Com o lançamento agora do Nexus 7, do Google, após o anúncio do Surface, da Microsoft, e a possível entrada do Facebook no mundo dos smartphones e talvez dos tablets, parece que entramos num cenário de todos contra a Apple.
Ou uma batalha de Hardware X Hardware X Hardware X Hardware
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quarta-feira, 27 de junho de 2012
quinta-feira, 8 de março de 2012
Revolução X Resolução

Mas a grande questão era, e foi parcialmente respondida: Como seria o primeiro grande lançamento da Apple na era pós-Steve Jobs?
Os lançamentos em São Francisco, acompanhados globalmente, não decepcionaram, mas também não chegaram a mostrar muita coisa realmente nova, embora Tim Cook tenha afirmado que o novo iPad redefiniria a experiência do usuário com o tablet. Não é exatamente isso que saiu, mas também não foi uma decepção.
A chamada na página principal da Apple usa um termo muito bem sacado para o iPad novo: Resolutionary, ou uma brincadeira com as palavras Revolutionary e Evolutionary.
A Apple aposta na maior resolução como o centro da inovação para este ano. Ela é quatro vezes mais pixels por polegada do que nos já excelentes modelos anteriores, mas nada de revolução. É exatamente a mesma do iPhone 4.
Aí vem o processador mais rápido, o A5X, um processador gráfico de 4 núcleos, mais memória principal e uso da tecnologia celular 4G, esta ainda não disponível entre nós, e sem prazo para aparecer.
A Apple TV ficou no extremo conservador das expectativas. Os mais entusiasmados preditores usaram até as palavras de Walter Isaacson, o biógrafo oficial de Steve Jobs para inferir que a empresa da maçã finalmente entraria no mundo das TVs de tela grande (o iTV), para concorrer com as gigantes Sony, LG, Samsung e Philips. Nada disso. O que houve foi a evolução da pequena caixinha preta que serve de media center e custa (lá) US$ 99 e um monte de R$ (aqui) para um modelo que suporta Full HD e incorpora o já bom Genius do iTunes para tornar a busca de videos mais focada nas preferências do cliente.
Mas o que houve de impressionante foi a quantidade e a qualidade de aplicativos. Além da incorporação de funcionalidades no já excelente Garage Band, a disponibilização do iPhoto para o iPad e o iPhone, com uma interface muito bem cuidada e extremamente fácil de usar. Muitos deles já estão disponíveis e a maioria roda nos iPads e iPhones mais recentes, ou seja, nada fica obsoleto.
Surgiu também uma batelada de novos games que utilizam em pleno a resolução, a velocidade do processador gráfico e, claro, a adutora do 4G que permite velocidades pela rede celular de até 72Mb, coisa que nem temos idéia do que seja.
Sony, Microsoft, Nintendo, tremei!
Essa aposta inesperada da Apple nos games, e a forte participação de desenvolvedores externos surpreendeu a muitos analistas, pois isso era esperado para mais tarde. Mas as cartas estão lançadas, vamos ver como fica.
O grande ausente no iPad foi o Siri.
Pensando um pouco, um dia depois dos anúncios, parece óbvio que o iPad de 3ª geração (simplesmente iPad, sem adjetivos ou sufixos) é uma evolução, não uma revolução. Mas, ao focar na melhoria da experiência do usuário - o grande mantra da Apple- é muito provável que mais gente se renda a seus encantos.
Afinal, ficou muito mais fácil e mais agradável capturar e tratar fotos e vídeos, buscar entretenimento pago via iTunes Store (os livros passam a vir com resolução próxima a do papel impresso, algo que parecia difícil sem o uso da tecnologia eInk) e sinaliza para a consolidação do modelo iCloud e de uma aceleração da venda de aplicativos, músicas, vídeos e livros.
Sinaliza também para os próximos lançamentos, como o Mountain Lion, o novo sistema operacional do Mac, que deverá ficar bem mais próximo do iOS (6?). Ontem a Apple disponibilizou o iOS 5.1, já com boas novidades.
O maior desafio segue sendo a manutenção do crescimento. No último trimestre de 2011, a Apple cresceu impressionantes 76% em vendas, quando comparado com o último trimestre de 2010. Excelente para uma empresa que vale mais de meio trilhão de dolares na Bolsa e exibe robustas margens operacionais, mas manter essa taxa parece difícil, quase impossível.
Com a concorrência somada já encostando nos 50% de market share, o mercado de tablets já oferece excelentes opções na plataforma Android e agora, começando a aparecer nas estatísticas, a Microsoft deu um salto à frente de todos ao mostrar como será o Windows 8, uma coisa só para qualquer dispositivo.
O que parece continuar sendo o diferencial da Apple é a riqueza de conteúdo que só parece aumentar à medida em que a experiência do usuário fica cada vez melhor.
Pode ser que aí esteja a revolução, que muita gente não enxergou: a persistência de um modelo que vem dando certo nos últimos anos, que é a sedução do usuário. Afinal, no último trimestre de 2011 a Apple vendeu mais iPads do que a HP, lider mundial de omputadores, conseguiu faturar com notebooks.
E não custa lembra que, há apenas 2 anos atrás, quase todos os especialistas torciam o nariz para o iPad original, um iPhonão sem telefone ou um notebook sem teclado, diziam as cassandras.
quinta-feira, 1 de março de 2012
Dispositivos Móveis: A Hora da Negociação
Quando se estuda a evolução da tecnologia até chegar ao mainstream, ou uso em massa, podemos adotar várias abordagens e metodologias. Aqui eu vou propor a minha, baseada em décadas de participação nesse mundo e, especialmente, de muita observação e meditação.
Para efeitos didáticos, vamos dividir a evolução em três etapas, segundo o protagonista de cada uma:
1- Os Engenheiros
2- Os Advogados
3- Os Negociadores
Explico:
Na fase 1, uma boa idéia, gestada em laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, tem seu seguimento conduzido por técnicos, não só, mas principalmente, composto por engenheiros, físicos, matemáticos, enfim, a turma das exatas. Daí surgem os microprocessadores, as memórias, os displays, as telas sensíveis ao toque, os dispositivos de armazenamento, as redes de comunicação, apenas a título de exemplo e simplificação. Concepção, parto, primeiros cuidados com a criança até que ela firme seus passos.
Na fase 2, alguma(s) empresa(s) ganham a dianteira no mercado, e a defesa de patentes, marcos regulatórios, enquadramentos tributários e outros quetais viram prioridade. É a fase de ouro dos advogados, ajudando as empresas e as tecnologias a ganharem dominância. Talvez aqui a analogia seja com a adolescência, com seu rápido crescimento, o encontro com novas realidades, os conflitos do novo x estabelecido, a era da contestação e da busca pelo diferente.
Na fase 3, a realidade e a maturidade. Para seguir participando da festa, é preciso negociar alianças ou parcerias, conviver com os rivais, competir dentro de regras estabelecidas. Aqui se definem padrões, protocolos e as regras do ganha-ganha, no jargão dos negócios. É a fase adulta.
Podemos dar alguns exemplos, no mundo eletrônico e digital:
A briga VHS x Betamax: quem viu, sabe que o Betamax era superior ao VHS, quando o tema era gravação de conteudo de video doméstico. O problema foi da Sony, detentora da tecnologia Betamax que não viu a necessidade de negociar, enquanto que os concorrentes se juntaram e fizeram do medíocre VHS o padrão de fato, o que possibilitou o rápido crescimento do mercado. Os engenheiros da Sony eram melhores, seus advogados pegaram uma causa perdida e seus negociadores não tinham o quê negociar. Anos depois, a gigante japonesa aprendeu a lição e deu a volta por cima, ganhando com o padrão BluRay.
O Consenso USB: Antes dessa porta genial, chamada Universal Serial Bus, o mundo dos primitivos computadores era o caos completo. Só a miríade de cabos e conectores de tantos pinos, serial ou paralelo, mini ou normal, fazia com que nada ganhasse escala para atender a todos. Aí os grandes atores do mercado sentaram-se a mesas de negociação para chegar a um consenso assinado. E veio a USB, já na sua Geração 3, com um sucesso tão grande e tomada como algo tão natural quanto o sol e a chuva, que fica complcado explicar aos mais jovens que já houve uma era pré-USB. Mesmo assim, alguns renitentes -Apple à frente- insistem em esdruxulices como FireWire e similares. Esse é um raro caso onde as fases 2 e 3 andaram praticamente juntas.
A internet: já pensaram se não existisse um protocolo abreviado por http? Pois então, isso já existiu em priscas eras, quando os computadores e os terminais só falavam entre si se fossem da mesma marca e da mesma geração. A internet levou quase 30 anos desde seu primeiro impulso de uma rede de comunicação até o início de sua adoção em massa, nos meados da década de 1990. Uma série de eventos levou a isso, eu sei, mas se não fosse um protocolo (http), ainda teríamos ilhas não conectadas. Mas até chegar lá, brigas bilionárias envolvendo fabricantes de computadores, de equipamentos de telecomunicações, de software e, claro, de governos e entes reguladores desaguaram em tribunais locais e internacionais até que houve a evolução para afase adulta: "Vamos negociar!"
Agora é a vez dos dispositivos móveis. Os celulares comuns, aqueles que só permitem falar e mandar/receber torpedos estão com seus dias contados. Mais um pouco, e a maioria das vendas vai ser dos ditos smartphones, que, quando dominarem o mercado, devem perder o prefixo smart e algo novo vai aparecer. E os antigos aparelhos virarão, por analogia, dumbphones, ou telefones burros.
Não esqueçamos dos tablets, que agora completam 2 anos de mercado de massa, depois do fenômeno do iPad. Em 2012, a marca de 100 milhões de unidades vendidas será facilmente alcançada, com crescimento de vendas esperado acima de 40% ao ano no futuro previsível. Ou seja, tablet vai ser uma geringonça que todo mundo vai ter ou vai querer, contrariando as cassandras que diziam que ninguém iria querer comprar um iphonão ou um laptop sem teclado.
E os laptops, agora turbinados com o conceito dos ultrabooks, vai continuar relevante e conectado.
Fazer com que essas três famílias falem entre si e, dentro de cada segmento, sejam muito compatíveis parece ser o novo desafio.
Por enquanto, nós, usuários, achamos que esse mundo é maravilhoso, que os gadgets criados por engenheiros fabulosos são o passaporte para o nirvana.
Mas os advogados brigam nos tribunais, desde sobre quem tem o direito à marca iPad até sobre a patente da funcionalidade slide nos martphones, ou aquela que você desliza o dedo sobre uma regua virtual para desligar seu aparelho, passando, naturalmente, pela hegemonia dos sistemas operacionais, hoje uma briga entre os gigantes Microsoft, Apple e Google.
Falando em Google, enquanto escrevo leio que a rede social FourSquare, que essencialmente é ancorada na localização física de seus participantes, abandona o Google Maps como ferramenta para aderir a uma solução aberta feita por uma startup...
Isso aí ainda vai ter muita discussão sobre tecnologia, pelos engenheiros e usuarios, mas o papel dos advogados vai crescer.
Já se vislumbra alguma negociação séria. No evento de mobilidade que acontece em Barcelona, todos menos a Apple sentam-se a mesa para começar a negociar um novo padrão.
Seria ingênuo apostar que dali surgirá a nova e mágica universalidade digital, e que a Apple ficaria isolada com sua arquitetura proprietária. A diferença, agora, que não pode ser ignorada, é que a Apple e seus produtos e serviços já ficaram grandes demais para poderem ser ignorados. Afinal, uma empresa que supera o meio trilhão de dólares em valor de mercado, enquanto tudo isso ocorre, não ficará de fora.
Mas os estrategistas da Apple e seus valorosos engenheiros insistem no modelo fechado. Talvez o melhor exemplo de turrice esteja no seu lindo Facetime, para conexão de audio e video entre seus usuários. O problema é que o Facetime não funciona com o resto do mundo nem com versões anteriores de produtos e sistemas operacionais da Apple.
Resumo da ópera: a história se repete, e estamos provavelmente no meio de uma profunda transformação de ambientes, plataformas e dispositivos, para aplicações que vão mudar e mudar muito.
A diferença agora, no mundo da mobilidade, é que essas transformações abrangerão uma parcela ponderável da humanidade. Talvez a busca por padrões e protocolos de entendimento seja, afinal, não uma estratégia sensata de negócios, mas uma questão de sobrevivência.
Para efeitos didáticos, vamos dividir a evolução em três etapas, segundo o protagonista de cada uma:
1- Os Engenheiros
2- Os Advogados
3- Os Negociadores
Explico:
Na fase 1, uma boa idéia, gestada em laboratórios de pesquisa e desenvolvimento, tem seu seguimento conduzido por técnicos, não só, mas principalmente, composto por engenheiros, físicos, matemáticos, enfim, a turma das exatas. Daí surgem os microprocessadores, as memórias, os displays, as telas sensíveis ao toque, os dispositivos de armazenamento, as redes de comunicação, apenas a título de exemplo e simplificação. Concepção, parto, primeiros cuidados com a criança até que ela firme seus passos.
Na fase 2, alguma(s) empresa(s) ganham a dianteira no mercado, e a defesa de patentes, marcos regulatórios, enquadramentos tributários e outros quetais viram prioridade. É a fase de ouro dos advogados, ajudando as empresas e as tecnologias a ganharem dominância. Talvez aqui a analogia seja com a adolescência, com seu rápido crescimento, o encontro com novas realidades, os conflitos do novo x estabelecido, a era da contestação e da busca pelo diferente.
Na fase 3, a realidade e a maturidade. Para seguir participando da festa, é preciso negociar alianças ou parcerias, conviver com os rivais, competir dentro de regras estabelecidas. Aqui se definem padrões, protocolos e as regras do ganha-ganha, no jargão dos negócios. É a fase adulta.
Podemos dar alguns exemplos, no mundo eletrônico e digital:
A briga VHS x Betamax: quem viu, sabe que o Betamax era superior ao VHS, quando o tema era gravação de conteudo de video doméstico. O problema foi da Sony, detentora da tecnologia Betamax que não viu a necessidade de negociar, enquanto que os concorrentes se juntaram e fizeram do medíocre VHS o padrão de fato, o que possibilitou o rápido crescimento do mercado. Os engenheiros da Sony eram melhores, seus advogados pegaram uma causa perdida e seus negociadores não tinham o quê negociar. Anos depois, a gigante japonesa aprendeu a lição e deu a volta por cima, ganhando com o padrão BluRay.
