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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um novo patamar tecnologico?

As grandes transformações na tecnologia digital nos últimos 5 anos podem ser resumidas em 3 grupos,  empresas, pessoas e linhas de produtos.


Nas empresas, dominaram players já estabelecidas, como Intel, Apple, Microsoft, Oracle e as coreanas LG e Samsung.


As pessoas que fizeram a diferença não são muitas, talvez resumidas a Steve Jobs e Mark Zuckerberg.


Nos produtos e serviços, ganharam destaque as siglas  LED, 3D, HDTV, HDMI, Tablet, App, Redes Sociais, Smartphones, Touchscreen, Banda Larga, Localização.

É possível que essa classificação, feita de modo empírico e sem uma pesquisa quantitativa e qualitativa mais elaborada contenha omissões, injustiças e até mesmo simplificações, mas como estamos em um blog que pretende discutir a tecnologia digital e seus impactos, digamos que ela esteja colocada como percepção do blogueiro e, especialmente, como provocação para o real motivador desta postagem.

O ponto que quero fazer aqui é que, nos próximos 5 anos, dificilmente veremos ganhar destaque um novo leque de tecnologias disruptivas. O mais provável é que vejamos a maturidade de alguns sucessos já colocados e a adoção em massa de novas formas de uso de coisas já conhecidas.

Peguemos os tablets, furor do momento desde que a Apple lançou o iPad: na verdade, todos os ingredientes estavam na prateleira, apenas houve uma inteligente maneira de juntá-los em um pacote atraente e muito bem apresentado. A partir daí, os concorrentes correm atrás do prejuízo, buscando pegar parte desse mercado. Mas os tablets já existiam desde a década de 90, como conceito, como produto lançado por grandes empresas e suportado, por exemplo, pelo Windows Xp.

Não pegaram por falta de um conjunto de fatores: peso excessivo, custo alto, na faixa de US$ 10 mil, requeriam caneta especial para interagir com a tela e, sobretudo, uma anêmica oferta de aplicativos.

Falando em aplicativos, ou Apps, até o nome virou disputa jurídica entre os grandes players, que não querem que a Apple monopolize essa maneira simples de chamar as centenas de milhares de programas disponíveis, alguns sofisticados, outros nem tanto,  a maioria grátis e, dos pagos, poucos excedem US$ 4,99 por uma licença única, que pode ser utilizada em mais de um dispositivo.

Smartphones e tablets, portanto, chegaram ao palco principal do mundo digital com a convergência de um grupo de tecnologias disponíveis, como internet banda larga nas redes WiFi e celular, telas sensíveis ao toque, sistemas operacionais voltados para dispositivos móveis e, sobretudo, para um conjunto de padrões que, se ainda não são padrões oficiais, ao menos o são de fato.

Peguemos os Apps que implicam em localização de um prédio ou mesmo do aparelho que portamos: 9 entre 10 das soluções disponíveis no mercado usam o Google Maps. Ponto. Isso em si já é uma adoção prática de uma plataforma quase única. Ficam talvez de fora os localizadores que usam conteudo proprietário, como os aparelhos chamados de GPS Automotivo.

No mundo dos computadores, parece que o bom e velho desktop caminha para a irrelevância de aplicações dedicadas, como a gerência de uma rede doméstica local ou de uma central de segurança, sem esquecer as aplicações corporativas que devem mantê-los vivos por muitos anos.

O laptop vai caminhar para uma zona de concorrência com os tablets, mas ganha força na medida em que substitui os desktops e também para aplicativos que requeiram teclado físico e muito poder de processamento, funcionalidades que nunca serão o forte dos tablets.

No entretenimento doméstico, a conectividade entre os aparelhos e destes com o mundo ficam padronizadas no cabo de rede local ou WiFi para acesso à internet, no HDMI para tráfego de alto volume de bits e no USB para acesso a conteúdo de computadores, filmadoras e máquinas fotográficas.

Vale ressaltar que essas siglas que designam conectividade (WiFi, HDMI e USB) só viraram lei de mercado porque os fabricantes consensaram em padrões.

Como não podemos esperar uma nova onda tecnológica, como, quem sabe, a inserção de dispositivos que aticem o olfato ou o sabor, podemos imaginar que, por exemplo, dispositivos com imagens 3D cheguem cada vez mais fortes ao mercado.

Parece óbvio que, no cinema da telona os principais títulos serão disponibilizados em três dimensões, como já ocorre hoje. No mundo doméstico, talvez até antes de termos conteúdo 3D em larga escala, seja por emissão direta das redes de TV, seja por disponibilidade de mídia BluRay, o mais provável é que o mundo 3D em casa chegue com mais força através dos consoles de games.

Faltou algo? Com certeza. Mas, descartados todos os possíveis sucessos da tecnologia até as Olimpíadas do Rio em 2016, eu creio ser possível que uma inovação que pode facilitar ainda mais a nossa vida seja o reconhecimento de voz para uma quantidade casa vez maior de dispositivos. Isso aí é coisa que já vem namorando o mercado há pelo menos 25 anos, mas não pegou. Com certeza por conta dos mesmas limitações que impediram o tablet de virar popular antes do iPad.

É provável até que você tenha um smartphone, por exemplo, que tenha aplicativos comandados por voz e você ou não saiba ou não usa por ser pouco prático. O motivo? A falta de um padrão de mercado. E isso a indústria está trabalhando forte este ano.

E as redes sociais? Com a disponibilização de banda larga -de verdade- no mundo todo, sua popularização é ineviteavel. E as duas maiores de 2011, Facebook e Twitter ainda não estão com ações em bolsa, mas já valem bilhões de dolares. Pode ser até que não sejam as dominantes de mercado em 5 anos, mas a estrada principal está pavimentada. As redes secundárias serão as especializadas, como o LinkedIn.

No momento em que escrevo essa postagem o Facebook já tem mais de 700.000.000 de contas ativas, e virou um must para empresas, políticos, profissionais de toda estirpe e estudantes. E com a turbulência no norte da África, onde a articulação de manifestações são feitas via redes sociais, os regimes estabelecidos reagem cortando acesso a internet.

Tarde demais, elas vieram para ficar. Ou não? Basta ver que muitas dessas revoluções que visaram, no passado, estabelecer ou restabelecer a democracia acabaram em regimes ditatoriais mais duros.

Talvez a questão mais relevante a ser respondida seja então se toda essa tecnologia a nossa disposição servirá, em última análise, para preservar e, em muitos casos, fomentar a democracia, a transparência e a liberdade.

