terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Privacidade nas redes sociais

Fim de ano é bom para refletir, avaliar erros e acertos, fazer planos para o futuro... Então, fugindo um pouco do que é publicado nesse blog, que geralmente tem uma linha entusiasmada das novidades tecnológicas, deixo aqui um alerta sobre sua privacidade nas redes sociais em geral, no Facebook em particular.

A maioria de nós nem se dá ao trabalho de ler a política de privacidade das redes sociais. Muito menos em acompanhar as mudanças que ocorrem, muitas das quais raramente são adequadamente anunciadas.

Pior do que isso são as políticas dos parceiros dessas redes, como a dos aplicativos do Facebook, normalmente jogos ou ferramentas de apoio que, em tese, tornam sua navegação e visibiidade nessas redes mais fácil.

Pois é... O Facebook, por exemplo, já testa o limite de 700.000.000 de contas ativas, e já patinou mais de uma vez ao modificar sua política de privacidade sem deixar claro a seus membros das aberturas criadas na divulgação de seus dados pessoais, hábitos de navegação e até de informações de segurança, como senhas de acesso.

Muitas vezes, violações ou, diríamos de modo mais eufemístico, interpretacões mais liberais das políticas de privacidade do Facebook fazem com que você libere não só seus dados pessoais, mas também sua lista de amigos, até dos amigos dos amigos. Em um universo de 700.000.000 de pessoas, dispor de informações privilegiadas em tempo real é um maná para quem quer ascender na venda de produtos e serviços pela internet, lícitos ou não, consentidos ou não.

É aí que reside o problema: seus dados podem estar sendo utilizados indevidamente e você nem sabe. Mesmo que isso não represente um perigo imediato, você está em desvantagem, pois eles sabem sobre você e você não sabe sobre eles. E isso, em um mundo conectado, não é bom.

Por enquanto, eu procuro ser muito seletivo na escolha desses aplicativos e jogos das redes sociais, e recomendo o mesmo a meus amigos, reais ou virtuais. Entendo que enquanto essas práticas não estiverem claras e, sobretudo amparadas em uma legislação adequada, o risco é muito maior do que os possíveis benefícios.

Partindo da premissa de que é difícil ficar de fora das principais redes sociais, em um mundo onde mais de 2.000.000.000 de pessoas estão online, um pouco de cautela não faz mal a ninguém.

Assim, peço publicamente desculpas a amigos e conhecidos que me chamam para aplicativos como Farmville, Hearts e tantos outros do Facebook. Eu também não os chamo nem mando dados de minhas listas de contato para ampliar minha rede virtual.

Minha bisavó me dizia há muito tempo que prudência e caldo de galinha não fazem mal a ninguém. E eu adicionaria que Farmville, Hearts e tantos outros podem fazer mal a muita gente. E fico, por enquanto, prudentemente na defensiva. Minha e de meus amigos.

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