O Consenso USB: Antes dessa porta genial, chamada Universal Serial Bus, o mundo dos primitivos computadores era o caos completo. Só a miríade de cabos e conectores de tantos pinos, serial ou paralelo, mini ou normal, fazia com que nada ganhasse escala para atender a todos. Aí os grandes atores do mercado sentaram-se a mesas de negociação para chegar a um consenso assinado. E veio a USB, já na sua Geração 3, com um sucesso tão grande e tomada como algo tão natural quanto o sol e a chuva, que fica complcado explicar aos mais jovens que já houve uma era pré-USB. Mesmo assim, alguns renitentes -Apple à frente- insistem em esdruxulices como FireWire e similares. Esse é um raro caso onde as fases 2 e 3 andaram praticamente juntas.
A internet: já pensaram se não existisse um protocolo abreviado por http? Pois então, isso já existiu em priscas eras, quando os computadores e os terminais só falavam entre si se fossem da mesma marca e da mesma geração. A internet levou quase 30 anos desde seu primeiro impulso de uma rede de comunicação até o início de sua adoção em massa, nos meados da década de 1990. Uma série de eventos levou a isso, eu sei, mas se não fosse um protocolo (http), ainda teríamos ilhas não conectadas. Mas até chegar lá, brigas bilionárias envolvendo fabricantes de computadores, de equipamentos de telecomunicações, de software e, claro, de governos e entes reguladores desaguaram em tribunais locais e internacionais até que houve a evolução para afase adulta: "Vamos negociar!"
Agora é a vez dos dispositivos móveis. Os celulares comuns, aqueles que só permitem falar e mandar/receber torpedos estão com seus dias contados. Mais um pouco, e a maioria das vendas vai ser dos ditos smartphones, que, quando dominarem o mercado, devem perder o prefixo smart e algo novo vai aparecer. E os antigos aparelhos virarão, por analogia, dumbphones, ou telefones burros.
Não esqueçamos dos tablets, que agora completam 2 anos de mercado de massa, depois do fenômeno do iPad. Em 2012, a marca de 100 milhões de unidades vendidas será facilmente alcançada, com crescimento de vendas esperado acima de 40% ao ano no futuro previsível. Ou seja, tablet vai ser uma geringonça que todo mundo vai ter ou vai querer, contrariando as cassandras que diziam que ninguém iria querer comprar um iphonão ou um laptop sem teclado.
E os laptops, agora turbinados com o conceito dos ultrabooks, vai continuar relevante e conectado.
Fazer com que essas três famílias falem entre si e, dentro de cada segmento, sejam muito compatíveis parece ser o novo desafio.
Por enquanto, nós, usuários, achamos que esse mundo é maravilhoso, que os gadgets criados por engenheiros fabulosos são o passaporte para o nirvana.
Mas os advogados brigam nos tribunais, desde sobre quem tem o direito à marca iPad até sobre a patente da funcionalidade slide nos martphones, ou aquela que você desliza o dedo sobre uma regua virtual para desligar seu aparelho, passando, naturalmente, pela hegemonia dos sistemas operacionais, hoje uma briga entre os gigantes Microsoft, Apple e Google.
Falando em Google, enquanto escrevo leio que a rede social FourSquare, que essencialmente é ancorada na localização física de seus participantes, abandona o Google Maps como ferramenta para aderir a uma solução aberta feita por uma startup...
Isso aí ainda vai ter muita discussão sobre tecnologia, pelos engenheiros e usuarios, mas o papel dos advogados vai crescer.
Já se vislumbra alguma negociação séria. No evento de mobilidade que acontece em Barcelona, todos menos a Apple sentam-se a mesa para começar a negociar um novo padrão.
Seria ingênuo apostar que dali surgirá a nova e mágica universalidade digital, e que a Apple ficaria isolada com sua arquitetura proprietária. A diferença, agora, que não pode ser ignorada, é que a Apple e seus produtos e serviços já ficaram grandes demais para poderem ser ignorados. Afinal, uma empresa que supera o meio trilhão de dólares em valor de mercado, enquanto tudo isso ocorre, não ficará de fora.
Mas os estrategistas da Apple e seus valorosos engenheiros insistem no modelo fechado. Talvez o melhor exemplo de turrice esteja no seu lindo Facetime, para conexão de audio e video entre seus usuários. O problema é que o Facetime não funciona com o resto do mundo nem com versões anteriores de produtos e sistemas operacionais da Apple.
Resumo da ópera: a história se repete, e estamos provavelmente no meio de uma profunda transformação de ambientes, plataformas e dispositivos, para aplicações que vão mudar e mudar muito.
A diferença agora, no mundo da mobilidade, é que essas transformações abrangerão uma parcela ponderável da humanidade. Talvez a busca por padrões e protocolos de entendimento seja, afinal, não uma estratégia sensata de negócios, mas uma questão de sobrevivência.
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quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Adobe X Apple e a caçapa cantada
Era uma questão de tempo: Nesta terça, 8/11, a Adobe anunciou uma reestruturação da companhia para focar-se em duas áreas de crescimento explosivo, mídias digitais e marketing digital. O que não fica muito claro na nota é a razão da demissão de 750 colaboradores de uma pancada só. Mas o motivo é um só: O Adobe Flash, ainda hoje dominante nas exibições de imagens e vídeos na internet, prepara seu passaporte para o museu.
Na versão para a imprensa, a Adobe diz que não fará mais evoluções do Flash para browsers de smartphones e tablets, justamente os segmentos de mercado que mais crescem, ao contrário dos desktops (queda acentuada), notebooks (em desaceleração) e netbooks (alguém viu algum novo modelo por aí?)
Quando o iPhone foi lançado em 2007, uma das principais críticas era exatamente essa, que o Safari não conseguia exibir videos criados em Flash. A Adobe e muitos rivais da Apple diziam ser essa uma estratégia suicida da turma da maçã; Steve Jobs batia firme dizendo que o Flash era proprietário e, ainda mais, suscetível a hackers e crackers, portanto não seguro. Para arrematar, o Flash seria um ogre no consumo de bateria, coisa ruim em dispositivos que se propõem a ser móveis e necessitarem um mínimo de conexão com a tomada de energia.
Mas eu via evidências de que a estratégia da Apple estava correta. O sucesso de seus produtos fez com que os portais e sites corporativos migrassem seus videos usando o HTML5, definitivamente o novo padrão.
Mas havia uma barreira: a Microsoft e sua dominância tanto em sistemas operacionais (Windows) e browsers (Internet Explorer) ainda aceitavam o Flash. Não mais: o IE 10 vem sem suporte para Flash, o que fará que, com o tempo, haja uma migração ainda mais forte para longe da ferramenta da Adobe.
Para o usuário comum, como a imensa maioria de nós, pouco mudará: continuaremos a acessar vídeos pela internet, e a vida segue normal.
Para os desenvolvedores que ganhavam seu dinheirinho usando soluções com a plataforma -paga- da Adobe, um mico que será resolvido reciclando suas estratégias de negócios, coisa que já vem ocorrendo de modo bem perceptível.
A Adobe deve seguir com seus planos anunciados dia 8, e ainda vai ter um carro chefe que lhe dá muita receita e muita margem: O Photoshop, aquele software de edição de imagens que tira defeitos de captura ou de origem das imagens e que 11 em cada 10 capas da Playboy são tratadas pelo programa.
Mas a forma de cobrança para o uso de licenças, tanto do Photoshop quanto de qualquer outro programa, está também se transformando, e para valer.
A falta de percepção da Adobe desse novo mundo da segunda década deste milênio pode explicar a queda do Flash. Mas isso é tema de uma próxima postagem...
Na versão para a imprensa, a Adobe diz que não fará mais evoluções do Flash para browsers de smartphones e tablets, justamente os segmentos de mercado que mais crescem, ao contrário dos desktops (queda acentuada), notebooks (em desaceleração) e netbooks (alguém viu algum novo modelo por aí?)
Quando o iPhone foi lançado em 2007, uma das principais críticas era exatamente essa, que o Safari não conseguia exibir videos criados em Flash. A Adobe e muitos rivais da Apple diziam ser essa uma estratégia suicida da turma da maçã; Steve Jobs batia firme dizendo que o Flash era proprietário e, ainda mais, suscetível a hackers e crackers, portanto não seguro. Para arrematar, o Flash seria um ogre no consumo de bateria, coisa ruim em dispositivos que se propõem a ser móveis e necessitarem um mínimo de conexão com a tomada de energia.
Mas eu via evidências de que a estratégia da Apple estava correta. O sucesso de seus produtos fez com que os portais e sites corporativos migrassem seus videos usando o HTML5, definitivamente o novo padrão.
Mas havia uma barreira: a Microsoft e sua dominância tanto em sistemas operacionais (Windows) e browsers (Internet Explorer) ainda aceitavam o Flash. Não mais: o IE 10 vem sem suporte para Flash, o que fará que, com o tempo, haja uma migração ainda mais forte para longe da ferramenta da Adobe.
Para o usuário comum, como a imensa maioria de nós, pouco mudará: continuaremos a acessar vídeos pela internet, e a vida segue normal.
Para os desenvolvedores que ganhavam seu dinheirinho usando soluções com a plataforma -paga- da Adobe, um mico que será resolvido reciclando suas estratégias de negócios, coisa que já vem ocorrendo de modo bem perceptível.
A Adobe deve seguir com seus planos anunciados dia 8, e ainda vai ter um carro chefe que lhe dá muita receita e muita margem: O Photoshop, aquele software de edição de imagens que tira defeitos de captura ou de origem das imagens e que 11 em cada 10 capas da Playboy são tratadas pelo programa.
Mas a forma de cobrança para o uso de licenças, tanto do Photoshop quanto de qualquer outro programa, está também se transformando, e para valer.
A falta de percepção da Adobe desse novo mundo da segunda década deste milênio pode explicar a queda do Flash. Mas isso é tema de uma próxima postagem...
terça-feira, 23 de agosto de 2011
Concentrando os atores
Duas notícias no mesmo dia sacodem o mercado: A HP desiste do mercado de desktops, notebooks, netbooks, tablets e smartphones; a Nokia anuncia o abandono de seu sistema operacional campeão de vendas, o Symbian.
A surpresa vinda da HP é pelo timing. No que toca aos computadores, o avanço dos asiáticos de baixo preço, especialmente no mercado da pessoa física espremeram demais as margens. Lembrando da IBM anos atrás quando passou o boné para a chinesa Lenovo, mas embolsando uma graninha. Agora, nem isso.
Nos tablets e smartphones a HP nem chegou a decolar. Meses depois de fazer uma nova aposta no renomeado WebOS, sistema operacional herdado da adquirida e pioneira Palm, era estratégia ousada da companhia ser uma alternativa viável aos competidores iOS, Android e Windows Phone. O recuo soou como algo mal planejado. O mercado bateu pesado no valor das ações, na sexta, e, já na segunda, sinalizava com uma recuperação parcial. Algo como que susto! ao saber das novas seguido de um talvez não tenha sido tão mal assim.
Os chamados consumíveis, um eufemismo para cartuchos de tinta e toner para impressoras seguem gerando caixa para a HP, mesmo com a concorrência acirrada. E a área de serviços segue embalada. Aqui, de novo, parecido com o que vem fazendo a também gigante IBM.
Já a Nokia, ao dizer que acaba a produção de celulares com Symbian para o mercado da América do Norte assume que a evolução desse sistema operacional está congelada e dá ao mesmo tempo um poderoso aval e incentivo aos concorrentes e deixa evidente que aposta todas suas fichas na plataforma Windows Phone, da sua parceira Microsoft.
Então dá para assumir que os smartphones vão acelerar suas taxas de crescimento e que as vendas de tablets -mercado inexistente até o primeiro trimestre de 2010- também disparam.
E a definição da próxima bola da vez, para mim, está definida: a RIM, fabricante do Blackberry, hoje sucesso de público no mercado corporativo, vai ser fortemente pressionada pelos atores gigantes. Não será novidade se ela for, finalmente, adquirida por algum desses mencionado aí no início do post.
Ah! Não podemos esquecer o também recente anúncio da compra da Motorola Mobile pelo Google. movimento no mínimo estranho para um gigante que produz o Android como plataforma aberta e agora sinaliza que pode turbinar as vendas de smartphones fabricados em casa, em detrimento de seus muitos parceiros globais,
A concentração dos fornecedores deve se acentuar. Quem ganha? Quem perde? Façam suas apostas!
A surpresa vinda da HP é pelo timing. No que toca aos computadores, o avanço dos asiáticos de baixo preço, especialmente no mercado da pessoa física espremeram demais as margens. Lembrando da IBM anos atrás quando passou o boné para a chinesa Lenovo, mas embolsando uma graninha. Agora, nem isso.
Nos tablets e smartphones a HP nem chegou a decolar. Meses depois de fazer uma nova aposta no renomeado WebOS, sistema operacional herdado da adquirida e pioneira Palm, era estratégia ousada da companhia ser uma alternativa viável aos competidores iOS, Android e Windows Phone. O recuo soou como algo mal planejado. O mercado bateu pesado no valor das ações, na sexta, e, já na segunda, sinalizava com uma recuperação parcial. Algo como que susto! ao saber das novas seguido de um talvez não tenha sido tão mal assim.
Os chamados consumíveis, um eufemismo para cartuchos de tinta e toner para impressoras seguem gerando caixa para a HP, mesmo com a concorrência acirrada. E a área de serviços segue embalada. Aqui, de novo, parecido com o que vem fazendo a também gigante IBM.
Já a Nokia, ao dizer que acaba a produção de celulares com Symbian para o mercado da América do Norte assume que a evolução desse sistema operacional está congelada e dá ao mesmo tempo um poderoso aval e incentivo aos concorrentes e deixa evidente que aposta todas suas fichas na plataforma Windows Phone, da sua parceira Microsoft.
Então dá para assumir que os smartphones vão acelerar suas taxas de crescimento e que as vendas de tablets -mercado inexistente até o primeiro trimestre de 2010- também disparam.
E a definição da próxima bola da vez, para mim, está definida: a RIM, fabricante do Blackberry, hoje sucesso de público no mercado corporativo, vai ser fortemente pressionada pelos atores gigantes. Não será novidade se ela for, finalmente, adquirida por algum desses mencionado aí no início do post.