Se isso se materializar, talvez seja esse o novo patamar da tecnologia que pode ser algo muito bom. Ou não...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Dica de Presente de Natal Fashion e Útil: iPad

Nesta sexta-feira 3, o iPad é lançado oficialmente no Brasil. Estima-se que existam entre 50.000 e 100.000 unidades já disponíveis a moradores do Brasil, importadas diretamente, seja na bagagem de viajantes internacionais, seja pela mão de importadores independentes. E as impressões, de um modo geral,  são altamente favoráveis.



Se você vai comprar nas lojas virtuais brasileiras, sem uma operadora e um plano 3G, prepare-se para desembolsar entre R$ 1.600 e R$ 2.900, dependendo da memória, da configuração híbrida (com 3G) ou não e dos adicionais, como capa protetora, filme anti-gordura para tela e garantia estendida, entre outros.

Se você tem alguém no exterior que pode trazer um, ou ainda vai para os Estados Unidos antes do Natal, compre um lá e declare na chegada, pagando uma taxa de R$ 200 e picos de impostos federais. Isso te economiza uma boa grana, pois lá os preços variam entre 500 e 900 dólares. Faça as contas...

Mas se você pretende emplacar um iPad como substituto de seu laptop, esqueça... Vão faltar muitas funcionalidades, mesmo que você só queira transferir os acessos a internet que normalmente você faz usando o computador. Sempre vai ter um site onde existam videos em Flash (nada feito, a Apple  e a Adobe se detestam!) ou mesmo incompatibilidades técnicas, como em muitos sites de bancos.

Faltam também aplicativos compatíveis com o Office da Microsoft. O que existe é meia boca, logo, se você precisa do Office, babáu!

E tem a limitação de memória e capacidade de arquivamento. o iPad mais parrudo vai a 64Gb, e duvido que seu laptop seja tão fraquinho assim.

O iPad também não substitui o telefone, e quem diz que ele nada mais é do que um iPhonão está redondamente equivocado. Dá para falar ao telefone sim, mas não é nada prático, mesmo usando um Skype, não dá para fazer videoconferência, pois ele não vem com câmera.

Mas, se ele tem tantas limitações, ainda assim vale a pena?  Eu acho que sim, e considero meu iPad como o dispositivo digital mais completo que tenho. Vejam só algumas coisas que posso fazer com ele:

Coisas óbvias:

  • Safari - Acesso a internet
  • Leitura de livros digitais
    • iBooks - livros digitais baixados da iBookstore da Apple
    • Kindle (sim, a Amazon disponibiliza o aplicativo que permite ler no iPad todo seu acervo de livros digitais
  • Skype para chat e ligações de voz 
  • YouTube
  • Acesso a redes sociais
    • Twitter
    • Facebook
    • LinkedIn


Coisas práticas:

  • Flipboard que consolida em forma de revista minhas redes sociais e mais coisas interessantes
  •  Google Maps e aplicativos de localização, como
    • AroundMe, para saber o que tenho de estabelecimentos em geral por perto
    • Veja Comer & Beber 2011, que me dá ótimas dicas de restaurantes e bares, me ajuda na reserva e me mostra como chegar lá
    • Free WiFi, que me localiza hotspots gratuitos perto de onde estou, para economizar o uso da rede 3G
    • iRadar, que me mostra os radares, pardais e semáforos das principais cidades e estradas ( e avisa quando chega perto)
  • Weather Channel Max+ (previsão do tempo)
  • TweetRadar, que localiza tuiteiros ativos perto de onde estou
  • NYT - edição online do NewYork Times
  • Veja - edição online da Veja
  • Estadão 2.0 - edição online do Estado de São Paulo
  • Contatos*
  • Agenda*
  • Calendário*
* Sincronizados com o telefone e o laptop


Brinquedos e jogos:

  • Talking Harry*
  • Talking Robot*
  • Talking Tom*
  • Talking Larry*
  • Match Animals*
  • PocketFrogs*
* para os netos, mas o vovô gosta também


Uso específico:

  • Rádios Web
    • CBN
    • Public Radio
  • Life - acervo de fotografias de uma das melhores revistas mundiais
  • PãoDeAçucar - preços correntes do maior rede de supermercados do Brasil. Para compra e referência de preços
  • Brasileirão/Placar UOL para acompanhar meu time
  • HP 12C para aqueles cálculos que todo executivo de finanças adora
  • Receitas Nestlé
  • All Recipes, que mostra receitas simples e sofisticadas avaliadas por quem fez e por quem comeu ou bebeu 
  • Taxímetro, que calcula o preço de corridas de taxi nas principais cidades
  • Flight Track, que me mostra o painel de chegadas e partidas dos principais aeroportos do Brasil e do mundo
  • Kayak, que me busca as melhores tarifas aéreas, de hotéis e de locação de carros em quase qualquer lugar do mundo
  • RightSize, que faz as conversões de medidas de roupas e calçados de vários padrões do mundo
  • EyeChart Pro, que não substitui o oftalmologista mas mostra que está na hora de agendar uma visita se você não consegue ler as letrinhas
  • Juros - calcula prestações, custos financeiros, retornos de investimentos baseados em taxas de juros fixos ou variáveis
  • Ruler - uma régua de duas dimensões que permite medir, com boa precisão, objetos que sejam menores que a tela do iPad
  • dbMeter - para medir nível de ruido de ambientes
  • Carpenter - inclui em um aplicativo um transferidor, uma régua, dois níveis e um prumo

Isso é só uma parte do que tenho instalado no meu iPad (152) e uma fração ínfima do total disponível (mais de 300.000 aplicativos).

Ou seja, tomando por base o que tenho, vejo que poucos aplicativos estão disponíveis para outras plataformas, e as que estão, eu posso usar em qualquer uma delas.

Comparando o iPad com o tradicional canivete suiço, ele tem bem mais funcionalidades, e muitas delas são extremamente práticas.

