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quinta-feira, 3 de maio de 2012

Os limites da internet

Os limites de segurança, de liberdade e de privacidade da internet sempre são objeto de discussões, de iniciativas de imposição de limites, das diferenças entre a internet e outros canais de comunicação.

Dos fechadíssimos Irã, Coréia do Norte e Cuba às comunidades anárquicas que pregam o “pode tudo”, passando pelo controverso WikiLeaks, O fato é que, com 1/3 da humanidade conectada principalmente através das redes sociais, aplicativos como o Google Maps e o Instagram fazem a festa dos que negam controles, restrições, censura.

No plano internacional, uma postagem no Twitter de uma rádio no Afeganistão quebrou o forte sigilo que a segurança de Barack Obama fez durante sua viagem a Kabul, neste 1° de maio. Assim que o Air Force 1 pousou na base militar americana o Twitter anunciou a chegada de Obama.

Seguiram-se desmentidos oficiais, logo tendo que ser des-desmentidos pelas autoridades. Mas a viagem secreta de Obama vazou…

No plano local, o ex governador Anthony Garotinho deitou e rolou com fotos e vídeos comprometedores de festas em restaurantes e cassinos caríssimos tendo como personagem principal seu ex-aliado e adversário preferido, o governador Sérgio Cabral.

Sem internet, nenhum desses eventos teria repercussão. Com ela, os eventos repercutidos dependem cada vez menos de seus criadores e muito mais das conexões da rede.

O quê fazer, se um caso pode impactar com a segurança do lider maior da potência maior e o outro pode mostrar a inconveniência maior de atitudes menores em detrimento de bens comuns, como a decência e o dinheiro público?

Para os defensores de um big brother centralizador e, de outro lado, os pregadores da liberdade total, uma boa e uma má notícia:
  • A internet, como toda inovação que transforma as relações humanas e ganha adoção em massa, terá algum tipo de regulação.
  • Essa regulação não será nem tão forte que dará gozo aos Kim-Jong da vida nem será frouxa demais que deixaria o Julian Assange, criador do WikiLeaks bradar “eu estava certo!”
Dependendo de quem as lê, a notícia boa e a ruim podem ser uma ou outra, assim fica livre à interpretação de cada um.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Casamento Real: Como uma instituição milenar planeja usar os meios digitais para criar o maior evento da internet na década

Sexta feira 29 de abril não será um dia como qualquer outro. Na Abadia de Westminster, em Londres, casam-se Kate e William, este provável herdeiro do trono inglês, ela uma bela jovem candidata a princesa e a encher o imaginário de milhões.


Mas, em pleno século 21, com a monarquia relegada a um papel quase que simbólico, como poderia um evento como esses mobilizar tanta gente e chamar tanta atenção?

Saindo momentaneamente do mundo digital, parece claro que o encantamento dos contos de fadas não foi embora, mesmo com os usos e costumes deste ano de 2011. De jovens a idosos, homens ou mulheres, indivíduos ou empresas, parece que o mundo estará conectado à cerimônia do casamento real, que promete mobilizar todas as mídias a seu favor.

Parece que será como que uma releitura do casamento de Charles e Diana, sem a falta de sal de um e sem o deslumbramento da outra, ou uma mistura disso, pouco importa. O que vale mesmo é que seus organizadores estão priorizando o foco em cima das redes sociais e da internet, como forma de obter a máxima repercussão -positiva, esperam eles- mundial.

Já é possível imaginar a quantidade de fotos e vídeos que serão postados nas principais redes sociais -Facebook, Twitter, YouTube-,  nos portais dos principais meios de comunicação tradicinais, BBC à frente, e também em milhares ou milhões de blogs por todo o planeta.

Aposta-se em imagens inusitadas captadas por amadores para uma eventual falha no rigorosíssimo protocolo britânico, ou mesmo em versões de fatos, muitos dos quais falsos, criados para gerar alarido.

Prevê-se que, na sexta-feira, alguns dos TTs globais do Twitter farão referência ao casamento.

Mas e daí, o que tem isso a ver com o nosso blog? Afinal, hoje em dia, qualquer casamento por aí tem, no mínimo, um perfil no Facebook ou no Orkut. Fofocar através to Twitter, idem, e cenas inusitadas quase sempre param no YouTube. Porquê o casamento real seria diferente?

Na minha expectativa, eu vejo um evento que atrai a atenção do mundo pelo lado conto de fadas, do imaginário das multidões sendo montado com um foco principal nas mídias sociais. São elas que vão criar a interatividade necessária a potencializar a audiência qualificada e, idealmente, obter um endosso a essa instituição chamada monarquia, por muitos considerada desnecessária, quando não um deboche aos bilhões de desvalidos.

Embora com um Reino Unido onde a maioria esmagadora da população endossa sua Família Real, na maioria do resto do mundo não é bem assim. Intrigante é o fato que a audiência da cerimônia será igualmente representativa em quase todos os países que democratizam a informação.

Vale a pena acompanhar ao menos parte da cerimônia, e, quem sabe, palpitar. Nesta segunda, 25, ao procurar imagens no Google com o argumento Kate and William, achei mais ou menos 32.700.000 respostas...

Isso aí será um marco no mundo das comunicações digitais e interativas. Vai dar pano para manga não só para comentários sobre os noivos como, especialmente, para a discussão de novos formatos de nosso dia-a-dia digital.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Redes Sociais: Rumo ao Novo Modelo

2011 pode ficar marcado como o ano da consolidação do modelo de Redes Sociais onde a iniciativa e o poder, efetivamente, derivam do indivíduo, organizado segundo suas necessidades, suas competências e, especialmente, segundo as circunstâncias.


Vale destacar três fatos relevantes e recentes: As rebeliões populares no norte da África e no Oriente Médio, a catástrofe do Japão e as chuvas que causaram danos nas estradas, cidades e montanhas no Paraná.


1- A chuvarada no Paraná: Começando pela mais próxima do blogueiro e talvez a mais simples de entender e explicar: Chuvas fortes causam impacto devastador em duas das principais rodovias que ligam Curitiba ao litoral: as BR 277e 376, com deslizamento de barreiras, queda de pontes e inundação de pistas, isolando o litoral e causando graves danos às cidades de Paranaguá, Morretes e Antonina, sem falar com os transtornos logísticos de fazer chegar a carga de grãos ao porto.

Com o número de emergência da Polícia Rodoviária Federal congestionado por excesso de chamados, a solução adotada pela PRF foi a criaçãp de um perfil no Twitter para que a comunidade usuária das estradas pudesse reportar problemas ou buscar auxílio. Resultado: em menos de 24 horas milhares de pessoas passaram a seguir o perfil agora usado também para o combate ao tráfico e tráfego de drogas em nossas rodovias.