Ah! Não podemos esquecer o também recente anúncio da compra da Motorola Mobile pelo Google. movimento no mínimo estranho para um gigante que produz o Android como plataforma aberta e agora sinaliza que pode turbinar as vendas de smartphones fabricados em casa, em detrimento de seus muitos parceiros globais,
A concentração dos fornecedores deve se acentuar. Quem ganha? Quem perde? Façam suas apostas!
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segunda-feira, 4 de julho de 2011
Apple: Charme Eterno?
Será que a Apple descobriu o mapa da mina inesgotável? Será que o charme de seus produtos não encontra concorrentes?
Direto aos pontos: Não, o sucesso não é eterno nem garantido e a concorrência está atenta e viva.
Independente disso, alguns fatores não foram bem abordados pela concorrência. A eles:
1- Tudo que a Apple desenvolve e produz deve responder a uma pergunta fundamental: Isso aí vai melhorar a experiência do usário? Se a resposta é não, deleta-se o projeto e começa-se tudo de novo.
2- A apresentação de cada produto ou serviço é sempre um show de marketing, eventos com luz própria, nunca em feiras gigantes. Isso garante exclusividade na atenção ao que está sendo anunciado
3- A mídia espontânea -mas nem tanto- gerada por formadores de opinião que recebem dicas antecipadas mas parciais porém relevantes do que se passa nos laboratórios da Apple. No caso do iPad, isso foi avaliado em mais de US$ 700 milhões, verba de marketing que nenhuma empresa no mundo dispõe para lançar um produto.
4- A ênfase nos detalhes de cada produto são cuidadosamente estudados para agradar compradores compulsivos, fashionistas, engenheiros, tecnófobos e outras tribos com igual atenção.
5- A expectativa dos próximos lançamentos gera animação constante e vendas adicionais dos produtos já existentes.
6- A Apple, por vocação ou junção dos fatores acima, sempre teve o foco na pessoa física, com raras incursões na pessoa jurídica. Assim, não precisou fazer compromissos com grandes contas nem com grandes e sofisticados aplicativos das corporações.
A Apple também se posiciona com muita competência com suas arquiteturas proprietárias, e aparentemente seus clientes não se importam muito com isso. Lá pela década de 1990 a companhia da maçã, patinando por sua sobrevivência, tentou licenciar a plataforma Macintosh para terceiros, visando aumentar sua base instalada. Foi um fracasso total, obrigando-a a uma retirada nada estratégica de volta ao velho caminho do exclusivo.
Esse posicionamento histórico tem seus riscos, mas eles são menores do que desejaria a concorrência.
Por exemplo, analistas são unânimes em apontar que nos próximos anos (3 a 5, dependendo da análise), a plataforma iOS será apenas a terceira mais usada em smartphones e tablets, atrás do Android, do Google e do Windows Phone, da Microsoft.
É provável que isso aconteça, mas é bom lembrar que o Android tem e terá centenas de versões e de fabricantes nas mais variadas partes do mundo. O Windows Phone será um pouco mais controlado, mas assim mesmo distribuido por múltiplos fabricantes globais.
Já a Apple seguirá sendo única. Em qualquer caso, seus smartphones e tablets tenderão a permanecer no topo da lista dos mais vendidos, contra todos os outros, isoladamente.
Parece claro ainda que na área de música e vídeo, a liderança fica com a Apple por um bom tempo. Nos notebooks, esse não é o caso, mas o topo do mercado, exatamente o mais lucrativo, percebe cada vez mais a atratividade dos Mac. Basta ver sua crescente popularidade em aeroportos, cafés e restaurantes.
Do setor de serviços, agora com o iCloud, vem mais uma tentativa de ser dominante. Sucesso que precisa de uma reinvenção, pois o MobileMe, sua base de lançamento, foi um fracasso total.
Talvez a maior ameaça para a Apple está exatamente no seu imenso sucesso, na medida em que tem mais e diversificados produtos e se propõe a ganhar mais e diversificados mercados.
Crescer e manter qualidade, segurança e especialmente controle desses mercados não são tarefas fáceis.
No conjunto da obra, é mais provável que os grandes adversários da Apple estejam mais para uma Amazon do que para uma HP, mais para um Facebook do que para uma Microsoft.
Isso sem falar na NBT, ou Next Big Thing, acrônimo que acabo de inventar para fins de argumentação. A cada década, o mundo da tecnologia nos brinda com uma nova onda. Nos anos 90, o Google, nos 00 o Facebook, agora, nos 10, ainda não tivemos algo que chacoalhasse o mercado.
Não tivemos? E essa onda da mobilidade, puxada pelo iPhone e pelo iPad? Quem inovará para valer?
Direto aos pontos: Não, o sucesso não é eterno nem garantido e a concorrência está atenta e viva.
Independente disso, alguns fatores não foram bem abordados pela concorrência. A eles:
1- Tudo que a Apple desenvolve e produz deve responder a uma pergunta fundamental: Isso aí vai melhorar a experiência do usário? Se a resposta é não, deleta-se o projeto e começa-se tudo de novo.
2- A apresentação de cada produto ou serviço é sempre um show de marketing, eventos com luz própria, nunca em feiras gigantes. Isso garante exclusividade na atenção ao que está sendo anunciado
3- A mídia espontânea -mas nem tanto- gerada por formadores de opinião que recebem dicas antecipadas mas parciais porém relevantes do que se passa nos laboratórios da Apple. No caso do iPad, isso foi avaliado em mais de US$ 700 milhões, verba de marketing que nenhuma empresa no mundo dispõe para lançar um produto.
4- A ênfase nos detalhes de cada produto são cuidadosamente estudados para agradar compradores compulsivos, fashionistas, engenheiros, tecnófobos e outras tribos com igual atenção.
5- A expectativa dos próximos lançamentos gera animação constante e vendas adicionais dos produtos já existentes.
6- A Apple, por vocação ou junção dos fatores acima, sempre teve o foco na pessoa física, com raras incursões na pessoa jurídica. Assim, não precisou fazer compromissos com grandes contas nem com grandes e sofisticados aplicativos das corporações.
A Apple também se posiciona com muita competência com suas arquiteturas proprietárias, e aparentemente seus clientes não se importam muito com isso. Lá pela década de 1990 a companhia da maçã, patinando por sua sobrevivência, tentou licenciar a plataforma Macintosh para terceiros, visando aumentar sua base instalada. Foi um fracasso total, obrigando-a a uma retirada nada estratégica de volta ao velho caminho do exclusivo.
Esse posicionamento histórico tem seus riscos, mas eles são menores do que desejaria a concorrência.
Por exemplo, analistas são unânimes em apontar que nos próximos anos (3 a 5, dependendo da análise), a plataforma iOS será apenas a terceira mais usada em smartphones e tablets, atrás do Android, do Google e do Windows Phone, da Microsoft.
É provável que isso aconteça, mas é bom lembrar que o Android tem e terá centenas de versões e de fabricantes nas mais variadas partes do mundo. O Windows Phone será um pouco mais controlado, mas assim mesmo distribuido por múltiplos fabricantes globais.
Já a Apple seguirá sendo única. Em qualquer caso, seus smartphones e tablets tenderão a permanecer no topo da lista dos mais vendidos, contra todos os outros, isoladamente.
Parece claro ainda que na área de música e vídeo, a liderança fica com a Apple por um bom tempo. Nos notebooks, esse não é o caso, mas o topo do mercado, exatamente o mais lucrativo, percebe cada vez mais a atratividade dos Mac. Basta ver sua crescente popularidade em aeroportos, cafés e restaurantes.
Do setor de serviços, agora com o iCloud, vem mais uma tentativa de ser dominante. Sucesso que precisa de uma reinvenção, pois o MobileMe, sua base de lançamento, foi um fracasso total.
Talvez a maior ameaça para a Apple está exatamente no seu imenso sucesso, na medida em que tem mais e diversificados produtos e se propõe a ganhar mais e diversificados mercados.
Crescer e manter qualidade, segurança e especialmente controle desses mercados não são tarefas fáceis.
No conjunto da obra, é mais provável que os grandes adversários da Apple estejam mais para uma Amazon do que para uma HP, mais para um Facebook do que para uma Microsoft.
Isso sem falar na NBT, ou Next Big Thing, acrônimo que acabo de inventar para fins de argumentação. A cada década, o mundo da tecnologia nos brinda com uma nova onda. Nos anos 90, o Google, nos 00 o Facebook, agora, nos 10, ainda não tivemos algo que chacoalhasse o mercado.
Não tivemos? E essa onda da mobilidade, puxada pelo iPhone e pelo iPad? Quem inovará para valer?
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Será que Thomas Watson tinha a bola de cristal?
A IBM é, indiscutivelmente, a empresa que, embora não tenha inventado o computador, efetivamente deu a eles uso prático em pelo menos duas eras distintas: a dos mainframes e a dos PCs. Disso ninguém duvida.
O que é ainda hoje motivo de controvérsia é uma frase atribuida ao mais longevo de seus CEOs, Thomas Watson, Sr. que, em 1943 teria dito algo como "I think there is a world market for maybe five computers", que os escribas oficiais da Big Blue ainda correm a desmentir, em um mundo de bilhões de computadores, outros tantos celulares e smartphones.
Dizem os italianos que si non e vero, e benne trovatto, mas, numa dessas, e se o velho Watson tivesse razão?
Claro que, à leitura de números de vendas de dispositivos digitais os mais diversos em forma, funcionalidade, capacidade de processamento e preços, isso não faz o menor sentido.
Mas aí entra a tal da nuvem, que vem mudando a forma como pensamos o mundo digital. As tais fazendas de servidores, onde residem milhares de computadores que atendem aos Googles, aos Facebooks e mesmo às IBM, Apple e Microsoft da vida cada vez mais oferecem alternativas de produtos e serviços que tornam dispensáveis, ou menos importantes, as tarefas locais de processamento e armazenamento de dados, sons, imagens, o que quer que seja digitalmente tratado.
Com os dutos de alta velocidade e capacidade da moderna internet, ter um arquivo em casa, no trabalho, no carro, faz cada vez menos sentido. Esse arquivo precisa estar essencialmente disponível, para qualquer dispositivo que eu queira e use, com segurança, claro.
Essa premissa leva ao fortalecimento do modelo de nuvem, onde teremos cada vez maiores fazendas de computadores, exigindo cada vez maiores investimentos, cuidados ambientais, garantia de uptime com redundância, e por aí iremos.
Se hoje tivéssemos internet 100 vezes mais rápida e capaz de engolir 1000 vezes mais dados (algo que deve ocorrer em 5, 10 anos no máximo), abre-se o caminho para termos algo como cinco computadores, no futuro. Eles até poderiam ser assim chamados:
Será que isso será bom?
![]() |
"E se eu tiver razão?" |
Dizem os italianos que si non e vero, e benne trovatto, mas, numa dessas, e se o velho Watson tivesse razão?
Claro que, à leitura de números de vendas de dispositivos digitais os mais diversos em forma, funcionalidade, capacidade de processamento e preços, isso não faz o menor sentido.
Mas aí entra a tal da nuvem, que vem mudando a forma como pensamos o mundo digital. As tais fazendas de servidores, onde residem milhares de computadores que atendem aos Googles, aos Facebooks e mesmo às IBM, Apple e Microsoft da vida cada vez mais oferecem alternativas de produtos e serviços que tornam dispensáveis, ou menos importantes, as tarefas locais de processamento e armazenamento de dados, sons, imagens, o que quer que seja digitalmente tratado.
Com os dutos de alta velocidade e capacidade da moderna internet, ter um arquivo em casa, no trabalho, no carro, faz cada vez menos sentido. Esse arquivo precisa estar essencialmente disponível, para qualquer dispositivo que eu queira e use, com segurança, claro.
Essa premissa leva ao fortalecimento do modelo de nuvem, onde teremos cada vez maiores fazendas de computadores, exigindo cada vez maiores investimentos, cuidados ambientais, garantia de uptime com redundância, e por aí iremos.
Se hoje tivéssemos internet 100 vezes mais rápida e capaz de engolir 1000 vezes mais dados (algo que deve ocorrer em 5, 10 anos no máximo), abre-se o caminho para termos algo como cinco computadores, no futuro. Eles até poderiam ser assim chamados:
- iCloud
- Live
- ATR (All The Rest)
Será que isso será bom?
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Fusões & Confusões
![]() |
Sátira de sarcasticgamer.com |
Um Steve Ballmer eufórico com as 170 milhões de contas ativas do Skype no dia do anúncio mostrava que a empresa de Redmond enxergou um poderoso atalho para o mundo da mobilidade e da comunicação.
A Microsoft vem sendo uma ávida compradora de empresas de sucesso com tecnologias, produtos e serviços que possam ampliar seu leque de atuação para além do Windows, do Office e do Windows Live.
A recente compra da TellMe pode significar a maturidade de uma tecnologia que há tempos anda por aí sem escala: a do reconhecimento de voz. De outro lado, a aliança com a Nokia parece indicar fichas caídas para ambas as empresas de que algo precisa ser feito para alcançar os lideres do mercado de smartphones e tablets. Correr atrás dos líderes para quem modelou para as massas a computação pessoal e a telefonia celular, respectivamente.
É possível argumentar que tanto a Microsoft como a Nokia são especialistas em ocupar mercados criados por terceiros, lembrando que computador pessoal, interface gráfica, planilha eletrônica, processador de textos, celular digital, smartphone, nada disso a dupla Microsoft-Nokia saiu na frente. Mas cada uma soube ocupar e liderar com maestria esses enormes mercados.
Talvez agora as coisas sejam diferentes. Ou não. Afinal, os mercados que esses movimentos tectônicos de Microsoft+Nokia+Skype estão visando já possuem atores entrincheirados e com parcelas significativas de mercado. Aqui falamos do Google, da Apple e do Facebook, para ficar nos mais evidentes. Bater essa turma é tarefa de fôlego, embora não impossível.
E os resultados podem não estar a altura das expectativas da Microsoft. As grandes fusões e aquisições da ultima década no mundo da tecnologia evocam, para mim, um único e solitário sucesso: a compra do YouTube pelo Google.