E aí, decidiu? Lembre-se que em breve as operadoras de celular vão estar oferecendo o iPad mais em conta, mas atrelado a planos de tráfego de dados na rede 3G delas. Por enquanto, os planos ofertados estão muito caros, e você não deve estar com a rede 3G habilitada de modo permanente, pois a facada assusta. Melhor usar WiFi onde houver e usar a rede celular quando em movimento ou quando não houver WiFi.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

SMARTPHONE: Nome meio certo, meio errado


Cena típica da era analógica: duas adolescentes conversando ao telefone, queimando tempo e energia para descrever a roupa de uma amiga e o que ela fazia ao se encontrar com um menino popular na tribo. Tempo médio da observação: 5 minutos; Tempo médio das descrições: 15 minutos; Precisão das informações: < 20%
Cena típica da era digital, com adolescentes na mesma situação, mas em 2010: uma foto ou um vídeo capturado pelo celular e mandado por e-mail de uma para outra, ou, mais provável ainda: sua postagem no YouTube ou no Facebook, ou no Orkut, com uma chamada pelo Twitter. Tempo médio da observação: 5 minutos; Tempo médio da transmissão: 1 minuto; Precisão das informações: 100%
Agora, às estatísticas brasileiras:
1-    As receitas das operadoras de celular já registram faturamento de serviços de internet representando 53% das receitas, contra 47% para SMS (torpedos) e MMS (videotorpedos)
2-    Os Serviços de Valor Adicionado (SVA) representam algo entre 15% e 20% das receitas totais. Por SVA entendemos os serviços de informação diversos, musica, jogos, vídeo, TV, localização georeferenciada e muitos outros.
3-    No mundo corporativo, quase 10% das linhas de celular já são exclusivamente de dados
4-    Em abril deste ano, a teledensidade (ou numero de linhas por 100 habitantes), segundo a Anatel, atingiu 112 no Centro Oeste (puxada por Brasília), 105 no Sudeste, 99 no Sul, e 75v no Norte e Nordeste do Brasil. Ou seja, tirando o Norte e Nordeste, regiões de potencial forte crescimento, o resto do país já está “universalizado”, quando falamos em telefonia móvel
5-    Embora a participação de smartphones no bolo ainda seja pequena,  34% dos consumidores pretendem ter um, em sua próxima compra. No mundo corporativo, já são 50% de usuários que possuem um telefoninho esperto.
6-    Os usuários de smartphones com mais recursos e planos mais caros chegam a gastar menos de 10% do tempo de uso com voz via operadora.
Peraí... Telefone? Vejamos algumas das principais funcionalidades dos melhores smartphones no mercado brasileiro:
  • Câmera fotográfica
  • Câmera de vídeo
  • Player de musica
  • Player de vídeo
  • GPS
  • Bluetooth
  • WiFi
  • Mapas
  • e-Mail
  • Internet
  • TV Digital
  • 1.000.000+ de aplicativos, só contando as lojas da Apple e do Google, embora muita coisa ainda não esteja disponível entre nós
  • Ah!!! – e telefone, claro, as boas e velhas chamadas de voz...

Então, dá para seguir chamando essas engenhocas de telefones?
Eu entendo que não! Precisa apenas definir um novo nome ou uma nova sigla. Smartphone não é ruim, pelo Smart. Mas ele definitivamente não tem o phone como seu atributo principal. Um iPhone ou um Blackberry, para ficar em dois ícones da mobilidade esperta, são pouco usados para falar, do modo que nossos avós faziam, ou tentavam fazer quando e se dava linha...
Aberta a sugestão de busca de um novo nome, pois esses aparelhinhos ficarão cada vez mais smart e cada vez menos phone. Então, alguém se habilita?

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Smartphones fazem de tudo, até telefonar

Quem tem, sabe. Quem não tem, quer ter um. Os smartphones ganham cada vez maior participação no mercado de celulares e, com isso, mudam hábitos, novas necessidades são atendidas e, eventualmente, eles são usados até para aquela tradicional comunicação por voz. 

Epa! Nem sempre a ligação de voz é feita pela rede da operadora, às vezes é direto em uma conexão WiFi e não custa nada, e pode ter até video. Smartphone, Smartpeople ou um novo ambiente criado a partir de uma engenhoca que fica a cada dia mais sofisticada?



Por partes:

  • Hoje o market share de Smartphones já passa de 30% no mundo, aqui no Brasil ainda abaixo de 20% das novas vendas, mas crescendo.
  • O tráfego de dados nas redes celulares 3G já é maior do que o tráfego de voz tradicional
  • Correio eletrônico já é mais acessado em dispositivos móveis (aí incluidos notebooks e netbooks) do que em computadores de mesa
  • Já existem mais de 1.000.000 de aplicativos disponíveis para Smartphones, aí consideradas as plataforams mais populares, como iPhone, Blackberry, as múltiplas versões do Android e o Symbian, da Nokia.
  • O uso de Smartphones em aplicativos de localização já supera o de aparelhos específicos de GPS para automóveis e pessoais
  • A venda de músicas e jogos para uso em Smartphones já supera todos os outros meios tradicionais
  • Acesso aos principais portais da internet por dispositivos móveis já é a maior fatia da pizza de consumo de tráfego
Ou seja, além de criar novas demandas, os Smartphones mudam hábitos. Tomemos o exemplo de sair com amigos para jantar fora. Hoje é mais fácil fazer tudo, menos ir e comer, com o Smartphone como protagonista principal.

Começa pela comunicação por chat ou e-mail e até mesmo por uma videoconferência sobre a oportunidade de confraternizar. Passa pela seleção do local, através de um guia digital de restaurantes, que vai ter avaliação dos especialistas e também de clientes, para então, fechado o local, é clicar no link do restaurante e ligar para fazer a reserva (ou fazê-la diretamente no site) e depois usar os aplicativos de mapas e trânsito para chegar lá guiado pelo GPS e pelas dicas de trânsito que evitam pontos problemáticos.

Para os mais apressadinhos, um detetor de radares ou pardais ávidos por multar qualquer desvio de conduta com certeza ajuda, e mais ainda, se quiser sofisticar a coisa, dá para usar aplicativos de comunicação de assalto ou sequestro, sem falar nos que podem transformar o Smartphone em uma poderosa central de comando dos acessórios do carro e/ou do controle de acesso a residência.

Conheço gente que chega ao extremo de conectar o aparelhinho com centrais de conforto e entretenimento doméstico, de modo a ligar o ar-condicionado meia hora antes da chegada ao lar, e enviar um comando de gravação de um programa na TV que não havia sido previsto e muito mais.

Eu me dei ao trabalho de checar meu consumo de minutos de voz no ano anterior a minha adesão a um Smartphone e agora, nos ûltimos 12 meses. A queda foi de 58%, para mais ou menos as mesmas condições ambientais de demanda. Já meu tráfego de dados aumentou 10 vezes, ou 1.000% no mesmo período, isso só contando a rede da operadora.

Serei eu um usuário típico?

sexta-feira, 19 de março de 2010

Brasil com 175.999.998 telefones celulares...

Deu na imprensa: Brasil atinge a marca de 176.000.000 de celulares. Retifico: são, no máximo, 175.999.998. E explico...

Sabendo que muita gente tem mais de um celular e muitos também mais de um chip por celular, informo que conheço um jovem de 18 anos que tem uma namorada e um celular pré-pago.  Pois bem, ele descobriu um plano de uma operadora que oferece ligações a um celular da mesma operadora pelo valor do primeiro minuto.  Pronto!  Seus problemas de vontade grande e mesada curta estavam com os dias contados, pois assim pode ficar horas pendurado ao celular com sua amada, por pouquíssimos reais.

Mas aí ele descobriu que o limite para esse plano era de 20 horas por mês, e isso era pouco.  Então, ele comprou mais um chip com um planinho desses, e seu limite foi para 40 horas por mês.  Pouco ainda...

A solução na data em que faço essa postagem foi de comprar um terceiro chip, e aumentar seu limite para 60 horas/mês, ainda que tenha de pagar três "pouquinhos" de reais por mês.

Então, da conta de 176 milhões, devemos tirar, no mínimo, as duas linhas dos chips que não estão no celular desse jovem, em um dado momento...

=====

Contada a história -verídica, sem revelar o nome do personagem-, vamos analisar os... 176 milhões de celulares do Brasil, agora sem a desculpa da licença poética de um caso de amor.

O fato real é que esse modelo existente no Brasil leva ao crescimento desordenado e artificial das linhas pré-pagas, que sabidamente não engordam o "bottom-line" das operadoras.  Assim, quem paga a conta são os clientes de planos pós-pagos e de tráfego de dados, aí indistintamente incluidas pessoas físicas, empresas e entidades governamentais.

Resultados? Nossa 3G "Banda Larga " é lentinha, lentinha, e pagamos, em média, 24 vezes mais por serviços de telefonia do que um norteamericano médio.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Descompasso Mental

Estranho o mundo da tecnologia digital... Os avanços ocorridos crescem exponencialmente, ao passo que os preços –quase sempre- despencam, fazendo com que cada vez mais pessoas tenham acesso às maravilhas do progresso tecnológico.

No Brasil, já existem mais celulares do que habitantes, conexões à internet por banda larga já superam os 40 milhões, sem contar a turma que usa a rede 3G, o iPod e concorrentes redefiniram a forma como ouvimos música e o YouTube exibe 1 bilhão de vídeos ao dia.

Para as casas, a venda de televisores LCD, LED ou plasma já domina o mercado, e há dificuldades em explicar às novas gerações o que é um rolo de filme de uma câmera fotográfica analógica.

Provavelmente, uma criança média com 10 anos de idade nos dias de hoje (nascida no novo milênio) já tirou mais fotos do que seus pais até o final do século XX, e com certeza mais do que a soma de todas as fotos tiradas pela turma de faculdade dos avós até o nascimento de seus filhos.

SMS, MMS, Google, Orkut, Twitter, Gigabyte, Wikipedia, Smartphone e tantas outras palavras e siglas que não existiam há poucos anos agora são comuns.

Eu costumo dizer que é difícil explicar aos mais jovens que antigamente, o telefone era caro, raro,  tinha disco, raramente falava e ficava pendurado na parede, que já houve um tempo sem internet e que o grande bolachão de vinil não é um "DVDzão”. Mais fácil contar que não existe Papai Noel.

Até aqui, nada de muito novo, em termos de constatações. Mas o que vejo é que os cidadãos digitais desse século XXI aderem muito rapidamente a essas novidades enquanto pessoas físicas. Já no mundo corporativo a coisa é muito mais lenta.

Como a velocidade dessas mudanças cresce cada vez mais, o descompasso entre o mundo pessoal e corporativo, como regra, segue aumentando.

Claro está que existem excessões e muitas empresas buscam atualizações de seus produtos e processos usando intensivamente a tecnologia digital. Mas elas são minoria.

Provocação feita, como está você nesse cenário? Tome como referência você apenas como indivíduo e se atribua um 10, no quesito de uso de tecnologias digitais. Exclua a atividade profissional.

Agora dê uma nota para sua atividade digital no trabalho. E outra para a média de sua empresa.

Surpreso? Pois é, se você é como a maioria dos mortais, você é mais digital em casa do que no trabalho. Por óbvio, você poderia ser muito mais produtivo...


Como consequência, podemos dizer que aqui existem muitas oportunidades a explorar!

Pense nisso!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Banda Larga Popular em São Paulo

A Net anunciou hoje a disponibilização da chamada Banda Larga Popular no Estado de São Paulo, a R$ 29,80 por mês, com velocidade de 200kb. Ao mesmo tempo uma boa e uma má notícia.

O lado bom do anúncio foi o esforço institucional do governo de SP, ao considerar a internet como um insumo básico e isentar o serviço de ICMS.  Pode haver um repique da concorrência e mesmo a cópia desse modelo em outris estados. Deve contribuir para a inclusao digital.

O lado ruim é que 200kb só é banda larga no Brasil. Na maioria das nações, especialmente aquelas cujo grupo pretendemos participar, banda larga só recebe esse nome quando a velocidade é superior a 1Mb.

Em todo caso, uma iniciativa louvável. E a primeira reação do mercado foi positiva, subindo o valor das ações da Net.

Tomara que a moda pegue e outras esferas de tributação façam a mesma coisa, tornando a banda verdadeiramente larga uma realidade para a maioria de nossa população, dada a popularização dos computadores e a importância da internet nessa virada de década.

Por essa velocidade, valeria a pena considerar estender a isenção de imposto à rede 3G de celulares, e estimular as operadoras a concorrer com a Net.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Redes Sociais no Trabalho: Proibir, Liberar ou Controlar?

Quantas empresas reclamam do uso descontrolado, da parte de funcionários -e mesmo de dirigentes- das redes sociais e das mensagens instantâneas? Se liberar geral, a produtividade cai, a atenção ao trabalho some; se proibir, gera insatisfação e, em alguns casos, também há perdas de produtividade, dependendo da atividade exercida.

Não é algo de resposta simples, única. 

De um lado, o uso indiscriminado pode trazer sim, sérios problemas, não só de produtividade como também de segurança, ao abrir o ambiente de TI da empresa a acesso de sites nem sempre confiáveis, a downloads maliciosos e de atenção dos colaboradores com seu trabalho. Existem casos reportados de acidentes de trabalho oriundos da distração de colaboradores acessando redes sociais.

