quinta-feira, 6 de maio de 2010

iPad 3G: Promissor, mas a concorrência vem de onde menos se espera

Finalmente chegou ao mercado -norteamericano, por enquanto- o iPad 3G, que permite seu uso em qualquer lugar onde haja conexão à internet pela operadora de celular. Na loja da Apple em Aventura, Florida, mais de 400 pessoas estavam na fila, antes das 17horas (foto), para serem os primeiros a comprar (máximo de 2 iPads por pessoa)



Até então limitada com o iPhone a planos de fidelização com as operadoras -aqui nos Estados Unidos só com a AT&T- a Apple oferece o iPad 3G desbloqueado,  ou quase.  Basta fazer um contrato com qualquer operadora e colocar um Micro SimCard no aparelho que você sai navegando de um jeito bem bacana e fácil.

Realmente o tablet da Apple é extremamente atraente para navegação na internet, vídeos e fotos.  A tela touch-screen é excelente, embora, como todas da Apple, com ium pouco de reflexo demais, o que desfavorece a função de leitura de livros digitais, quando comparado com os produtos da Amazon (Kindle) e Nook (da Barnes&Noble). Claro que  vantagem das cores pode compensar o reflexo, mas, além disso, na data do lançamento, somente 40.000 títulos estavam à venda, algo como 10% dos concorrentes.

E no Brasil?

Hoje, o iPad 3G vai funcionar igualzinho ao iPad Wifi, pois as operadoras brasileiras dizem não ter suporte para o Micro Sim Card. Cada uma dá uma versão diferente, tipo "não está em nossos planos", ou "no momento, estamos apenas estudando".

É óbvio que as operadoras não vão divulgar suas estratégias para o iPad, mas parece razoável que elas esperem um pouco para ver como posicionar o produto no mercado brasileiro para tomar uma decisão. Quem sair na frente, no entanto, é capaz de abiscoitar uma importante parcela de mercado que, embora não gigantesca, representa usuários que pagam mais pelo uso, ou seja, dão margens maiores.

Mas aqui nos Estados Unidos, a concorrência vem de onde menos se imaginava, das próprias operadoras.  A Sprint lança no mercado sua rede 4G, que promete ser até 10m vezes mais rápida que a 3G, exatamente  a que dá o sobrenome ao mais novo produto da Apple.

Com isso, o mercado para dispositivos móveis com acesso a internet de alta velocidade vai decolar, e exigir adaptações de produtos. Como está no forno o iPhone 4G, é razoável especular que o iPad 3G seja um mero trampolim para um futuro e não tão distante iPad 4G, usando uma versão mais avançada do sistema operacional a ser lançado ainda este ano, o OS4.

Mas ele não será o tão sonhado Snow Leopard, que faz a alegria dos aficcionados no Mac, até por limitações do processador, que a Apple decidiu apostar em tecnologia própria no iPad, contrastando fortemente com o bem sucedido abandono do PowerPC em favor dos chips Intel, que ajudaram a alavancar os Mac para novos patamares de sucesso.

Parece confuso?  E é mesmo! Decididamente, o que tanto diferenciou a Apple em lançamentos anteriores -o Fator Surpresa- está um tanto tímido, no caso do iPad.  A concorrência vem feroz, o que é bom para nós, usuários.

Mas chegar ao extremo de dizer que o iPad nada mais é do que um iPhonão é simplificar uma análise séria. E dá para antecipar que uma nova versão do iPad chegue em menos de um ano ao mercado com webcam, por exemplo, por conta das funcionalidades multitarefas do OS4.

Na fila das compras da loja da Apple do dia 30, encontrei um empresário brasileiro do ramo de móveis já comprando seus iPad para fazer um teste com o produto para seus vendedores.

Assim, dá para imaginar que o iPad possa conquistar também importantes nichos de mercado no mundo corporativo, inclusive nas pequenas e médias empresas.

A conferir.

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