A sacada foi a constatação de que uma parcela expressiva dos motoristas dispõem de aparelhos portáteis com acesso à internet.

Ponto para a PRF!

2- Terremoto, Tsunami e Radiação no Japão: Mesmo para um povo acostumado a catástrofes da natureza, essa última foi demais. Um terremoto de intensidade 8.9 na escala Richter, seguida de tsunamis que varreram a costa nordeste do país, incluindo o complexo de usinas nucleares de Nagashima, gerando níveis preocupantes de radiação, consequência do vazamento de gás dos reatores.

Passada a fase inicial de colapso quase total nas comunicações, lá surgiram as redes sociais não só para comunicar mortos e feridos, mas também de sobreviventes e, sobretudo, na mobilização de uma intensa e global rede de solidariedade e de apoio aos japoneses. Além de imagens da tragédia capturadas em sua maioria por celulares de quem estava no meio da tragédia, o ponto alto foi, sem dúvida, a localização de muitos sobreviventes sob os escombros que foram localizados através do sinal de seus celulares.

3- Fora Ditadores! O fenômeno da queda dos regimes ditatoriais longevos da Tunísia e do Egito, mais a quase guerra civil da Líbia e os protestos no Iemen, no Bahrein, na Síria e em outros países do Mediterrâneo não teve como origem as redes sociais. Mas foram elas, sem dúvida, que permitiram que a comunicação entre os insatisfeitos superasse a barreira de regimes policialescos onde a censura era -ou ainda é- um fato da vida para os cidadãos.

  É possível afirmar que, sem a existência das redes sociais esse processo seria mais logo e dolorido, sem falar na possibilidade da demora no processo de transição.

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Levantada a bola das redes sociais, cabe registrar o lado ruim delas, que são boatos infundados, informações falsas, capazes de criar ainda mais pânico ou dor ou simplesmente de desviar a atenção dos fatos reais.

Esse é o preço a pagar pela liberdade de expressão levada quase que à plenitude pela internet e pelas redes sociais.

Talvez o próximo passo seja a educação dos usuários para saber separar o joio do trigo. Para não mais acontecer o que um amigo meu, fã incondicional de comida japonesa, me disse após a tragédia do Japão, por conta de notícias alarmistas de contaminação de alimentos, inclusive os de lá exportados, afirmando que iria parar de consumir sushis e sashimis, sem se dar conta dos controles sanitários existentes no mundo e, principalmente, que nossos pratos de culinária japones usam essencialmente ingredientes nacionais ou, no máximo, peixes do litoral do Chile ou do Peru.

Mas, de todo modo, fazendo a contabilidade dos prós e dos contras, nos três episódios, a tecnologia digital e as redes sociais marcaram importantes pontos para informar e, especialmente, para minorar os problemas dos atingidos pelas catástrofes. 

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um novo patamar tecnologico?

As grandes transformações na tecnologia digital nos últimos 5 anos podem ser resumidas em 3 grupos,  empresas, pessoas e linhas de produtos.


Nas empresas, dominaram players já estabelecidas, como Intel, Apple, Microsoft, Oracle e as coreanas LG e Samsung.


As pessoas que fizeram a diferença não são muitas, talvez resumidas a Steve Jobs e Mark Zuckerberg.


Nos produtos e serviços, ganharam destaque as siglas  LED, 3D, HDTV, HDMI, Tablet, App, Redes Sociais, Smartphones, Touchscreen, Banda Larga, Localização.

É possível que essa classificação, feita de modo empírico e sem uma pesquisa quantitativa e qualitativa mais elaborada contenha omissões, injustiças e até mesmo simplificações, mas como estamos em um blog que pretende discutir a tecnologia digital e seus impactos, digamos que ela esteja colocada como percepção do blogueiro e, especialmente, como provocação para o real motivador desta postagem.

O ponto que quero fazer aqui é que, nos próximos 5 anos, dificilmente veremos ganhar destaque um novo leque de tecnologias disruptivas. O mais provável é que vejamos a maturidade de alguns sucessos já colocados e a adoção em massa de novas formas de uso de coisas já conhecidas.

Peguemos os tablets, furor do momento desde que a Apple lançou o iPad: na verdade, todos os ingredientes estavam na prateleira, apenas houve uma inteligente maneira de juntá-los em um pacote atraente e muito bem apresentado. A partir daí, os concorrentes correm atrás do prejuízo, buscando pegar parte desse mercado. Mas os tablets já existiam desde a década de 90, como conceito, como produto lançado por grandes empresas e suportado, por exemplo, pelo Windows Xp.

Não pegaram por falta de um conjunto de fatores: peso excessivo, custo alto, na faixa de US$ 10 mil, requeriam caneta especial para interagir com a tela e, sobretudo, uma anêmica oferta de aplicativos.

Falando em aplicativos, ou Apps, até o nome virou disputa jurídica entre os grandes players, que não querem que a Apple monopolize essa maneira simples de chamar as centenas de milhares de programas disponíveis, alguns sofisticados, outros nem tanto,  a maioria grátis e, dos pagos, poucos excedem US$ 4,99 por uma licença única, que pode ser utilizada em mais de um dispositivo.

Smartphones e tablets, portanto, chegaram ao palco principal do mundo digital com a convergência de um grupo de tecnologias disponíveis, como internet banda larga nas redes WiFi e celular, telas sensíveis ao toque, sistemas operacionais voltados para dispositivos móveis e, sobretudo, para um conjunto de padrões que, se ainda não são padrões oficiais, ao menos o são de fato.

Peguemos os Apps que implicam em localização de um prédio ou mesmo do aparelho que portamos: 9 entre 10 das soluções disponíveis no mercado usam o Google Maps. Ponto. Isso em si já é uma adoção prática de uma plataforma quase única. Ficam talvez de fora os localizadores que usam conteudo proprietário, como os aparelhos chamados de GPS Automotivo.

No mundo dos computadores, parece que o bom e velho desktop caminha para a irrelevância de aplicações dedicadas, como a gerência de uma rede doméstica local ou de uma central de segurança, sem esquecer as aplicações corporativas que devem mantê-los vivos por muitos anos.

O laptop vai caminhar para uma zona de concorrência com os tablets, mas ganha força na medida em que substitui os desktops e também para aplicativos que requeiram teclado físico e muito poder de processamento, funcionalidades que nunca serão o forte dos tablets.

