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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2011: Ano Digital Fraquinho...

Fazendo um resumo de 2011, sob a ótica de produtos e serviços digitais, o resultado não é muito inspirador.

Consolidaram-se os smartphones, que venderam aos borbotões e prometem mais em 2012; o mercado de tablets, inexistente estatisticamente em 2009 e que apresentou as grandes novidades em 2010, registrou em 2011 marca superior a 50 milhões de unidades vendidas, descontados os genéricos ching-ling, e promete superar os notebooks em unidades vendidas lá por 2013, 2014.

A notícia ruim de 2011 foi a morte de Steve Jobs. Parece que todo o mercado, não apenas a Apple, contentaram-se em produzir mais do mesmo do que praticamente inovar.

Será?

Se formos mais um pouquinho detalhistas, podemos garimpar avanços que, se não refletiram muito em nossa realidade de cidadãos digitais, vão causar novos tsunamis em cima dos conceitos de modernidade, versão 2011.

Na avaliação deste veterano blogueiro, a nova Constituição Digital será  consolidada em cima de três vetores:

A internet de banda larga cada vez mais larga e a custo cada vez menor, que possibilitará a maturidade das ofertas de cloud computing.
A tela sensível ao toque, que torna intuitiva a interção das pessoas com os dispositivos, e absolutamente natural aos pequeninos nascidos neste milênio, que precisarão cada vez menos de manuais de instrução e de explicações dos mais velhos;
As ferramentas de reconhecimento de voz chegando ao mainstream do uso, com a chegada do Siri, da Apple e de vários wannabes já surgindo, que tornam nossa comunicação com os dispositivos e, através deles, com outras pessoas cada vez mais simples e precisa.

Assim, 2011 se vai sem trazer novas excitações que vinham ocorrendo anualmente, pelo menos desde 2007, e que mudaram radicalmente a configuração do mundo digital e, porque não, do mundo como o conhecíamos. Mas, ao menos, aponta para as novas mudanças e para a consolidação do que já existe.

Do ponto de vista dos futuros historiadores, 2011 poderá ser encarado como o marco de uma nova era, mas, do ponto de vista de registros "arqueológicos", pouco terá a mostrar.

Então, Feliz 2012!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um novo patamar tecnologico?

As grandes transformações na tecnologia digital nos últimos 5 anos podem ser resumidas em 3 grupos,  empresas, pessoas e linhas de produtos.


Nas empresas, dominaram players já estabelecidas, como Intel, Apple, Microsoft, Oracle e as coreanas LG e Samsung.


As pessoas que fizeram a diferença não são muitas, talvez resumidas a Steve Jobs e Mark Zuckerberg.


Nos produtos e serviços, ganharam destaque as siglas  LED, 3D, HDTV, HDMI, Tablet, App, Redes Sociais, Smartphones, Touchscreen, Banda Larga, Localização.

É possível que essa classificação, feita de modo empírico e sem uma pesquisa quantitativa e qualitativa mais elaborada contenha omissões, injustiças e até mesmo simplificações, mas como estamos em um blog que pretende discutir a tecnologia digital e seus impactos, digamos que ela esteja colocada como percepção do blogueiro e, especialmente, como provocação para o real motivador desta postagem.

O ponto que quero fazer aqui é que, nos próximos 5 anos, dificilmente veremos ganhar destaque um novo leque de tecnologias disruptivas. O mais provável é que vejamos a maturidade de alguns sucessos já colocados e a adoção em massa de novas formas de uso de coisas já conhecidas.

Peguemos os tablets, furor do momento desde que a Apple lançou o iPad: na verdade, todos os ingredientes estavam na prateleira, apenas houve uma inteligente maneira de juntá-los em um pacote atraente e muito bem apresentado. A partir daí, os concorrentes correm atrás do prejuízo, buscando pegar parte desse mercado. Mas os tablets já existiam desde a década de 90, como conceito, como produto lançado por grandes empresas e suportado, por exemplo, pelo Windows Xp.

Não pegaram por falta de um conjunto de fatores: peso excessivo, custo alto, na faixa de US$ 10 mil, requeriam caneta especial para interagir com a tela e, sobretudo, uma anêmica oferta de aplicativos.

Falando em aplicativos, ou Apps, até o nome virou disputa jurídica entre os grandes players, que não querem que a Apple monopolize essa maneira simples de chamar as centenas de milhares de programas disponíveis, alguns sofisticados, outros nem tanto,  a maioria grátis e, dos pagos, poucos excedem US$ 4,99 por uma licença única, que pode ser utilizada em mais de um dispositivo.

Smartphones e tablets, portanto, chegaram ao palco principal do mundo digital com a convergência de um grupo de tecnologias disponíveis, como internet banda larga nas redes WiFi e celular, telas sensíveis ao toque, sistemas operacionais voltados para dispositivos móveis e, sobretudo, para um conjunto de padrões que, se ainda não são padrões oficiais, ao menos o são de fato.

Peguemos os Apps que implicam em localização de um prédio ou mesmo do aparelho que portamos: 9 entre 10 das soluções disponíveis no mercado usam o Google Maps. Ponto. Isso em si já é uma adoção prática de uma plataforma quase única. Ficam talvez de fora os localizadores que usam conteudo proprietário, como os aparelhos chamados de GPS Automotivo.

No mundo dos computadores, parece que o bom e velho desktop caminha para a irrelevância de aplicações dedicadas, como a gerência de uma rede doméstica local ou de uma central de segurança, sem esquecer as aplicações corporativas que devem mantê-los vivos por muitos anos.

O laptop vai caminhar para uma zona de concorrência com os tablets, mas ganha força na medida em que substitui os desktops e também para aplicativos que requeiram teclado físico e muito poder de processamento, funcionalidades que nunca serão o forte dos tablets.

No entretenimento doméstico, a conectividade entre os aparelhos e destes com o mundo ficam padronizadas no cabo de rede local ou WiFi para acesso à internet, no HDMI para tráfego de alto volume de bits e no USB para acesso a conteúdo de computadores, filmadoras e máquinas fotográficas.

Vale ressaltar que essas siglas que designam conectividade (WiFi, HDMI e USB) só viraram lei de mercado porque os fabricantes consensaram em padrões.

Como não podemos esperar uma nova onda tecnológica, como, quem sabe, a inserção de dispositivos que aticem o olfato ou o sabor, podemos imaginar que, por exemplo, dispositivos com imagens 3D cheguem cada vez mais fortes ao mercado.

Parece óbvio que, no cinema da telona os principais títulos serão disponibilizados em três dimensões, como já ocorre hoje. No mundo doméstico, talvez até antes de termos conteúdo 3D em larga escala, seja por emissão direta das redes de TV, seja por disponibilidade de mídia BluRay, o mais provável é que o mundo 3D em casa chegue com mais força através dos consoles de games.

Faltou algo? Com certeza. Mas, descartados todos os possíveis sucessos da tecnologia até as Olimpíadas do Rio em 2016, eu creio ser possível que uma inovação que pode facilitar ainda mais a nossa vida seja o reconhecimento de voz para uma quantidade casa vez maior de dispositivos. Isso aí é coisa que já vem namorando o mercado há pelo menos 25 anos, mas não pegou. Com certeza por conta dos mesmas limitações que impediram o tablet de virar popular antes do iPad.

É provável até que você tenha um smartphone, por exemplo, que tenha aplicativos comandados por voz e você ou não saiba ou não usa por ser pouco prático. O motivo? A falta de um padrão de mercado. E isso a indústria está trabalhando forte este ano.

E as redes sociais? Com a disponibilização de banda larga -de verdade- no mundo todo, sua popularização é ineviteavel. E as duas maiores de 2011, Facebook e Twitter ainda não estão com ações em bolsa, mas já valem bilhões de dolares. Pode ser até que não sejam as dominantes de mercado em 5 anos, mas a estrada principal está pavimentada. As redes secundárias serão as especializadas, como o LinkedIn.

No momento em que escrevo essa postagem o Facebook já tem mais de 700.000.000 de contas ativas, e virou um must para empresas, políticos, profissionais de toda estirpe e estudantes. E com a turbulência no norte da África, onde a articulação de manifestações são feitas via redes sociais, os regimes estabelecidos reagem cortando acesso a internet.

Tarde demais, elas vieram para ficar. Ou não? Basta ver que muitas dessas revoluções que visaram, no passado, estabelecer ou restabelecer a democracia acabaram em regimes ditatoriais mais duros.

Talvez a questão mais relevante a ser respondida seja então se toda essa tecnologia a nossa disposição servirá, em última análise, para preservar e, em muitos casos, fomentar a democracia, a transparência e a liberdade.

Se isso se materializar, talvez seja esse o novo patamar da tecnologia que pode ser algo muito bom. Ou não...

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Internet a US$ 13/mês para 15Mb. Na Bulgária...


Tive retorno de meus comentários no Bulgaria Gazette. Sobre banda larga, meu correspondente búlgaro me diz:

“Quanto à penetração da banda larga - um dos principais fatores é o custo para o consumidor. Eu pago cerca de 13USD/mês, para 15 Mbs, o que é um preço razoável. Há uma competição em nível saudável. Apenas um par de anos atrás, haviam muito poucos concorrentes no mercado: a ex-estatal BTC (Bulgarian Telecommunications Company) representava uma espécie de monopólio, e então era capaz de proporcionar uma qualidade de internet e velocidade razoáveis com ADSL (baseada nas redes de telefone), mas a preços exagerados. Os pequenos provedores de acesso pequeno não podiam entregar velocidade e qualidade aceitáveis.
No entanto, com a ajuda de algumas normas legislativas e ao desenvolvimento de linhas ópticas, as coisas mudaram…”



Eu pago em Curitiba R$ 91,84 por 6Mb, ou USD 54 ao câmbio de hoje. Ou USD 9 por Mb de velocidade nominal. Meu amigo búlgaro paga USD 0,87 por Mb.
Em termos de velocidade efetiva, eu fico com mais ou menos 1/5 da nominal, logo meu custo efetivo é de USD 45 por Mb. E notem que eu moro em uma cidade com boa infraestrutura de comunicações e um bom nível de competição.



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

No Brasil, faça como os Búlgaros

Durante o segundo turno das eleições brasileiras de 2010, um tema que ganhou alguma notoriedade, embora com pouca importância nos debates, foi a origem búlgara da então candidata, hoje presidente eleita Dilma Roussef.

Circularam pela web até informações falsas sobre seu passado, e isso me despertou alguma curiosidade. Aí eu procurei no Google por jornais búlgaros, inclusive os que supostamente a acusavam de ter nascido na Bulgária, logo seria inelegível para um cargo reservado a brasileiros natos. Eu até brinquei com o tradutor do Google e postei no Twitter que Дилма Русеф - със силен мандат, но я смятат за "автопилота на Лула" http://www.dnevnik.bg/985814/ via @Dnevnik, na segunda feira após a vitória de Dilma, ou Dilmano Rousseff - com um mandato forte, mas como "piloto automático Lula" http://www.dnevnik.bg/985814. Até aí, bricadeira pura, mas serviu ao menos para me mostrar que o Google Translate está melhorando, embora possa melhorar muito mais.*

Aí fui ver a edição em inglês do jornal Bulgaria Gazette e achei uma postagem de 2009 que comentava a melhoria da qualidade dos serviços de internet banda larga lá, chegando perto da Coréia do Sul e ganhando de Lituânia, Suécia e Romênia. Aí eu postei um comentário no site, pedindo mais informações sobre o relatório que gerou a notícia e as respectivas fontes. Claro que dei uma tuitada sugerindo à presidente eleita que procurasse se informar do tema, até antes de tomar posse, pois, numa dessas, até poderíamos tentar aprimorar nossa banda larga tupiniquim, que deixa muita gente irritada com a qualidade e de bolsos vazios pagando as faturas.


Feita a provocação, segui cuidando da vida até que recebi uma resposta do administrador, no mesmo dia, dizendo o seguinte (vai mesmo em inglês):


admin said:
Hello,
Obviously, this article is somewhat old. However, there is a more recent information about the subject, which came out just a couple of weeks ago, in the third annual broadband study by CISCO systems and the Oxford university. A link to the article:
http://newsroom.cisco.com/dlls/2010/prod_101710.html
The basic conclusion is that Bulgaria, while not topping the charts in terms of absolute numbers, is one of the countries with the most improvement in broadband quality compared to previous years, especially among it’s direct competitors in the group of the developing economies or as mentioned in the article: “topping the list of the Efficiency-driven economies”.
I personally cannot complain at all about the Internet quality since a couple of years already. I live in one of the major bulgarian cities and have a cable Internet, but DSL Internet is available almost anywhere, even in small villages.

Indo ao link da pesquisa da Cisco/Universidade de Oxford acima, vemos que houve um aumento da qualidade global da banda larga de 24% este ano, comparado com 2009. E que são hoje 14 países prontos para as "aplicações da internet de amanhã", tais como TV de alta definição via web e serviços de videocomunicações de alta qualidade (telepresença para o consumidor) devem estar em alta dentro de poucos anos. E são esses os países, em ordem decrescente de avanço: Coréia do Sul, Japão, Letônia, Suécia, Bulgária, Finlândia, Romênia, Lituânia, Holanda, Hong Kong, Alemanha, Portugal, Dinamarca e Islândia. Esse ranking compara com apenas 9 países em 2009 e só o Japão 2008. O estudo deixa claro, todavia, que Letônia, Bulgária, Romênia e Lituânia têm taxas de penetração de banda larga bem menores que os demais. Vale a pena dar uma fuçadinha nesse bem estruturado estudo...

Aos que querem justificar nossa não presença na lista, não faltam argumentos: Nenhum país dos Bric (Brasil, Russia, Índia e China) estão lá e eles têm em comum o alto crescimento, enormes extensões geográficas e populações imensas. O mesmo se aplicaria aos Estados Unidos e Canadá, exceto pelo recente falta de crescimento das economias de ambos e a população pequena do Canadá, se não contarmos ursos polares e focas.

Mas, pensando 10, 20 anos para frente, eu temo que nossas discussões acadêmicas e políticas, e as iniciativas quixotescas de ampliar quantidade de acessos de banda larga, sem se preocupar com qualidade e velocidade disponíveis em escalas cada vez maiores sejam tão somente os panos de fundo para um potencial freio nessa fase boa de crescimento que vive o Brasil.

Numa sociedade do conhecimento, ter acesso de banda larga de qualidade e a preços acessíveis é uma das premissas básicas para caminhar ao sucesso.

Um dos problemas que temos é que sempre nos colocamos em comparação com as chamadas nações desenvolvidas, de primeiro mundo.

Numa dessas, com a era Dilma Rousseff se aproximando em janeiro, poderemos aprender com o simpático país do leste europeu, que até por laços familiares de nossa futura presidente, poderemos chamar de país irmão e, humildemente, aprender o bom caminho.

Vou seguir estudando o assunto da banda larga na Bulgária... O que era uma curiosidade meramente intelectual despertou em mim a vontade de entender com mais profundidade o que ocorre por lá.


* Um teste que fiz foi pegar o texto original em búlgaro, vertê-lo para o inglês e depois passar ao português para finalmente voltar ao búlgaro. Resultado: entrada = saída, coisa impensável há um ano atrás.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Banda Larga Popular em São Paulo

A Net anunciou hoje a disponibilização da chamada Banda Larga Popular no Estado de São Paulo, a R$ 29,80 por mês, com velocidade de 200kb. Ao mesmo tempo uma boa e uma má notícia.

O lado bom do anúncio foi o esforço institucional do governo de SP, ao considerar a internet como um insumo básico e isentar o serviço de ICMS.  Pode haver um repique da concorrência e mesmo a cópia desse modelo em outris estados. Deve contribuir para a inclusao digital.

O lado ruim é que 200kb só é banda larga no Brasil. Na maioria das nações, especialmente aquelas cujo grupo pretendemos participar, banda larga só recebe esse nome quando a velocidade é superior a 1Mb.

Em todo caso, uma iniciativa louvável. E a primeira reação do mercado foi positiva, subindo o valor das ações da Net.

Tomara que a moda pegue e outras esferas de tributação façam a mesma coisa, tornando a banda verdadeiramente larga uma realidade para a maioria de nossa população, dada a popularização dos computadores e a importância da internet nessa virada de década.

Por essa velocidade, valeria a pena considerar estender a isenção de imposto à rede 3G de celulares, e estimular as operadoras a concorrer com a Net.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Redes Sociais no Trabalho: Proibir, Liberar ou Controlar?

Quantas empresas reclamam do uso descontrolado, da parte de funcionários -e mesmo de dirigentes- das redes sociais e das mensagens instantâneas? Se liberar geral, a produtividade cai, a atenção ao trabalho some; se proibir, gera insatisfação e, em alguns casos, também há perdas de produtividade, dependendo da atividade exercida.

Não é algo de resposta simples, única. 

De um lado, o uso indiscriminado pode trazer sim, sérios problemas, não só de produtividade como também de segurança, ao abrir o ambiente de TI da empresa a acesso de sites nem sempre confiáveis, a downloads maliciosos e de atenção dos colaboradores com seu trabalho. Existem casos reportados de acidentes de trabalho oriundos da distração de colaboradores acessando redes sociais.

De outro lado, vedar o acesso pode tirar agilidade da empresa ou de um grupo de colaboradores que precisam de insumos ali contidos para melhor desempenho. Isso ocorre quando a empresa trabalha em múltiplos ambientes físicos que requerem contatos frequentes entre esses locais, sem excluir desse universo os fornecedores, parceiros e, cada vez mais no radar, os próprios clientes.

Estudos de mercado dizem que hoje, 7% dos celulares no mercado possuem recursos de acesso à internet, seja pela própria rede da operadora, seja direto na internet através de um ponto de acesso WiFi.  Ora, isso já representa mais de 11 milhões de aparelhos, um universo nada desprezível, tanto em termos de público interno quanto externo.  Vale dizer que, com toda a certeza, o "proibir geral" cria uma casta de privilegiados que podem acessar a internet independentemente das regras da empresa, e no horário de trabalho, enquanto a maioria silenciosa -e potencialmente revoltada- vai ficar frustrada.

Mais:  em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, esse percentual deve subir para 40%, de uma base de 180 milhões de aparelhos, ou mais de 70 milhões de celulares.  Aí, tentar vedar o acesso só pela rede corporativa vai ser tarefa muito próxima do impossível, dadas as portas alternativas disponíveis.

Com esse crescimento, as empresas precisam estar atentas também a novas oportunidades de comunicação com seu público alvo.  Afinal, é pouico provável que alguma empresa não tenha, nesses 70 milhões de consumidores, uma parte de seu mercado potencial.

Outro problema: para cada barreira de bloqueio tecnológico, existem várias ferramentas livres na web que podem burlá-la, ou, no mínimo, tornar cada vez mais inglória a tarefa do administrador da rede corporativa.

Eu entendo que a solução está num meio termo, que passa por liberar acesso, de forma controlada, em períodos como o horário de almoço, ou no início e no final do expediente.  Em casos de empresas que podem ter benefícios para seus produtos ou serviços com o uso de redes socias e ferramentas de mensageria instantânea, um pacto negociado com os colaboradores pode funcionar.

Partir do princípio de que a empresa está de um lado e os colaboradores de outro, nesse caso das redes sociais, é um esférico engano...  Dá para conciliar os interesses, e transformar o problema em uma baita solução.

Guardadas as devidas proporções, é mais ou menos a mesma coisa que proibir ou liberar acesso dos funcionários ao internet banking. Se proibir, o colaborador vai ter de sair em horário de expediente, ou sacrificar seu almoço, para ir ao banco.

É verdade que as redes sociais trazem muito tráfego para a rede interna, e isso pode prejudicar atividades produtivas.

Mas... hoje em dia muitas empresas já usam ferramentas como o Skype para comunicação interna e com o mercado. Limitar a comunicação pessoal é um problema, e os benefícios de seu uso superam largamente os custos, na grande maioria dos casos.

Como disse no começo desse post, não existe uma solução única.  Mas o que não dá para fazer é proibir geral ou liberar geral.  O modelo ideal para cada empresa existe, sim, e deve ser continuadamente buscado e evoluido.

Afnal, a tecnologia não para, e um modelo bom hoje pode ser um problema em seis meses.

Antena ligada, gente!

sábado, 2 de maio de 2009

PLC - Internet pela rede elétrica: quando chegará?

Recentemente voltou às manchetes a tecnologia PLC - Power Line Communications que é a internet de banda larga chegando às residências e escritórios através da universal e onipresente tomada elétrica. Afinal, essa tecnologia é confiável, é barata e, sobretudo, vai concorrer com o ADSL, o Cable Modem e o 3G?

A promessa é boa: você contrata serviços de internet com sua companhia de energia e instala um modem especial ligado à tomada de energia e tem internet em sua casa. A energia elétrica está em quase 100% dos domicílios, logo, seria a proposta de inclusão plena dos cidadãos na era digital.