De outro lado, vedar o acesso pode tirar agilidade da empresa ou de um grupo de colaboradores que precisam de insumos ali contidos para melhor desempenho. Isso ocorre quando a empresa trabalha em múltiplos ambientes físicos que requerem contatos frequentes entre esses locais, sem excluir desse universo os fornecedores, parceiros e, cada vez mais no radar, os próprios clientes.

Estudos de mercado dizem que hoje, 7% dos celulares no mercado possuem recursos de acesso à internet, seja pela própria rede da operadora, seja direto na internet através de um ponto de acesso WiFi.  Ora, isso já representa mais de 11 milhões de aparelhos, um universo nada desprezível, tanto em termos de público interno quanto externo.  Vale dizer que, com toda a certeza, o "proibir geral" cria uma casta de privilegiados que podem acessar a internet independentemente das regras da empresa, e no horário de trabalho, enquanto a maioria silenciosa -e potencialmente revoltada- vai ficar frustrada.

Mais:  em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, esse percentual deve subir para 40%, de uma base de 180 milhões de aparelhos, ou mais de 70 milhões de celulares.  Aí, tentar vedar o acesso só pela rede corporativa vai ser tarefa muito próxima do impossível, dadas as portas alternativas disponíveis.

Com esse crescimento, as empresas precisam estar atentas também a novas oportunidades de comunicação com seu público alvo.  Afinal, é pouico provável que alguma empresa não tenha, nesses 70 milhões de consumidores, uma parte de seu mercado potencial.

Outro problema: para cada barreira de bloqueio tecnológico, existem várias ferramentas livres na web que podem burlá-la, ou, no mínimo, tornar cada vez mais inglória a tarefa do administrador da rede corporativa.

Eu entendo que a solução está num meio termo, que passa por liberar acesso, de forma controlada, em períodos como o horário de almoço, ou no início e no final do expediente.  Em casos de empresas que podem ter benefícios para seus produtos ou serviços com o uso de redes socias e ferramentas de mensageria instantânea, um pacto negociado com os colaboradores pode funcionar.

Partir do princípio de que a empresa está de um lado e os colaboradores de outro, nesse caso das redes sociais, é um esférico engano...  Dá para conciliar os interesses, e transformar o problema em uma baita solução.

Guardadas as devidas proporções, é mais ou menos a mesma coisa que proibir ou liberar acesso dos funcionários ao internet banking. Se proibir, o colaborador vai ter de sair em horário de expediente, ou sacrificar seu almoço, para ir ao banco.

É verdade que as redes sociais trazem muito tráfego para a rede interna, e isso pode prejudicar atividades produtivas.

Mas... hoje em dia muitas empresas já usam ferramentas como o Skype para comunicação interna e com o mercado. Limitar a comunicação pessoal é um problema, e os benefícios de seu uso superam largamente os custos, na grande maioria dos casos.

Como disse no começo desse post, não existe uma solução única.  Mas o que não dá para fazer é proibir geral ou liberar geral.  O modelo ideal para cada empresa existe, sim, e deve ser continuadamente buscado e evoluido.

Afnal, a tecnologia não para, e um modelo bom hoje pode ser um problema em seis meses.

Antena ligada, gente!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Afinal, o que devo comprar neste Natal Digital? - II

Seguindo a postagem anterior, com uma pitada de nostalgia apenas para ilustrar o ponto.  Eu sou do tempo que:
  1. O telefone servia para telefonar (quando dava linha);
  2. O computador fazia processamento de dados
  3. O arquivo estava em disco ou fita magnética
  4. A câmera fotográfica só tirava fotos
  5. O televisor pegava uns poucos canais de TV aberta
  6. O som estéreo ficava na sala principal da casa
  7. Torpedo era coisa mandada por submarino
 Às vésperas do Natal de 2009 e do Ano Novo de 2010, a coisa ficou  mais ou menos assim:
  1. O telefone serve mais para ouvir música, jogar joguinho, mandar torpedo
  2. O computador serve para falar ao vivo com outras pessoas, com imagem de vídeo
  3. O arquivo que eu mais preciso eu guardo na 'nuvem'
  4. Filmes do dia-a-dia podem ser feitos com câmera fotográfica ou com o telefone
  5. O televisor mostra as fotos que tirei, acessa o YouTube e raramente passa o Fantástico
  6. O som de qualidade está em qualquer lugar, em múltiplos dispositivos, menos na sala
  7. O Submarino é loja virtual, ao menos até o Brasil construir os seus nucleares
Então, reforçada a dificuldade de posicionar um produto no mercado digital, ouvi de um dos criadores do telefone celular, Martin Cooper, que o melhor mesmo são os aparelhos mais simples. Esse cara que é nostálgico!

Para quem já tem vários aparelhos digitais, então o Natal pode ser um bom momento de consolidar esse investimento.  Pode ser uma boa hora de construir uma rede doméstica, não aquela de pendurar nas paredes ou nas árvores, mas uma rede de computadores que vai servir a muitos aparelhos digitais, inclusive a computadores!

Além dos aparelhos que vou conectar através de cabos da rede, se precisar ligar aparelhos através de um roteador sem fio, a dica é aproveitar a queda de preços do padrão 802.11n, que, além de mais rápidos, normalmente oferecem maior alcance e guardam compatibilidade com os padrões anteriores, o b e o g. Um roteador wireless n hoje custa um pouquinho mais que um equivalente g.

Não é uma boa dica para presente a quem tem tudo, e numa faixa de R$ 300?

Mas esse mundo digital está cada vez mais interessante, fácil de usar e difícil de explicar.  Ao menos à luz de premissas saudosistas...


 

Afinal, o que devo comprar neste Natal Digital?

A cada ano que passa, a tecnologia avança, os preços se reduzem, as opções aumentam, a decisão então...


Revendo algumas recomendações que fiz para Natais anteriores, vejo que até que não errei muito. Minhas previsões foram muito baseadas no que chamaria da "Lei de Moore Expandida".

Gordon Moore, um dos fundadores da Intel certa vez falou a um público seleto que a lógica dos processadores de computador era de a cada 18 meses sua capacidade dobrar e o preço cair pela metade. Moore "chutou" aquilo, mas a coisa pegou e os processadores veem seguindo essa lógica empírica (como ele mesmo reconheceu mais tarde).

Só que hoje todos os produtos digitais são microprocessados, do computador ao celular, do televisor à filmadora, passando por dispositivos de rede, de armazenamento, enfim, tudo!

Assim, a Lei de Moore começou a ter aplicabilidade a um leque enorme de produtos e de serviços digitais, ainda mais com a disseminação universal da internet.