No entretenimento doméstico, a conectividade entre os aparelhos e destes com o mundo ficam padronizadas no cabo de rede local ou WiFi para acesso à internet, no HDMI para tráfego de alto volume de bits e no USB para acesso a conteúdo de computadores, filmadoras e máquinas fotográficas.

Vale ressaltar que essas siglas que designam conectividade (WiFi, HDMI e USB) só viraram lei de mercado porque os fabricantes consensaram em padrões.

Como não podemos esperar uma nova onda tecnológica, como, quem sabe, a inserção de dispositivos que aticem o olfato ou o sabor, podemos imaginar que, por exemplo, dispositivos com imagens 3D cheguem cada vez mais fortes ao mercado.

Parece óbvio que, no cinema da telona os principais títulos serão disponibilizados em três dimensões, como já ocorre hoje. No mundo doméstico, talvez até antes de termos conteúdo 3D em larga escala, seja por emissão direta das redes de TV, seja por disponibilidade de mídia BluRay, o mais provável é que o mundo 3D em casa chegue com mais força através dos consoles de games.

Faltou algo? Com certeza. Mas, descartados todos os possíveis sucessos da tecnologia até as Olimpíadas do Rio em 2016, eu creio ser possível que uma inovação que pode facilitar ainda mais a nossa vida seja o reconhecimento de voz para uma quantidade casa vez maior de dispositivos. Isso aí é coisa que já vem namorando o mercado há pelo menos 25 anos, mas não pegou. Com certeza por conta dos mesmas limitações que impediram o tablet de virar popular antes do iPad.

É provável até que você tenha um smartphone, por exemplo, que tenha aplicativos comandados por voz e você ou não saiba ou não usa por ser pouco prático. O motivo? A falta de um padrão de mercado. E isso a indústria está trabalhando forte este ano.

E as redes sociais? Com a disponibilização de banda larga -de verdade- no mundo todo, sua popularização é ineviteavel. E as duas maiores de 2011, Facebook e Twitter ainda não estão com ações em bolsa, mas já valem bilhões de dolares. Pode ser até que não sejam as dominantes de mercado em 5 anos, mas a estrada principal está pavimentada. As redes secundárias serão as especializadas, como o LinkedIn.

No momento em que escrevo essa postagem o Facebook já tem mais de 700.000.000 de contas ativas, e virou um must para empresas, políticos, profissionais de toda estirpe e estudantes. E com a turbulência no norte da África, onde a articulação de manifestações são feitas via redes sociais, os regimes estabelecidos reagem cortando acesso a internet.

Tarde demais, elas vieram para ficar. Ou não? Basta ver que muitas dessas revoluções que visaram, no passado, estabelecer ou restabelecer a democracia acabaram em regimes ditatoriais mais duros.

Talvez a questão mais relevante a ser respondida seja então se toda essa tecnologia a nossa disposição servirá, em última análise, para preservar e, em muitos casos, fomentar a democracia, a transparência e a liberdade.

Se isso se materializar, talvez seja esse o novo patamar da tecnologia que pode ser algo muito bom. Ou não...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Evitando surpresas com a bateria do iPhone

Recebo do Vinicius Sgarbe, da CBN, uma consulta de um ouvinte, via Twitter:  Vinícius Sgarbe 


Pergunte ao @. Ele dá tips and tricks. RT @: cmo fas para a bateria do iphone durar mais?

Aí vão as dicas.

Eu sou um usuário antigo do iPhone, e, no começo me frustrei bastante. Depois eu vi que os demais smartphones têm o mesmo problema e, por fim, conclui que um dos fatores de descarga rápida da bateria deve-se ao uso bem mais intensivo da engenhoca. No meu caso, diga-se de passagem, raramente para falar ao telefone.

Comparando com um carro, o iPhone seria um Hummer, um Bentley ou uma Ferrari, onde o consumo não deve ser uma preocupação do dono. Então eu me adaptei ao consumo alto do meu iPhone, da minha Ferrari digital...

No Settings, eu deixo como padrão o WiFi em Off (desligado). Igualmente com o Bluetooth (em General>Bluetooth>Off). No Settings>General>Auto-Lock eu deixo o tempo de desligar a tela em 1 minuto. Ainda nos Settings, eu vou a Brightness (brilho) e ajusto o cursor na intensidade menor possível que não atrapalhe a visualização, pois o brilho da tela é um ogre de consumo.

Essas providências ajudam, mas o consumo de bateria de meu iPhone ainda fica longe daquela de um celular basicão de telinha pequena. Comparando de novo, minha Ferrari nunca vai ser tão econômica quanto o de um carro de entrada com motor 1.0, quem mandou querer ser upscale no mundo da mobilidade?

Então eu minimizo o inconveniente, com um Mophie Juice Pack Air, que é uma bateria adicional fininha que serve como uma capa protetora do iPhone e, em essência, dobra o tempo entre cargas. Mas isso eu só uso quando vou ficar muito tempo longe de uma tomada ou de meu laptop, que também pode recarregar o iPhone.

Além disso, eu tenho um carregador veicular no meu carro, que mantém a carga da bateria no máximo, e eu aproveito o iPhone para colocar minhas músicas preferidas e também para ligar o GPS do iPhone para me orientar em rotas que não estou muito seguro. Aí já estão duas aplicações do iPhone que me aplacam a dor de consciência de gastar muita energia...

Finalmente, tenho uma docking station na minha mesinha de cabeceira, onde deixo o iPhone carregando e pronto para me despertar no dia seguite com uma música específica para calibrar meu humor do dia.

Ou seja, eu superei o problema do consumo excessivo reduzindo aonde dá, mas essencialmente colocando no caminho de meu iPhone diversas fontes de reabastecimento e, de quebra, criei novas demandas que não existiam antes dele. 

Mas é exatamente esse o objetivo da Apple e do Steve Jobs, enriquecer a experiência do usuário e ao mesmo tempo enriquecer os bolsos deles.


segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Eleições Digitais 2010


Embora possa correr o risco de cometer injustiças, prefiro soltar aqui minhas impressões sobre o uso e desfrute da internet e das redes sociais nessas eleições 2010, à luz de observações e do resultado dentre os principais candidatos eleitos e os que foram ao segundo turno.

A palavra que me vem à cabeça de forma recorrente é decepcionante. Esse é o adjetivo que se aplica ao todo. Eu esperava que, no primeiro turno, muitos candidatos com chances relevantes usassem as facilidades criadas pela legislação e suportadas pela tecnologia para (a) captar recursos financeiros, (b) mobilizar a militância e (c) usar as redes sociais para disseminar idéias, planos e plataformas, além de propagar as mensagens e interagir com as bases.