As demais, em maior ou menor grau, podem ate ter adicionado valor à empresa compradora e muito dinheiro aos bolsos dos vendedores, mas, para nós, meros compradores, significou quase sempre menos evolução, mais custos ou ambos.
Não que esteja cético, mas, por cautela, vou deixar por uns tempos de fazer minha barba para poder deixa-la de molho.
Tomara que essa compra do Skype seja boa para nós, usuários. Pode até ser que a Microsoft saiba transformá-lo em uma útil plataforma corporativa, sem esquecer as pessoas físicas. Mas eu temo por possíveis restrições do serviço, pela inclusão de um excesso de propagandas chatas ou mesmo pelo direcionamento do uso da evolução do Skype para plataformas Microsoft.
O bom seria replicar o sucesso da parceria Google-YouTube, com a Microsoft encarando de frente a concorrência e trabalhando com todas as principais plataformas de mobilidade.
Aí sim, ganharíamos todos e minha barba poderia sair do molho.
terça-feira, 12 de abril de 2011
A História se repete. Repete?
Estou no ramo de TI há bastante tempo. Por vezes, acho que estou há mais tempo que o juizo recomenda. Mas insisto. Sou persistente. Sou entusiasta, como diz meu perfil @guymanuel no Twitter.
Também já vi muita coisa nessas 5 décadas que mexo com computadores. Algumas que mostam o que pode acontecer e muitas vezes seria bom que não acontecesse.
Já vivi as eras do virtuais monopólios da IBM e da Microsoft, só para ficar em dois. Esse último derivado do primeiro, pelo imenso sucesso do MS-DOS e depois do Windows, plataformas não criadas pela Microsoft, que soube torná-las usáveis em bilhões de dispositivos.
Quando chegou a tal do Vista, eu quase desisti, não só porque era um saco, mas pelo surgimento dos Mac com processadores Intel e sistemas operacionais com nomes de felinos, que tornou indesculpável não usar esses ícones de design e usabilidade, ainda mais que eles passaram a "falar" com todo mundo e ainda vieram quase juntos com os fenômenos iPod, iPhone e iPad. Imbatíveis, pensava eu, esquecendo ou querendo esquecer o passado.
Que passado?
Ah! Quando a IBM dominou os mainframes e buscou manter compatibilidade com as diversas gerações de hardware e as diversos sabores de sistemas operacionais, a vida dos profissionais que faziam as coisas funcionar virou um inferno.
Sem contar que havia -e há- a necessidade de fazê-los falar com os mais diversos tipos de periféricos e intergá-los aos mais inusitados dispositivos na rede. Quem trabalha com o SPB - Sistema de Pagamentos Brasileiro - sabe o que estou falando.
E a Microsoft? Antes do Vista e do Xp, que remediou os anteriores Windows 2000 e Windows Me, as coisas eram mais simples, embora o ecossistema ficasse cada vez mais complicado. Mas a decisão -inevitável- da Microsoft de se livrar da antiga arquitetura de 8 bits do MS/DOS, até um certo tempo a base do Windows, criou o primeiro cisma da microinformática: de repente, os dispositivos conectados não mais funcionavam, a compatibilidade de arquivos em versões diferentes do Word, por exemplo, ficaram prejudicadas. Muita chiadeira, muitas críticas, mas... faltava alternativa.
Aí veio a Apple com o ressurgimento do Steve Jobs e eu, maravilhado com esse mundo novo, achei que meus problemas tinham se acabado. Tudo fácil, bonito, seguro, charmoso... até que cheguei aos dias de hoje, com o OSX 10.6.7 no Mac, o iOS 4.2 no iPhone e o iOS 4.3.1 no iPad. Aí eu pude sentir o peso do sucesso da Apple, que em nada difere do que aconteceu antes com a IBM e a Microsoft.
De vez em quando o Mac fica lento, o iPhone trava e o iPad cancela programas que saem do ar como se fossem bolhas de sabão estourando...
Aí eu fui fuçar um pouco as especificações dos sistemas operacionais e dos hardwares associados e vi o tamanho da encrenca da compatibilidade reversa e com o resto do mundo, ou seja, com versões anteriores e com outros dispositivos do mundo conectado. E caí na real: a Apple, como a IBM e a Microsoft, passa a pagar a conta de seu sucesso, transferindo, claro, a fatura para nosostros usuários.
Nada que seja fatal, apenas a triste constatação que o encantamento com a marca e seus belos produtos pode estar chegando ao limite.
Ainda bem que eu não descartei um PC que veio com Windows Vista e que eu decidi fazer um upgrade para o Windows 7...
Numa dessas...
Também já vi muita coisa nessas 5 décadas que mexo com computadores. Algumas que mostam o que pode acontecer e muitas vezes seria bom que não acontecesse.
Já vivi as eras do virtuais monopólios da IBM e da Microsoft, só para ficar em dois. Esse último derivado do primeiro, pelo imenso sucesso do MS-DOS e depois do Windows, plataformas não criadas pela Microsoft, que soube torná-las usáveis em bilhões de dispositivos.
Quando chegou a tal do Vista, eu quase desisti, não só porque era um saco, mas pelo surgimento dos Mac com processadores Intel e sistemas operacionais com nomes de felinos, que tornou indesculpável não usar esses ícones de design e usabilidade, ainda mais que eles passaram a "falar" com todo mundo e ainda vieram quase juntos com os fenômenos iPod, iPhone e iPad. Imbatíveis, pensava eu, esquecendo ou querendo esquecer o passado.
Que passado?
Ah! Quando a IBM dominou os mainframes e buscou manter compatibilidade com as diversas gerações de hardware e as diversos sabores de sistemas operacionais, a vida dos profissionais que faziam as coisas funcionar virou um inferno.
Sem contar que havia -e há- a necessidade de fazê-los falar com os mais diversos tipos de periféricos e intergá-los aos mais inusitados dispositivos na rede. Quem trabalha com o SPB - Sistema de Pagamentos Brasileiro - sabe o que estou falando.
E a Microsoft? Antes do Vista e do Xp, que remediou os anteriores Windows 2000 e Windows Me, as coisas eram mais simples, embora o ecossistema ficasse cada vez mais complicado. Mas a decisão -inevitável- da Microsoft de se livrar da antiga arquitetura de 8 bits do MS/DOS, até um certo tempo a base do Windows, criou o primeiro cisma da microinformática: de repente, os dispositivos conectados não mais funcionavam, a compatibilidade de arquivos em versões diferentes do Word, por exemplo, ficaram prejudicadas. Muita chiadeira, muitas críticas, mas... faltava alternativa.
Aí veio a Apple com o ressurgimento do Steve Jobs e eu, maravilhado com esse mundo novo, achei que meus problemas tinham se acabado. Tudo fácil, bonito, seguro, charmoso... até que cheguei aos dias de hoje, com o OSX 10.6.7 no Mac, o iOS 4.2 no iPhone e o iOS 4.3.1 no iPad. Aí eu pude sentir o peso do sucesso da Apple, que em nada difere do que aconteceu antes com a IBM e a Microsoft.
De vez em quando o Mac fica lento, o iPhone trava e o iPad cancela programas que saem do ar como se fossem bolhas de sabão estourando...
Aí eu fui fuçar um pouco as especificações dos sistemas operacionais e dos hardwares associados e vi o tamanho da encrenca da compatibilidade reversa e com o resto do mundo, ou seja, com versões anteriores e com outros dispositivos do mundo conectado. E caí na real: a Apple, como a IBM e a Microsoft, passa a pagar a conta de seu sucesso, transferindo, claro, a fatura para nosostros usuários.
Nada que seja fatal, apenas a triste constatação que o encantamento com a marca e seus belos produtos pode estar chegando ao limite.
Ainda bem que eu não descartei um PC que veio com Windows Vista e que eu decidi fazer um upgrade para o Windows 7...
Numa dessas...
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
O Despertar das Gigantes
O mundo da mobilidade foi comunicado: as gigantes Nokia, Microsoft e HP acordaram e prometem dar trabalho, muito trabalho, às líderes de mercado com a nova geração de produtos e serviços.
Depois de muitas especulações de que a Microsoft compraria a Nokia ou que ambas fariam alianças estratégicas e outros comunicados e análises, ficou claro que, nessa configuração de parceria, a Nokia desenvolve o hardware e a Microsoft fornece o Windows Phone 7 como plataforma para os aplicativos. O objetivo anunciado é suculento: criar um novo ecosistema global de mobilidade. Nada menos que isso.
Faz sentido: A Microsoft dominou por décadas a computação pessoal e ainda hoje a imensa maioria de desktops e laptops são movidos a Windows; a Nokia, de outro lado, popularizou o universo dos celulares com seus aparelhos robustos, fáceis de usar e que têm como sistema operacional o Symbian, que, definitivamente não conseguiu emplacar no mundo dos smartphones e tablets.
A também gigante HP, que muita gente achava que iria ficar para trás, anunciou o seu tablet TouchPad, sem ficar corada pelo empréstimo do nome do dispositivo sensível ao toque presente em quase todos os notebooks do mercado. Com tela de 10", câmera fotográfica e interface USB, ele tem tudo que o iPad 2 deverá ter, menos o conteúdo. O sistema operacional é o excelente e revitalizado webOS, da extinta Palm, comprada pela HP tempos atrás e que foi a pioneira no mercado em dispositivos digitais portáteis.
Não tenho dúvidas de que esses gigantes vão incomodar a liderança da Apple e o crescimento vertiginoso do Android, sem falar na focada e sólida RIM com seus Blackberries solidamente entrincheirados no mundo corporativo, onde a mobilidade ainda é quase que totalmente dedicada à checagem de e-mails e ao acesso a poucos sites e aplicativos dedicados.
Sinaliza também que o mercado da mobilidade vai entrar em uma nova fase, mais madura, onde o encantamento inicial criado pela Apple pode não ser mais o efeito determinante na decisão de compra.
No entanto, o grande desafio a ser superado está na quantidade e na qualidade das centenas de milhares de apps já disponíveis nos ambientes iOS e Android.
Mas a guerra está declarada. Os demais entrantes no mercado de smartphones e tablets vão ter que se allinhar a uma dessas plataformas: os já famosos iOS e Android e os gigantes Microsoft/Nokia e HP.
A RIM e seu Blackberry pode ser um caso a parte, dada sua zona de conforto nas empresas. Mas é difícil imaginar um ambiente corporativo em 3 ou 4 anos que aposte suas fichas em um produto de nicho, embora extremamente competente no que faz.
Eu até arriscaria um palpite -de resto já contemplado em análises de cenário nos eventos maiores de tecnologia- que a RIM está, na moita, estudando em qual porto vai lançar âncoras para a próxima geração de produtos.
Mas vai ser fascinante observar e participar dos próximos lances!
Depois de muitas especulações de que a Microsoft compraria a Nokia ou que ambas fariam alianças estratégicas e outros comunicados e análises, ficou claro que, nessa configuração de parceria, a Nokia desenvolve o hardware e a Microsoft fornece o Windows Phone 7 como plataforma para os aplicativos. O objetivo anunciado é suculento: criar um novo ecosistema global de mobilidade. Nada menos que isso.
Faz sentido: A Microsoft dominou por décadas a computação pessoal e ainda hoje a imensa maioria de desktops e laptops são movidos a Windows; a Nokia, de outro lado, popularizou o universo dos celulares com seus aparelhos robustos, fáceis de usar e que têm como sistema operacional o Symbian, que, definitivamente não conseguiu emplacar no mundo dos smartphones e tablets.
A também gigante HP, que muita gente achava que iria ficar para trás, anunciou o seu tablet TouchPad, sem ficar corada pelo empréstimo do nome do dispositivo sensível ao toque presente em quase todos os notebooks do mercado. Com tela de 10", câmera fotográfica e interface USB, ele tem tudo que o iPad 2 deverá ter, menos o conteúdo. O sistema operacional é o excelente e revitalizado webOS, da extinta Palm, comprada pela HP tempos atrás e que foi a pioneira no mercado em dispositivos digitais portáteis.
Não tenho dúvidas de que esses gigantes vão incomodar a liderança da Apple e o crescimento vertiginoso do Android, sem falar na focada e sólida RIM com seus Blackberries solidamente entrincheirados no mundo corporativo, onde a mobilidade ainda é quase que totalmente dedicada à checagem de e-mails e ao acesso a poucos sites e aplicativos dedicados.
Sinaliza também que o mercado da mobilidade vai entrar em uma nova fase, mais madura, onde o encantamento inicial criado pela Apple pode não ser mais o efeito determinante na decisão de compra.
No entanto, o grande desafio a ser superado está na quantidade e na qualidade das centenas de milhares de apps já disponíveis nos ambientes iOS e Android.
Mas a guerra está declarada. Os demais entrantes no mercado de smartphones e tablets vão ter que se allinhar a uma dessas plataformas: os já famosos iOS e Android e os gigantes Microsoft/Nokia e HP.
A RIM e seu Blackberry pode ser um caso a parte, dada sua zona de conforto nas empresas. Mas é difícil imaginar um ambiente corporativo em 3 ou 4 anos que aposte suas fichas em um produto de nicho, embora extremamente competente no que faz.
Eu até arriscaria um palpite -de resto já contemplado em análises de cenário nos eventos maiores de tecnologia- que a RIM está, na moita, estudando em qual porto vai lançar âncoras para a próxima geração de produtos.
Mas vai ser fascinante observar e participar dos próximos lances!
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domingo, 7 de novembro de 2010
Usabilidade: Um Evento para aprender ou rever conceitos
O nome é complicado, mas o tema, importantíssimo: 4º Simpósio Internacional de Usabilidade e Experiência com o Usuário. Daí eu não só estou fazendo a divulgação do evento como também estou decidido a participar. Semana que vem, 16 e 17 de novembro, em São Paulo.
Explicando melhor: a imensa maioria dos produtos e serviços ofertados no mundo digital falham fragorosamente não por ter limitações técnicas ou por deixarem de entregar aquilo que propõem. É que a coisa gerada é difícil de usar, complicada de entender, ou leva muito tempo para se chegar onde é necessário, ou ainda distrai o usuário com informações, imagens, menus, links desnecessários.