O que está ficando confuso, hoje em dia, é definir o que é um segmento de mercado. Vamos ver o exemplo de um iPhone. Em tese, é um celular -telefone!- com algumas ou muitas funcionalidades adicionais, que acabou categorizado como um "smartphone". Se isso é verdade, e não apenas um rótulo de marketing, adicionem-se todos os demais smartphones e chegamos a um mercado que hoje passa de 10% mas não chega a 20% das unidades de celulares comercializadas, dependendo do país ou da região. Assim, por exclusão, 80% -no mínimo- dos celulares vendidos no mundo não são smartphones; logo, são "dumbphones", ou "telefones burros".

No Brasil, 40% dos acessos à internet feitos por dispositivos móveis são originados de iPhone, que tem míseros 2% de market share. Ou seja, quem tem iPhone definitivamente usa relativamente pouco a função de telefonia por voz.

Vamos agora ao mundo do entretenimento doméstico, hoje centrado nos televisores digitais de alta definição, um home-theater e boas opções de conteúdo. É só olhar as ofertas que vamos ver algumas tendências:
  • Os televisores e os receivers estão recheados de portas HDMI, USB e acesso à internet;
  • 1 em cada 3 ofertas de player BluRay também acessam a internet e navegam direto no YouTube
  • Câmeras fotográficas e filmadoras de ponta trabalham com imagens 1080p, algumas também podem postar conteúdo na internet
  • Quem tem essas geringonças todas usa muito pouco de suas funcionalidades e tem um monte de cabos e fios que fazem verdadeiros ninhos de rato nos lares
Para minimizar o investimento e maximizar o desfrute, temos de pensar de nova perspectiva: integrar e conectar todas essas coisas, aí incluidos o GPS do carro e os dispositivos de monitoramento e segurança pessoais e domiciliares.

Devemos, enfim, pensar antes nas funcionalidades que pretendemos, e de que forma podemos otimizá-las, não só em termos de custo, como -e especialmente- de praticidade.

Dá para afirmar que, se temos um orçamento capaz de comprar e manter essa diversidade de dispositivos digitais, vale a pena planejar o futuro, antes de fazer as compras do presente.

Explico melhor: com toda essa modernidade, será que estamos melhor equipados? Por exemplo, quando precisamos recuperar uma sequência de fotos da década passada e não as achamos ou não temos como lê-las. O tal do "backup" raramente funciona a longo prazo, e quase tudo aquilo que nos gera a decisão de compra é esquecido após o início do uso dos digitais.

Ora, se uma TV tem acesso à internet, um celular pode fazer fotos maravilhosas,  um computador é um apoio importante a um escritor ou a um músico, e os livros digitais estão chegando, mas outros dispositivos também são bons, eu acho que um iPhone não é só um telefone, um player BluRay não é só um toca video HD, um computador de mesa pode ser uma central multimídia, ou o servidor de uma rede doméstica, e por aí vai.

A compatibilidade entre os equipamentos é algo a ser cuidado, e merece mais detalhamento. Mas, no Natal de 2009, pense naquilo que você pretende comprar e como você vai conectá-lo em seus outros equipamentos digitais.

Para começar, ele deve ter portas USB e/ou HDMI, estas últimas o novo padrão para transmitir imagens de alta definição e, na maioria dos casos, o som aberto e multicanal que acompanha.




Então, pense nisso:  Duas interfaces que facilitam a conexão entre dispositivos digitais, USB e HDMI. Há um ano atrás, poderiam ser opcionais em um televisor de alta definição ou em um Home Theater.  Em 2009, já são a regra. E, supondo que você poderá ter muitas conexões, quanto mais portas desse tipo você tiver nos aparelhos que ficam em casa, melhor.

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

A Geração Digital 2.0 está aí: como conviver com as diferenças?

A nova geração nascida após 1995 já dá o ar de sua graça no mercado de consumo e, logo, logo, estará disputando o mercado de trabalho. Vamos convencionar chamá-la, para efeito de raciocínio, de "Geração Digital 2.0", por terem nascido após a disponibilização da internet em escala global. É que a diferença de percepção desses jovens em relação a todos os seres humanos anteriores, que, por contraposição, seriam os das "Gerações Analógicas" é tão grande que gerou dificuldades de ajustar produtos e serviços a essa turma e, ao mesmo tempo, fazer os "analógicos" -ainda hoje a maioria- migrarem para a nova realidade.

Como criar produtos e serviços que sejam igualmente aceitos, em um extremo, por quem já viveu a era dos telefones de disco, dos discos de vinil, da enciclopédia Barsa, dos televisores de antena interna com BomBril e sem controle remoto e, no outro, por quem, desde sempre, o celular é um acessório pessoal e obrigatório, a música vem e vai pela internet, o verbete está na Wikipedia, o clipe da TV está mais no YouTube do que em qualquer outro lugar?

Aqui, dois problemas: (a) a turma do marketing vem andando devagar demais tanto para fazer a turma antiga perceber essa nova realidade quanto criar linguagem própria para os seres digitais e (b) talvez porque embora o market share desses dois grupos esteja rapidamente se invertendo, pode ser que ainda exista muita grana e conforto no modo antigo de comunicar.

Poucos se deram conta que a intuitividade das novas interfaces como a tela sensível ao toque e as onipresentes webcams nos dispositivos indicam claramente a perda da relevância do teclado e do mouse, ícones da revolução digital, digamos... 1.0. Os bem mais jovens, nascidos a partir de 2005 vão achar essa forma tão popular de "teclar" algo no mínimo incômodo, talvez como se hoje fôssemos obrigados a usar uma velha Remington para escrever e postar textos.

Então fica realmente muito difícil produzir estímulos adequados a todo o tipo de indivíduo, até porque hoje existem muitos canais e mídias diferentes e diferenciados.

Mas a principal reflexão que quero deixar aqui hoje é dirigido a quem convive com crianças bem pequenas a quem é dada a oportunidade de interagir, sem explicação prévia, com uma interface com tela sensível ao toque. Dá para ver que eles, de forma natural, aceitam essa forma de interação e seguem adiante. Não é preciso explicar nada, salvo, talvez, quando eles começarem a se expressar pelo verbo, que "naquele tempo" não existiam iPods, celulares, internet e coisas do gênero.

Assim como há uma década atrás era difícil mostrar à criança por que um disco de vinil não era um "CDzão preto", talvez daqui a alguns anos seja impossível explicar aos jovens da geração digital 2.0 o que é um CD.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O GMail saiu do ar hoje. E o Cloud Computing, virou uma fria?

