segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Kindle: A Hora e a Vez do Livro Eletrônico

A Amazon anuncia a venda de sua nova engenhoca, o Kindle, no Brasil e em mais 100 países. O mercado já recebeu com ceticismo várias ofertas de livro eletrônico, mas nenhuma pegou. Será que uma engenhoca portátil, com tela pequena, de 6,5", monocromática, vai cair no gosto dos apreciadores de livros no Brasil?

Eu acho que sim. A hora e a vez do livro eletrônico chegou para ficar, com certeza não com essa versão do Kindle, mas esse é talvez o equivalente ao que foi o Apple II para os computadores pessoais, o viabilizador de um conceito.

O preço é salgado, cerca de R$ 1.100, e nem é o modelo mais sofisticado disponível para os consumidores americanos da Amazon, que tem tela de 10", mais parecida com a página de um livro comum, mas vem com uma boa ergonomia, peso adequado, capacidade de armazenamento de até 1.500 livros, com o download de cada unidade em menos de 1 minuto através de uma rede celular 3G e, especialmente, ótima legibilidade até em ambientes com pouca ou muita luz.

É verdade que a maioria dos títulos ainda está em inglês, mas eles são cerca de 30% mais baratos do que os preços de livraria. E, pelo nível de agito entre as editoras nacionais, espero que a partir da Feira do Livro de Frankfurt, que está começando, város acordos de comercialização sejam fechados com a Amazon, disponibilizando a curto prazo centenas de títulos consagrados em português.

Além da praticidade e da legibilidade do Kindle, se você é um rato de livraria, como eu, o investimento deve se pagar em pouco tempo, menor até do que o necessário para esperar a hora de trocar seu Kiindle por um modelo colorido, previsto para 2011, ou outro qualquer lançaddo pelos grandes fabricantes de hardware.

Com fenômenos globais como o Google Books, em português, inglês e dezenas de outras linguas, você já tem acesso a milhões de títulos na web, mas sem o conforto da leitura em uma tela de alta definição.

No campo local, a existência de sites como o Estante Virtual, um charmoso sebo eletrônico que pegou entre nós, e a venda crescente de livros de papel pela internet e nas excelentes livrarias que surgiram no Brasil nos últimos anos, pode parecer um contrasenso apostar em mais um dispositivo digital se nunca foi tão fácil ter bons livros de papel a preços quase razoáveis.

Mas eu entendo que o eBook, personificado entre nós com o lançamento do Kindle, não está aqui para concorrer diretamente com o mercado tradicional de livros, e sim para complementá-lo, como mais uma opção de leitura, para quem quer ter acesso imediato a um título, precisa de mobilidade, não tem mais onde guardar seus livros já lidos ou, simplesmente pelo charme da novidade.

Afinal, os apelos ecológicos de conservação da natureza podem conscientizar milhões de leitores a trocar o livro de papel pelo eBook. E a venda desses dispositivos, com bom conteudo associado, definitivamente vai decolar.

10 comentários:

  1. Esse sebo "Estante Virtual" é mesmo muito bom! Vale a pena comprar e vender livros usados. É uma orma também de contribuir com o verde.

    ResponderExcluir
  2. Olá, guy.

    o conceito do kindle muito me agrada, mas a implementação dele na prática tem sérios problemas que me manterão longe dele.
    - O preço do kindle é extorsivo para um e-book. com menos dinheiro é possível comprar um netbook.
    - o preço dos livros é ainda mais extorsivo. 70% do preço de um livro é muito alto para meios digitais. a margem de lucro desse negócio deve ser altíssima. o kindle só vale a pena para o brasileiro que ainda vai gastar pelo menos R$3667 em livros no período de 10 anos (estimativa de uso do aparelho) sem levar em conta promoções ou livros comprados em sebo. segundo. dado que o brasileiro lê 1,8 livros por ano (http://www.cultura.gov.br/site/2008/01/17/brasileiro-le-18-livro-ao-ano/), acho pouco provável que o kindle se popularize aqui.
    - DRM: no kindle é impossível emprestar, doar, vender ou dar um livro a um amigo ou a uma biblioteca. (http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI3793691-EI4799,00-Leitor+eletronico+rival+do+Kindle+e+inspirado+no+iPod.html)
    - e a cereja no bolo dos problemas ocorreu em julho e ironicamente com as obras do George Orwell. A Amazon negociou os direitos dos livros do autor com uma empresa que não os detinha. quando a empresa que detinha os direitos cobrou a amazon, ela invadiu os kindles que continham a obra, apagou os livros e depositou o valor correspondente na conta do usuário (http://www.guardian.co.uk/technology/2009/jul/17/amazon-kindle-1984). fazendo uma analogia, você foi numa livraria, comprou um livro, e um funcionário da livraria invade sua casa, pega o livro que você comprou, e deixa um dinheiro antes de ir embora. agora imagine que você está lendo o referido livro e fando e-anotações no mesmo. que fim levam essas anotações? vão pro lixo! foi o que aconteceu com uma estudante (http://uk.news.yahoo.com/16/20091005/ttc-amazon-settles-kindle-deletions-for-6315470.html), que ganhou uma graninha num processo, o que demoraria 20 anos no brasil.