Uma coisa que aprendi nos últimos anos foi a mágica da Apple. Nada a ver com um marketing brilhante ou com a superioridade intelectual do Steve Jobs. apenas a proposta dos produtos e serviços da Apple são centrados no desafio de melhorar, por vezes reinventar a experiência do usuário. Basta ir em www.apple.com e buscar pela expressão user experience e ela vem por exatas 491 ocorrências, cobrindo todo o leque de ofertas da empresa.
O que poucos se dão conta é que a Apple também dá tiros n'água. Alguns de seus produtos precisam ser revistos em várias gerações até pegarem com o mercado. Outros simplesmente somem da lista de ofertas e silenciosamente acabam no ostracismo. Mas é essa obsessão com a experiência do usuário, impregnada na cultura da companhia da maçã que faz a diferença.
Isso tem a ver com usabilidade.
Com a disseminação da internet, já com 2 bilhões de seres humanos acessando regularmente, e a rápida universalização dos celulares, também nessa ordem de usuários, muita coisa mudou. As ofertas precisam ser encantadoras, simples, de entendimento trivial, sem exóticos e complexos manuais do usuário que ninguém lê, muito menos entende.
Esse simpósio deveria ser de participação compulsória de profissionais de TI. Ao menos um sumário dele deveria ser postado na internet seguido da criação de um ENEU (Exame Nacional de Ensino de Usabilidade), ou melhor, um EIEU, o I de internacional.
Todo profissional do setor deveria ter os conceitos básicos de usabilidade permeados em seu DNA profissional. Afinal, o mundo mudou muito desde os primeiros computadores pessoais que tinham muitas limitações, eram caros e usavam sistemas operacionais baseados em caracteres, como o CP/M e o MS/DOS.
Aí uma empresa inovadora chamada Microsoft popularizou uma interface baseada em janelas (sim, o Windows), que não foi inventada nem lançada no mercado por ela, mas o encantament do usuário veio de sua bem sucedida estratégia de produto.
Na área de telefonia celular, tudo era maravilha para a Nokia e Motorola, e a regra eram aparelhos cada vez menores que tivessem a bateria com carga mais durável. Isso até que os canadenses da Research In Motion inventassem o conceito do Blackberry para o mundo empresarial.
Um dia a Apple foi ao mercado com um novo produto, o iPhone, com sua tela sensível ao toque e uma interface gráfica belíssima, mas totalmente derivada de outro produto, o iPod, já um sucesso entre os players de música portáteis.
Para mim, o iPhone é uma referência em termos de usabilidade. Discuto apenas a validade de seu nome. Como usuário de um, só não consegui ainda entender a razão do nome. Para mim, o iPhone é muito pouco phone, menos de 5% do que eu uso. Mas isso não tem a ver com experiência do usuário, e sim com estratégia de marketing. Ou a Apple ainda crê que o iPhone é um telefone celular...
Voltando ao simpósio, duas provocações aos leitores deste blog:
1- Como usuário de produtos digitais, ou nem tanto, quantos deles você já descartou por absoluta falta de usabiliadade?
2- Se você é profissional que desenvolve produtos e serviços para o mercado de TI ou para qualquer outra oferta no mundo digital, respire fundo e pense: se você estivesse do outro lado da mesa, como comprador ou futuro usuário, que nota você daria para a usabilidade?
Então, vá ao Simpósio!
P.S.: Não gosto do termo usability. Fico com user experience. Usability não tem muito a ver com usabilidade para os bilhões de usuários de produtos e serviços digitais.
Explicando melhor: a imensa maioria dos produtos e serviços ofertados no mundo digital falham fragorosamente não por ter limitações técnicas ou por deixarem de entregar aquilo que propõem. É que a coisa gerada é difícil de usar, complicada de entender, ou leva muito tempo para se chegar onde é necessário, ou ainda distrai o usuário com informações, imagens, menus, links desnecessários.
Uma coisa que aprendi nos últimos anos foi a mágica da Apple. Nada a ver com um marketing brilhante ou com a superioridade intelectual do Steve Jobs. apenas a proposta dos produtos e serviços da Apple são centrados no desafio de melhorar, por vezes reinventar a experiência do usuário. Basta ir em www.apple.com e buscar pela expressão user experience e ela vem por exatas 491 ocorrências, cobrindo todo o leque de ofertas da empresa.
O que poucos se dão conta é que a Apple também dá tiros n'água. Alguns de seus produtos precisam ser revistos em várias gerações até pegarem com o mercado. Outros simplesmente somem da lista de ofertas e silenciosamente acabam no ostracismo. Mas é essa obsessão com a experiência do usuário, impregnada na cultura da companhia da maçã que faz a diferença.
Isso tem a ver com usabilidade.
Com a disseminação da internet, já com 2 bilhões de seres humanos acessando regularmente, e a rápida universalização dos celulares, também nessa ordem de usuários, muita coisa mudou. As ofertas precisam ser encantadoras, simples, de entendimento trivial, sem exóticos e complexos manuais do usuário que ninguém lê, muito menos entende.
Esse simpósio deveria ser de participação compulsória de profissionais de TI. Ao menos um sumário dele deveria ser postado na internet seguido da criação de um ENEU (Exame Nacional de Ensino de Usabilidade), ou melhor, um EIEU, o I de internacional.
Todo profissional do setor deveria ter os conceitos básicos de usabilidade permeados em seu DNA profissional. Afinal, o mundo mudou muito desde os primeiros computadores pessoais que tinham muitas limitações, eram caros e usavam sistemas operacionais baseados em caracteres, como o CP/M e o MS/DOS.
Aí uma empresa inovadora chamada Microsoft popularizou uma interface baseada em janelas (sim, o Windows), que não foi inventada nem lançada no mercado por ela, mas o encantament do usuário veio de sua bem sucedida estratégia de produto.
Na área de telefonia celular, tudo era maravilha para a Nokia e Motorola, e a regra eram aparelhos cada vez menores que tivessem a bateria com carga mais durável. Isso até que os canadenses da Research In Motion inventassem o conceito do Blackberry para o mundo empresarial.
Um dia a Apple foi ao mercado com um novo produto, o iPhone, com sua tela sensível ao toque e uma interface gráfica belíssima, mas totalmente derivada de outro produto, o iPod, já um sucesso entre os players de música portáteis.
Para mim, o iPhone é uma referência em termos de usabilidade. Discuto apenas a validade de seu nome. Como usuário de um, só não consegui ainda entender a razão do nome. Para mim, o iPhone é muito pouco phone, menos de 5% do que eu uso. Mas isso não tem a ver com experiência do usuário, e sim com estratégia de marketing. Ou a Apple ainda crê que o iPhone é um telefone celular...
Voltando ao simpósio, duas provocações aos leitores deste blog:
1- Como usuário de produtos digitais, ou nem tanto, quantos deles você já descartou por absoluta falta de usabiliadade?
2- Se você é profissional que desenvolve produtos e serviços para o mercado de TI ou para qualquer outra oferta no mundo digital, respire fundo e pense: se você estivesse do outro lado da mesa, como comprador ou futuro usuário, que nota você daria para a usabilidade?
Então, vá ao Simpósio!
P.S.: Não gosto do termo usability. Fico com user experience. Usability não tem muito a ver com usabilidade para os bilhões de usuários de produtos e serviços digitais.
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
IFA 2010: Ode ao consumidor digital
IFA 2010 é a maior feira de eletrônica de consumo da Europa e está rolando em Belim até quarta, 8 de setembro e representa o contraponto da CES de Las Vegas, que abre o ano mostrando novas tendências. Ao contrário do mercado americano, os europeus são mais exigentes, conservadores e de mão no bolso antes de comprar qualquer gadget. Este ano, eles estão sendo submetidos a uma pressão enorme dado o lançamento de muitos novos produtos e, especialmente, pela consolidação de fornecedores que até poucos anos atrás, estavam só no mercado empresarial e profissional, as empresas de TI.
Para variar, a Apple não está lá com stand próprio, mas os fornecedores de acessórios para iPad, iPhone, iPod e os concorrentes desses produtos não deixam a empresa da maçã mordida ausente do trecho. Ao contrário, mostram que o mercado de música, vídeo e livros digitais está em sua fase adulta, quando devemos esperar não só maior variedade de ofertas mas especialmente uma queda forte de preços, por conra da briga por market share.
A novidade marcante este ano está na disputa dos tablets, que muita gente tentou mas que só virou febre depois do lançamento do iPad. Muitos produtos novos e promessas de futuros lançamentos parece sinalizar para a consolidação desse tipo de produto, com tela sensível ao toque entre 7" e 11" e sempre com muitas funcionalidades e enorme gama de conteudo.
A Amazon, por exemplo, já tem um sucessor (ou um upgrade, conforme a análise) do Kindle, que deixa de ser um mero leitor de livros digitais para incorporar novas funcionalidades, e, embora com tela monocromática mas sensível ao toque vem com três apelos fortes: preço lá no porão, peso um terço do iPad e durabilidade da carga da bateria medida em semans em vez de horas.
Em outro segmento, a TV digital parece sinalizar para valer a chegada da 3D, com muitos novos lançamentos e funcionalidades. Isso pode significar um ciclo de vida e de produção mais curto para os televisores de alta definição LED, LCD e plasma, mas 2D, ainda mais com a popularização de simuladores de 3D nos players BluRay mais recentes.
Num panorama mais amplo, podemos ver que o grande movimento de placas tectônicas que antes separavam o mundo pessoal do corporativo parece sinalizar para a mistureba total. Se antes Sony, Panasonic, Philips e outras iam em busca do mercado empresarial, a Apple puxa o carro e arrasta junto Microsoft, IBM, HP e outras tantas, sempre ávidas de novos mercados. Isso sem falar na turma de telecomunicações, hoje fortemente influenciada por chineses e coreanos mas anda com forças dominantes como Nokia e RIM.
Se devemos imaginar futras consolidação de empresas pela chegada da tal da convergência, o ponto maior em jogo é que o foco dessas empresas recaiu sobre a pessoa física, que cada vez mais será tentada e adulada.
É um jogo do ganha-ganha. Ou é isso que eu gostaria de ver...
Para variar, a Apple não está lá com stand próprio, mas os fornecedores de acessórios para iPad, iPhone, iPod e os concorrentes desses produtos não deixam a empresa da maçã mordida ausente do trecho. Ao contrário, mostram que o mercado de música, vídeo e livros digitais está em sua fase adulta, quando devemos esperar não só maior variedade de ofertas mas especialmente uma queda forte de preços, por conra da briga por market share.
A novidade marcante este ano está na disputa dos tablets, que muita gente tentou mas que só virou febre depois do lançamento do iPad. Muitos produtos novos e promessas de futuros lançamentos parece sinalizar para a consolidação desse tipo de produto, com tela sensível ao toque entre 7" e 11" e sempre com muitas funcionalidades e enorme gama de conteudo.
A Amazon, por exemplo, já tem um sucessor (ou um upgrade, conforme a análise) do Kindle, que deixa de ser um mero leitor de livros digitais para incorporar novas funcionalidades, e, embora com tela monocromática mas sensível ao toque vem com três apelos fortes: preço lá no porão, peso um terço do iPad e durabilidade da carga da bateria medida em semans em vez de horas.
Em outro segmento, a TV digital parece sinalizar para valer a chegada da 3D, com muitos novos lançamentos e funcionalidades. Isso pode significar um ciclo de vida e de produção mais curto para os televisores de alta definição LED, LCD e plasma, mas 2D, ainda mais com a popularização de simuladores de 3D nos players BluRay mais recentes.
Num panorama mais amplo, podemos ver que o grande movimento de placas tectônicas que antes separavam o mundo pessoal do corporativo parece sinalizar para a mistureba total. Se antes Sony, Panasonic, Philips e outras iam em busca do mercado empresarial, a Apple puxa o carro e arrasta junto Microsoft, IBM, HP e outras tantas, sempre ávidas de novos mercados. Isso sem falar na turma de telecomunicações, hoje fortemente influenciada por chineses e coreanos mas anda com forças dominantes como Nokia e RIM.
Se devemos imaginar futras consolidação de empresas pela chegada da tal da convergência, o ponto maior em jogo é que o foco dessas empresas recaiu sobre a pessoa física, que cada vez mais será tentada e adulada.
É um jogo do ganha-ganha. Ou é isso que eu gostaria de ver...
terça-feira, 20 de julho de 2010
A antena do iPhone 4: Fim da era da magia?
A Apple reconheceu o problema da antena de seu mais novo sucesso, o iPhone 4, apontado por clientes e pelo Consumer Reports. Agora até o Senador democrata Charles Schumer resolve mostrar sua oportunista indignação em uma carta a Steve Jobs. É o preço do sucesso de um produto que vendeu 3 milhões de unidades em 3 semanas. Mas... será só isso?
Eu vi a entrevista coletiva à imprensa de Steve Jobs onde ele mostra o problema, compara com a concorrência e diz que vai dar de presente uma capa protetora a todos os que comprarem um iPhone 4 até 30 de setembro. Pode ser o preço do sucesso, pode ser mais do que isso.
O simples fato de admitir o problema, e, mais do que isso, a forma direta e objetiva que Jobs reconheceu mostra uma postura diferente, proativa da companhia da maçã. Assim, os clientes podem ficar certos que uma solução aceitável virá.
Mas eu fiquei refletindo sobre a linha do tempo da tecnologia digital e cheguei a uma possibilidade que me preocupou: A Apple pode ter chegado à maturidade, refém de seu enorme sucesso e de sua gigantesca base instalada, ou melhor, de seu legado. Se levarmos em conta a base instalada de iPods, desde o Nano, dos iPhone, dos iPad, dos iMac, dos MacBook, do Itunes e Apple Store, dos quase 500.000 diferentes aplicativos e dos livros digitais agora vendidos na iBookstore, a tarefa de manter essa base talvez seja a mais complicada da história.
A computação de massa foi inventada pela IBM, com seus gigantescos mainframes, que criaram as grandes aplicações corporativas de empresas e governos. Ela simplesmente dizimou a concorrência e estabeleceu um padrão de mercado, que ficou complicado pela dificuldade de assegurar compatibilidade de aplicativos entre os diversos modelos, sistemas operacionais e gerações tecnológicas. Mais do que qualquer outra coisa, talvez esse fato tenha impedido a IBM de liderar a onda da computação pessoal, embora ela tenha criado o novo padrão, o PC de 16 bits, com o melhor sistema operacional, o PS2.
A Microsoft foi ágil e rápida para pegar o bastão e dominar o mundo da computação distribuida com a plataforma Windows e com a suite de aplicativos Office. Aqui também não teve para ninguém. A própria Apple, que lançou o primeiro produto comercial com interface de janelas, os pioneiros Macintosh não pode segurar a avalanche do Windows. A Microsoft patinou no mundo da web e da comptação móvel, onde a revitalizada Apple deu o tom, especialmente no campo dos smatrphones, com seu iPhone, já na 4a versão.
Ah! Faltou o Google, que com sua criatividade nas nuvens praticamente reinventou conceitos, inclusive na forma como o cliente está disposto a sacar seu cartão de crédito para pagar a conta.
Olhando a IBM e a Microsoft, com certeza elas não estão condenadas a um papel secundário. Elas seguem se reinventando, mas parecem ter perdido aquela característica da inovação e da sedução, fato que, há 20 anos para a IBM e há 10 anos para a Microsoft, impedia que qualquer palestra ou paper sobre tecnologia da informação deixasse de usar referências a elas. O mesmo pode ser dito sobre a Apple e o Google hoje, em 2010.
Tenho a certeza que o trauma da antena do iPhone 4 não será o Waterloo da Apple, nem que ela deixe de inovar. Temo que ela deixe de encantar, até porque agora são muitos mihões de clientes no mundo inteiro a encantar.
Meu maior medo é que as áreas de TI e telecom, tão fantásticas que transformaram o mundo como o conhecíamos há meros 30 anos atrás em algo radicalmente diferente, com veocidade incrivelmente maior do que a soma de tudo nos 3.000 anos que os antecederam.
Se estivermos entrando numa era da TI em que haja uma consolidação forçada, como ocorreu, por exemplo, nas indústrias automobilística e farmacêutica, só para dar dois exemplos, podemos estar no limiar de uma nova era sem graça, modorrenta e cheia de mesmices.
Quem sabe começam a acontecer grandes saltos nas áreas de meio ambiente e relações sociais, usando em parte os progressos da TI?
Pode ser, mas o mundo da TI pode ficar sem graça. Tomara eu esteja errado...
Eu vi a entrevista coletiva à imprensa de Steve Jobs onde ele mostra o problema, compara com a concorrência e diz que vai dar de presente uma capa protetora a todos os que comprarem um iPhone 4 até 30 de setembro. Pode ser o preço do sucesso, pode ser mais do que isso.
O simples fato de admitir o problema, e, mais do que isso, a forma direta e objetiva que Jobs reconheceu mostra uma postura diferente, proativa da companhia da maçã. Assim, os clientes podem ficar certos que uma solução aceitável virá.
Mas eu fiquei refletindo sobre a linha do tempo da tecnologia digital e cheguei a uma possibilidade que me preocupou: A Apple pode ter chegado à maturidade, refém de seu enorme sucesso e de sua gigantesca base instalada, ou melhor, de seu legado. Se levarmos em conta a base instalada de iPods, desde o Nano, dos iPhone, dos iPad, dos iMac, dos MacBook, do Itunes e Apple Store, dos quase 500.000 diferentes aplicativos e dos livros digitais agora vendidos na iBookstore, a tarefa de manter essa base talvez seja a mais complicada da história.
A computação de massa foi inventada pela IBM, com seus gigantescos mainframes, que criaram as grandes aplicações corporativas de empresas e governos. Ela simplesmente dizimou a concorrência e estabeleceu um padrão de mercado, que ficou complicado pela dificuldade de assegurar compatibilidade de aplicativos entre os diversos modelos, sistemas operacionais e gerações tecnológicas. Mais do que qualquer outra coisa, talvez esse fato tenha impedido a IBM de liderar a onda da computação pessoal, embora ela tenha criado o novo padrão, o PC de 16 bits, com o melhor sistema operacional, o PS2.
A Microsoft foi ágil e rápida para pegar o bastão e dominar o mundo da computação distribuida com a plataforma Windows e com a suite de aplicativos Office. Aqui também não teve para ninguém. A própria Apple, que lançou o primeiro produto comercial com interface de janelas, os pioneiros Macintosh não pode segurar a avalanche do Windows. A Microsoft patinou no mundo da web e da comptação móvel, onde a revitalizada Apple deu o tom, especialmente no campo dos smatrphones, com seu iPhone, já na 4a versão.
Ah! Faltou o Google, que com sua criatividade nas nuvens praticamente reinventou conceitos, inclusive na forma como o cliente está disposto a sacar seu cartão de crédito para pagar a conta.
Olhando a IBM e a Microsoft, com certeza elas não estão condenadas a um papel secundário. Elas seguem se reinventando, mas parecem ter perdido aquela característica da inovação e da sedução, fato que, há 20 anos para a IBM e há 10 anos para a Microsoft, impedia que qualquer palestra ou paper sobre tecnologia da informação deixasse de usar referências a elas. O mesmo pode ser dito sobre a Apple e o Google hoje, em 2010.
Tenho a certeza que o trauma da antena do iPhone 4 não será o Waterloo da Apple, nem que ela deixe de inovar. Temo que ela deixe de encantar, até porque agora são muitos mihões de clientes no mundo inteiro a encantar.
Meu maior medo é que as áreas de TI e telecom, tão fantásticas que transformaram o mundo como o conhecíamos há meros 30 anos atrás em algo radicalmente diferente, com veocidade incrivelmente maior do que a soma de tudo nos 3.000 anos que os antecederam.
Se estivermos entrando numa era da TI em que haja uma consolidação forçada, como ocorreu, por exemplo, nas indústrias automobilística e farmacêutica, só para dar dois exemplos, podemos estar no limiar de uma nova era sem graça, modorrenta e cheia de mesmices.
Quem sabe começam a acontecer grandes saltos nas áreas de meio ambiente e relações sociais, usando em parte os progressos da TI?
Pode ser, mas o mundo da TI pode ficar sem graça. Tomara eu esteja errado...
segunda-feira, 7 de junho de 2010
Wii Fit: Sucesso absoluto na inovação de games
No começo do ano, fiz uma postagem sobre o sucesso de vendas de Natal do Wii Fit, da Nintendo. Mas faltava falar um pouco mais sobre a inovadora plataforma, que conta com sensor de movimento, e isso faz a diferença.
Não conheço uma só pessoa que tenha experimentado o Wii Fit e não tenha gostado, mesmo os "gameófobos" e os cidadãos analógicos.
Quando o Fit está junto com o Wii Sports então, a coisa fica séria... Não dá para encostar o console, e o jeito é malhar, mesmo seja você um sedentário ou um rato de academia.
O que não dá para entender é a opção de relativa timidez da Nintendo no marketing desse fantástico produto. O que poderia ser uma arrancada feroz à liderança duradoura no segmento de consoles de jogos apenas serviu para reavivar a empresa japonesa, jururu que estava com o domínio alternado da Sony e da Microsoft, com o PlayStation e o XBox, respectivamente.
Mais que tudo, o Wii Fit abre uma enorme porta para um mundo novo, onde a poltrona decididamente cede seu espaço ao exercício físico, tão importante para uma geração majoritariamente de sedentários.
Mesmo com os preços abusivos do mercado nacional, o Wii Fit se paga em melhoria da qualidade de vida e economia nas mensalidades e no combustível para a academia. E se você tem programado viagem ao exterior, ele cabe em sua cota de US$ 500.
Mexa-se!
Não conheço uma só pessoa que tenha experimentado o Wii Fit e não tenha gostado, mesmo os "gameófobos" e os cidadãos analógicos.
Quando o Fit está junto com o Wii Sports então, a coisa fica séria... Não dá para encostar o console, e o jeito é malhar, mesmo seja você um sedentário ou um rato de academia.
O que não dá para entender é a opção de relativa timidez da Nintendo no marketing desse fantástico produto. O que poderia ser uma arrancada feroz à liderança duradoura no segmento de consoles de jogos apenas serviu para reavivar a empresa japonesa, jururu que estava com o domínio alternado da Sony e da Microsoft, com o PlayStation e o XBox, respectivamente.
Mais que tudo, o Wii Fit abre uma enorme porta para um mundo novo, onde a poltrona decididamente cede seu espaço ao exercício físico, tão importante para uma geração majoritariamente de sedentários.
Mesmo com os preços abusivos do mercado nacional, o Wii Fit se paga em melhoria da qualidade de vida e economia nas mensalidades e no combustível para a academia. E se você tem programado viagem ao exterior, ele cabe em sua cota de US$ 500.
Mexa-se!
segunda-feira, 24 de maio de 2010
Kindle, Barnes&Noble chegam no iPad. E de graça!
Estava em mais uma das minhas fases finais de testes do iPad quando fui agradavelmente surpreendido pelo aplicativo do Kindle disponível na AppStore, e de graça!
Quem tem ou pensa comprar um iPad, mas fica meio em dúvida por conta dos preços menores e da quantidade de títulos muito maior da Amazon, mas estava em dúvida, então, parodiando o Seu Kreiçon do Casseta e Planeta, "seus pobremas si acabário-si".
Tirando o por vezes incômodo brilho na tela do iPad, poder ter a convivência de duas das três maiores vendedoras de livros digitais, ou eBooks (a outra é a Barnes & Noble, que lançou o Nook para competir com o Kindle, da Amazon.
Mas... espere aí: será que não tem o acervo da B&N para o iPad? BINGO! Está lá, de graça também.
Então, em tese você tem o acervo das três principais vendedoras de livros digitais em seu iPad. Verdade que o leitor do acervo comprado na Amazon, que emula o Kindle, não tem os mesmos recursos do leitor nativo do iPad. O mesmo vale para o leitor da B&N, que, ainda por cima, no momento que escrevo, a versão disponibiulizada do software é feita para o iPhone, e, quando você usa o botão <X2>, que dobra a largura e altura da página e ocupa toda a tela do iPad, a definição das letras não é tão boa.
Fica claro que tanto a Amazon quanto a B&N apostam na estratégia de vender conteúdo (livros), e seus leitores de eBooks ficam no segundo plano. Reforça essa percepção o fato de que ambas disponibilizam gratuitamente o software de leitura de eBooks para as principais plataformas de smartphones e, por extensão, dos demais tablets que chegam ao mercado.
Conclusão para a noite: os leitores de livros digitais vieram para ficar, e serão quase todos na linha do iPad. Os concorrentes da Apple provavelmente terão sistemas operacionais da Microsoft (Windows) e do Google (Android).
Esperemos o acirramento da concorrência. Mas, de qualquer modo, mais uma vez a Apple dá o tom para um novo tipo de produto.
Boa leitura!
Quem tem ou pensa comprar um iPad, mas fica meio em dúvida por conta dos preços menores e da quantidade de títulos muito maior da Amazon, mas estava em dúvida, então, parodiando o Seu Kreiçon do Casseta e Planeta, "seus pobremas si acabário-si".
Tirando o por vezes incômodo brilho na tela do iPad, poder ter a convivência de duas das três maiores vendedoras de livros digitais, ou eBooks (a outra é a Barnes & Noble, que lançou o Nook para competir com o Kindle, da Amazon.
Mas... espere aí: será que não tem o acervo da B&N para o iPad? BINGO! Está lá, de graça também.
Então, em tese você tem o acervo das três principais vendedoras de livros digitais em seu iPad. Verdade que o leitor do acervo comprado na Amazon, que emula o Kindle, não tem os mesmos recursos do leitor nativo do iPad. O mesmo vale para o leitor da B&N, que, ainda por cima, no momento que escrevo, a versão disponibiulizada do software é feita para o iPhone, e, quando você usa o botão <X2>, que dobra a largura e altura da página e ocupa toda a tela do iPad, a definição das letras não é tão boa.
Fica claro que tanto a Amazon quanto a B&N apostam na estratégia de vender conteúdo (livros), e seus leitores de eBooks ficam no segundo plano. Reforça essa percepção o fato de que ambas disponibilizam gratuitamente o software de leitura de eBooks para as principais plataformas de smartphones e, por extensão, dos demais tablets que chegam ao mercado.
Conclusão para a noite: os leitores de livros digitais vieram para ficar, e serão quase todos na linha do iPad. Os concorrentes da Apple provavelmente terão sistemas operacionais da Microsoft (Windows) e do Google (Android).
Esperemos o acirramento da concorrência. Mas, de qualquer modo, mais uma vez a Apple dá o tom para um novo tipo de produto.
Boa leitura!
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
Ataques para roubar informações importantes de seu computador: previna-se!
A Microsoft enviou a jornalistas um aviso, que transcrevo abaixo, sobre as tentativas de hackers visando o roubo de informações contidas em computadores e assumir controle de sua operação. Não que essas ondas sejam novidade, mas alerta para a necessidade de manter o browser atualizado em sua última versão, assim como os programas de proteção.
Como a imensa maioria dos computadores usam Windows como sistema operacional e o Internet Explorer como browser, um dos preços desse sucesso é que essa plataforma é sempre a mais visada. Daí a importância do aviso, pois esse tipo de coisa pode afetar a segurança de dados que são muito importantes para você.
O aviso da Microsoft é centrado na versão 6 do IE, enquanto que hoje a versão 8 já está no mercado há tempos e perfeitamente estável e consolidada. Não é de estranhar que as empresas sejam mais visadas, pois ali existe um atacado de valor a ser buscado por esses piratas e também porque o mundo corporativo faz migrações de versões de software muito mais lentamente que os indivíduos, pela necessidade de atender a uma política corporativa de evolução, que nem sempre tem como foco a parte de segurança de dados, mas sim a integridade do conjunto de aplicativos que estão em operação.
Mas e se você não usa nem Windows nem Internet Explorer, pode dar risada? Claro que não! Todas as plataformas relevantes no mercado são visadas, talvez não com tanta prioridade ou intensidade. Mantenha igualmente seu browser atualizado e os programas de proteção idem.
Segue a nota da Microsoft:
===========
Nos últimos dias, a Microsoft confirmou a ocorrência de uma série de tentativas de roubo de informações online e controle não-autorizado de computadores, em sua maioria, contra empresas que utilizam a versão do Internet Explorer 6. Trata-se da versão do browser lançada há 10 anos que não está preparada para o tipo de ameaça que existe hoje.
Sabemos que nenhum browser atualmente é 100% seguro, pois os ataques a navegadores são constantemente renovados e aprimorados. Por isso, a Microsoft recomenda que todos os clientes migrem as versões utilizadas para a última versão do browser, o Internet Explorer 8, sendo esta a forma mais efetiva de evitar esse tipo de problema. Os casos de falha constatados nesta última semana não foram identificados no Internet Explorer 8. Para identificar qual a versão que utilizam, os clientes podem abrir a página inicial do browser e consultar a opção “Sobre o Internet Explorer”, clicando sobre o botão “Ajuda” no Menu.
Usuários podem fazer o download do Internet Explorer 8 gratuitamente aqui.
O Internet Explorer 8 é hoje o browser mais seguro do mercado, título comprovado em recente estudo do laboratório independente americano NSS Labs (http://nsslabs.com/browser- security), que apontou o browser da Microsoft como o que mais protege o usuário contra ataques de malware e phishing. O navegador é também o mais preparado para o ambiente corporativo devido a questões com políticas de grupo, segurança e suporte. Além disso, o Internet Explorer é o único navegador com certificado do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação (ITI). O acordo realizado em novembro do ano passado beneficia todos os usuários da plataforma Windows e Internet Explorer no acesso a recursos e sites seguros da Internet. Com a migração para o IE8, antigos usuários do IE6 e IE7 terão acesso a benefícios diferenciados como Webslices, Aceleradores e Busca Visual, além das vantagens de segurança e privacidade.
Ainda que, na América Latina, não haja ocorrências como os incidentes reportados anteontem (17/01), como um cuidado adicional, a Microsoft recomenda aos internautas que já utilizam o IE8 que definam como padrão o Nível Máximo de Segurança do browser, selecionando a opção “Ferramentas / Opções” do menu “Internet / Segurança”. Estas precauções contribuem para uma proteção efetiva contra as vulnerabilidades de segurança noticiadas em 17/01 no boletim de segurança em inglês, “Security Advisory 979352”, ou citadas como “Cyber-ataque Chinês” e “Google attack”.
Em paralelo, a Microsoft está desenvolvendo uma atualização de segurança que proteja todas as versões do Internet Explorer, desde a versão 6 do browser. A empresa recomenda a todos os clientes que tiverem algum indício ou considerarem que sofreram um ataque, que entrem em contato com o centro de atendimento ao cliente, via http://support.microsoft.com/ contactus.
A Microsoft está à disposição para prestar outros esclarecimentos sobre a questão. Mais informações estão disponíveis no http://www.microsoft.com/ security/
Ferramenta de Remoção de Malware
segunda-feira, 11 de janeiro de 2010
Lançamentos de Janeiro apontam para o ocaso do teclado e do mouse
Todo início de ano acontecem dois eventos do mundo digital que anunciam o que chega de novo no mercado: O CES- Consumer Electronics Show, de Las Vegas, e o Apple World, logo em seguida, na California. Este ano, duas tendências surgem fortes: a tela sensível ao toque em computadores portáteis, chamados tablets, e os softwares de reconhecimento de voz. Ambos fora do âmbito experimental e entrando de vez na produção em massa e diversificada, pela variedade de produtos.
Embora essas tecnologias já tenham alguma visibilidade há mais de uma década, elas não apresentavam maturidade e custos adequados para entrarem para valer no mercado. Não mais. Começou a era da aposentadoria -ou pelo menos da perda de importância- do mouse e do teclado, ícones da revolução digital criada pelo computador pessoal.
Em agosto de 2007, postamos matéria no blog falando do Microsoft Surface, um promissor mas ainda caro produto com tela sensível ao toque, que estava servindo como cardápio digital em vários restaurantes americanos, de forma inovadora. Mais ou menos ao mesmo tempo, as grandes redes internacionais de TV, puxadas pela CNN, mostravam telões sensíveis ao toque onde o apresentador navegava entre várias janelas de modo a tornar mais dinâmicos os telejornais, por exemplo, especialmente aqueles que exigiam cobertura ao vivo.
Essa tecnologia chegou primeiro aos players de música e aos telefones celulares, puxados pelos iPod e iPhone, com tímida passagem pelas telas intermediárias.
Pois bem, tudo isso chegou agora para valer aos computadores portáteis. Pelo menos três tablets foram apresentados no CES, com o peso do presidente da Microsoft, Steve Ballmer, a preços não muito superiores aos notebooks já existentes no mercado. Espera-se agora o anúncio de produto equivalente no MacWorld, em fevereiro. Um MacBook tablet vem sendo furiosamente especulado há meses pelo mercado e, se não acontecer , pode tirar um pouco do pique da empresa de Steve Jobs.
Os softwares de reconhecimento de voz também, depois de 20 anos de idas e vindas, parecem que chegaram para valer (veja avaliação comparativa), lastreados principalmente na crescente maturidade de aplicativos em celulares e GPS automotivos.
Quem é familiarizado com computadores, deve lembrar que o veterano e confiável Windows Xp já era capaz de gerenciar telas touch screen, e que alguns modelos meio esquisitos de notebooks chegaram ao mercado com essa funcionalidade, mas não pegaram, por uma conjunção de fatores.
Se houver o lançamento do tablet da Apple agora, as apostas são que o mercado vai ser inundado por computadores portáteis sem teclado físico, ficando a entrada de dados com os dedos no teclado da tela do tablet, coisa hoje já prática e razoavelmente confortável. Do jeito que eles estão concebidos, a navegação entre janelas é muito mais natural, fazendo a incursão diária à internet mais agradável e divertida. Sem falar na minimização da tendinite...
Então, como o lançamento de produtos digitais no mercado brasileiro não é tão defasada como há alguns anos, vale esperar mais umas semaninhas pelo que vem por aí em termos de computadores portáteis, para você não ficar com um dinossauro tecnológico nas mãos.
Embora essas tecnologias já tenham alguma visibilidade há mais de uma década, elas não apresentavam maturidade e custos adequados para entrarem para valer no mercado. Não mais. Começou a era da aposentadoria -ou pelo menos da perda de importância- do mouse e do teclado, ícones da revolução digital criada pelo computador pessoal.
Em agosto de 2007, postamos matéria no blog falando do Microsoft Surface, um promissor mas ainda caro produto com tela sensível ao toque, que estava servindo como cardápio digital em vários restaurantes americanos, de forma inovadora. Mais ou menos ao mesmo tempo, as grandes redes internacionais de TV, puxadas pela CNN, mostravam telões sensíveis ao toque onde o apresentador navegava entre várias janelas de modo a tornar mais dinâmicos os telejornais, por exemplo, especialmente aqueles que exigiam cobertura ao vivo.
Essa tecnologia chegou primeiro aos players de música e aos telefones celulares, puxados pelos iPod e iPhone, com tímida passagem pelas telas intermediárias.
Pois bem, tudo isso chegou agora para valer aos computadores portáteis. Pelo menos três tablets foram apresentados no CES, com o peso do presidente da Microsoft, Steve Ballmer, a preços não muito superiores aos notebooks já existentes no mercado. Espera-se agora o anúncio de produto equivalente no MacWorld, em fevereiro. Um MacBook tablet vem sendo furiosamente especulado há meses pelo mercado e, se não acontecer , pode tirar um pouco do pique da empresa de Steve Jobs.
Os softwares de reconhecimento de voz também, depois de 20 anos de idas e vindas, parecem que chegaram para valer (veja avaliação comparativa), lastreados principalmente na crescente maturidade de aplicativos em celulares e GPS automotivos.
Quem é familiarizado com computadores, deve lembrar que o veterano e confiável Windows Xp já era capaz de gerenciar telas touch screen, e que alguns modelos meio esquisitos de notebooks chegaram ao mercado com essa funcionalidade, mas não pegaram, por uma conjunção de fatores.
Se houver o lançamento do tablet da Apple agora, as apostas são que o mercado vai ser inundado por computadores portáteis sem teclado físico, ficando a entrada de dados com os dedos no teclado da tela do tablet, coisa hoje já prática e razoavelmente confortável. Do jeito que eles estão concebidos, a navegação entre janelas é muito mais natural, fazendo a incursão diária à internet mais agradável e divertida. Sem falar na minimização da tendinite...
Então, como o lançamento de produtos digitais no mercado brasileiro não é tão defasada como há alguns anos, vale esperar mais umas semaninhas pelo que vem por aí em termos de computadores portáteis, para você não ficar com um dinossauro tecnológico nas mãos.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Windows 7: Novas Surpresas
Depois do lançamento com menos agitos que as versões anteriores, o Windows 7 tomou de assalto as prateleiras de lojas reais e virtuais, e os grandes fabricantes já disponibilizam ou o 7 pré-instalado ou então uma carta que dá direito ao upgrade do Vista.
Pois bem: O windows 7 é mais leve, mais rápido, mais fácil de usar. Aliás, comparado com o Vista, isso não é lá grande coisa, pois todo mundo sabe que o Vista está na lista dos piores, gerando controvérsias se ele tem mais ou menos críticos que o Windows Me, por exemplo.
Eu já andava incomodado com o peso do Vista, que me deu o empurrão -ou o pretexto- que necessitava para aderir de vez ao Mac, embora essa postagem esteja sendo escrita em um PC com Vista...
Eu acho que o Windows 7 será melhor, mas, por uma série de razões, representa o começo do fim de um ciclo de sistemas operacionais que fazem quase tudo na estação cliente e são compatíveis com um monte de versões anteriores e com um legado enorme de aplicativos.
Por várias razões, a primira delas o cansaço do modelo que já tem mais de 20 anos, e isso em tecnologia é uma eternidade; a alternativa dos tigres da Apple, com seus processadores Intel deu mais argumentos a quem queria ter um Mac mas ficva com preguiça por conta de incompatibilidades; as diversas distribuições do Linux mostram que as soluções abertas vieram para ficar; finalmente, a internet de banda larga e o cloud computing tiraram a razão de ser de um sistema operacional pesado, complexo, abrangente.
Os resultados dessas variáveis no market share do Windows não serão significativamente impactados com a chegada do 7 e a sobrevida do XP, pois as corporações devem ir por inércia para essa nova versão e, para os indivíduos, a maioria dos fabricantes de peso no mercado continuará a carregar suas máquinas com o novo sistema operacional da Microsoft.
Mas, descrito o cenário segundo minha perspectiva, registro aqui minha ira pelo tratamento discrimnatório que os brasileiros tiveram da Microsoft, ao que não deu aos pobres sofredores atuais e aos desavisados futuros do Vista a opção mais suave de pagar pelo upgrade. Se eu fosse a Microsoft, daria de graça o Windows 7 e ainda um rebate de preços para futuros produtos para sacar da sua base instalada o máximo possível de cópias do Vista. Mas isso talvez abalasse suas cotações em bolsa.. (ou não?)..
Aí, para fechar,algo que não entendi: se até a turma da Microsoft impõe reservas à qualidade do Vista, hoje, 23/10/2009, com o Vista já com seu visto vencido, é oferecido em lojas brasileiras a um preço maior do que o novíssimo e bem avaliado 7. A versão Ultimate do 7 vale R$ 699,00 e a mesma do Vista, nada modestos R$ 899,90.
Seria como se uma montadora lançasse no mercado um carro novo, modelo 2010, cheio de inovações tecnológicas, mais rápido, mais econômico, mais bonito, com mais acessórios e bem mais barato que o modelo que substitui. E o modelo antigo seguindo à venda sem qualquer desconto.
Voltando ao Windows 7 Ultimate: A Amazon vend lá nos Estados Unidos por US$ 319,99 (full) e US$ 219,99 (upgrade). A R$ 1,70 o dolar, isso equivale a... R$ 543,98 e R$ 373,98.
É verdade que os americanos ainda pagam os impostos da venda, e tlvez a diferença na versão full não seja assim tão escorchante como nos carros. Mas a o upgrade? Menos US$ 100 (antes dos impostos locais) valem R$ 170 aqui.
Alguém da Microsoft pode explicar a lógica da não disponibilidade do upgrade? E, aproveitando, porque não consumir todas as cópias ainda não vendidas do Windows Vista, e, para arrematar, fazer um recall e oferecer a troca de toda a base do Vista pelo 7?
Pois bem: O windows 7 é mais leve, mais rápido, mais fácil de usar. Aliás, comparado com o Vista, isso não é lá grande coisa, pois todo mundo sabe que o Vista está na lista dos piores, gerando controvérsias se ele tem mais ou menos críticos que o Windows Me, por exemplo.
Eu já andava incomodado com o peso do Vista, que me deu o empurrão -ou o pretexto- que necessitava para aderir de vez ao Mac, embora essa postagem esteja sendo escrita em um PC com Vista...
Eu acho que o Windows 7 será melhor, mas, por uma série de razões, representa o começo do fim de um ciclo de sistemas operacionais que fazem quase tudo na estação cliente e são compatíveis com um monte de versões anteriores e com um legado enorme de aplicativos.
Por várias razões, a primira delas o cansaço do modelo que já tem mais de 20 anos, e isso em tecnologia é uma eternidade; a alternativa dos tigres da Apple, com seus processadores Intel deu mais argumentos a quem queria ter um Mac mas ficva com preguiça por conta de incompatibilidades; as diversas distribuições do Linux mostram que as soluções abertas vieram para ficar; finalmente, a internet de banda larga e o cloud computing tiraram a razão de ser de um sistema operacional pesado, complexo, abrangente.
Os resultados dessas variáveis no market share do Windows não serão significativamente impactados com a chegada do 7 e a sobrevida do XP, pois as corporações devem ir por inércia para essa nova versão e, para os indivíduos, a maioria dos fabricantes de peso no mercado continuará a carregar suas máquinas com o novo sistema operacional da Microsoft.
Mas, descrito o cenário segundo minha perspectiva, registro aqui minha ira pelo tratamento discrimnatório que os brasileiros tiveram da Microsoft, ao que não deu aos pobres sofredores atuais e aos desavisados futuros do Vista a opção mais suave de pagar pelo upgrade. Se eu fosse a Microsoft, daria de graça o Windows 7 e ainda um rebate de preços para futuros produtos para sacar da sua base instalada o máximo possível de cópias do Vista. Mas isso talvez abalasse suas cotações em bolsa.. (ou não?)..
Aí, para fechar,algo que não entendi: se até a turma da Microsoft impõe reservas à qualidade do Vista, hoje, 23/10/2009, com o Vista já com seu visto vencido, é oferecido em lojas brasileiras a um preço maior do que o novíssimo e bem avaliado 7. A versão Ultimate do 7 vale R$ 699,00 e a mesma do Vista, nada modestos R$ 899,90.