Hoje, no meio da tarde, o GMail, do Google, ficou fora do ar por muitos loooongos minutos. Aí foi uma chiadeira global, gerando congestionamento em outros sites, notadamente no Twitter. E a pergunta mais comum foi: será que dá para confiar em um serviço pela internet, na tão badalada filosofia de Cloud Computing?

A resposta é sim, e, queiramos ou não, os aplicativos no conceito de nuvem vieram para ficar, e, independente de nossas preces, eles eventualmente vão ficar fora do ar, ou com capacidade limitada, capengas mesmo.

O melhor comparativo que me ocorre é com a energia elétrica entregue em nossos lares, escritórios ou fábricas, que só notamos que existe quando ela falha. E o uso de geradores de emergência ou mesmo a geração própria só são considerados em caso de usos muito críticos, como em hospitais, data centers, torres de controle aéreo, só para citar os mais óbvios, ou então em lugares onde a distribuição de energia é inexistente ou pouco confiável.

O que dá para levantar a lebre é para a efetiva entrega de dados essenciais de uma pessoa ou uma organização a um serviço que vive "nas nuvens" e ninguém sabe como acionar em caso de pane ou indisponibilidade. Aí aparecem os contratos de garantia de nível de serviço, os SLA (Service Level Agreement, em inglês).

Esse tipo de contrato, cada vez mais comum, vai assegurar um nível mínimo de qualidade e de disponibilidade, por um preço combinado. Mas o problema é que ninguém vai oferecer um serviço com 100% de qualidade e 100% de disponibilidade assegurados, pois isso é impossível. E, quanto mais próximo da perfeição, mais caro os serviços vão ficando.

Assim, um SLA com disponibilidade assegurada de 99,5%, por exemplo, vai ter um preço de R$ 100, por exemplo, mas se essa disponibilidade não for suficiente e o mínimo for de 99,8%, é provável que o custo seja multiplicado por um fator de 10 ou mais.

Lembrando que, para a maioria esmagadora dos usuários do GMail o preço pago é ter de conviver com os links patrocinado na coluna da direita, até que um probleminha aqui e outro ali de vez em quando não é nada de mais. Até porque, na maioria dos casos, a conta GMail não é a única do usuário, existem serviços alternativos como o Twitter, o Skype e até mesmo o bom e velho telefone, seja fixo ou celular.

Uma dica que vale a pena, se você tem receio da integridade dos dados de sua caixa de correio do GMail: crie um back-up local deles e use a modalidade off-line do GMail quando ele estiver fora do ar.

Então, a falha do GMail nesta terça até que está dentro dos limites do aceitável, e devemos esperar outras falhas lá na frente. Sem que, por conta desses problemas, devamos desistir do GMail ou esquecer qualquer oferta de serviços de TI usando o conceito de Cloud Computing.

segunda-feira, 30 de março de 2009

O "gap" entre gerações é cada vez maior. Você sente isso?

Lá atrás, no século XVIII e mesmo antes, as mudanças de referências, valores, conhecimentos e especialmente avanços tecnológicos eram lentos. Muitas gerações se passavam antes que um marco significativo de mudança ocorresse. Hoje as coisas acontecem em espaços menores que uma década. Como a tecnologia e seus avanços podem colocar você em uma situação de desvantagem?

Vamos lá, das grandes navegações dos séculos XV e XVI até a Revolução Industrial do século XVIII pouco mudou. Desta até a introdução em escala da energia elétrica, da telefonia e do avião decorreu mais de um século. A expressão bíblica "naquele tempo..." significava muito, muito tempo atrás.

Vamos agora chegar ao terço final do século XX, mais precisamente na década de 1970. O homem já havia chegado à Lua, a energia nuclear era usada para fins pacíficos e os satélites de comunicação tornavam quase trivial falar ao telefone entre as maiores cidades do mundo, os computadores eram grandes, poucos e caros mas já influiam na vida dos cidadãos.

Quem estava no mercado de trabalho e, portanto, tinha mais de 20 anos, deveria lembrar as Copas do Mundo anteriores quando não havia transmissão ao vivo, muito menos em cores. Deveriam lembrar também da dificuldade de fazer uma ligação telefônica, local ou interurbana, dada a tecnologia primitiva e os altos custos.

===> Fast-forward para o século 21, que prefiro grafar em algarismos arábicos em vez de romanos, para não parecer tão antigo. Bem... o termo fast forward já é anacrônico, numa época em que a maioria da população jovem pode nunca ter visto uma fita cassete ou VHS.

O que quero marcar aqui é a enorme diminuição do tempo entre mudanças relevantes na tecnologia e seu impacto nas nossas vidas. E como você, ainda jovem, pode estar virado um dinossauro, sem perceber.

Imaginemos um cidadão brasileiro de 35 anos de idade. Ele ou ela estão no mercado de trabalho há 10, 15 anos, e presenciaram, só para ficar nos básicos, a chegada da internet e da telefonia celular. É possível que tenham tido um celular analógico, e tenham usado bastante a internet discada.

Agora vamos ao jovem de 20 anos: para ele ou ela, o computador pode ter feito parte de sua vida desde a mais tenra idade, e o telefone é mais um aparelho de uso pessoal (celular) do que doméstico (fixo).

Vamos à moçada de 10 anos: para essa turma, os botões, teclados e a comunicação com o mundo, de forma multi-tarefa são dados, não variáveis. Mostrar-lhes uma enciclopédia de papel ou uma calculadora eletrônica é algo próximo de levá-los a um museu de antropologia.

Chegamos aos mais jovens, de até 5 anos de idade: com o advento das telas sensíveis ao toque, da ergonomia "multi-touch" de um iPod e da banda larga da internet em qualquer lugar fará com que eles vejam no teclado e no mouse dois candidatos sérios ao mesmo museu do parágrafo anterior.

Ora, dirão alguns, mas as coisas sempre mudaram e mudarão sempre. E daí?

Daí que, ao modelar os novos profissionais para o mercado de trabalho, cada vez mais competitivo, é cada vez mais fácil adaptar os mais jovens e cada vez mais complicado reciclar os mais "experientes", salvo se estes estiverem permanentemente em processo de reciclagem de conhecimento e de postura perante o mundo.

Com a crise econômica instalada no planeta, será que você vai querer ficar de fora? Ou você está sempre se atualizando? Outro dia assisti uma palestra do grande marqueteiro e também colunista aqui da CBN, o Eloi Zanetti, que disse tudo, em relação ao seu posicionamento no mundo de hoje: "Eu sou um eterno estudante".