    ResponderExcluir
  3. Geraldo, concordo que o 'Estante Virtual' é muito bom... Já estou nele comprando e vendendo livros, espaço também é um problema para quem lê muito e não quer ou não pode manter uma biblioteca particular...

    ResponderExcluir
  4. Michel, eu já vi a tela e o peso do Kindle e acho que a ergonomia e a legibilidade são imbatíveis, quando comparamos com a tela de LCD. A tal da tecnologia de tinta eletrônica vai direto ao ponto e cria um novo referencial para leitura de textos, além de ser leve e durável.

    O preço é salgado sim, aliás como tudo que é digital aqui nas nossas plagas, e muito mais para o leitor e consumidor médio do Brasil, considerando a quantidade de livros lida e a renda média do brasileiro.

    Não vejo o Kindle como um 'book killer', mas como o primeiro produto no mercado que responde adequadamente aos quesitos de viabilização do livro digital.

    Os early adopters pagarão mais pelo pioneirismo, mas depois os preços caem, surgem os concorrentes, como você mesmo anota, e a plataforma se consolida.

    Vale lembrar do tijolão (celular analógico) do nosso querido Sistema Telebrás. Muita gente pagou US$ 20.000 por algo que servia para pouco mais que exibição de status, e, no entanto, o celular está hoja nas mãos da grande maioria dos brasileiros.

    Podemos lembrar de produtos mais recentes, comoa TV de plasma (não Full HD), lançadas entre nós a nada modestos R$ 25.000 reais por algo que consumia 800 watts, deixava marcas permanentes na tela com poucas horas de uso. Hoje, um produto muito mais sofisticado custa 10% disso...

    Aqui neste blog eu me proponho a noticiar aos leitores e comentaristas algumas novidades que entendo possam criar novas tendências, novas aplicações.

    O Kindle, para mim, é isso, um marco de uma nova linha de produtos, os eBooks, que, depois de tantas experiências, chega para ficar

    A demora na adoção do livro digital no Brasil vai ser menos pelo preço do que pelos hábitos de leitura de nossos compatriotas.

    Os problemas que você aponta são reais, e podem incomodar no futuro, como qualquer novo produto com nova aplicação, mas não vai inibir sua adoção pelo mercado.

    O conceito de popularização de um produto desses aqui no Brasil não se mede em termos de milhões de unidades, mas sim talvez de umas centenas de milhares, num primeiro ano. Ele deve atrair quem lê algo como 1 livro/mês ou mais, a um preço médio de R$ 70.

    E isso já dá bastante gente.

    Obrigado pelo comentário!

    ResponderExcluir
  5. onde escrevi: "segundo. dado que o brasileiro lê 1,8 livros por ano" leia-se: "segundo o ministério da cultura, o brasileiro lê 1,8 livros por ano"

    ResponderExcluir
  6. olá, guy.

    nunca vi o kindle. a e-ink é uma tecnologia que tem inúmeras vantagens sobre o lcd, pelo menos no que diz respeito a texto e consumo de energia.

    também não considero o kindle um 'book killer' e mesmo se fosse gratuito não o consideraria pela impossibilidade de emprestar, dar ou vender meus e-livros. isso é o tipo de coisa que eu gostaria de ver sendo discutida antes que qualquer e-book reader virasse tendência.

    digo isso porque a imprensa tecnológica tende a alardear apenas as facilidades eletrônicas, mas dificilmente mencionam suas implicações e dificuldades impostas pelos fabricantes via DRM, impedindo que um consumidor leigo tenha em mente onde está entrando até que ele descubra anos depois que sua biblioteca particular está trancafiada dentro do de seu e-book reader e que ele não possui a chave.

