quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

TV Digital: Um Ano Depois

Esta semana marcou o primeiro aniversário da implantação da TV Digital no Brasil. Presente em nove grandes cidades, ela apresenta indicadores mistos. Mas é, sobretudo, uma ilustre desconhecida da imensa maioria dos brsileiros.E nem podia ser diferente.

A disseminação de uma tecnologia totalmente nova em todo o país é algo que demanda tempo, o tal do "senhor da razão".

Mas o que temos hoje são números bem abaixo das mais conservadoras estimativas originais. Somando a venda de decodificadores (100.000) a televisores com decodificadores embutidos (400.000), chegamos a meio milhão de aparelhos prontos para o novo mundo da TV digital.

Isso é muito pouco, quase nada. Se entramos na parte de conteúdo, mesmo as emissoras que já geram imagens abertas em alta definição, chegamos a poucas dezenas de horas semanais, centradas em novelas, notícias e programas de auditório. No mundo da TV paga, um canal que fica exibindo e reprisando as poucas atrações que dispõe.

A qualidade da imagem e do som, em emissões HD (High Definition) são realmente impressionates, e é difícil acostumar com o padrão "antigo", de qualidade DVD.

No tópico interatividade, nada. Ou melhor, menos que nada. Aqui podemos ter as grandes frustrações no futuro, se não houver rápida disponibilização do Ginga, o software que vai monitorar a TV digital e, em tese, facilitar aos usuários a entrada nesse mundo digital e criar para as emissoras novas e promissoras formas de busca de audiência e conexão.

A ousada decisão brasileira de adotar o padrão japonês, só usado no Japão, e ainda fazer uma versão própria de software pode gerar, lá na frente, um modelo inovador. Mas os atrasos na sua implementação podem trazer mudanças de prioridades no mercado e atrasos na disseminação do novo modelo.

Ao contrário do que se pensa, no futuro nem tudo vão ser imagens de alta definição. Até porque as emissoras vão poder optar pela multiplicação de conteúdo em vez de um único sinal HD, em boa parte de sua grade de programação. A interatividade é a que promete melhores perspectivas, e isso está leeeeeeeeento...

Vamos torcer que os atores envolvidos no processo possam agir mais rápido, e que, em dezembro de 2009, na comemoração dos dois anos da TV digital, tenhamos números mais robustos e melhores perspectivas.

2 comentários:

  1. É normal que a adoção de uma tecnologia nova leve tempo. O que não é normal é ficar inventando moda para que esse tempo seja cada vez maior, por causa de interesses ben sempre publicáveis.

    Acho que vamos pastar, mais uma vez, e ver a adoção plena da Tv Digital ficar para a metade da década seguinte, e, pior do que tudo, ficarmos isolados, como aconteceu com o famigerado PAL-M.

    Só que, no caso da TV Digital, se o Ginga não for mesmo um "Killer Application", vamos micar de vez com um padrão hermético, caro, e que ninguém mais vai adotar.

    E o consumidor brasileiro, mais uma vez, paga a conta!

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  2. E o desenvolvimento da tecnologia nacional, não vale nada???

    Precisamos deixar de consumir as bugigangas importadas, quaisquer que sejam, só por serem importadas...

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