Só sendo eternos estudantes é que poderemos nos manter competitivos, acreditem! Você está confortável? Melhor mudar rápido!

segunda-feira, 2 de março de 2009

Portabilidade Numérica: Válida para (quase) todo o Brasil

A portabilidade numérica para a telefonia é uma realidade a partir de hoje (02/03/2009) para a maioria dos usuários de telefonia do Brasil. Digo "para a maioria" porque embora ela esteja disponível para todos os códigos de área do país, é preciso que haja mais de uma operadora na sua localidade para que a troca possa existir.

A coisa é tão simples assim: Portabilidade Numérica significa que você pode mudar de uma operadora de telefonia fixa para outra de telefonia fixa, ou de uma operadora de celular para outra de celular, sem perder seu número original, o que pode ser muito conveniente. A restrição principal é que essa mudança ocorre apenas dentro do mesmo código de área.

Assim, você não pode, por exemplo, mudar seu telefone da área 41 (Curitiba) para 11 (São Paulo) e preservar o número anterior.

Você já deve ter recebido chamadas de sua operadora atual, seja de telefonia fixa ou celular, fazendo ofertas incríveis para baixar o preço, ou aumentar o tempo de ligação a custo zero ou a tarifas reduzidas... O mesmo deve estar acontecendo com as concorrentes, que subitamente descobriram que você existe!

A recomendação aqui é de calma antes de decidir, salvo se você já aderiu ao novo e sensacional plano, você está 'fidelizado' por pelo menos 12 meses, ou seja, para cancelar vai ter de pagar multa até vencer o prazo originalmente contratado, ou seja, vai precisar de mais calma ainda...

Tenha em mente que, a partir de agora você tem excelentes oportunidades ao tomar a iniciativa e verificar as alternativas com a concorrência, não sem antes esgotar as pechinchas que suas operadoras atuais possam estar oferecendo. Não esqueça de considerar a alternativa de consolidar em uma única operadora serviços tão diversos como telefonia fixa, celular, internet banda larga e até mesmo TV por assinatura. Os ganhos daí decorrentes por você poder oferecer um valor maior de sua fatura podem ser consideráveis!

Mas lembre-se que os concorrentes podem estar loucos por sua conta, mas vão exigir as mesmas condição da tal da fidelização para as tais ofertas incríveis. É claro que existem planos sem essa amarração, mas provavelmente você vai pagar preços absurdos.

Melhor para quem ainda não decidiu mudar e está com o mesmo plano há mais de um ano. É hora de tomar a iniciativa e pesquisar a concorrência. Você ficará surpreso ao fazer comparações e poderá finalmente mudar para outra operadora com preços e condições melhores.

Agora, se o serviço vai melhorar... bem, isso é outra história! O que me intriga é o que a portabilidade já está disponível há vários meses em muitas regiões do país, e, até o final de fevereiro passado, apenas 0,2% dos usuários fizeram uso dessa prerrogativa.

Das duas uma: ou a turma ainda não está ligada nesse lance de portabilidade ou as estatísticas que mostram as operadoras de telefonia como campeãs de reclamação no PROCON estão furadas. Alguém se arrisca a dizer qual das duas é a alternativa correta?

Eu aposto nas duas!

domingo, 15 de junho de 2008

Vem aí o iPhone 3G: vai balançar o mercado de celulares

Agora é oficial: A Apple anuncia em seu site o lançamento de seu iPhone 3G no próximo dia 11 de julho. A apresentação foi feita por Steve Jobs no forum de desenvolvedores da Apple, no Moscone Center de San Francisco, no último dia 11 de junho.

Embora mundial, ele não terá efeitos imediatos no Brasil, onde os iPhones chegam por importação direta e sem garantia de fábrica. Então, o que muda?


O fato é que a Apple entrou há 16 meses no mercado de celulares com um modelo apenas -o iPhone- e com uma operadora, a AT&T, nos Estados Unidos. Recentemente começou a vendê-los em alguns países da Europa e da Ásia. Nesses países, a 3a geração de celulares já é realidade, com conexões de altíssima velocidade e preços de uso muito baixo.

E o iPhone atual é de tecnologia da geração 2.5 (GSM), que roda com limitações de velocidade na comunicação de dados, pela rede EDGE, coisa como uma rede discada em termos de velocidade. O iPhone é hoje voltado ao mercado do consumidor final, sem foco no usuário corporativo, por não ter velocidade de comunicação de dados nem os aplicativos mais importantes que as empresas utilizam, como conectividade com correio eletrônico corporativo e aplicações como o Office, da Microsoft, dentre outras.

Mesmo assim, o iPhone virou uma febre, um verdadeiro "cult", e mesmo executivos de todos os naipes andam por lá (e por aqui) com seu iPhone como segundo ou terceiro aparelho, quando não como o principal.

Com todas essas limitações, a Apple chegou a 22% do mercado de smartphones, esses celulares com multifunções, chegando perto dos líderes BlackBerry (RIM) e Nokia. Isso com um modelo apenas, em 16 meses, com mercado limitado por decisão própria do fabricante.

Agora a bomba: o iPhone 3G vai chegar mais leve, mais fino, com o dobro da capacidade, pronto para as redes 3G de alta velocidade e vai custar a metade do preço do iPhone atual. Ou seja, a configuração inicial custará US$ 199 nos Estados Unidos, junto com o plano da operadora. E virá com GPS, aplicativos de mapas, acesso WiFi à internet e muito mais.

Isso vai dar uma destroncada na estratégia dos demais fabricantes de celulares e das operadoras, que terão que rever seus planos urgentemente. O mercado de celulares não será o mesmo após 11/07/2008, tomem nota!

E o Brasil? Bem, aqui a Claro e a Vivo já anunciaram que trarão o iPhone. Isso vai obrigar as demais operadoras a repensar suas estratégias. Os fabricantes idem, já que eles têm incentivos fiscais generosos para produzir seus aparelhos no Brasil e a Apple não tem planos para fazê-los aqui, assim como não fabrica seus computadores Macintosh e o famoso iPod.

Embora muitos fabricantes tenham anunciado produtos com características que podem concorrer com o iPhone, parece que, desta vez, a Apple entrou com a clara intenção de liderar o mercado de comunicação móvel. Qualquer que seja o desfecho desta briga, quem vai ganhar é o usuário, você, eu, mesmo com aparelhos e planos de concorrentes. E, talvez, a Apple...