    ResponderExcluir
  7. michel, o DRM é outra baita polêmica. Um livro comprado em livraria paga -em tese- direitos ao autor, então, de algum modo, existe um ARM, ou 'Analog Rights Management' que é a lei dos direitos autorais.

    Tive a chance de ter uma visão muito recente sobre direitos autorais de livros, com um amigo meu que lançou seu 1o título semana passada. Não gostei do que vi, nem ele, que vai fazer produção independente no próximo e distribui dgital primeiro e impresso depois. Visão dele...

    Há muitos anos atrás, quando organizei um clube de jazz em Curitiba, que ajudava os músicos locais a fazer arte que gostavam e a descolar uma graninha extra, um dia apareceram os caras do ECAD para coletar os 'ARM', como os chamo aqui.

    Aí, o evento era para arrecadar toda agrana para um guitarrista que estava com problemas de saúde, e todas as músicas eram de autoria dele.

    Pois bem, fomos autuados por aquela organização, tivemos que pagar 'os direito', com listinha e tudo das músicas tocadas, e o pobre do músico, até mês passado, não havia recebido 'not a single penny, but maybe too many pennises', desculpe o trocadilho.

    Sobre alardear as novidades tecnológicas, é preciso, sim, apresentar a visão de cada um. Pode ser que o Kindle seja ruim para muitos, e nem sei se vou comprar ou recomendar que comprem, apenas digo para quem gosta desse tipo de produto para ficar de olho, pois deve ser uma novidade que vale a pena ver.

    O lance das obras do Orwell com a Amazon é típico de uma indústroa em formação. Empresas desse porte lá nos Estados Unidos têm mais advogados do que engenheiros, e, com certeza, não pirateariam um título desses sem que cabeças tivessem rolado internamente.

    Você lembra da Mavica, aquela caríssima câmera digirtal da Sony, que gravava imagens em disquete? Pois é, ela foi um fracasso mas sinalizou para a fotografia digital, muitos anos depois definitivamente dominante.

    O Kindle não sei se vou ter, mas espero poder comprar um eBook. Sabe o que mais me atrai no dito cujo? É o acervo da Amazon, muito bom e diversificado.

    Os livros que compro raramente vêm da Amazon, mas já comprei autores brasileiros por lá pois aqui estavam esgotados. Compro também em sebos, e a Estante Virtual me abriu portas que não imaginava, pois me coloca com acesso a centenas de sebos, graças à tecnologia disponível e à criatividade de seu idealizador e proprietário.

    Eu consigo ficar feliz, usando a tecnologia, seja com a perspectiva de uma geringonça nova, como o Kindle, seja com o resgate do passado, com os livros da Estante Virtual.

    ResponderExcluir
  8. os direitos autorais não são ARM! você paga quando compra o livro, mas depois você pode fazer o que bem entender com o livro, como vendê-lo, logo não há o 'R' de restrições. bom, tem coisa que pode ser ilegal, mas é possível fazer e depois arcar com as consequências, o que não ocorre com DRM.

    espero que o guitarrista esteja melhor, mas é exatamente esse tipo de situação que seria evitada se as consequências do modelo de negócio fossem melhor discutidas. atualmente os direitos ficam com uma organização e os deveres com os autores e consumidores. será que esse guitarrista hoje acha que foi um bom negócio receber uma grana (ou apenas ter um CD lançado por um selo) pelas músicas que ele compôs?

    acredito que qualquer modelo de e-book reader tem que ser aberto para receber livros de diferentes lojas de e-books, permitir a cópia do acervo, ou parte dele, para um dispositivo concorrente e de preferência até permitir copiar o conteúdo para um computador, mas isso é apenas um sonho.

    esse tipo de modelo seria muito bom para permitir que pessoas como seu amigo possam produzir seus livros e lançá-los no mercado de forma independente.