Seria como se uma montadora lançasse no mercado um carro novo, modelo 2010, cheio de inovações tecnológicas, mais rápido, mais econômico, mais bonito, com mais acessórios e bem mais barato que o modelo que substitui. E o modelo antigo seguindo à venda sem qualquer desconto.
Voltando ao Windows 7 Ultimate: A Amazon vend lá nos Estados Unidos por US$ 319,99 (full) e US$ 219,99 (upgrade). A R$ 1,70 o dolar, isso equivale a... R$ 543,98 e R$ 373,98.
É verdade que os americanos ainda pagam os impostos da venda, e tlvez a diferença na versão full não seja assim tão escorchante como nos carros. Mas a o upgrade? Menos US$ 100 (antes dos impostos locais) valem R$ 170 aqui.
Alguém da Microsoft pode explicar a lógica da não disponibilidade do upgrade? E, aproveitando, porque não consumir todas as cópias ainda não vendidas do Windows Vista, e, para arrematar, fazer um recall e oferecer a troca de toda a base do Vista pelo 7?
domingo, 2 de agosto de 2009
Microsoft + Yahoo! = Consolidação King Size
O anúncio de cooperação entre Microsoft e Yahoo! marca a capitulação de dois gigantes do mundo digital ante o novo rei, o Google. Embora nenhuma das duas empresas tenham inventado nada de novo, foi a Microsoft que liderou o boom da computação pessoal e o Yahoo! que popularizou a busca de informações na internet.
Cada uma a seu tempo e a seu jeito, Microsoft permitiu a massificação do computador pessoal primeiro com o MS-DOS e depois com o Windows; o Yahoo! transformou a busca na internet de uma tarefa de apoio em big business.
O que ocorreu em 29 de julho passado foi o anúncio de que a Microsoft passa a administrar os serviços de busca do Yahoo!, muito embora aquela tenha lançado há poucas semanas o Bing, como "novo" e "revolucionário" mecanismo de busca.
O fato é que os anúncios feitos pelas empresas causaram pouca surpresa, e pareceram algo até envergonhado, conforme podemos ver nos links acima.
Bem contado, não devemos esperar grandes novidades. As ações do Google na bolsa pouco se mexeram, e o mundo digital segue seu curso normal, buscando no Google e usando os sistemas operacionais e aplicativos da Microsoft, ao menos por enquanto.
É duvidosa a estratégia dessa união de interesses, pois é pouco provável que a Microsoft consiga injetar adrenalina nas buscas do Yahoo!, visto que está às voltas com a sucessão de seu pesado e mal sucedido Vista para o Windows 7, e defender sua fonte primária de lucros parece ser sua prioridade número 1.
Do lado do Yahoo!, focar na ampliação de renda e rentabilidade com anúncios online não parece tampouco algo viável, pois a empresa vai carecer de uma base de receita para alavancar novas formas de negócios.
O mais provável é que, num futuro não distante, haja uma efetiva fusão das empresas, ou uma aquisição pura e simples do Yahoo! pela Microsoft, mas sem gerar muita sinergia.
Vamos esperar para ver, mas esse negócio parece que gerou mais espuma do que onda.
Cada uma a seu tempo e a seu jeito, Microsoft permitiu a massificação do computador pessoal primeiro com o MS-DOS e depois com o Windows; o Yahoo! transformou a busca na internet de uma tarefa de apoio em big business.
O que ocorreu em 29 de julho passado foi o anúncio de que a Microsoft passa a administrar os serviços de busca do Yahoo!, muito embora aquela tenha lançado há poucas semanas o Bing, como "novo" e "revolucionário" mecanismo de busca.
O fato é que os anúncios feitos pelas empresas causaram pouca surpresa, e pareceram algo até envergonhado, conforme podemos ver nos links acima.
Bem contado, não devemos esperar grandes novidades. As ações do Google na bolsa pouco se mexeram, e o mundo digital segue seu curso normal, buscando no Google e usando os sistemas operacionais e aplicativos da Microsoft, ao menos por enquanto.
É duvidosa a estratégia dessa união de interesses, pois é pouco provável que a Microsoft consiga injetar adrenalina nas buscas do Yahoo!, visto que está às voltas com a sucessão de seu pesado e mal sucedido Vista para o Windows 7, e defender sua fonte primária de lucros parece ser sua prioridade número 1.
Do lado do Yahoo!, focar na ampliação de renda e rentabilidade com anúncios online não parece tampouco algo viável, pois a empresa vai carecer de uma base de receita para alavancar novas formas de negócios.
O mais provável é que, num futuro não distante, haja uma efetiva fusão das empresas, ou uma aquisição pura e simples do Yahoo! pela Microsoft, mas sem gerar muita sinergia.
Vamos esperar para ver, mas esse negócio parece que gerou mais espuma do que onda.
segunda-feira, 20 de julho de 2009
Cloud Computing: Nuvens de tempestade sobre o mundo dos computadores
A aparente calmaria do mercado de computadores, sem grandes lançamentos e novidades, a pouca excitação em torno da chegada do Windows 7, é, no meu entender, o prenúncio da chegada para valer da computação em nuvem (cloud computing), onde o sistema operacional pesado, os aplicativos e até mesmo os arquivos saem do computador pessoal e vão para servidores remotos, no conceito de "nuvem".
Mais do que uma tendência da moda, o modelo de cloud computing mostra a exaustão do modelo de manter milhões (na verdade, bilhões) de computadores com sistemas operacionais que precisam guardar compatibilidade entre si, aplicativos que precisam ser compatíveis com versões anteriores e todo o acervo do conhecimento do indivíduo armazenado digitalmente, raramente de forma organizada.
A Microsoft, a Apple e até mesmo o Google, como os conhecemos hoje, passarão por uma profunda transformação nos próximos anos. Mas somos nós, usuários, que teremos que nos acostumar com o novo modelo, queiramos ou não.
Vejamos o caso do Windows: a Microsoft reconhece os problemas de seu carro-chefe, o Vista, pesado demais, lento demais, com problemas demais. Tanto assim que antecipou o lançamento de seu sucessor, o Windows 7, para setembro agora, prometendo um sistema operacional mais leve, mais rápido, mais confiável. Ao mesmo tempo, deu sobrevida ao vetusto Xp, hoje dominando 95% do mercado emergente dos netbooks.
Erro de avaliação do Vista? Nada disso... Ocorre que o sucesso do Windows, hoje em mais de 90% dos computadores pessoais, obriga a Microsoft a ficar com um olho no retrovisor, para manter o legado de aplicativos e arquivos gerados em versões anteriores, seja no mundo corporativo, seja no mundo doméstico.
A Apple, rejuvenescida com os fenômenos iPod/iPhone, e com os surpreendentes designs dos novos Macintosh, fornece um sistema operacional robusto, rápido e muito esperto, o OS X Leopard, mas que também trava, e é totalmente proprietário, mantendo essa linha em um nicho de mercado, um belo nicho, o que mais margens dá a indústria.
O mundo do software livre, com todos os descendentes do Linux, oferece distribuições de sistemas operacionais super estáveis, muito parecidos com o Windows e o Leopard, no seu visual e na sua ergonomia, mas, mesmo assim, não decola em vendas.
Na verdade, o que vem atravancando o crescimento explosivo do mercado de computadores é exatamente o combo hardware/sistema operacional/programas aplicativos/arquivos, como o conhecemos hoje, onde tudo, ou quase, reside no computador.
Manter esse formidável acervo, hoje medido em terabits para um usuário normal não é tarefa simples, e o peso da idade desse modelo parece evidente, ao menos agora que há a opção da "nuvem", tornada possível com a internet de banda larga e os serviços oferecidos pelo mercado.
Para quem usa o MobileMe, da Apple, com todas as suas limitações, já se dá conta dessa facilidade, ao poder compartilhar em tempo real de dados entre dispositivos como um PC, um Mac, um iPhone e um iPod. E tudo isso a um custo que começa a ser razoável, especialmente se levarmos em conta aquilo que fica armazenado e protegido na nuvem.
À medida em que a disponibilidade de banda [cada vez mais] larga se acentua, mais o modelo antigo de armazenagem local perde o sentido, salvo talvez como cópia de segurança, ou para eventuais trabalhos off-line, mas sempre com a possibilidade de sincronia total entre os dispositivos.
Esse é outro motor da inevitável mudança de paradigma: hoje em dia, é muito comum o indivíduo tem mais de um dispositivo digital para acessar os mesmos dados e aplicações. Manter a compatibilidade entre os dados disponíveis em diversos aparelhos é uma das tarefas que a computação em nuvem pode ajudar a resolver.
E isso significa o fim da Microsoft, da Apple, do Google? Ao contrário, pode ser uma oportunidade. O Google já anuncia a disponibilização de seu sistema operacional, o Chrome OS, já voltado à computação em nuvem, e com todos os aplicativos normalmente usados por 99% dos mortais devidamente depurados por alguns anos de uso.
O que acontece é que essas e as demais empresas terão que se adaptar à nova realidade. O exemplo da Apple que se reinventou com seus dispositivos portáteis e com o iTunes é marcante. Ela própria vai ter de dar novas guinadas, sem falar na Microsoft, a maior do segmento de software e a mais dificil de mudar, por conta de sua carteira de sucesso, e o mais novato Google, fenômeno de uma década de existência.
Pode ser que os próximos anos tragam à tona novas empresas com novos conceitos, nascidas sem legados de sucesso, mas capazes de crescer para ocupar novos e inéditos espaços.
No passado, era impossível falar de TI sem falar da IBM. Ela, quase centenária, está lá quietinha, do topo de seu ranking de maior empresa de TI do mundo, sempre se reinventando. É possível que o mesmo aconteça com as outras gigantes do setor. O tempo dirá...
Mais do que uma tendência da moda, o modelo de cloud computing mostra a exaustão do modelo de manter milhões (na verdade, bilhões) de computadores com sistemas operacionais que precisam guardar compatibilidade entre si, aplicativos que precisam ser compatíveis com versões anteriores e todo o acervo do conhecimento do indivíduo armazenado digitalmente, raramente de forma organizada.
A Microsoft, a Apple e até mesmo o Google, como os conhecemos hoje, passarão por uma profunda transformação nos próximos anos. Mas somos nós, usuários, que teremos que nos acostumar com o novo modelo, queiramos ou não.
Vejamos o caso do Windows: a Microsoft reconhece os problemas de seu carro-chefe, o Vista, pesado demais, lento demais, com problemas demais. Tanto assim que antecipou o lançamento de seu sucessor, o Windows 7, para setembro agora, prometendo um sistema operacional mais leve, mais rápido, mais confiável. Ao mesmo tempo, deu sobrevida ao vetusto Xp, hoje dominando 95% do mercado emergente dos netbooks.
Erro de avaliação do Vista? Nada disso... Ocorre que o sucesso do Windows, hoje em mais de 90% dos computadores pessoais, obriga a Microsoft a ficar com um olho no retrovisor, para manter o legado de aplicativos e arquivos gerados em versões anteriores, seja no mundo corporativo, seja no mundo doméstico.
A Apple, rejuvenescida com os fenômenos iPod/iPhone, e com os surpreendentes designs dos novos Macintosh, fornece um sistema operacional robusto, rápido e muito esperto, o OS X Leopard, mas que também trava, e é totalmente proprietário, mantendo essa linha em um nicho de mercado, um belo nicho, o que mais margens dá a indústria.
O mundo do software livre, com todos os descendentes do Linux, oferece distribuições de sistemas operacionais super estáveis, muito parecidos com o Windows e o Leopard, no seu visual e na sua ergonomia, mas, mesmo assim, não decola em vendas.
Na verdade, o que vem atravancando o crescimento explosivo do mercado de computadores é exatamente o combo hardware/sistema operacional/programas aplicativos/arquivos, como o conhecemos hoje, onde tudo, ou quase, reside no computador.
Manter esse formidável acervo, hoje medido em terabits para um usuário normal não é tarefa simples, e o peso da idade desse modelo parece evidente, ao menos agora que há a opção da "nuvem", tornada possível com a internet de banda larga e os serviços oferecidos pelo mercado.
Para quem usa o MobileMe, da Apple, com todas as suas limitações, já se dá conta dessa facilidade, ao poder compartilhar em tempo real de dados entre dispositivos como um PC, um Mac, um iPhone e um iPod. E tudo isso a um custo que começa a ser razoável, especialmente se levarmos em conta aquilo que fica armazenado e protegido na nuvem.
À medida em que a disponibilidade de banda [cada vez mais] larga se acentua, mais o modelo antigo de armazenagem local perde o sentido, salvo talvez como cópia de segurança, ou para eventuais trabalhos off-line, mas sempre com a possibilidade de sincronia total entre os dispositivos.
Esse é outro motor da inevitável mudança de paradigma: hoje em dia, é muito comum o indivíduo tem mais de um dispositivo digital para acessar os mesmos dados e aplicações. Manter a compatibilidade entre os dados disponíveis em diversos aparelhos é uma das tarefas que a computação em nuvem pode ajudar a resolver.
E isso significa o fim da Microsoft, da Apple, do Google? Ao contrário, pode ser uma oportunidade. O Google já anuncia a disponibilização de seu sistema operacional, o Chrome OS, já voltado à computação em nuvem, e com todos os aplicativos normalmente usados por 99% dos mortais devidamente depurados por alguns anos de uso.
O que acontece é que essas e as demais empresas terão que se adaptar à nova realidade. O exemplo da Apple que se reinventou com seus dispositivos portáteis e com o iTunes é marcante. Ela própria vai ter de dar novas guinadas, sem falar na Microsoft, a maior do segmento de software e a mais dificil de mudar, por conta de sua carteira de sucesso, e o mais novato Google, fenômeno de uma década de existência.
Pode ser que os próximos anos tragam à tona novas empresas com novos conceitos, nascidas sem legados de sucesso, mas capazes de crescer para ocupar novos e inéditos espaços.
No passado, era impossível falar de TI sem falar da IBM. Ela, quase centenária, está lá quietinha, do topo de seu ranking de maior empresa de TI do mundo, sempre se reinventando. É possível que o mesmo aconteça com as outras gigantes do setor. O tempo dirá...
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