quinta-feira, 28 de outubro de 2010

SMARTPHONE: Nome meio certo, meio errado


Cena típica da era analógica: duas adolescentes conversando ao telefone, queimando tempo e energia para descrever a roupa de uma amiga e o que ela fazia ao se encontrar com um menino popular na tribo. Tempo médio da observação: 5 minutos; Tempo médio das descrições: 15 minutos; Precisão das informações: < 20%
Cena típica da era digital, com adolescentes na mesma situação, mas em 2010: uma foto ou um vídeo capturado pelo celular e mandado por e-mail de uma para outra, ou, mais provável ainda: sua postagem no YouTube ou no Facebook, ou no Orkut, com uma chamada pelo Twitter. Tempo médio da observação: 5 minutos; Tempo médio da transmissão: 1 minuto; Precisão das informações: 100%
Agora, às estatísticas brasileiras:
1-    As receitas das operadoras de celular já registram faturamento de serviços de internet representando 53% das receitas, contra 47% para SMS (torpedos) e MMS (videotorpedos)
2-    Os Serviços de Valor Adicionado (SVA) representam algo entre 15% e 20% das receitas totais. Por SVA entendemos os serviços de informação diversos, musica, jogos, vídeo, TV, localização georeferenciada e muitos outros.
3-    No mundo corporativo, quase 10% das linhas de celular já são exclusivamente de dados
4-    Em abril deste ano, a teledensidade (ou numero de linhas por 100 habitantes), segundo a Anatel, atingiu 112 no Centro Oeste (puxada por Brasília), 105 no Sudeste, 99 no Sul, e 75v no Norte e Nordeste do Brasil. Ou seja, tirando o Norte e Nordeste, regiões de potencial forte crescimento, o resto do país já está “universalizado”, quando falamos em telefonia móvel
5-    Embora a participação de smartphones no bolo ainda seja pequena,  34% dos consumidores pretendem ter um, em sua próxima compra. No mundo corporativo, já são 50% de usuários que possuem um telefoninho esperto.
6-    Os usuários de smartphones com mais recursos e planos mais caros chegam a gastar menos de 10% do tempo de uso com voz via operadora.
Peraí... Telefone? Vejamos algumas das principais funcionalidades dos melhores smartphones no mercado brasileiro:
  • Câmera fotográfica
  • Câmera de vídeo
  • Player de musica
  • Player de vídeo
  • GPS
  • Bluetooth
  • WiFi
  • Mapas
  • e-Mail
  • Internet
  • TV Digital
  • 1.000.000+ de aplicativos, só contando as lojas da Apple e do Google, embora muita coisa ainda não esteja disponível entre nós
  • Ah!!! – e telefone, claro, as boas e velhas chamadas de voz...

Então, dá para seguir chamando essas engenhocas de telefones?
Eu entendo que não! Precisa apenas definir um novo nome ou uma nova sigla. Smartphone não é ruim, pelo Smart. Mas ele definitivamente não tem o phone como seu atributo principal. Um iPhone ou um Blackberry, para ficar em dois ícones da mobilidade esperta, são pouco usados para falar, do modo que nossos avós faziam, ou tentavam fazer quando e se dava linha...
Aberta a sugestão de busca de um novo nome, pois esses aparelhinhos ficarão cada vez mais smart e cada vez menos phone. Então, alguém se habilita?

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