A realidade de um ou outro candidato, desta ou daquela região do país pode me desmentir, mas, se essas eleições fossem algo como um ENEM para classificar candidatos aptos a aproveitar o mundo digital para ganhar eleições e fazer boa política, provavelmente sobrariam vagas e as excessões confirmariam a regra.

Em 2006, a referência veio do Rio Grande do Sul, onde a jovem e então desconhecida Manuela D'Ávila elegeu-se deputada federal centrada em uma inteligente campanha feita pelo Orkut. Pois bem, em 2010, Manuela reelegeu-se com folga, quase testando a marca de 500.000 votos.  Até o momento em que escrevo essa coluna não consigo identificar casos semelhantes Brasil afora.

E os/as demais?

Marina Silva fez bonito na votação e na captação de recursos de pessoas físicas pela internet. Terão sido esses os motores principais de seus quase 20 milhões de votos? Pouco provável, mas Marina demonstrou de forma pontual como participar do pleito com apoio da tecnologia digital. Talvez ela não tivesse tantos votos, não fosse uma captação de dinheiro miudo de modo tão pulverizado e uma razoável repercussão de suas mensagens nas redes sociais e que apareceram de forma expressive em algumas medicos de tráfego.

OK, a maioria dos candidatos a cargos eletivos criou ou deu um upgrade no Twitter, tentou animar comunidades no Orkut e no Facebook, postou videos no YouTube, mas poucos, muito poucos mesmo, conseguiram estar entre os mais populares.

Tirando as postagens dos comerciais do Tiririca, talvez mais divulgados pelo inusitado do candidato e da facilidade de distribuição na web, eu não consigo fazer uma associação direta entre candidatos bem votados e uma inteligente estratégia digital de campanha.

Ah! Ia esquecendo dos chatos que entupiram caixas postais de entrada ou de spam com e-mails que replicavam os santinhos de papel e as mensagens forjadas de difamações a candidatos com alguma liderança nas pesquisas. Mas essa comunicação via e-mail eu desconsidero, por ineficaz e antiga

Já o segundo turno da campanha presidencial começou quente com a polêmica levantada sobre o aborto, gerando tráfego relevante em todas as redes sociais e quase sempre originada por não militantes partidários e muito menos dos comitês de campanhas, e isso pode ser um indicativo de rumo para o  futuro, com estratégias pautadas pelas características  específicas das autoestradas do mundo digital

Com o desenrolar do pós-campanha, com certeza surgir novos casos de sucesso. Mas não nos esqueçamos das disputas havidas entre os comitês das campanhas mais abonadas para conquistar –a peso de ouro- o concurso de colaboradores ou consultores que trabalharam nas eleições americanas de 2008, eu esperava mais. E o que vimos ficou muito longe do que deles se esperava.

Especialmente em se tratando do Brasil que sempre inova nessa area de tecnologia digital.

Qual o motivo? Vou arriscar um palpite: os marqueteiros tradicionais conseguiram impor mais do mesmo, aproveitando-se das regras do jogo, que passam pelo tal do horário eleitoral gratuito.

Eu esperava um pouco mais de presença das mídias digitais nas eleições 2010, em função do que vem ocorrendo no mundo inteiro e da quantidade de brasileiros conectados regularmente a internet, hoje já a maioria da população

Pode ser -ou é- assim que se elegem nossos representantes, com estratégias calcadas nessa legislação antiga e nas realidades do século XX.

Será melhor assim? Pode até ser, mas eu achei muito chato.


quarta-feira, 4 de agosto de 2010

As Redes Sociais ajudarão candidatos desconhecidos nas eleições de outubro?

As apostas dos candidatos a cargos majoritários nas eleições de outubro apontam para um apoio da comunicação viral das redes sociais. Embora até agora não tenhamos observado nenhum destaque, é provável que após o início do horário eleitoral gratuito, a 45 dias de 3 de outubro, os melhor estruturados no mundo virtual possam criar um diferencial importante.


Mas e os candidatos a eleições proporcionais para deputados federais e estaduais?

Em 2006, tivemos a deputada federal Manuela D'Ávila eleita pelo PCdoB no Rio Grande do Sul com uma estratégia fortemente apoiada no Orkut. Em 2010, muita gente está com perfís não só no Orkut, mas também no Facebook, no MySpace, no Twitter e outras tantas redes sociais.

O provável então é que agora a presença nas redes sociais seja quase que uma condição básica para angariar votos, e que a forma de garimpá-los nessas searas é que poderá criar um diferencial.

Excessão feita aos candidatos muito conhecidos da TV ou os que são absolutos em seus grotões eleitorais em regiões mais pobres do país, é bom lembrar que, para deputado, não basta fazer muitos votos: é preciso também estar bem colocado no ranking da coligação para chegar entre os eleitos, e aí uma diferença de poucos votos pode significar a diferença entre a diplomação e a frustração.

Eu aposto que este ano teremos mais candidatos eleitos que usaram de forma inteligente as redes sociais para mostrar suas propostas.

E você, caro eleitor digital, já procurou se informar, dentre seus contatos nas redes sociais, quais as propostas dos candidatos de seu Estado?

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Fim do Orkut?

Ontem postei no Twitter minha percepção de que o Orkut pode estar com os dias contados. Muita gente não concorda, mas vou detalhar aqui no latifúndio do blog* os meus motivos.

O Orkut é um fenômeno brasileiro. Nós ocupamos o Orkut há uns 5 anos e hoje somos mais de 80% dos perfís ativos. É uma rede social essencialmente brasileiro/brazuca, e isso afasta o interesse do Google, seu dono.

A onda das redes sociais, no mundo, está polarizada em poucos endereços. Tirando o Facebook, o MySpace e o Twitter, os demais são coadjuvantes.  E o Google não está no trecho, ao menos em escala global, ou com produtos que não se caracterizam como tal, a exemplo do Picasa e o YouTube. A tentativa do Google Buzz efetivamente não decolou,

Com a entrada da versão brasileira do Facebook, um verdadeiro tsunami de brasileiros lá criou seu perfil principal, deixando o Orkut como uma segunda opção.

A nova versão do Orkut, no ar há alguns meses, desagradou muitos fiéis frequentadores e gerou indiferença entre tantos outros. Poucos são os que acharam boas as novidades.

Como as redes sociais saem da fase de febre e agitação geral para a sua maturidade, inclusive com a consolidação de redes específicas, tipo LinkedIn, o Google não pode estar confortável com sua principal rede social com algumas dezenas de milhões de contas ativas, algo como 1/10 do grande rival Facebook.