    o problema com os livros do orwell pode até ser de uma indústria em formação, mas o astroturfing feito pela amazon para tentar convencer que essa era a única ou a melhor solução ao problema é inaceitável (http://www.amazon.com/tag/kindle/forum/ref=cm_cd_ef_tft_tp?_encoding=UTF8&cdForum=Fx1D7SY3BVSESG&cdThread=Tx1FXQPSF67X1IU&displayType=tagsDetail). isso tudo pra não dizer das pessoas com problemas de visão que não conseguem ler e compraram livros para usar o recurso de text-to-speech do kindle e tiveram a grata surpresa desse recurso ser desabilitado em alguns livros após a compra.

    já que você mencionou uma câmera digital, imagine se uma empresa lançasse uma máquina digital que você só pode revelar suas fotos em um laboratório, que não pode copiar suas fotos para seu computador, internet e só pode ver suas fotos no visor 3" da câmera. guardadas as devidas proporções (autoria), é o modelo do kindle e do ipod/iphone.

    o acervo da amazon é dos maiores do mercado, senão o maior. porém o que acontecerá com seus e-books quando você decidir comprar um e-book reader concorrente? vai ter que se desfazer dele? vai ter que manter dois e-book readers para ter acesso a seus livros?

    enfim, é como ser enviado para a lua sem saber de antemão como voltar.

    ResponderExcluir
  9. michel, até onde sei, o 'ARM' é um acrônimo que criei para fazer analogia (ou 'digilogia'...) com DRM.

    Você levanta vários pontos relevantes, mas lembre-se que, ao menos pelo futuro previsível, o consumidor brasileiro vai poder comprar o eBook da Amazon se -e somente se- quiser.

    O livro de papel hoje é hiper pirateado, inclusive nas universidades, onde a cópia não autorizada é estimulada, com o argumento de que ooriginal é muito caro, sem ver que, de outro lado, estimula a venda de copiadoras, papel, toner e assemelhados.

    De outro lado, muitos dos livros de papel estão na web, sob várias 'bandeiras' gratuitas ou não. Temos, enfim, acesso aos livros.

    A música, bem, a música... só quem ganha direitos autorais aqui -falando de músicos- são os conhecidos do mercado e plugados pelas gravadoras. Os outros, como meu amigo guitarrista, ficam a ver canoas.

    De outro lado, vemos os P2Ps, inaugurados em massa pelo Napster e depois com vários sucessores, em várias partes do mundo.

    Aí veio a Apple que organizou o seu modelo de forma inteligente -para eles- virando em pouco tempo a maior distribuidora de música do planeta, sem vender em mercados 'emergentes', como o nosso. Eles determinam o mercado que entram e ganham o dinheiro que julgam adequado.

    Mas, seja com os P2Ps remanescentes no grátis, seja com o iTunes ou qualquer coisa no meio, o fato é que a música -e o vídeo- via web mudou o mundo do entretenimento, de forma que hoje muito mais gente ouve música por mais tempo do que há poucos anos atrás.

    Isso tudo eu escrevi para refletir sobre o tema dessa postagem, o Kindle: não pretendi passar a impressão que ele vem para destruir o resto dos livreiros e autores nem que a Amazon vai monopolizar o mercado editorial do mundo.

    O Kindle é, para mim, o início do conceito do eBook em escala de mercado, e a guerra dos eBooks está começando. Dentro de uns 4, 5 anos, teremos ganhadores e perdedores, mas o eBook vai ser uma plataforma de leitura comum no mundo. Em 10 anos, talvez, ele pode ter uma fatia da pizza de livros bem ponderável, mas não dominante. E a pizza de livros e leitura será muito maior.

    Numa dessas, o eBook ajuda a melhorar a média de livros/ano que nós, brasileiros, lemos.

    Pode ser também que a tecnologia da tinta eletrônica chegue aos computadores e dispositivos portáteis mais rapidamente, puxando a tal da convergência para níveis que sequer imaginamos hoje.

    Aliás, se você pensar bem como está a coisa hoje, quando você pode ter acesso à internet por dezenas de tipos diferentes de dispositivos, acho mesmo que cada um de nós, num futuro não muito distante, vai poder selecionar dois ou três tipos de engenhocas para ter plena e adequada conectividade, e os modelos de conectividade vão ser extremamente personalizáveis.

    Já hoje temos, só para ficar entre o desktopão e o celularzinho um monte de coisas diferentes disponíveis no mercado, cada um bom para uma série de coisas, nem tão bons para outras.

    Voltando ao Kindle: você acha que ele fica limpinho no mercado, sem turbulências, ou logo aparecem 'Kindle-Killers' ou, mais fácil ainda, os hackers que quebram suas barreiras e o tornam uma plataforma aberta?

    O iPhone, por exemplo: o 2,5G original levou pouco menos de 1 mês para ter seu cordão umbilical com a operadora quebrado; o 3G, 10 dias e o 3GS já chegou ao mercado quebrado.

    Se você entrar nos foruns, newsletters e lojas de produtos iPhone você encontra milhares de 'jailbreakers' que, para qualquer efeito prático, abrem sua arquitetura, suas aplicações e suas redes.

    Isso só ocorre porque o produto é um sucesso. Na medida em que o Kindle alcançar patamares dignos de empurrar para cima o valor das ações da Amazon -leia-se 'market share'- aí os criativos e competentes profissionais do mundo acharão fromas de abri-lo, assim como os concorrentes estarão aí, oferecendo outras opções.

    Essa diversidade que a internet oferece é incrível, não?

    ResponderExcluir
  10. eu segui a linha do seu ARM, e não o do chip do próprio kindle, iphone
    etc... mas não achei uma comparação boa, por isso mencionei a falta do
    'R' no analógico.

    claro... só compra quem quiser, por isso acho importante alertar as
    armadilhas que o marketing da amazon tenta abafar.

    hoje o livro de papel não é mais tão pirateado em universidades. eu vi
    durante minha graduação durante a virada do milênio a mudança da cópia
    inteira em xerox, para apenas um capítulo por livro e depois muitos
    professores passaram a produzir seu próprio material...

    exatamente por isso os músicos desconhecidos do mercado deveriam buscar
    formas independentes de gravadoras para atingir seu público. se é pra
    ver canoas, que mantenham os direitos das músicas. a internet está aí
    pra isso.

    mesmo bandas conhecidas estão buscando alternativas às gravadoras, como
    o radiohead.

    exato, a sacada da apple está em distribuir de forma inteligente as
    músicas. não sei se o itunes tem em seu acervo músicas de bandas
    independentes de gravadoras, porque no momento é importe ter
    alternativas a elas, assim como no futuro será importante termos
    alternativas ao itunes, se bem que sem DRM o cenário é bem menos sombrio.

    você não passou a impressão que a amazon vai monopolizar o mercado
    editorial do mundo, mas esse é um cenário que considero possível a longo
    prazo.

    um dos maiores problemas do kindle é o lock in no melhor estilo de
    filmes de terror: "pague para entrar, reze para sair". os livros têm DRM
    e por enquanto a amazon não dá sinais de que permitirá a conversão dos
    e-books para outro formato. existe até um limite de vezes que o livro
    comprado pode ser baixado do site da amazon caso acabe o espaço em disco
    do seu kindle e você fez um rodízio dos livros.

    outra coisa alarmante é o fato de o kindle possuir um gps e enviar sua
    posição junto com outros dados do seu uso do kindle para a amazon.

    não sei se a forma (kindle) vai aumentar nossa média. acho que fenômenos
    de conteúdo (harry potter) tem muito mais impacto. acredito que a nova
    geração, leitora do bruxo terá uma média bem superior à da geração anterior.

    embora a tela do kindle seja um reconhecida como um dispositivo frame
    buffer no linux (SO do kindle), não creio que haverá uma convergência
    com a tela dos monitores. o motivo é que a taxa de atualização de e-ink
    é quase nula e essa é a razão de sua existência, enquanto as telas de
    monitores a cada dia tem sua taxa de atualização acelerada, que permite
    visão 3d com shutterglasses. claro que no futuro a taxa de atualização seja configurável, unindo o útil ao agradável.

    o IPv6 está aí justamente para permitir essa conectividade de inúmeros dispositivos, porém, isso gera desperdício. quem precisa de meia dúzia modems 3g para seu celular, e-book reader, notebook, desktop, tênis, meia e cueca? e aí vem a questão do DRM. qual a conectividade de um dispositivo que não permite cópia de arquivos, rtear outros dispositivos e etc...?

    na verdade já tem gente instalando ubuntu no kindle e usando todo seu potencial, mas a amazon prefere que ele continue como um e-book reader(http://hackaday.com/2009/09/03/ubuntu-9-04-on-kindle-2/)

    ResponderExcluir