quarta-feira, 30 de junho de 2010

Tecnologia e a Copa 2010

Quem segue a Copa do Mundo FIFA 2010 deve estar, no mínimo, pasmo com os vários erros de arbitragem. escancarados pela transmissão de TV por (quase) todo o mundo, sem censura, e com restrições, nos telões dos estádios.

A FIFA e o Board resistem em usar recursos de tecnologia, seja pela repetição de imagens na TV, seja por dispositivos embutidos na bola para bipar quando ela entra no gol ou sai de campo.

Ontem, Joseph Blatter, o todo poderoso presidente da FIFA reabriu a discussão, dada a repercussão mundial causada pelo gol da Inglaterra não marcado pelo trio de arbitragem e pelo gol da Argentina no México, quando o Carlito Tevez estava em flagrante impedimeto.  Se na contagem final os resultados não seriam alterados, com certeza o impacto no ânimo dos jogadores e na ira das torcidas prejudicadas foi grande.

No fundo, inexistem argumentos sólidos para impedir que ao menos em torneios mais relevantes o uso desses recursos de apoio à arbitragem e à transparência de resultados sejam usados.

Não cabem mais os batidos argumentos que dizem ser impossível o uso da tecnologia porque os estádios do Gabão ou das Ilhas Maurício não justificariam, embora em torneios relevantes da Europa talvez fosse o caso.

Mas o fato é que o futebol é hoje um negócio global atraindo mais de um terço da humanidade em uma Copa do Mundo, e gera um PIB próprio maior do que o da maioria esmagadora ds países da Terra inscritos na FIFA (em maior número do que na ONU, diga-se de passagem).

Outro ponto é que a justiça ministrada pelos árbitros em uma partida de futebol tem de ser feita em tempo real, sem possibilidade de recurso.

Como fazer?  É óbvio que torneios locais, mesmo em países-potência do futebol, não podem se dar ao luxo de usar esses recursos tecnológicos, pois o custo não se justifica.

Mas é óbvio que os torneios maiores podem tê-los, e testar as novidades tecnológicas sendo early adopters, para que a sua eficácia comprovada gere interesse e demanda e daí a escala de produção possa colocar os preços no chão.

Uma  Copa do Mundo movimenta dezenas de bilhões de dolares. Usar uma pequena fração desse montante no investimento em tecnologia só faz bem aos bilhões de fãs do futebol.

Como fazer o payback do investimento? Simples: A FIFA, como puxadora da tecnologia, receberia royalties pela propagação dessas inovações dentro e fora do futebol.

É só querer, Herr Blatter! Sucesso em suas negociações nas reauniões do Board em Londres, agora em julho.

Um comentário: