segunda-feira, 30 de março de 2009

O "gap" entre gerações é cada vez maior. Você sente isso?

Lá atrás, no século XVIII e mesmo antes, as mudanças de referências, valores, conhecimentos e especialmente avanços tecnológicos eram lentos. Muitas gerações se passavam antes que um marco significativo de mudança ocorresse. Hoje as coisas acontecem em espaços menores que uma década. Como a tecnologia e seus avanços podem colocar você em uma situação de desvantagem?

Vamos lá, das grandes navegações dos séculos XV e XVI até a Revolução Industrial do século XVIII pouco mudou. Desta até a introdução em escala da energia elétrica, da telefonia e do avião decorreu mais de um século. A expressão bíblica "naquele tempo..." significava muito, muito tempo atrás.

Vamos agora chegar ao terço final do século XX, mais precisamente na década de 1970. O homem já havia chegado à Lua, a energia nuclear era usada para fins pacíficos e os satélites de comunicação tornavam quase trivial falar ao telefone entre as maiores cidades do mundo, os computadores eram grandes, poucos e caros mas já influiam na vida dos cidadãos.

Quem estava no mercado de trabalho e, portanto, tinha mais de 20 anos, deveria lembrar as Copas do Mundo anteriores quando não havia transmissão ao vivo, muito menos em cores. Deveriam lembrar também da dificuldade de fazer uma ligação telefônica, local ou interurbana, dada a tecnologia primitiva e os altos custos.

===> Fast-forward para o século 21, que prefiro grafar em algarismos arábicos em vez de romanos, para não parecer tão antigo. Bem... o termo fast forward já é anacrônico, numa época em que a maioria da população jovem pode nunca ter visto uma fita cassete ou VHS.

O que quero marcar aqui é a enorme diminuição do tempo entre mudanças relevantes na tecnologia e seu impacto nas nossas vidas. E como você, ainda jovem, pode estar virado um dinossauro, sem perceber.

Imaginemos um cidadão brasileiro de 35 anos de idade. Ele ou ela estão no mercado de trabalho há 10, 15 anos, e presenciaram, só para ficar nos básicos, a chegada da internet e da telefonia celular. É possível que tenham tido um celular analógico, e tenham usado bastante a internet discada.

Agora vamos ao jovem de 20 anos: para ele ou ela, o computador pode ter feito parte de sua vida desde a mais tenra idade, e o telefone é mais um aparelho de uso pessoal (celular) do que doméstico (fixo).

Vamos à moçada de 10 anos: para essa turma, os botões, teclados e a comunicação com o mundo, de forma multi-tarefa são dados, não variáveis. Mostrar-lhes uma enciclopédia de papel ou uma calculadora eletrônica é algo próximo de levá-los a um museu de antropologia.

Chegamos aos mais jovens, de até 5 anos de idade: com o advento das telas sensíveis ao toque, da ergonomia "multi-touch" de um iPod e da banda larga da internet em qualquer lugar fará com que eles vejam no teclado e no mouse dois candidatos sérios ao mesmo museu do parágrafo anterior.

Ora, dirão alguns, mas as coisas sempre mudaram e mudarão sempre. E daí?

Daí que, ao modelar os novos profissionais para o mercado de trabalho, cada vez mais competitivo, é cada vez mais fácil adaptar os mais jovens e cada vez mais complicado reciclar os mais "experientes", salvo se estes estiverem permanentemente em processo de reciclagem de conhecimento e de postura perante o mundo.

Com a crise econômica instalada no planeta, será que você vai querer ficar de fora? Ou você está sempre se atualizando? Outro dia assisti uma palestra do grande marqueteiro e também colunista aqui da CBN, o Eloi Zanetti, que disse tudo, em relação ao seu posicionamento no mundo de hoje: "Eu sou um eterno estudante".

Só sendo eternos estudantes é que poderemos nos manter competitivos, acreditem! Você está confortável? Melhor mudar rápido!

Um comentário:

  1. A maioria de nossos líderes políticos jamais foram sequer estudantes eventuais.

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