As tentativas diversas do Google de comprar o Facebook não prosperaram. Resta-lhe engatar uma segunda e buscar algo novo, talvez uma simbiose do Facebook com o Twitter com mais alguns agregados. Não é o Google Buzz, com certeza, muito menos o Orkut.

Pode ser que o Google tenha chegado a um porte tal que sua inércia iniba a geração em massa de novidades imbatíveis.  Ou pode ser que o tempo das redes sociais esteja a exigir estratégias radicalmente diversas, nessa fase de maturidade.

Eu aposto em um ocaso discreto do Orkut. Talvez tenhamos novidades ainda em 2010.

A conferir...

*Latifúndio de espaço, se comparado com os 140 caracteres do Twitter. Espero não atiçar a cobiça do MST...

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O Galvan Bird, ou "Cala a Boca, Galvão"

O mote "Cala a Boca Galvão" ganhou notoriedade mundial ao ficar por vários dias no topo da lista dos Trending Topics do Twitter. A sacada brincalhona da salvação dos "Galvan Birds", supostamente em extinção, ou do novo clip de Lady Gaga propagaram de forma viral na internet a mensagem dos que acham que Galvão Bueno fala demais, o já global "Cala a Boca, Galvão!".

Ouça minha entrevista na CBN

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Twitter e as Eleições: Regras para não cair no vazio

Em postagem anterior, coloquei minhas dúvidas sobre se e como o Twitter seria eficaz na campanha de 2010, visto que, por enquanto, os potenciais candidatos apenas estão em fase de aquecimento.  Então, vamos lá!

Se você é candidato, ou pretende ajudar algum candidato ou algum partido, dá para seguir os dez conselhos abaixo. Mas, sobretudo, nunca improvise.

  1. Coloque o Currículo do candidato em 140 caracteres, descontados os do link para o site onde estará mais detalhado. Mas essas cento e pouca letras precisam ser boladas com maestria, para não cair no lugar comum.  Essa tuitada deve ser repetida até pegar, mas cuidado para não ser chato e cansativo
  2. Coloque um link especial para as realizações, especialmente se o candidato já ocupou cargo similar.  Aqui a chamada também é importante
  3. Justifique suas alianças em tuitadas regulares, esperando receber apoios e críticas. Entenda que, se nada ocorrer, sua mensagem está vazia, mesmo com milhares de seguidores
  4. Coloque os tópicos de seus compromissos de campanha. Registre-os, se você acha relevante, mas o que for postado na internet fica registrado pelo Google, no mínimo, de forma precisa. Verifique a coerIencia com o que está no programa de seu partido ou coalizão
  5. Busque seguidores específicos que possam propagar cada tópico relevante de sua campanha e também gerar novos seguidores
  6. Crie perfís em redes sociais como Orkut e Facebook, ligados a seu perfil do Twitter para amplificar debate e colaborações.  Mantenha-os sempre vivos e atualizados
  7. Procure achar uma forma de catalizar doações de campanha pela internet, dentro da lei.  Mesmo que elas não sejam expressivas, isso ajuda a ter mais transparência e estimula a criação de uma cultura sadia de participação do eleitor nas doações de campanha
  8. O portal de sua campanha deve ser o repositório de todas as informações necessárias, e deve estar muito bem conectado com o Twitter. As tuitadas podem e devem ser, na maioria, geradas automaticamente pela atualização de conteúdo do portal.
  9. Não deixe de usar o Twitter, mas, mesmo que seja muito bem usado, não espere que ele seja a tábua de salvação.  Provavelmente quem não usar estará no prejuizo, ou seja, usar é quase que uma obrigação.  Assim, use-o bem, com apoio profissional
  10. Comece a trabalhar em sua estratégia do Twitter desde já, mesmo antes das convenções. Tem muito espaço para fazer coisas boas. O que está por aí é fraco...

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Twitter: Fatos, Mitos e Comentários

Com cerca de 70 milhões de usuários, o microblog Twitter virou a mais recente febre entre os internautas. Os brasileiros, tradicionais marcadores de território na internet e nas redes sociais, respondem por quase 20% desse total, enquanto representam menos de 2% de todos os usuários globais da rede.


Então, o Twitter chegou para acabar com os blogs, os portais, as ferramentas de mensagens instantâneas e com os veículos tradicionais de comunicação? E como estamos usando o Twitter aqui em nossas plagas? O Twitter fará a diferença como ferramenta de comunicação nas eleições de outubro no Brasil?

Fatos:
  • O brasileiro fica mais tempo na internet, e adora as redes sociais.  Empresas, organizações sociais e indivíduos que descobriram isso estão se dando bem;
  • O Twitter é apenas mais uma ferramenta de comunicação on-line, não o aplicativo matador que alguns imaginam um dia venha a existir para substituir todos os demais;
  • O Twitter é pouco entendido pelos políticos locais, que acham que com modos convencionais (ao menos os das convenções da terrinha) podem replicar o fenômeno de comunicação e de campanha de Barack Obama em 2008;
  • O Twitter mostra ser poderoso se usado com foco e parcimônia, para atingir objetivos eficazes;
  • O Twitter sozinho, assim como a andorinha, não faz verão. Nem qualquer outra estação do ano
  • Eis os números comparativos de seguidores (followers) de Obama e dos principais postulantes ao governo do Paraná mais o atual governador, provável candidato ao Senado (na hora da presente postagem):
Mitos:
  • Quanto maior a quantidade de postagens no Twitter, maior a chance de sucesso
  • Quanto maior o número de seguidores, mais popular é o perfil
  • Obama é Obama, aqui a realidade é outra
Comentários:

Nos dias de hoje, é praticamente impossível imaginar uma estratégia bem sucedida de uma campanha, seja ela corporativa, institucional, política, eleitoral ou mesmo individual que não tenha o Twitter como uma variável ao menos considerada

Também fica óbvio que micro mensagens repetitivas, do tipo dizendo que vai formir ou almoçar, e as de agressão ou auto elogio tendem a restringir os seguidores aos que já percebem algum valor na figura do tuiteiro.

A grande vantagem do Twitter parece ser a capacidade de chegar, de forma direta e rápida, a uma audiência que vai receber as mensagens em tempo real, inclusive em seus celulares.

A mesma fecilidade de fazer chegar uma mensagem a milhares (ou milhões...) de seguidores faz com que o receptor, ao perceber conteúdo repetitivo, inverídico ou raivoso se afaste, bloqueando ou eliminando o tuiteiro inconveniente

O Twitter é uma ferramenta extremamente poderosa se usada em conjunto com as demais disponíveis, inclusive as tradicionais.