Empresas como a Copel já fazem testes há mais de uma década no Brasil, e, no mundo, em especial na Alemanha, seu uso já é comum, embora não dominante em relação à concorrência.

Tecnicamente falando, não há problema. Se existe, ele vai estar na economia do modelo, no marco regulatório ou ambos.

Vamos por partes:

1- perguntam-me se, já que o sinal da internet pode trafegar pela rede elétrica, então porque ela não é universal, de tão simples? Ocorre que os pacotes que chegam da e vão para a internet, tendo como nó o seu computador vão trafegar pelo backbone global da internet. A rede elétrica é mais um condutor, assim como o cabo telefônico, o da TV por assinatura, o rádio, o ponto WiFi, a rede de seu aparelho celular. Estamos falano, em resumo, da famosa "última milha", ou a forma de fazer a internet chegar até você, onde você estiver, com o dispositivo que você possuir, no momento. Aí a rede elétrica pede dispositivos especiais que não apenas o modem que vai estar em sua casa. Tem roteadres, fibras óticas, cabos metálicos e uma parafernália de outros equipamentos que vão conviver com a rede elétrica. Entra aí a boa e velha (Hoje meio desacreditada) economia, que vai dizer que esse modelo só é economicamente viável em lugares com grande densidade de usuários ou de consumo de banda. Paradoxo, não?

2- E como fica um serviço desses, em termos regulatórios: é da Aneel ou da Anatel? Bem... a pergunta diz tudo, ou seja, é uma baita confusão ainda não totalmente resolvida, e pode ser questionada por concorrentes a qualquer momento. Não espere uma solução rápida e cristalina. Quem mexe com isso atualmente é a Anatel, mas a Aneel mete sua colher e deve trazer questionamentos.

3- Como vai o PLC no mundo? E no Brasil? Bem longe da promessa de um Eldorado. A Alemanha tem algumas boas amostras, assim como a Itália e a Suiça. Algumas empresas de energia nos Estados Unidos também disponibilizam o serviço. Dá para citar mais exemplos, mas o fato é que a tecnologia PLC, bem antiga que é (por exemplo, antecede o WiFi) ainda dá "traços" de audiência, perdão, de penetração no mercado. Aqui no Brasil algumas cidades fazem pilotos, no Paraná estão implantando em Santo Antônio da PLatina, no norte velho. Pelas duas razões acima, pelo menos, não esperaria um surto de PLC no Brasil ou no mundo antes de muito tempo, se ocorrer.

4- E as velocidades de acesso? Hoje trabalha-se com a segunda geração de equipamentos PLC que prometem taxas de transferência de até 200 Mbps, ideal para tráfego pesado de áudio e vídeo . Mas essa taxa é nominal, e, dependendo do tráfego e da divisão de banda entre os usuários, esse valor tende a ser bem menosr. Nada de diferente do que ocorre com os acessos tradicionais de banda larga, ou seja, o PLC é mais do mesmo em termos de velocidade nominal e real.

5- Como está o PLC no Brasil? Aqui dá para dizer que o Brasil está no pelotão de frente quando o tema é domínio da tecnologia PLC. O Brasil participa ativamente da do projeto OPERA (Open PLC Research European Aliance, e já existe um exemplo concreto de uma cidade conectada pelo PLC, a maranhense Barreirinhas, que dista cerca de 250 km da capital São Luiz. As principais empresas de distribuição de energia, Copel entre elas, buscam viabilizar o modelo.

6- E daí, como ficamos nós, que não estamos em regiões onde há competição por provimento de acesso rápido à internet? A resposta não é muito animadora: salvo se você estiver em uma cidade como Barreirinhas ou Santo Antônio da Platina, provavelmente você ainda vai esperar um pouco, salvo se sua região for contemplada com mais um projeto piloto. O PLC não é novidade tecnológica. Sua adoção agora é uma questão de prioridades. Mas como, em termos econômicos, isso não representa muito no fluxo de receitas e despesas de uma distribuidora de energia, resta existir um plano viável que defina esse modelo como prioritário.

Mas aí aparecem os concorrentes que prometem mais por menos, como o WiMax. Mas isso é outra história... Por enquanto, aguarde!