sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A Fraude Chegou ao Papel

Para os que não dispensam o papel: O prejuizo causado por malfeitores com o vazamento das provas do ENEM, já impressa, daria para o MEC comprar 6 milhões de livros.

Longe de querer fugir ou desviar do assunto do voto impresso na urna eletrônica, posto aqui esse tópico para reflexão. Afinal de contas, é possível fazer fraude com papel também. Infelizmente, para os mais de 4 milhões de candidatos às provas do ENEM, as provas tiveram seu sigilo criminosamente vazado.

A essas alturas, pouco importa se o crime foi cometido por pessoas interessadas em vender as questões da prova para benefício pessoal de poucos em detrimento de muitos ou se foi uma tentativa deliberada de desacreditar um novo e promissor modelo de seleção ao terceiro grau.

O fato é que os bandidos atingiram ambos os objetivos, para prejuizo geral.

Mas eles conseguiram provar, de forma dramática, que a fraude tem menos a ver com o processo, tenha ele papel ou não, e sim com a natureza humana.

Lamentável tudo isso.

Mas minha reflexão desanimada de hoje fica por conta de que a propalada segurança do voto impresso pode não ser absoluta, como enfaticamente defendido por comentaristas deste blog. Sempre existirão malfeitores com cabeça voltada a oportunidades escusas que podem tentar fraudar o novo processo aprovado pelo Congresso e sancionado pelo presidente Lula.

Mas agora isso é menos importante. Registro aqui minha solidariedade aos milhões de frustrados estudantes e suas famílias. E também minha indignação pelo atentado à nossa cidadania.

2 comentários:

  1. Olá, Guy

    Não acho válida a comparação do vazamento das provas do Enem com fraude em votação com voto em papel, pois antes da era das urnas eletrônicas o papel onde o eleitor assinalaria seu voto sempre era exibido antes da votação e isso nunca foi problema, diferente da exibição da prova do Enem.

    Outro fator é que para fraudar 100% do Enem, basta extraviar uma prova, o que não acontece com o extravio de um voto.

    O problema dessa vez foi que o Enem ganhou mais poderes de vestibular para universidades federais, mas os processos de elaboração, impressão e distribuição não foram tratados com a segurança de vestibular, já que em algum momento houve o vazamento. (http://educacao.uol.com.br/ultnot/2009/10/01/ult105u8764.jhtm)

    Isso é tanto um caso de negligência das autoridades responsáveis pelo processo, quanto de crime por parte de quem surrupiou a prova e de quem comprou a mesma. Que os responsáveis sejam punidos!

    Voltando à questão sobre o voto eletrônico, a questão não está na dificuldade de fraudar (o eletrônico é mais fácil para a escala exigida), mas na possibilidade de auditar o processo, o que não é possível com o método atual.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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