Por enquanto, estou muito cético com relação ao que verifico no perfil dos nossos políticos que vão correr o trecho em outubro, a cata de um cargo eletivo majoritário.  Nada que não possa mudar, seja o que os ditos estejam propondo ou demonstrando em suas mensagens, seja minha opinião.

O case eleitoral de Barack Obama e o uso das redes sociais, especialmente o Twitter e o Facebook já virou até livro e teses acadêmicas importantes.  Embora a nossa realidade seja diferente, assim como a legislação eleitoral, vale refletir. Para que os candidatos não se frustrem e não afastem os eleitores.

O que vai funcionar são as tuitadas com links para propostas de campanha, endereços de comitês, acesso a agendas de eventos e contatos de responsáveis por campanha. Vai funcionar também quem tiver coragem de abrir as contas à população, chamando pelo Twitter para o acesso aos números.

OK, mas a campanha não está nas ruas, ao menos oficialmente... Então talvez a melhor estratégia inicial fosse o silêncio, ao menos para poupar o tempo de quem tuita e de quem recebe.  Mas nada impede que hajam propostas, conceitos lançados para discussão, independente de candidaturas.

Que tal começar?

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Os Incríveis Números da Internet em 2009

O interessante blog Royal Pingdom resume os números da internet em 2009. Vamos comentar alguns deles:


1- Email

  • 90 trilhões de emails enviados em 2009.
  • 247 bilhões de mensagens diárias, em média.
  • 1,4 bilhões de usuários de email no mundo.
  • 100 milhões de novos usuários de email desde 2008.
  • 81% dos emails enviados foram spam.
  • 92% de emails como spam enviados em dias de pico, no final do ano.

2- Usuários da Internet

  • 1,73 bilhões de usuários no mundo (09/2009)
  • 18% foi o crescimento em relação a 2008.
  • 179.031.479  dos usuários estão na América Latina e Caribe, mais de 10,3% do total.



3- Mídias sociais

  • 126 milhões de blogs na  internet.
  • 84% dos sites sociais têm mais mulheres do que homens.
  • 27,3 milhões de tweets no Twitter/dia em novembro
  • 350 milhões de pessoas no Facebook.
  • 500.000 aplicações ativas no Facebook.

3- Software malicioso

  • 148.000 novos computadores zumbis criados por dia, que ficam enviado spam e lixo eletrônico automaticamente.
  • 2,6 milhões de programas maliciosos no início de 2009 (virus, cavalos de Tróia, etc.)
  • 921.143 milhões de novas ameaças identificadas e adicionadas na lista de proteção pela Symantec no 4o trimestre de 2009.
Façamos algumas reflexões:

Com essa quantidade de emails que são spams, hoje com certeza a uma taxa superior a 100 trilhões/ano, as chances de contaminação crescem exponencialmente, ainda mais com a contribuição de 150 mil novos zumbis/dia, ou, até a data da postagem, 3.600.000 novos computadores virando zumbis...

Isso sem falar nos links das mensagens das redes sociais, não computados nas estatísticas.  Levando em conta que só os usuários do Facebook equivalem hoje ao dobro da população brasileira, e que uma parte dos 27 milhões de tweets dia contêm algum tipo de link, incluindo aqueles que adicionam automaticamente centenas de seguidores, mas retêm seus dados para spam e phishing, por exemplo, chegamos a uma dimensão preocupante das ameaças.

E aí, abandonamos os emails e as redes sociais?  Não necessariamente. Mas devemos cuidar sobremodo da proteção de nossos dados pessoais e não deixar desatualizados os programas anti-virus, anti-spam, anti-phising, anti-tudo.

Vale lembrar que a internet, assim como o mundo real, não dispensa mecanismos e atitudes de segurança.  Olhe em sua volta para as grades, as câmeras de monitoramento, os procedimentos de embarque nos aeroportos, os exames de laboratório. Não poderíamos viver sem eles para termos sossego, certo?


Então, na internet é a mesma coisa, e as ameaças são reais, não virtuais.




terça-feira, 24 de novembro de 2009

Redes Sociais no Trabalho: Proibir, Liberar ou Controlar?

Quantas empresas reclamam do uso descontrolado, da parte de funcionários -e mesmo de dirigentes- das redes sociais e das mensagens instantâneas? Se liberar geral, a produtividade cai, a atenção ao trabalho some; se proibir, gera insatisfação e, em alguns casos, também há perdas de produtividade, dependendo da atividade exercida.

Não é algo de resposta simples, única. 

De um lado, o uso indiscriminado pode trazer sim, sérios problemas, não só de produtividade como também de segurança, ao abrir o ambiente de TI da empresa a acesso de sites nem sempre confiáveis, a downloads maliciosos e de atenção dos colaboradores com seu trabalho. Existem casos reportados de acidentes de trabalho oriundos da distração de colaboradores acessando redes sociais.

De outro lado, vedar o acesso pode tirar agilidade da empresa ou de um grupo de colaboradores que precisam de insumos ali contidos para melhor desempenho. Isso ocorre quando a empresa trabalha em múltiplos ambientes físicos que requerem contatos frequentes entre esses locais, sem excluir desse universo os fornecedores, parceiros e, cada vez mais no radar, os próprios clientes.

Estudos de mercado dizem que hoje, 7% dos celulares no mercado possuem recursos de acesso à internet, seja pela própria rede da operadora, seja direto na internet através de um ponto de acesso WiFi.  Ora, isso já representa mais de 11 milhões de aparelhos, um universo nada desprezível, tanto em termos de público interno quanto externo.  Vale dizer que, com toda a certeza, o "proibir geral" cria uma casta de privilegiados que podem acessar a internet independentemente das regras da empresa, e no horário de trabalho, enquanto a maioria silenciosa -e potencialmente revoltada- vai ficar frustrada.

Mais:  em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, esse percentual deve subir para 40%, de uma base de 180 milhões de aparelhos, ou mais de 70 milhões de celulares.  Aí, tentar vedar o acesso só pela rede corporativa vai ser tarefa muito próxima do impossível, dadas as portas alternativas disponíveis.

Com esse crescimento, as empresas precisam estar atentas também a novas oportunidades de comunicação com seu público alvo.  Afinal, é pouico provável que alguma empresa não tenha, nesses 70 milhões de consumidores, uma parte de seu mercado potencial.

Outro problema: para cada barreira de bloqueio tecnológico, existem várias ferramentas livres na web que podem burlá-la, ou, no mínimo, tornar cada vez mais inglória a tarefa do administrador da rede corporativa.

