segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Lançamentos de Janeiro apontam para o ocaso do teclado e do mouse

Todo início de ano acontecem dois eventos do mundo digital que anunciam o que chega de novo no mercado: O CES- Consumer Electronics Show, de Las Vegas, e o Apple World, logo em seguida, na California. Este ano, duas tendências surgem fortes: a tela sensível ao toque em computadores portáteis, chamados tablets, e os softwares de reconhecimento de voz.  Ambos fora do âmbito experimental e entrando de vez na produção em massa e diversificada, pela variedade de produtos.

Embora essas tecnologias já tenham alguma visibilidade há mais de uma década, elas não apresentavam maturidade e custos adequados para entrarem para valer no mercado.  Não mais. Começou a era da aposentadoria -ou pelo menos da perda de importância- do mouse e do teclado, ícones da revolução digital criada pelo computador pessoal.

Em agosto de 2007, postamos matéria no blog falando do Microsoft Surface, um promissor mas ainda caro produto com tela sensível ao toque, que estava servindo como cardápio digital em vários restaurantes americanos, de forma inovadora.  Mais ou menos ao mesmo tempo, as grandes redes internacionais de TV, puxadas pela CNN, mostravam telões sensíveis ao toque onde o apresentador navegava entre várias janelas de modo a tornar mais dinâmicos os telejornais, por exemplo, especialmente aqueles que exigiam cobertura ao vivo.

Essa tecnologia chegou primeiro aos players de música e aos telefones celulares, puxados pelos iPod e iPhone, com tímida passagem pelas telas intermediárias.

Pois bem, tudo isso chegou agora para valer aos computadores portáteis. Pelo menos três tablets foram apresentados no CES, com o peso do presidente da Microsoft, Steve Ballmer, a preços não muito superiores aos notebooks já existentes no mercado.  Espera-se agora o anúncio de produto equivalente no MacWorld, em fevereiro.  Um MacBook tablet vem sendo furiosamente especulado há meses pelo mercado e, se não acontecer , pode tirar um pouco do pique da empresa de Steve Jobs.

Os softwares de reconhecimento de voz também, depois de 20 anos de idas e vindas, parecem que chegaram para valer (veja avaliação comparativa), lastreados principalmente na crescente maturidade de aplicativos em celulares e GPS automotivos.

Quem é familiarizado com computadores, deve lembrar que o veterano e confiável Windows Xp já era capaz de gerenciar telas touch screen, e que alguns modelos meio esquisitos de notebooks chegaram ao mercado com essa funcionalidade, mas não pegaram, por uma conjunção de fatores.

Se houver o lançamento do tablet da Apple agora, as apostas são que o mercado vai ser inundado por computadores portáteis sem teclado físico, ficando a entrada de dados com os dedos no teclado da tela do tablet, coisa hoje já prática e razoavelmente confortável. Do jeito que eles estão concebidos, a navegação entre janelas é muito mais natural, fazendo a incursão diária à internet mais agradável e divertida.  Sem falar na minimização da tendinite...

Então, como o lançamento de produtos digitais no mercado brasileiro não é tão defasada como há alguns anos, vale esperar mais umas semaninhas pelo que vem por aí em termos de computadores portáteis, para você não ficar com um dinossauro tecnológico nas mãos.

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