segunda-feira, 13 de julho de 2009

Que saudades da Telebrás!

Agora em julho, completamos 12 anos de privatização do Sistema Telebrás. Que saudades dos tempos do monopólio... sigam-me e verão que tenho razão.

Em 1997, eu já tinha um celular -analógico, é verdade- que podia ligar para todo mundo e pouca gente me ligava, pois era muito caro;

No dia 27 de julho, antevéspera do leilão, minha empresa recebeu uma carta da Telepar, quase um ano depois de nossa solicitação, informando que não iriam atender a nosso pedido de instalação de um serviço DDR (Discagem Direta a Ramal), pois nós não tínhamos tráfego suficiente, ou seja, a nossa demanda potencial e a vontade de facilitar a comunicação com os clientes não eram importantes, embora nos dispuséssemos a pagar pelos serviços;

Quando ligamos nosso primeiro fax, para ganhar agilidade e fugir dos absurdos custos do telex, recebemos uma visita de um fiscal da operadora para nos intimar a desligá-lo, pois estávamos gerando ruído na linha, uma vez que o aparelho não fora comprado à empresa, a um custo oito vezes maior;

Mas, encanto dos encantos, eu era um feliz capitalista e não sabia! Achei um recibo de aluguel de uma linha telefônica que eu havia adquirido e que me rendia, em julho de 1995, R$ 115,00 por mês! Isso quando nossa moeda valia cerca de US$ 1,15, ou seja, algo como US$ 132 por mês, 4,4% sobre o valor de mercado da linha, US$ 3.000. Não sei qual a operação que dava esse retorno garantido sobre o investimento...

Essa avaliação é que me deu um "banzo" danado... Quando tudo era controlado por um monopólio, eu tinha quem me dissesse o que eu precisava ou não, o que eu podia ou não, e, sobretudo, me propiciava um baita lucro sobre uns caraminguás que eu resolvi investir.

Aí veio a privatização, com esse monte de linhas e serviços no mercado, que eu vivo elogiando nas minhas postagens aqui no blog e nos meus comentários na rádio, sobre as 80 linhas por 100 habitantes, a internet de banda larga, todo mundo plugado... Besteira! Bom mesmo era no tempo da Telebrás!

Os demais não eram infelizes porque não sabiam, inclusive meus inquilinos de linhas, pois eles imploravam para alugar os telefones e ficavam agradecidos.

Achei um ivestimento mais rentável: Melhor que o meu, só quem tinha em carteira as "blue-chips", linhas da Telesp na Faria Lima, que valiam US$ 10.000 e davam um retorno de 6% ao mês! AO MÊS!!!

(Bem, assim também era demais... Esses caras eram tubarões).

5 comentários:

  1. Guy, excelente! Eu também já fui capitalista de uma linha que me custou a bagatela de 4.000 qualquer coisa que comprei para servir ao meu BBS (será que alguém vai lembrar o que era isso) e me rendia uma grana! Até no imposto de renda tinha que declarar.....Agora temos quase um monopólio e não temos esse lucro todo......tempos difíceis esses de hoje!!!

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  2. Olá Guy, boa análise a sua. Não vou discutir se a privatização foi boa ou não, até por que veremos aspectos positivos e negativos em ambos os casos.
    Mas a boa notícia é que o governo está prestes a reativar a Telebrás.
    Acredito que em breve você poderá matar suas saudades! Houve uma licitação para a contratação de 30 funcionários neste mês.
    Você acompanha esta movimentação?

    Abraços,

    Alex

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  3. Ixe, Alex, ressucitar a Telebrás?? Só para o Guy investir de novo, pois vai faltar teefone nesse país.

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  4. Me assusta a absoluta incapacidade das pessoas em assimilar ironias. Alguém realmente acreditou que o texto prega a sério a volta da Telebrás?

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  5. Pois é... o problema maior, ironias à parte, é que a Telebrás não foi extinta, dormita na burocracia federal com um caixa interessante e muitos funcionários, e há sim, um projeto de restaurá-la como operadora.

    Nada que assuste como usuário, pois a concorrência segue existindo, mas, como contribuinte, fico meio ressabiado.

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