Eu entendo que a solução está num meio termo, que passa por liberar acesso, de forma controlada, em períodos como o horário de almoço, ou no início e no final do expediente.  Em casos de empresas que podem ter benefícios para seus produtos ou serviços com o uso de redes socias e ferramentas de mensageria instantânea, um pacto negociado com os colaboradores pode funcionar.

Partir do princípio de que a empresa está de um lado e os colaboradores de outro, nesse caso das redes sociais, é um esférico engano...  Dá para conciliar os interesses, e transformar o problema em uma baita solução.

Guardadas as devidas proporções, é mais ou menos a mesma coisa que proibir ou liberar acesso dos funcionários ao internet banking. Se proibir, o colaborador vai ter de sair em horário de expediente, ou sacrificar seu almoço, para ir ao banco.

É verdade que as redes sociais trazem muito tráfego para a rede interna, e isso pode prejudicar atividades produtivas.

Mas... hoje em dia muitas empresas já usam ferramentas como o Skype para comunicação interna e com o mercado. Limitar a comunicação pessoal é um problema, e os benefícios de seu uso superam largamente os custos, na grande maioria dos casos.

Como disse no começo desse post, não existe uma solução única.  Mas o que não dá para fazer é proibir geral ou liberar geral.  O modelo ideal para cada empresa existe, sim, e deve ser continuadamente buscado e evoluido.

Afnal, a tecnologia não para, e um modelo bom hoje pode ser um problema em seis meses.

Antena ligada, gente!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Twitter: Um Fenômeno de Mobilidade

O Twitter vem crescendo em número de usuários a taxas recordes e já é apontado como um fenômeno da era digital, talvez semelhante ao Google, que neste domingo, 27, completou 11 anos de vida.

Mas o que pouca gente vem falando é que o Twitter é menos um fenômeno da internet do que uma ferramenta poderosa para dispositivos móveis, sobretudo os smartphones.

Um estudo do blog Crowd Science mostra a que a taxa de acesso ao Twitter via dispositivos móveis sempre bem maior do que a de outras redes sociais, como o Facebook, o MySpace e o LinkedIn.

E o curioso é que, mais e mais pessoas vão ao Twitter quando estão dirigindo, em restaurantes, cinemas e... no banheiro! Isso mesmo, 11% das pessoas mapeadas por essa pesquisa do blog acessam o Twitter quando sentados no "trono".

O maior problema que os que acessam o Twitter do banheiro podem causar é o aumento da fila em um restaurante ou show, mas, com certeza, os motoristas estarão cometendo infração sujeita a multa e perda de pontos na carteira se vão ao Twitter enquanto dirigem.

A taxa elevada de uso do Twitter via dispositivos móveis pode estar associada a dois fatores: o limite de 140 caracteres e a velocidade de atualização, ideais para esses aparelhos menores, com teclados limitados e para pessoas que estão se deslocando e buscam passar e receber novas informações.

A Crowd Science descobriu que 27% dos Twitters postam mensagens diariamente, e 46% checam atualizações todos os dias.

Com o crescente uso do Twitter por empresas, inclusive em atividades de marketing, parece ter ficado impossível criar uma estratégia de comunicação digital com potenciais clientes sem levar em conta essa dupla Smartphone + Twitter.


Os números são impressionantes: os Twitters usam o serviço a uma taxa que é o dobro de outras mídias sociais, quando em um cinema ou teatro (8% to 4%). No banheiro, a relação é de 17% a 12%. Em restaurantes, então, o Twitter tem a preferência quase três vezes maior, 31% a 12%. 



Já os usuários relutantes não são tão poucos assim, ainda segundo a pesquisa da Crowd Science. Dos usuários do Twitter, 17% o fazem por conta da "Síndrome do Eu Também", ou seja, usam porque seus amigos ou contatos o fazem, ou, se eles não o fizerem, vão ter perda de status (15%).

De outro lado, 32% dos Twitters acham que estão gastando tempo demais na rede, o que pode apontar para uma futura redução ou racionalização do seu uso. E mais: 22% deles disseram já ter escrito coisas em mídias sociais que depois se arrepanderam, e 16% deixam de fazer atividades relevantes para passar mais tempo navegando nas mídias sociais.

O número que de certo modo explica o crescimento desse fenômeno, é o dos 25% de Twitters que encontram nas mídias sociais a sua atividade preferida de lazer, comparado com apenas 14% dos não Twitters.

Mas, para fechar essa postagem com uma provocação para aqueles mais maduros que são refratários ao Twitter por achar que isso é brincadeira de adolescente: 54% de seus usuários têm mais de 30 anos, 18% são empresários ou empreendedores, 24% gostam de coisas de tecnologia, 48% criaram seus próprios sites, e 37% mantêm seus próprios blogs.

Ao contrário de pesquisas convencionais, essa da Crowd Science buscou dados com mais de 600.000 visitantes aos sites que são monitorados em tempo real pela ferramenta da empresa, todos com mais de 12 anos, entre 5 e 13 de agosto deste ano.

Enfim, parece que o Twitter é coisa séria mesmo.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Facebook Quebra a Barreira de 300 Milhões

Está na mídia de hoje: Facebook chega a 300 milhões de contas. É conta que não acaba mais, mais de 10% dos internautas do planeta.

O Facebook olha o Twitter e aproxima funcionalidades, como que a perceber a melhor forma de crescer e valorizar o passe, seja para receitas de anúncio ou para uma futura fusão bilionária.

Mesmo com tantos ataques de hackers, o crescimento de 50 milhões de novas contas em dois meses é extraordinário, mesmo para os padrões da Web 2.0.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O GMail saiu do ar hoje. E o Cloud Computing, virou uma fria?

Hoje, no meio da tarde, o GMail, do Google, ficou fora do ar por muitos loooongos minutos. Aí foi uma chiadeira global, gerando congestionamento em outros sites, notadamente no Twitter. E a pergunta mais comum foi: será que dá para confiar em um serviço pela internet, na tão badalada filosofia de Cloud Computing?

A resposta é sim, e, queiramos ou não, os aplicativos no conceito de nuvem vieram para ficar, e, independente de nossas preces, eles eventualmente vão ficar fora do ar, ou com capacidade limitada, capengas mesmo.

O melhor comparativo que me ocorre é com a energia elétrica entregue em nossos lares, escritórios ou fábricas, que só notamos que existe quando ela falha. E o uso de geradores de emergência ou mesmo a geração própria só são considerados em caso de usos muito críticos, como em hospitais, data centers, torres de controle aéreo, só para citar os mais óbvios, ou então em lugares onde a distribuição de energia é inexistente ou pouco confiável.

