sub-utilizada, da Anatel, que não vem cuidando dos usuários e dos próprios consumidores, que não se organizam para ter melhores serviços.

Mas estamos no Brasil de 2007, não vamos sonhar tão alto e voltar aos SmartPhones disponiveis no Brasil, com as redes lentas e preços altos: se seu celular está pedindo água, e você já ultrapassou os limites de sua capacidade, talvez seja mesmo a hora de mudar para um SmartPhone, de preferência com aceso à rede WiFi.

Vou destacar 3 modelos que chamam a atenção:

O E61 da Nokia, que tem um bom tamanho, boa duração de bateria, embora não tenha câmera fotográfica nem mp3 player. Dependendo de seu plano e da operadora, ele vai custar de R$ 200 a R$ 1.100, mais a assinatura. É um modelo bem basicão, ou, melhor dizendo, voltado ao trabalho corporativo e sem muitas opções de diversão. A duração de sua bateria é ponto forte, e se você é um workaholic, ele vai muito bem e não pesa no bolso, nos dois sentidos, pois tem só 147g.

A taiwanesa HTC (prestem atenção nesse nome, eles vieram para apostar no mercado com excelentes produtos) oferece o Excalibur S621, e vai custar entre R$ 1.900 (com subsídio da operadora), mais assinatura e R$ 2.900, comprado desbloqueado na loja. Ele é mais leve e ergonômico, e tem o Windows Mobile como sistema operacional, e lá você pode usar as versões compactas do Office, incluindo o Outlook. Tem câmera digital para quebrar o galho e uma incr´vel tecla sensível ao toque que é configurada para as principais funções do S621. Em algumas situações, pode até substituir seu notebook velho de guerra, tão visado por ladrões...


O Checkmate, da desconhecida e nova Elef, vem com o Skype pré-instalado e o Window Mobile 6.0, a versão mais atualizada. Assim, se você anda muito em locais que têm hotspots para internet sem fio, ele pode ser o ideal, embore custe a bagatela de R$ 2.000, e não vi nenhuma operadora ofertando-o em melhores condições. A câmera dele é a melhor dentre os avaliados, com uma boa lente e razoáveis 2Mp de resolução. Vem junto com um mini-SD card de 2 a 4Gb, o que assegura uma excelente capacidade de armazenamento. É uma tentação, mas a fabricante ainda carece de tradição no mercado.

Os demais SmartPhones avaliados não têm acesso à internet fora da rede celular. Pode não ser uma restrição séria para muitos de nossos ouvintes e internautas. Para mim, que estou em fase de seleção de um SmartPhone, a disponibilidade de acesso à internet por WiFi é um pré-requisito indispensável para que eu considere trocar meu combalido mas discreto celular por um SmartPhone cheio de teclas e funcionalidades. E novos modelos estarão chegando ao mercado até o final do ano. Assim, se você está em dúvida, não pense duas vezes: espere um pouco mais, aguarde o Papai Noel!