O que dá para levantar a lebre é para a efetiva entrega de dados essenciais de uma pessoa ou uma organização a um serviço que vive "nas nuvens" e ninguém sabe como acionar em caso de pane ou indisponibilidade. Aí aparecem os contratos de garantia de nível de serviço, os SLA (Service Level Agreement, em inglês).

Esse tipo de contrato, cada vez mais comum, vai assegurar um nível mínimo de qualidade e de disponibilidade, por um preço combinado. Mas o problema é que ninguém vai oferecer um serviço com 100% de qualidade e 100% de disponibilidade assegurados, pois isso é impossível. E, quanto mais próximo da perfeição, mais caro os serviços vão ficando.

Assim, um SLA com disponibilidade assegurada de 99,5%, por exemplo, vai ter um preço de R$ 100, por exemplo, mas se essa disponibilidade não for suficiente e o mínimo for de 99,8%, é provável que o custo seja multiplicado por um fator de 10 ou mais.

Lembrando que, para a maioria esmagadora dos usuários do GMail o preço pago é ter de conviver com os links patrocinado na coluna da direita, até que um probleminha aqui e outro ali de vez em quando não é nada de mais. Até porque, na maioria dos casos, a conta GMail não é a única do usuário, existem serviços alternativos como o Twitter, o Skype e até mesmo o bom e velho telefone, seja fixo ou celular.

Uma dica que vale a pena, se você tem receio da integridade dos dados de sua caixa de correio do GMail: crie um back-up local deles e use a modalidade off-line do GMail quando ele estiver fora do ar.

Então, a falha do GMail nesta terça até que está dentro dos limites do aceitável, e devemos esperar outras falhas lá na frente. Sem que, por conta desses problemas, devamos desistir do GMail ou esquecer qualquer oferta de serviços de TI usando o conceito de Cloud Computing.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Ainda o Twitter...

Amigos e amigas do orkut e de minha audiência na rádio perguntam cada vez mais sobre o Twitter... Hoje, a Allexandra, gaúcha que mora em Minas de novo provocou o assinto. Então, vou tentar dar uma explicação direta sobre o Twitter. E concluir antes de terminar: Sim, vale a pena usar o Twitter, se você é uma pessoa digital!

O Twitter é uma rede social, na árvore genealógica do orkut, do Facebook, do MySpace, com um cruzamento genético com as ferramentas de mensagem instantânea, como o MSN ou o Skype, mas que tem duas características que o tornam único:

A primeira é o tamanho das mensagens, só 140 caracteres, o que os especialistas chamam de "microblog". Até sua biografia é limitada a 160 caracteres, o que exige um baita poder de síntese.

A segunda é a forma de relacionamento: é possível para um 'twitteiro' seguir quem quiser (desde que não seja bloqeuado) e também ser seguido por quem achar que deve (idem com a possibilidade de bloqueio).

Daí é possível organizar seus amigos por grupos (as comunidades são definidas por você, não pré-existem).

Como é fácil de ler e de ser lido, ele pegou rápido, e se consolidou na esteira da campanha do Barack Obama (olha ele aí inovando mais uma vez!).

O cadastramento é muito simples, no www.twitter.com, com o inconveniente de não ter uma versão em português, mas isso não é problema para grande parte das pessoas digitais, como as que estão lendo este blog. Daí é possível selecionar formas de notificação direto do Twitter (por exemplo, para um endereço de e-mail), ou então usar uma ferramenta como o TweetDeck, que organiza tudo em um painel de fácil uso e visualização. O TweetDeck ainda agrega a visualização ao Facebook, se você tiver uma ocnta por lá.

Na minha visão, o Twitter não substitui as mensagens instantâneas nem as outras redes sociais. É uma nova e evoluida forma de comunicação entre pessoas digitais, como nós. Precisa cuidar para não viciar, nem criar redes enormes de amigos, pois aí o tempo dispendido para atualizar os dados é muito grande.

Ela não tem recursos de inserir arquivos de aúdio, foto e vídeo, só a foto do perfil e links para outras páginas. Não permite também a comunicação por áudio e vídeo, como o Skype, o Google Talk e o Windows Live.

Mas o esquema dele de troca de bilhetinhos instantâneos entre amigos que selecionamos é muito interessante!

Não é necessário baixar nenhum programa para usar o Twitter. É só fazer o cadastro e começar a usar. Eu estou por lá como guymanuel.

Não custa tentar, fazer o cadastro, iniciar e buscar amigos e pessoas interessantes. Fica mais fácil, não só no plano pessoal, mas também no profissional.

Eu ainda vou postar matéria aqui sobre as possibilidades do Twitter para as empresas.

domingo, 26 de abril de 2009

O Twitter é tudo isso que falam?

Eu acho que o Twitter é a onda do momento nas redes sociais. Não é simplesmente o que os americanos chamam de "fad", ou "moda". Mas, certamente é um elo da evolução tanto das redes sociais como da internet, como um todo.


Provocando: daqui a dois ou três anos, o Twitter já terá sido digerido por um gigante do setor (hoje falam do Google, mas pode ser outro, vide a compra da Sun pela Oracle, contra todas as apostas que se dividiam entre a IBM e a Microsoft), estará pasteurizado e surgirão novidades. Essa é a essência do roadmap da internet.

Quando algo como o Twitter decola como ocorre hoje, todo mundo vai de roldão -é o tal "efeito manada"- e buscor replicar sucessos pontuais, como é o duvidoso caso do Marcelo Tas aqui e do bem sucedido modelo do Barack Obama lá.

Dá para prever que, em 2010, as campanhas políticas estarão twittando de tudo que é jeito, mas pouca gente vai chegar lá por causa do Twitter. Vide exemplo em 2006 da Manuela, lá no Rio Grande do Sul, que se elegeu deputada federal pelo PCdoB com uma inteligente campanha usando o orkut e outras redes menos cotadas então.

O que se pode imaginar é que, camando mais atenção, como agora, o Twitter vai gerar a fama de 15 minutos de muita gente; alguns vão saber tirar proveito disso em várias áreas.

Resta saber se a essência do conceito do micro-blogging (atenção filólogos, a grafia está correta??) está captada e, mais do que tudo, se os usuários do Twitter vão evitar cair em tentação com os scripts destinados a forjar audiência e chamar a atenção de poucos até serem rapidamente desmascarados...

Mas a coisa é um fenômeno... Vamos lá, estou no Twitter como GuyManuel e vocês também podem me achar por lá.